Perugino – BATISMO DE CRISTO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Pietro Perugino (c. 1448 – 1523), tido como um dos mais renomados mestres da Escola da Úmbria e um precursor do Alto Renascimento, dono de um colorido suave e de composições equilibradas, fez parte da guilda de pintores de Florença. Pode ter sido aluno de Andrea Verrochio e Piero della Francesca.  Foi professor de Rafael Sanzio.

O afresco intitulado Batismo de Cristo é uma obra dos pintores italianos Pietro Perugino e Pinturicchio. O pintor e arquiteto italiano Giorgio Vasari identificou-o apenas como obra de Perugino, mas, segundo a crítica moderna, esse é responsável por pintar as duas figuras principais (Jesus Cristo e João Batista) e a que se encontra sentada, cabendo o restante ao segundo, mas sem excluir a possibilidade de assistentes na confecção do grande afresco. Faz parte da ornamentação da Capela Sistina, em Roma/Itália, cujo objetivo era fazer um paralelo entre a vida do profeta Moisés (Antigo Testamento) e a de Jesus Cristo (Segundo Testamento).

A composição denominada Batismo de Cristo é uma obra religiosa da maturidade do artista. A composição mostra Jesus Cristo sendo batizado por João Batista. Dividindo a obra ao meio está o rio Jordão, passando pelos pés de Jesus e de João Batista em posturas semelhantes. No centro da parte superior da tela em meio a uma esfera de luz encontra-se uma pomba branca, simbolizando o Espírito.

Três anjos encontram-se reunidos, à esquerda, acompanhando serenamente a cerimônia do batismo de Jesus, tendo atrás um fundo escuro de folhagens. À direita, Cristo é visto usando uma túnica azul e um manto amarelado, já tendo sido batizado, pronto para sua missão. Traz na cabeça uma auréola, o que simboliza a sua divindade. Alguns estudiosos de arte veem como desnecessária esta figura, além de ter sacrificado o espaço da suave paisagem ao fundo.

Cristo é mostrado bem jovem, seminu, com a cabeça abaixada e as mãos em postura de oração. João Batista, mais alto, despeja água na cabeça de Jesus. As duas figuras, construídas de forma estática, apresentam um ritmo simétrico. Existem outras composições do artista com esta mesma temática em que as figuras de Cristo e João Batista são quase semelhantes às mostradas aqui.

Ficha técnica
Ano: 1498/1500
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 30 x 23,5 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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A LENDA DA FORMIGA-SAÚVA

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Recontada por Lu Dias Carvalho

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Certa formiga ganhava a vida cosendo para fora. Sobre a sua mesa havia sempre montes e montes de tecidos para serem costurados. Quando saía para comprar um carretel de linha, agulha ou botões, pedia à filha que desse continuidade ao seu trabalho, pois tempo era dinheiro, mas ao retornar de suas compras, a formiga só encontrava folhas cortadas por todos os cantos da casa. A filha não havia nem bulido no trabalho que se encontrava tal e qual a mãe deixara. Era castigada, mas sempre fazia a mesma coisa, pois era uma formiguinha incorrigível.

Vendo que sua filha não se emendava, a mamãe formiga, certo dia ao sair, amarrou-a pela cintura, atando a corda ao pé da cama. A mocinha formiga mexeu, remexeu, bambaleou, rebolou e saracoteou tanto seu corpinho, tentando se livrar do castigo que o nó da corda foi ficando cada vez mais apertado. Ela já estava quase se dividindo em duas quando a mãe chegou, mas, assim que se viu solta, a danadinha caiu no mato à procura de folhas para cortar.

A formiga mãe entregou os pontos, pois viu que a filha não tinha mesmo jeito. Nenhum remédio era capaz de curar sua teimosia, tampouco poderia ficar com ela que não queria fazer outra coisa senão cortar folhas. Assim, depois de esbravejar muito, botou-a para fora de casa:

– Não vou mais cansar a minha paciência contigo, criatura sem tino. Se queres cortar folhas que esta seja a tua sina para sempre.

