A MORTE DA VIRGEM (Aula nº 65 B)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                     (Clique na imagem para ampliá-la.)

Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610) nasceu no calmo povoado de Caravaggio, próximo à cidade de Milão e cujo nome acabou por incorporar-se ao seu nome. Também existe a hipótese de que o pintor tenha nascido em Milão. Aos cinco anos de idade vivia em Milão — cidade ocupada pela Espanha — com seus pais. Além das tensões geradas pela ocupação estrangeira, a fome e a peste também se faziam presentes. Em razão da peste a família do futuro pintor retornou ao povoado de Caravaggio que também acabou sendo alcançado pela doença que ceifou a vida do pai, do avô e do tio do garoto. Sua mãe optou por permanecer ali com os filhos, distanciando-se do fanatismo religioso e da violência política que se espalhavam por Milão. O artista foi um dos grandes responsáveis pelo início do período barroco, tendo deixado uma grande contribuição para a arte da pintura. Hoje vamos estudar um dos quadros que lhe causou grandes problemas. Primeiramente é necessário acessar o link Caravaggio – A MORTE DA VIRGEM e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

  1.  A obra em estudo tinha por finalidade adornar uma capela em:

    1. Milão
    2. Roma
    3. Nápoles
    4. Florença

  2. O quadro foi recusado por parte do clero que alegou se tratar de uma obra ofensiva à Igreja, sendo totalmente desprovida de:

    1. santidade
    2. decência
    3. humildade
    4. emoção

  3. A obra repelida foi comprada pelo duque de Mântua, obrigado a atender o pedido de vários pintores de Roma que queriam conhecer e estudar a tela, antes que fosse embora. Essa busca dos artistas romanos pela obra deveu-se:

    1. ao temperamento difícil do pintor
    2. à recusa da Igreja em aceitá-la
    3. ao uso de personagens irreais
    4. à fama que a pintura adquirira

  4. São causas alegadas como motivo para a rejeição da obra, exceto:

    1. O artista teria retratado uma cortesã como modelo para a Virgem.
    2. O pintor teria pintado a Madona inchada e com as pernas descobertas.
    3. O artista teria trocado o esboço da pintura que lhe fora entregue.
    4. O pintor teria usado como modelo o cadáver inchado de uma mulher.

  5. No que diz respeito aos apóstolos, todas as afirmativas estão corretas, exceto:

    1. São retratados de pé, como pessoas comuns que se encontram numa sala.
    2. Exprimem a atormentação que sentem pela morte de Jesus Cristo.
    3. Trazem o rosto envolto em sombra ou escondido pelas mãos.
    4. Todos estão sob um imenso dossel vermelho e mostram-se abalados.

  6. A única mulher presente na cena posiciona-se à esquerda do corpo da Virgem, veste-se humildemente e traz os cabelos desgrenhados e o rosto oculto, enquanto chora. Ela é:

    1. Maria Madalena
    2. Santa Isabel
    3. Santa Ana
    4. Maria de Cléofas

  7. Todas as afirmativas sobre a pintura são verdadeiras, exceto:

    1. O grupo emudecido mostra-se unido pela dor num sofrimento silencioso.
    2. As figuras são apresentadas quase em tamanho natural.
    3. O artista não se atém a retratar apenas o essencialmente necessário.
    4. O local é simples, a presença do dossel vermelho o único objeto de destaque.

  8. Uma das afirmativas abaixo sobre a Virgem não condiz com a explicação do texto:

    1. A única marca da presença divina é o halo sobre a cabeça da Virgem.
    2. Ela é mostrada como uma mulher do povo que acaba de morrer.
    3. A Virgem ainda não está preparada para ser colocada no túmulo.
    4. A Madona está deitada sobre uma lápide, rodeada pelos apóstolos.

  9. Todas as afirmativas sobre o corpo de Maria estão corretas, menos:

    1. Está coberto por um vestido vermelho.
    2. Traz os pés descobertos e a cabeça coberta.
    3. O braço esquerdo está inclinado para baixo.
    4. Será lavado com um preparado de vinagre.

  10. O foco principal da pintura é:

    1. O corpo de Maria e as figuras dos apóstolos ao centro.
    2. A cortina vermelha que dá teatralidade à obra.
    3. Maria Madalena posicionada na parte inferior, à esquerda.
    4. A vasilha no chão com a mistura de vinagre.

