Autoria de Leandro Demori*
A variante ômicron dominou o mundo e isso é uma péssima e uma ótima notícia. Eu não sou infectologista, mas fiquem tranquilos, as informações abaixo foram tiradas de dois excelentes podcasts que ouvi na madrugada de ontem: o da revista Slate e o do jornal The New York Times (ambos em inglês). Abaixo, de modo bastante objetivo, está tudo o que eles trouxeram sobre a nova mutação da covid-19 (com referências extra).
A variante ômicron já dominou o planeta, sendo que no Brasil o vírus vem se espalhando rapidamente. Por aqui, 6 em cada 10 infectados pegaram essa variante. O restante foi contaminado pela variante delta, a bambambã até poucas semanas atrás.
Estamos vivendo uma terceira onda no Brasil e talvez ela seja a pior de todas em número de contaminados. Essa onda ainda não aparece na imprensa, porque o Ministério da Saúde resolveu sofrer um ataque hacker que causou um apagão de dados. Mesmo assim, a média móvel aumentou 639%.
Essa terceira onda chega em um momento em que nosso psicológico já foi para o espaço – estávamos contando com o fim aparente da fase aguda da pandemia para reatar os laços sociais e a vida lá fora. Portanto, essa é a péssima notícia. A vida normal vai ter que esperar.
Os sintomas da ômicron aparecem, em geral, no terceiro dia de contaminação. Os da delta apareciam no quinto dia. A nova variante, a princípio, também desaparece mais cedo.
A ômicron pode ser um dos vírus de mais rápida propagação da história. Uma fonte ouvida pelo El País fez um cálculo comparando a nova variante com o vírus do sarampo, um dos mais contagiosos do planeta. A conclusão: num cenário de ausência de vacinação, um caso de sarampo daria origem a outros 15 casos em apenas 12 dias. Já um caso de ômicron daria origem a 216 casos no mesmo período. Mas isso pode ser bom…
A variante ômicron é menos agressiva que a delta, seus efeitos são mais brandos e, sobretudo, ela tende e não atacar com violência os pulmões, concentrando-se muito mais no nariz. A possibilidade de parar em uma UTI e ser entubado cai muito, assim como a de morrer pela doença.
E o melhor de tudo: a ômicron parece proteger contra a delta, o que significa que a nova variante vai engolir a antiga e virar o vírus dominante no mundo. Muitos cientistas têm esperança de que o fim da pandemia aconteça por isso e com + vacinação.
Por fim, as vacinas estão segurando a onda. Com duas doses da Pfizer, a chance de você parar em um hospital é reduzida entre 60% e 70%. Com três doses é partir para o abraço (mas com o uso da máscara!). Cuidem-se!
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*Editor-Executivo do Jornal “The Intercept Brasil”
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Lu
Excelente matéria para nós que estamos tão assustados com a pandemia. Então a variante delta é mais perigosa que a ômicron, porém, a ômicrom é mais transmissível? Eu concordo, o nosso psicológico, foi pro espaço, o meu, então, nem se fala. Além do receio de me contaminar, tenho de conviver com uma mãe de 91 anos, cada vez mais repetitiva e cheia de manias (segundo a neurologista com a perda cognitiva os idosos adquirem manias), que pede comida o tempo todo, sempre as mesmas comida; que esquece que comeu, que não dorme, nem me deixa dormir direito. É muita coisa para administrar e estes últimos três anos só potencializaram os problemas. Fiz terapia online em 2020, tal o meu estado de saúde mental, além de tomar antidepressivo há mais de 10 anos. Não sei se aguentaria mais um lockdown em que eu teria de ficar sozinha com a minha mãe. Que Deus nos ajude e que esta pandemia vá embora de vez. Feliz Ano Novo para todos os amigos deste espaço, especialmente, para você, Lu Dias.
Rosa
Cuidar de nossos pais idosos é realmente uma tarefa muito delicada. É um ciclo comum a todos os humanos. Nossos avós cuidaram de nossos bisavós, nossos pais cuidaram de nossos avós, e eles agora são cuidados por nós, e assim segue. Os filhos de hoje cuidam dos pais por um longo tempo, pois a estimativa de vida cresceu bastante. Minha avó morreu com 96 anos e tenho uma tia que fará 112 anos agora em 2022, totalmente lúcida e que não dispensa nem mesmo o tradicional jantar. Você deveria providenciar, com o médico dela, um ansiolítico para ajudá-la dormir, pois nessa idade o sono é muito pouco. Assim, ela dormiria melhor e você também. Fale com ele sobre a melatonina.
A vida não tem sido fácil para nós brasileiros e também para o resto do mundo. Nós temos um fator mais agravante: a falta de seriedade na condução das políticas públicas pelo poder central. E para entornar o caldo agora vêm as enchentes no Sudeste. Estamos em Belo Horizonte com mais de 20 dias de chuva (noite e dia). Como sofro de depressão e também tomo antidepressivo, a falta continuada de sol abaixa meu equilíbrio mental. Aqui estamos com um mix de problemas: ômicron, gripe h3n2 e enchentes. Com isso, as famílias ficam cada vez mais solitárias em casa. A vida do lado de fora de nosso lar parece ter perdido o sentindo. Todos nós estamos passando por isso.
Rosa, as pandemias existem ao longo da história da humanidade, ainda que em períodos intercalados. Não há como eliminá-las sem o uso das vacinas, como foi o caso sarampo. Temos o privilégio de viver numa época em que a Ciência encontra-se bem adiantada, garantindo-nos mais segurança. Tudo é questão de tempo para que tais momentos ruins passem. Espero que você e sua mãe já tenham tomado as três doses da vacina. E quando se sentir assustada, corra aqui para o nosso espaço e deixe o seu comentário para conversarmos. Veja com o seu psiquiatra se o seu antidepressivo ainda está respondendo ao seu problema. Muitas vezes é preciso aumentar a dosagem ou mudar para outro. Em período como o que ora vivemos também é necessário o uso de um ansiolítico para nos ajudar em certos momentos. Converse com seu médico.
Um beijo no coração,
Lu
Querida Lu Dias
Você é sempre correta e lúcida.
Sim, eu e a minha mãe tomamos todas as doses das vacinas anti-Covid-19. Nós tomamos AstraZeneca, duas doses, e Pfizer, dose de reforço. Eu tomei também a vacina contra a gripe. A família da minha mãe também é longeva. Minha tia, irmã mais velha da minha mãe, morreu com 101 anos; a minha mãe fez 91 anos em dezembro. Eu vou continuar cuidando dela com a ajuda dos meus irmãos e de uma cuidadora. É verdade, a velhice é uma fase delicada e desafiadora. Eu também não sou jovem, rs, já posso ser considerada uma idosa.
Grande abraço Lu e obrigada pela sua compreensão. Um Ano Novo de esperança e coragem para todos nós.
Rosa
Fiquei tranquila pois as três doses reduzem extremamente os ricos, mas ainda não é possível abrir mão da máscara. Quanto à idade, o importante é ser jovem de espírito e sinto, através de seus escritos, que você é uma pessoa muito inteligente e sensata. Cuide bastante do seu sono, pois ele é vital para a nossa saúde. Estou tomando melatonina 5 mg para ajudar no sono.
Beijos,
Lu