Segundo conta a lenda, é por isso que a formiga-saúva, também conhecida como formiga-cortadeira, tem a cintura fininha, traz uma tesoura na cabeça e passa a vida a cortar folhas.

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Giovanni Bellini – MULHER JOVEM ARRUMANDO…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Giovanni Bellini (c.1430 – 1516) nasceu numa família de artistas. Era também conhecido pelo apelido de Giambellino. Seu irmão mais velho, Gentile Bellini, era também pintor.  Teve o pai – o respeitado pintor Jacopo Bellini,  responsável por levar o Renascimento a Veneza – como seu primeiro mestre que se dedicou intensamente a transformar seus dois filhos em importantes pintores. Giovanni tornou-se depois aluno de Andrea Mantegna, seu cunhado que influenciaria grandemente sua arte. O foco de seu trabalho foi Veneza, onde teve sua própria oficina, sendo nomeado pintor oficial da cidade. Teve como aluno Ticiano, Giorgione, Lorenzo Lotto, entre outros grandes nomes da pintura.

A composição intitulada Mulher Jovem Arrumando o Cabelo ou ainda Jovem Mulher em sua Toalete é obra do artista que a criou quando já se tornara octogenário. A temática religiosa era a preferida de Giovanni Bellini que também pintou alguns quadros mitológicos, portanto, esta obra, executada um ano antes de sua morte, foge ao seu padrão habitual.

Uma jovem mulher, em primeiro plano, sentada sobre um banco (ou cama?) forrado com um tapete estampado, encontra-se seminua, segurando um pequeno espelho oval, enquanto arruma seu cabelo. Ao fundo,  existe outro espelho oval, só que bem maior, que reflete a imagem de sua cabeça, mostrando um arranjo redondo com pérolas, enfeitando o lenço estampado. Ela usa os dois espelhos para ver como ficou a ornamentação de suas madeixas na parte de trás.

O artista lança mão do espelho na parede mais para destacar as refinadas formas geométricas e esculturais do que propriamente para duplicar a imagem. O fundo verde-escuro da parede destaca ainda mais o corpo da mulher. O pedaço de papel sobre a cama traz a inscrição, em latim, do nome do autor da obra e a data em que foi executada. O espelho é, ao mesmo tempo, símbolo da vaidade (vanitas) e da “Vênus Pudica”.

Uma imensa janela, contendo um vaso no seu batente, leva a uma suave paisagem veneziana, uma maneira que o artista usou para dar profundidade à pintura. As mesmas cores do motivo principal estão contidas na paisagem, como uma maneira de unificar as duas partes.

Ficha técnica
Ano: 1515
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 63 x 78 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://artsandculture.google.com/asset/young-woman-at-hertoilette/

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Dosso Dossi – JÚPITER, MERCÚRIO E A VIRTUDE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor italiano Dosso Dossi (c. 1489 – 1542), artista da época da Renascença, foi batizado com o nome de Giovanni di Niccolò de Lutero. Seu pai trabalhava para os duques de Ferrara. Era irmão do também pintor Battista Dossi que foi aluno de Rafael Sanzio. Pode ter estudado com Lorenzo Costa. Foi um dos grandes nomes da Escola de Ferrara no século XVI. É possível que tenha se ligado ao círculo de Rafael em Roma. Além dos afrescos, também pintou painéis com temas mitológicos, cristãos e alegóricos. Mesclou o estilo de Ferrara com o de Ticiano – pintor que conheceu em Veneza – e o de Giorgione. Suas obras mais famosas são as alegorias mitológicas, tema que era muito valorizado na corte humanista de Ferrara. Sua personalidade era rica e complexa. Legou à posteridade maravilhosos trabalhos.