  11. Acerca da composição não se pode afirmar que:

    1. É comovente e o uso da luz acentua a sua dramaticidade.
    2. A cena é humanizada ao mostrar a dor de quem perde um ente querido.
    3. As cores são muito escuras, com inúmeros toques luminosos.
    4. A dinâmica da tela se dá em torno da Virgem — tema central da pintura.

  12. A massa compacta do grupo e a postura das figuras guiam o olhar do observador para:

    1. a cortina vermelha
    2. o apóstolo à cabeceira do corpo
    3. o discípulo aos pés do corpo
    4. o corpo da Virgem

  13. O pintor faz uso das nuances de luz e sombra para modelar os volumes dos objetos, figuras e vestuário, mas, acima de tudo, ele reforça, através deste processo, a presença física da Virgem, atingida por:

    1. uma tênue luz
    2. uma luz forte
    3. um pequeno raio
    4. um filete de luz

  14. 14.O artista cria a ilusão de profundidade através de uma série de áreas mais claras que podem ser vistas na parte de trás ……………….. de Maria Madalena, passando do rosto da Virgem Maria para as mãos e cabeças dos apóstolos.

    1. das costas
    2. dos pés
    3. da cabeça
    4. da mão direita

  15. Caravaggio optou por traduzir a realidade das pessoas e suas emoções, sem se preocupar com as convenções que normatizavam na época a representação:

    1. do profano
    2. da moralidade
    3. do sagrado
    4. do mundano

Gabarito
1.b / 2.a / 3.d / 4.c / 5.b / 6.a / 7.c / 8.d / 9.b / 10.a / 11.c / 12.d / 13.b / 14.a / 15.c

Views: 9

PIETÀ DE CARRACCI – (Aula nº 65 A)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

 Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                       (Clique na imagem para ampliá-la.)

O pintor italiano Annibale Carracci (1560-1609), oriundo de Bolonha, foi um dos grandes responsáveis pelo início do período barroco, tendo deixado uma importante contribuição para a pintura. Sua obra intitulada Pietá é sem dúvida uma das pinturas mais famosas de seu tempo, como mostram as inúmeras cópias, derivações e transposições de gravuras relativas a ela através dos tempos. Hoje é um verdadeiro cânone da representação da Pietà (Madona) no período barroco. Antes de executá-la, o artista fez alguns estudos, tendo três deles chegado aos nossos dias, o que permite acompanhar o seu raciocínio na criação de tão belo trabalho. Estudamos hoje sua mais famosa obra. Primeiramente é necessário acessar o link CARRACCI – PIETÀ e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

  1.  A temática da pintura de Carracci é:

    1. Histórica
    2. Religiosa
    3. Mitológica
    4. Científica

  2. “Pietá” é uma palavra italiana que significa:

    1. Piedade
    2. Perseverança
    3. Prudência
    4. Purificação

  3. Três estudo feitos pelo pintor sobre a obra chegaram aos nossos dias, sendo possível saber que ele fez modificações na última versão preparatória em relação à primeira, ficando essa bem próxima do resultado final. Na primeira versão a Virgem Maria encontrava-se…………….. ao lado do corpo morto de Cristo.

    1. recostada
    2. de pé
    3. ajoelhada
    4. sentada

  4. Na primeira versão dos estudos encontrados, o corpo de Jesus:

    1. Encontrava-se estendido no chão.
    2. Permanecia no colo de sua mãe.
    3. Era amparado por dois apóstolos.
    4. Repousava sobre o túmulo.

  5. No que diz respeito à posição do corpo morto de Cristo, todas as respostas estão corretas, exceto:

    1. Parte de seu corpo repousa sobre as pernas e ventre de Maria.
    2. Sua cabeça descansa sobre a mão esquerda de sua mãe Maria.
    3. Suas pernas estão estendidas sobre uma mortalha branca no chão.
    4. Seu pé esquerdo postado à frente do direito mostra a marca do prego.

  6. Sobre os dois anjinhos alados presentes na pintura não podemos afirmar que:

    1. Apresentam-se nus e extremamente tristonhos.
    2. Um deles se debruça sobre o corpo da Virgem, sustendo a mão de Cristo.
    3. O outro, sentado, espeta o dedinho anular na coroa de espinhos.
    4. O anjinho sentado olha diretamente para o observador.

