Recontada por Lu Dias Carvalho
Bem antigamente, numa data em que não é possível contar os séculos, de tão distante que se encontra, o Céu e a Terra eram bem próximos um do outro, de modo que era quase possível tocar nas nuvens, durante o dia e nas estrelas, à noite. Por essa razão, as aves viviam aprisionadas entre os dois, sem a amplitude do horizonte para voarem livremente de um lado para outro e de cima para baixo. E foi por isso que resolveram fazer uma assembleia com todas as espécies aladas, para deliberarem sobre o levantamento do Céu.
Todos os animais aéreos responderam à convocação. E todos foram unânimes em aceitar a tarefa de afastar o Céu da Terra. Ou melhor, somente o morcego recusou fazer parte do trabalho.
As aves fizeram um esforço hercúleo para levarem avante tal missão. Dividiram-se por espécies, de modo que cada uma levantaria uma parte determinada do Céu, numa ação conjunta, assim que o urubu-rei desse o sinal. E assim foi feito. Vitoriosa foi a incumbência. Mas o morcego, como castigo, foi obrigado a dormir de cabeça para baixo, dependurado pelos pés, fato que acontece até os dias de hoje.
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