A composição intitulada Júpiter, Mercúrio e a Virtude é uma obra do artista. Existem muitas indagações sobre o real significado desta pintura que para muitos simboliza  a indiferença dos deuses em relação aos problemas humanos.

A Virtude (primeira à direita) foi até o Monte Olimpo em busca de Júpiter, para se queixar ao deus dos deuses dos males que a deusa Fortuna estava a provocar. Contudo, Mercúrio (sentado ao meio) – o deus mensageiro de Júpiter e dos outros deuses e também protetor dos viajantes negociantes e ladrões – não lhe permitiu falar com a divindade. A Virtude, personificada numa figura trajando um vestido amarelo e ornada de flores, mostra-se ansiosa, levando a mão ao peito.

Os três personagens encontram-se em primeiro plano, formando uma linha horizontal. Júpiter (Zeus), com seu manto vermelho, tendo à sua direita um relâmpago estilizado jogado ao chão, mostra-se entretido com sua pintura. Tem diante de si um quadro no qual pinta asas de borboletas que, a seguir, parecem ganhar vida, saindo da superfície da tela em direção à natureza. Na mão esquerda, o deus traz sua paleta de cores. Sua arte sobrenatural simboliza a criação, tanto no mundo natural quanto no das artes.

O jovem deus Mercúrio (Hermes), sentado sobre um pano vermelho, apresenta-se nu, pois o manto escuro às suas costas não interfere na sua nudez. Na cabeça traz um chapéu com asas e também calça sandálias aladas – atributos de sua rapidez. Na mão direita segura seu caduceu (também adornado com asas na parte superior). Ele se volta para a Virtude, com o dedo indicador rente aos lábios, pedindo-lhe para não importunar o deus Júpiter, sentado junto ao seu cavalete de pintor.

Ao fundo vê-se uma delicada paisagem com algumas edificações à direita.

Ficha técnica
Ano: c. 1525
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 111 x 150 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Dürer – RETRATO DE UMA JOVEM SENHORA…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor Albrecht Dürer (1471 – 1528) foi o primeiro artista alemão a se preocupar com o real, ou seja, com o homem e a natureza, usando o método científico que tinha por base a observação e a pesquisa. Foi gravador, ilustrador, cientista, desenhista e pintor e responsável por trazer o Renascimento para a Alemanha. Embora fosse um homem muito religioso que pendia para o misticismo, era dono de uma curiosidade ilimitada. Procurava compreender a aparência de todas as coisas perceptíveis através dos sentidos. Estava sempre em busca do novo. Era filho de um renomado mestre. A profissão do pai foi muito importante para que Dürer se enveredasse pelo caminho da arte, pois, naquela época, os ourives encontravam-se entre os mais importantes artesãos.

A composição intitulada Retrato de uma Jovem Senhora Veneziana é obra do artista, mas não existem provas que realmente atestem a identidade desta mulher como sendo veneziana, uma vez que o artista fez inúmeras viagens pela Itália. Foi executado – juntamente com outros retratos da elite italiana e sendo possivelmente o primeiro – quando Dürer encontrava-se na Itália, onde influenciou jovens artistas, como Giorgione, sendo também  influenciado por artistas italianos, como Giovanni Bellini.

A pintura parece não ter sido concluída, como mostra o laço de fita à esquerda, embora a análise técnica da superfície não respalde tal ponto de vista. Pode ser que o artista tenha usado cores diferentes nos laços propositalmente, ou seja, tendo levado em conta apenas o aspecto composicional em que a fita esquerda combina com a cor do cabelo da mulher e a direita com a cor de seus olhos e a do fundo escuro da tela.

A mulher retratada usa um vestido vermelho de decote quadro, enfeitado com finas fitas douradas e laços. Seus cabelos dourados estão presos atrás por uma fina rede dourada de acordo com a moda da época em Veneza.  Estão repartidos no meio da cabeça, caindo por ambos os lados do rosto, formando caracóis. Seu pescoço ostenta uma preciosa joia em pedras e pérolas que desce pelo colo de pele suave.