  7. A escala monumental das figuras e a composição piramidal chamam a atenção para:

    1. A tristeza da mãe de Cristo junto ao corpo do filho morto.
    2. O desalento dos dois anjos que compõem a piedosa obra.
    3. O rosto choroso de Maria e o gesto comovente de sua mão.
    4. A gravidade da morte de Cristo e o sofrimento de sua mãe.

  8. O grupo formado pela Virgem, pelo corpo de Jesus e pelos dois anjos encontra-se próximo:

    1. ao sepulcro aberto
    2. aos degraus de uma escada
    3. aos restos de uma edificação
    4. a um monte de pedras

  9. Todos os personagens encontram-se envoltos pela escuridão noturna, só visíveis em razão:

    1. dos efeitos de luz e do buraco no céu à esquerda
    2. dos efeitos de luz e das cores das vestes
    3. das cores das vestes e da luz da lua
    4. das cores das vestes e do relâmpago à esquerda

  10. Carracci mostra nesta obra a sua habilidade em combinar de forma original o estilo de dois mestres do passado:

    1. Leonardo da Vinci e Rafael
    2. Fra Angelico e Masaccio
    3. Correggio e Michelangelo
    4. Giotto e Ticiano

Gabarito
1.b / 2.a / 3.c / 4.d / 5.b / 6.c / 7.d / 8.a / 9.b / 10.c

Views: 6

Carracci – PIETÀ

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Annibale Carracci (1560-1609), oriundo de Bolonha, foi um dos grandes responsáveis pelo início do período barroco, tendo deixado uma importante contribuição para a pintura. Pertencia a uma família de artistas e estudara a arte de Veneza e a de Correggio. Quando em Roma, o artista viu-se fascinado pelas obras de Rafael Sanzio, sobretudo pela simplicidade e beleza de suas criações, numa época em que os maneiristas tomavam novos rumos.

Uma das obras-primas do artista é o retábulo Pietà que apresenta a Virgem Maria com o filho morto no colo. “Pietà” é uma palavra italiana que significa “piedade”, sendo muito presente na história da arte. Diz respeito à Virgem Maria amparando o corpo sem vida de seu filho no colo. O assunto não tem fontes registradas, mas o que se sabe é que apareceu pela primeira vez em Florença, por volta de 1500, a partir de representações da descida de Cristo da cruz, enfatizando o corpo morto e suas feridas. Tem por objetivo inspirar piedade e tristeza no observador ao ver a dor angustiante de uma mãe (simbolicamente a mãe da humanidade) por seu filho que, segundo a crença cristã, morreu pelos pecados da humanidade, apelando diretamente pela emoção.

Esta obra encontra-se entre as mais belas pinturas do século XVII. O que se sabe com certeza é que foi encomendada pelo cardeal Odoardo Farnese. Não se sabe qual era o seu destino original e tampouco a data precisa em que foi criada. Supõe-se, pelo formato da pintura, que se destinava à devoção particular do responsável pela encomenda, ornando uma capela ou a residência de Farnese. Quanto à data de sua execução, presume-se que tenha sido entre 1598 e 1600. A obra deixou Roma por um tempo, indo para Parma e depois para Nápoles, onde se encontra até os dias de hoje.

A Pietá de Carracci é sem dúvida uma das pinturas mais famosas de seu tempo, como mostram as inúmeras cópias, derivações e transposições de gravuras através dos tempos. Hoje é um verdadeiro cânone da representação da Pietà no período barroco. Antes de executá-la, o artista fez alguns estudos, tendo três deles chegado aos nossos dias, o que permite acompanhar o seu raciocínio na criação de tão belo trabalho. É possível saber que ele modificou a posição do corpo de Cristo na última versão preparatória em relação à primeira, ficando essa bem próxima do resultado final. Na primeira versão a Virgem Maria encontrava-se ajoelhada ao lado do corpo de Jesus que repousava sobre o túmulo.

O quadro é simples, harmonioso e tocante. A Virgem está sentada no chão, tendo parte do corpo de Jesus repousando sobre suas pernas e ventre. A cabeça de Cristo descansa sobre sua mão direita que a ampara ternamente. Seu rosto choroso está voltado para o filho morto, cujas pernas estão estendidas sobre a mortalha branca no chão. Carracci conseguiu repassar, através das feições da Virgem e de sua mão esquerda — retratada num exímio encurtamento — como se perguntasse sobre  o porquê de tamanha judiação, repassando muita dor.

