Átila Iamarino
Temos duas ferramentas que estavam em descrédito. É bom renovar a confiança. A imprensa, que vem sendo atacada, é de extrema importância, é confiável ter gente competente que apura informação. A outra é a ciência. Seja histórica, para reconstruir e construir cenários, ou para prever, como a biologia. (Átila Iamarino)
Em entrevista ao programa Roda Viva, o biólogo Átila Iamarino diz que a pandemia de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, deve mudar, para sempre, ciência, imprensa, política, trabalho e relacionamentos.
Gabriel Valery, RBA — O atual cenário de pandemia de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus restabelece a importância da ciência e da informação responsável como principais ferramentas para reduzir ao máximo os danos sociais e econômicos que ela causará. A conclusão é do biólogo e pós-doutor em microbiologia Átila Iamarino.
“O mundo não vai voltar a ser o que era (…) É uma situação preocupante. Existem pessoas querendo voltar ao que tinham antes. Temos um histórico mais recente de negação da ciência, dos fatos”, disse. Para o cientista, o cenário pede atenção absoluta da sociedade. Recentemente, Átila, que já trabalhava com divulgação científica, ganhou mais popularidade ao projetar 1 milhão de mortes no Brasil, caso nada fosse feito.
Tal número não veio de estudos do próprio especialista. A projeção foi feita pelo Imperial College London, instituição britânica que faz consultoria para desde a Organização Mundial da Saúde (OMS) a governos de todo o mundo. Tal estudo foi motivo, por exemplo, para uma mudança drástica de postura do primeiro-ministro da Inglaterra, Boris Johnson que inicialmente defendia que quarentenas em massa não seriam necessárias. O estudo, que se mostrou real após poucas semanas, fê-lo fechar seu país.
Em meio a um cenário distópico em que as maiores metrópoles do mundo estão com seus cidadãos confinados, Átila defendeu a reflexão sobre os erros do mundo antes da pandemia. E disse ser otimista sobre as mudanças que virão após tamanha crise. “Temos duas ferramentas que estavam em descrédito. É bom renovar a confiança. A imprensa, que vem sendo atacada, é de extrema importância, é confiável gente competente que apura informação. A outra é a ciência. Seja histórica, para reconstruir e construir cenários, ou para prever, como a biologia”, afirmou.
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Lu Dias
Essa epidemia, como muitas que poderiam vir, faz parte do desequilíbrio ambiental. Temos aí um aquecimento do planeta, negado veemente pelos EEUU, claramente pelo comando do capitalismo que visa tão somente o lucro, alimentado pelo materialismo.
Claramente os seres humanos estão se multiplicando de forma intensa. A população mundial foi estimado no final de 2019 em mais de sete bilhões de pessoas. Para a continuidade da vida humana, estamos vendo um desfilar de desastrosas práticas na agricultura, monoculturas e ainda, na pecuária, inclusive com perda de florestas, água potável, uso de agrotóxico e pesticidas, eliminando nossa flora e fauna. É o desastre ambiental mexe intensamente com a vida em todo planeta. Reflitam sobre o morticínio das abelhas, que rapidamente estão desaparecendo. E milhares de vegetais e animais estão em extinção. O ser humano, para sobreviver, está destruindo a natureza.
Esta claro para mim que o ser humano tem que repensar a sua existência. Nós fazemos partes do planeta, onde uma vida depende da outra. E hoje, com o aumento populacional, a febre de lucros e o intenso materialismo, estamos ficando sós. O ser humano não está percebendo que fazemos parte do planeta, onde há um equilíbrio em toda a vida vegetal e animal. No caso, observo que o coronavírus-19 e todas as demais doenças transmitidas por contágio são, quase que totalmente, urbanas. É muito difícil encontrar casos na zona rural.
Assim, uma das maneiras para que o ser humano possa sobreviver, alterando e mudando a tragédia anunciada da vida humana, defendo que a urbanização deve ser dificultada, para melhorar a vida em todos os aspectos (natureza, animais, incluso, é claro, o ser humano). Era importante a mudança de grande parte da população para a zona rural em todo o mundo, inclusive com financiamentos públicos de moradias e atividades, orientação técnica, patrocinada pelo Estado em terras públicas ou adquiridas por desapropriação.
A grande solução para todos, inclusive para aqueles que habitam o urbano, é a agro-floresta em que a produção seja orgânica, sem agrotóxico e ou pesticidas. O povo que planta pode comer à vontade, além de alienar a produção, para aquisição de bens de uso comum. Ademais, o solo irá melhorar, haverá água pura, aumento de minas e córregos, além do aumento florestal, o que trará grandes benefícios para a sociedade.
Penso que agro-floresta poderá ainda contribuir para diminuir o aquecimento solar e os problemas aviltantes que o urbanismo, totalmente incorreto, está legando à população. Lembro – ao que consta – que um suíço, ERNST GÖTSCH, é quem trouxe a ideia aqui em nosso País. Os movimentos sociais a adotaram e inclusive há muitos proprietários de terras, devastadas pelo monocultura que já estão também se socorrendo com esta prática.
Para conhecer esta maravilha, que poucos sabem, aqui um vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=WryzhSA_v78
Edward
Enquanto não houver a consciência geral do que você expõe abaixo, a espécie humana estará correndo sérios perigos:
“Esta claro para mim que o ser humano tem que repensar a sua existência. Nós fazemos partes do planeta, onde uma vida depende da outra. E hoje, com o aumento populacional, a febre de lucros e o intenso materialismo, estamos ficando sós. O ser humano não está percebendo que fazemos parte do planeta, onde há um equilíbrio em toda a vida vegetal e animal. No caso, observo que o coronavírus-19 e todas as demais doenças transmitidas por contágio são, quase que totalmente, urbanas. É muito difícil encontrar casos na zona rural.”
O momento vivido pela humanidade é por demais perigoso. O lucro pelo lucro não pode ser mais levado em conta pelo capitalismo selvagem. Veja o exemplo do Brasil: tiraram praticamente toda a verba da saúde e da educação, desmerecendo a sua importância. Agora são obrigados despejar recursos astronômicos na saúde para impedir que o sistema transforme-se no caos, seguindo a lei universal de causa e efeito. E esta pandemia veio para mostrar que ninguém encontra-se a salvo, apesar das cifras em sua conta bancária. Assim como o autor do texto, penso que o mundo jamais voltará a ser o mesmo…
Grande abraço,
Lu
Para conhecer a história do suíço que nos legou a agropecuária, aqui:
E mais: https://www.youtube.com/watch?v=SKl3_Xigjyc