O fundo preto e uniforme da tela realça ainda mais a bela jovem de grandes olhos, sobrancelhas curvas, boca carnuda e nariz avantajado. As tonalidades de marrom e dourado dos cabelos e vestido sobressaem em relação ao fundo escuro. Ela não fita o observador, apenas olha para um ponto à sua frente com seu olhar sonhador. Toda a figura é banhada por uma luz suave.

Ficha técnica
Ano: entre 1505
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 32,5 x 24,5 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.wikiart.org/en/albrecht-durer/virgin-and-child-holding-a-half-eaten-pear-
https://artsandculture.google.com/asset/portrait-of-a-young-venetian-woman/

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ATENÇÃO AOS TRIGLICÉRIDES ELEVADOS

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Muito se ouve falar em colesterol elevado e suas consequências nefastas para o sistema cardiovascular, porém, os triglicérides elevados são também fontes de problemas para a nossa saúde e, portanto, devemos ficar de olho. É sobre o que vamos tratar neste texto.

Para que o eleitor possa entender melhor, os triglicerídeos são a reserva de energia do nosso corpo. Têm a função de fornecer “combustível” para os músculos. Quando não são usados como forma de energia, passam a ser armazenados no tecido adiposo, como gordura. O excesso de triglicérides leva ao excesso de gordura, aumentando o risco cardiovascular, à obesidade, à esteatose hepática (fígado gorduroso) e à pancreatite.

Na alimentação, os triglicérides estão disponíveis, em especial, em alimentos ricos em carboidratos simples (açúcar e em todos os alimentos provenientes da farinha branca) e nos gordurosos – principalmente de origem animal, como carnes, leite integral e queijos amarelos. Quando a pessoa consome diversos desses alimentos e não pratica atividade física, ela pode ter os seus triglicérides aumentados. Existem também algumas patologias que podem cursar juntamente com elevação dos triglicérides, como:

  • excesso de peso ou obesidade;
  • alcoolismo;
  • resistência à insulina;
  • diabetes não controlado e
  • hipotireoidismo não tratado adequadamente.

Além destes casos, também é possível que o paciente tenha uma alteração genética – conhecida tecnicamente como hipertrigliceridermia familiar – que faz com que os seus níveis de triglicérides permaneçam altos, mesmo com uma alimentação correta e com uma rotina de exercícios.

Pacientes com taxas de triglicérides muito altas, normalmente nos casos genéticos, podem apresentar xantomas – que são placas de gordura (parecida com verrugas) amareladas que ficam posicionadas em áreas específicas, como pálpebras e cotovelos. Por não apresentar sintomas na maior parte dos casos é mais provável que uma pessoa apenas descubra que tem triglicérides elevados em um exame de sangue de rotina, normalmente acima de 200mg/dl de sangue.

Quando a pessoa tem a taxa de triglicérides até esse limite, normalmente consegue-se tratar o problema apenas ajustando os hábitos de vida, ou seja, com uma dieta equilibrada, reduzindo o consumo de álcool e praticando atividade física. Entre 250 e 300mg/dl, a depender de cada caso, a medicação poderá ser usada ou não, ou seja, vai depender da situação clínica de cada paciente. Acima disso, o uso de medicação – conhecidos como fibratos – se torna quase obrigatória, caso o tratamento convencional tenha falhado.

É importante ressaltar que, em todos os casos, a mudança de estilo de vida é imperativa. Não existem milagres, pois a adequação na dieta e a prática constante de atividades físicas são parte integrante do tratamento e não devem ser excluídas. De igual forma, é também importante que a pessoa tenha em mente que, além do triglicéride alto, quadros de diabetes e/ou hipotireoidismo devem estar sob controle medicamentoso. Se ainda tem dúvidas em relação a este tema, não se esqueça de conversar com seu médico na próxima consulta.

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