A escala monumental das figuras e a composição piramidal repassam a gravidade da morte de Cristo e o grande sofrimento de sua mãe. Um anjo tristonho se debruça sobre o corpo da Virgem e sustenta a mão direita de Jesus Cristo, como se mostrasse a ferida ocasionada pelo prego. À direita da tela está um segundo anjinho, com seu rostinho contristado, que espeta o dedinho na coroa de espinhos de Jesus. Ele olha diretamente para o observador, como se o convidasse a refletir sobre o sofrimento pelo qual passou o Salvador e sobre a dor de sua mãe Maria.  

O corpo de Cristo mostra uma beleza apolínea. Seu pé esquerdo, postado à frente do direito, mostra a marca do prego. Em razão de sua postura suas costelas estão visíveis, assim como seus músculos. A pintura carrega um acentuado vigor escu—ltórico. O grupo formado pela Virgem, pelo corpo de Jesus e pelos dois anjos desalentados está próximo ao sepulcro que se encontra aberto. Todos eles, envoltos pela escuridão noturna, repousam sobre a terra pedregosa, só visíveis em razão dos efeitos de luz e das cores de suas vestimentas. Luz e cor agregam à pintura uma atmosfera de grande emoção íntima, lembrando Correggio.

Após presentear Nápoles com esta obra, o cardeal Farnese encomendou outra pintura com o mesmo tema a Carracci e que hoje se encontra no Louvre. Carracci mostra nesta obra a sua habilidade em combinar de forma original o estilo de artistas do passado — Correggio e Michelangelo. A obra acima compartilha várias semelhanças composicionais com a escultura de Michelangelo. Carracci tomou emprestada a composição piramidal, o gesto da Virgem e a fluidez flácida do corpo inanimado de Cristo.

Ficha técnica
Ano: 1599-1600
Dimensões: 156 cm x 149 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Museu de Capodimonte, Nápoles, Itália

Fontes de pesquisa
História da Arte/ E. H. Gombrich
https://it.m.wikipedia.org/wiki/Pietà_(Annibale_Carracci)
https://www.artble.com/artists/annibale_carracci/paintings/pieta

Views: 23

BARROCO – CARRACCI E CARAVAGGIO (Aula nº 65)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

     

                                               (Clique nas imagens para ampliá-las.)

O Barroco foi um estilo muito mais rico em possibilidades, sendo o desenvolvimento da pintura parecido com o da arquitetura em muitos aspectos. Ideias vistas no estilo anterior (Maneirismo) ganharam mais força: a ênfase sobre a luz e a cor, o desapreço pelo equilíbrio simples e a opção por composições mais complexas. Annibale Carracci (1560-1609) e Michelangelo Meresi da Caravaggio (1573-1610) — dois mestres italianos — foram os grandes responsáveis pelo início do período Barroco, tendo deixado uma grande contribuição para a arte da pintura.

Carracci e Caravaggio chegaram a Roma — ambos vindo do norte da Itália — e logo se tornaram o centro das discussões entre os eruditos sobre a sua maneira de exercer sua arte. Ao que parecia, os dois artistas buscavam sobrepujar o refinamento maneirista.

Carraci fazia parte de uma família de pintores e havia estudado a arte de Veneza e a de Corregio e em Roma e encantara-se com as obras de Rafael. A sua pintura à esquerda – Pietà –, apresentando a Virgem chorando com o filho morto no colo, mostra como o artista faz a luz incidir sobre o corpo de Cristo, apelando para as emoções do observador. Sua obra é simples e harmoniosa no arranjo, lembrando a de um pintor renascentista, porém imbuída de apelo emocional. Sua escola foi responsável por ressuscitar a pintura de histórias e mitos clássicos e também por criar belos retábulos.

Caravaggio por sua vez, buscava retratar apenas a verdade, fosse ela considerada bonita ou feia, considerando uma franqueza indigna o fato de ignorarem-na. A ele não interessavam os modelos clássicos e tampouco tinha apreço pela “beleza ideal”. Alguns chegavam a suspeitar de que seu intuito fosse o de escandalizar o público, uma vez que não nutria nenhuma deferência por qualquer tipo de beleza ou tradição, sendo acusado de ser “naturalista”. A sua obra e a de Carracci tomavam rumos cada vez mais distintos. Enquanto ele se atinha a retratar a verdade, o outro mostrava-se mais delicado sentimental.

A pintura à direita – A Dúvida de Tomé –, obra de Caravaggio, mostra os três apóstolos olhando a ferida de Jesus e um deles nela enfiando um dedo. Para alguns, tal obra pode ter parecido desrespeitosa, uma vez que os apóstolos nunca foram vistos assim em relação ao Mestre. Mas imbuído de uma honestidade tocante, Caravaggio apresenta-os como pessoas comuns (o que realmente eram), trabalhadores com seus rostos envelhecidos pelo tempo, como mostram as rugas na testa. O gesto de tocar a ferida de Cristo é feito por Tomé, o Incrédulo, conforme reza a Bíblia em S. João XX, 27. Em suas obras as figuras dos textos antigos parecem reais e palpáveis, o que é reforçado pela maneira como o artista trata a luz e a sombra, não para embelezá-los, mas, para mostrá-los como de fato são. Em sua época foram poucos os que apreciaram a sua arte.

Na época em que Carracci e Caravaggio trabalharam em Roma, essa era tida como o centro cultural do mundo civilizado. Ali chegavam artistas de todas as partes da Europa, participando das discussões, estudando os mestres do passado e buscando apreender todas as inovações artísticas. Retornavam a seus países levando uma grande bagagem. A cidade de Roma também oferecia o melhor lugar para observar a pintura nos países que se vincularam ao catolicismo romano.

Exercício
1. A quais ideias do Maneirismo o Barroco deu maior ênfase?
2. Quais os dois grandes mestres italianos responsáveis pelo início do Barroco?
3. O que sabe sobre Caravaggio?

Fonte de pesquisa
História da Arte/ E. H. Gombrich

Views: 15

UM NOVO ESTILO – BARROCO (Aula nº 64)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho                                                 (Clique na imagem para ampliá-la.)

O estudo da história da arte passa por uma sucessão de estilos. Na Idade Antiga travamos contato com a arte egípcia, grega, romana e bizantina. Na Idade Média passamos pelos estilos Românico e Gótico. Na Idade Moderna já vimos o Renascimento, o Maneirismo e agora entramos no estilo Barroco que apareceu entre o começo do século XVII e o meio do século XVIII e, assim como o Renascimento, mostrava grande interesse pela Antiguidade clássica. Nascido em Roma, na Itália, o Barroco espalhou-se por toda a Europa, principalmente pelos países católicos, tendo fortes laços com a Contrarreforma (oposição à Reforma) religiosa. Roma foi a cidade italiana mais ligada ao Barroco, tendo se transformado num centro de produção e debate artísticos. Para lá convergiam artistas de toda a Europa, com a finalidade de estudar as antiguidades clássicas e a arte da Alta Renascença, assim como fugir dos ditames da Reforma.

O termo “barroco” — palavra portuguesa que significa pérola imperfeita — era usado, desde a Idade Média, com uma intenção ofensiva, ao referir-se a um raciocínio ilógico que confundia o falso com o verdadeiro, mas ao transferir-se para as artes, passou a ser usado para criticar os excessos de um estilo visto como uma degeneração dos princípios clássicos em razão dos excessos nele contidos. Assim fizeram os classicistas do século XVIII, ao mostrar seu desprezo ao desafio das regras clássicas pelos pintores do século XVII, principalmente os escultores e arquitetos com suas obras excêntricas e extravagantes. Contudo, no século XIX, os estudiosos de arte alemães passaram a fazer um uso imparcial do termo “barroco” para descrever a arte do século XVII.

Os dirigentes da Igreja Católica do século XVII foram os grandes mecenas de uma arte que objetivava expressar fervor religioso. Assim, a glória do martírio, as visões e êxtases dos santos tornaram-se temas dominantes, principalmente na pintura e na escultura. Essa intensa gama de emoções era mostrada com todos os recursos de uma linguagem retórica de gestos e expressões. A Igreja Católica criou diretrizes para os artistas, impulsionando-os a criar obras realistas, capazes de tocar o sentimento das pessoas. No que diz respeito ao mundo secular, os monarcas — imbuídos da doutrina do direito divino dos reis — também abraçaram o novo estilo.

Ao deixar para trás a arte renascentista, os artistas barrocos passaram a mostrar o brilho mais radiante das cores, a usar uma pincelada mais livre e expressiva, criando mais riqueza de contrastes, texturas e a fazer um intenso uso de luzes e sombras. Além da temática religiosa, os retratos ganharam espaço nessa época, assim como a paisagem. Os temas alegóricos e mitológicos foram os mais buscados pelos mecenas mais sofisticados e a pintura de gênero ganhou vida, principalmente na Holanda.

O objetivo da escultura barroca era elevar os pensamentos dos fiéis à glória do céu, como mostra o interior das igrejas barrocas com suas inúmeras esculturas, pinturas decorativas, o uso do dourado, do estuque e dos mármores de cores vistosas. O trabalho dos artistas barrocos era o de apelar pelas emoções do observador e convencê-lo em relação à fé. Por isso, as cenas eram representadas de maneira a capturar o momento mais importante da ação dramática que se destacava em razão de contrastes chamativos de luzes e sombras, o que tornava o efeito de uma obra barroca imediato e extasiante.

Os artífices barrocos criaram ousados efeitos assimétricos e movimentos diagonais. Na arquitetura barroca formas e espaços são organizados com maior força, tendendo a fluir e a fundir-se. Além disso, há a combinação de três artes — pintura, escultura e arquitetura — produzindo um efeito único, o que pode ser visto nas igrejas erguidas com tal estilo. Embora o Barroco tenha se oposto ao Maneirismo do final do século XVI — quando os artistas preocupavam-se mais com o virtuosismo de que com os sentimentos — dele conservou certos elementos, como a intensa emoção e o senso de movimento, mesclando-os com mais dinamismo.

A arte barroca em sua forma mais pura apresentou-se apenas nos países católicos, principalmente na decoração das igrejas. Os principais países católicos em que este estilo floresceu foram: Itália, Espanha e as Flandres (que hoje são mais ou menos a atual Bélgica). Entre os países protestantes, a Holanda e a Inglaterra tiveram um papel de destaque neste estilo, principalmente na pintura. O escultor, arquiteto, decorador, pintor e desenhista Gian Lorenzo Bernini foi um dos nomes de destaque da escultura barroca.

Exercício
1.  O que sabe sobre o termo “barroco”?
2. Onde o Barroco surgiu e mais se desenvolveu? Por quê?
3. Quais eram as características do Barroco?

Ilustração: O Êxtase de Santa Tereza, 1652, escultura de Bernini

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

Views: 5

O CASAMENTO CAMPONÊS (Aula nº 63 B)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

(Clique duas vezes na gravura para ampliá-la.)

O pintor Pieter Bruegel, o Velho, foi o mais importante dos mestres flamengos no que diz respeito à pintura de gênero. Ele se dedicou sobretudo a pintar cenas da vida dos camponeses. Nutria grande simpatia pelas pessoas do campo, inclusive vestindo-se como elas, com o objetivo de entre elas se inserir e estudar-lhes o comportamento sem que chamasse a atenção. É sobre a gente camponesa que pintou muitas obras famosas. É tido como o pintor mais influente de sua época. Suas paisagens exerceram grande influência na arte flamenga (relativa a Flandres: França e Bélgica) e no norte dos países baixos. Bruegel seria seguido por gerações de pintores holandeses. Hoje estudamos uma de suas mais importantes obras. Primeiramente é necessário acessar o link Pieter Bruegel, o Velho – O CASAMENTO CAMPONÊS e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

  1. O casamento visto na obra acontece na:

    1. Idade Antiga
    2. Idade Média
    3. Idade Moderna
    4. Idade Contemporânea

  2. A obra mostra uma cena que se passa:

    1. numa cidade pequena
    2. numa escola do arraial
    3. num celeiro de fazenda
    4. num restaurante de estrada

  3. Estão corretas as afirmativas acerca da obra, exceto:

    1. É uma verdadeira comédia humana, mostrando a perspicácia do artista.
    2. Inúmeras ações acontecem ao mesmo tempo, cheias de riqueza anedótica.
    3. A maioria das pessoas sentadas à mesa concentra-se em beber e comer.
    4. O excesso de personagens repassa a sensação de congestionamento.

  4. Marque a alternativa incorreta em relação à mesa:

    1. Trata-se de uma longa mesa de madeira feita com pranchas sobre cavaletes.
    2. É mostrada de forma oblíqua, ocupando grande parte do local da festança.
    3. Está circundada por toscos bancos de madeira e forrada com um pano branco.
    4. O único banco com recosto está ornado com gravuras de festas juninas.

  5. Todas as alternativas estão corretas no que diz respeito à noiva, menos:

    1. Dois feixes de trigo e um ancinho estão pendurados na parede, à sua esquerda.
    2. Encontra-se em destaque, usando uma grinalda enfeitada com penas de pavão.
    3. Traz uma expressão tola no rosto e as mãos unidas numa postura de recato.
    4. À sua direita duas mulheres, com suas toucas brancas, conversam entre si.

  6. Em relação aos participantes da festa só não podemos afirmar que:

    1. Há uma criança sentada à mesa e outra no chão lambendo o prato.
    2. Todos estão bem agasalhados, levando a crer que a festa acontece no inverno.
    3. Inúmeras pessoas aglomeram-se na porta ao fundo para entrar no ambiente.
    4. Uma mulher oferece uma caneca de cerveja a um homem com colete branco.

  7. O único animal presente no local é um cão que se encontra:

    1. próximo à porta de entrada
    2. perto dum homem de gibão preto
    3. na frente dos dois músicos
    4. ao lado dos jarros vazios

  8. Os convidados vestem roupas coloridas, com destaque para o …………. e o ……….. que avivam a composição.

    1. branco e azul
    2. marrom e verde
    3. vermelho e branco
    4. preto e vermelho

  9. Acerca da comilança podemos afirmar que são servidos:

    1. macarrão, pão, mingau e sopa
    2. panqueca, pão, mingau e sopa
    3. panqueca, bolo, mingau e sopa
    4. panqueca, pão, mingau e arroz

  10. Em relação à festividade não podemos afirmar que:

    1. A comilança é farta, com muita bebida e comida.
    2. As pessoas à mesa em sua maioria estão apenas preocupadas com a barriga.
    3. A noiva, com um sorriso bobo no rosto, apenas acompanha os acontecimentos.
    4. Dois tocadores de berimbau alegram o ambiente com seus instrumentos.

  11. Sobre os dois homens robustos que servem a refeição não podemos afirmar que:

    1. Carregam uma enorme porta deitada, amarrada a dois pedaços de madeira.
    2. O homem de azul é o mais alto da festa, ocupando o centro do quadro.
    3. A colher de madeira no sapato de um deles assinala que é uma pessoa pobre.
    4. Usam vestimentas iguais e trazem o pé direito à frente, enquanto andam.

  12. Os cabelos da noiva encontram-se à vista pela última vez. Por quê?

    1. Depois de casada passará a usar uma touca branca.
    2. Terá sua cabeça raspada para a noite de núpcias.
    3. Os cabelos serão eliminados para evitar piolhos.
    4. Só as mulheres idosas e virgens mostram os cabelos.

  13. O noivo não aparece ao lado da noiva, costume da época, quando também era vedada qualquer forma de carinho. Quem será o noivo?

    1. O homem que se encontra com uma colher na boca.
    2. O homem de preto com uma caneca na mão, pedindo mais cerveja.
    3. Aquele que se encontra enchendo um caneco de cerveja, à esquerda.
    4. O pintor não deu pistas de quem seja ou se está presente na festa.

  14. A obra em estudo encerra um grande mistério. Qual seria?

    1. A presença de um gato nas costas do homem com uma espada.
    2. O homem com um gorro vermelho na cabeça e outro branco na mão.
    3. O pé adicional que aparece debaixo da porta usada para servir os pratos.
    4. O homem com chifres presente num dos cantos da composição.

Obs.: Conheçam a pintura mais acessada do blogue e que pertence ao mesmo pintor:
Pieter Bruegel, o Velho – JOGOS INFANTIS

Gabarito
 1.b / 2.c / 3.d / 4.a / 5.d / 6.a / 7.b / 8.c / 9.b / 10.d / 11.c / 12.a / 13.d / 14.c

Views: 5