COMER SEM PRESSA TRAZ SAÚDE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Dr. Telmo Diniz

Parece um luxo nos dias de hoje poder comer mais devagar. É uma correria só! O sujeito sai para o almoço e logo tem de voltar ao trabalho. Comer rápido demais ou mais devagar tem a ver, necessariamente, com nossa saúde. Neste texto, nós vamos ver que comer rápido pode fazer engordar e trazer doenças associadas.

Comer lentamente, sem distrações, pode parecer um luxo para muita gente. Entretanto, é fundamental para a saúde. Quem afirma isso é um estudo que foi apresentado na conferência anual da Associação de Cardiologia dos Estados Unidos. A pesquisa foi conduzida pela Universidade de Hiroshima, no Japão, que acompanhou, por cinco anos, 642 homens e 441 mulheres saudáveis. Eles tinham 51 anos quando o estudo começou, lá pelo ano de 2008.

Os participantes da pesquisa foram divididos em três grupos, de acordo com a velocidade com que ingeriam os alimentos. A conclusão foi de que cerca de 12% daqueles que comiam mais rápido desenvolveram a chamada síndrome metabólica, caracterizada por: aumento da glicose no sangue, obesidade abdominal, hipertensão arterial e aumento dos triglicerídeos. Somente 2% dos que se alimentavam mais devagar desenvolveram essa síndrome. Em outras palavras, comer rápido leva a pessoa a ter dez vezes mais chances de engordar e a ter distúrbios metabólicos.

Parece que devorar os alimentos não dá ao cérebro tempo suficiente para registrar que estamos satisfeitos. Pesquisas demonstram que quem come muito em um curto espaço de tempo tem chance de sofrer com refluxo, gastrite e obesidade. Comer rápido engorda a pessoa, porque o hormônio que sinaliza a sensação de saciedade para o cérebro só começa a ser liberado cerca de 20 minutos depois do início da refeição. Ou seja, a boca é muito mais rápida do que o cérebro.

Na contramão do “comedor rápido”, estão os comedores “mais tranquilos”. Uma pesquisa realizada pela Universidade da Carolina do Norte constatou que obesos que praticaram técnicas de mindfulness (estado de atenção plena) perderam 2 kg em duas semanas, enquanto quem continuou a comer rápido emagreceu somente 300 g. Incrível, não?!

Informações como essas por si só podem dar um empurrão para as pessoas mudarem seus hábitos alimentares e o tempo em cada refeição. Portanto, ficam aqui algumas dicas:

  • inicie a refeição levando pequenas quantidades de alimento à boca;
  • nunca se distraia com outras atividades enquanto estiver se alimentando;
  • faça um pequeno intervalo na metade da sua refeição. Isto dará tempo para o hormônio da saciedade ser liberado e fazer com que a quantidade ingerida seja menor e, consequentemente, tornará a perda de peso mais fácil.

De igual forma, sempre que tiver um prato de comida à sua frente, tente desligar a televisão, deixar o celular de lado e passar longe da mesa de trabalho. Pequenas atitudes como essas, do dia a dia, poderão trazer benefícios como emagrecimento e uma vida mais saudável, com menos estresse.

Sócrates, filósofo grego, já dizia: “Não vivemos para comer, mas comemos para viver”. Pense nisso!

Nota: Os Comedores de Batata, obra de Van Gogh

Views: 1

Duccio – O CHAMADO DOS APÓSTOLOS…

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada O Chamado dos Apóstolos Pedro e André é uma obra-prima da maturidade do pintor italiano Duccio de Buoninsegna. Fazia parte do lado de trás do grande retábulo de duas faces, o “Maestà”, que fora encomendado ao artista por Giacomo Mariscoltti para ornar o altar-mor da catedral de Siena que mostrava cenas da vida de Cristo. Este retábulo que tinha mais muitas outras cenas individuais foi serrado ao meio, tendo diversas de suas partes danificadas.

O Mestre apresenta-se, à esquerda, sobre uma rocha escarpada, vestindo uma túnica vermelha e, sobre, ela, um manto azul. Seus cabelos, penteados para trás, parecem presos numa trança. Encontra-se descalço, de frente para o barco onde estão os dois pescadores Pedro e André, fazendo um gesto de chamamento. É visível a transformação que seu gesto opera nos dois humildes homens, respondendo um deles com a mão direita levantada, enquanto o outro parece não acreditar no que está presenciando.

Os dois pescadores encontravam-se a retirar da água a rede com peixes. Os futuros apóstolos, com o barco em posição horizontal, tomam grande parte do painel, dividindo o espaço em que se encontram em zonas definidas. No mar verde que circunda o barco tosco de madeira, alguns peixes mostram-se à flor da água, como se saudassem Jesus.

Esta parte do grande retábulo mostra a originalidade do artista, cuja apaixonada espiritualidade baseia-se na arte bizantina. Nela se nota a falta de interesse de Duccio por efeitos espaciais ilusórios, reduzindo tudo ao essencial. O espigão rochoso à esquerda, onde se encontra Jesus Cristo, serve apenas de fundo teatral.

Ficha técnica:
Ano: c.1308/1311
Técnica: painel
Dimensões: 43,5 x 46 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura ocidental/ Könemann

Views: 11

Sassetta – O ENCONTRO DE SANTO ANTÃO E…

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

                          

As duas composições acima, denominadas O Encontro de Santo Antão  e São Paulo (à esquerda) e Santo Antão Distribuindo sua Riqueza aos Pobres (à direita), são obras do pintor gótico italiano, batizado como Stefano di Giovanni (1392 – 1450), mais conhecido como Sassetta e tido como um dos mais renomados pintores de Siena no século XV.

As duas belas cenas referentes à vida de santo Antão (ou Antônio) passaram por muitas discussões até serem atribuídas ao referido artista, mas com a participação de dois de seus assistentes, o que mostra diferentes níveis de qualidade nas obras. Contudo, ainda existem dúvidas por parte de alguns historiadores da arte em relação à autoria destas obras.

A primeira obra mostra a busca de Santo Antão por um eremita mais velho do que ele. Apresenta um denso bosque, e contém três cenas, separadas uma da outra por um monte e, depois, por um grupo de árvores, mas todas as três são unidas pela estrada sinuosa. São elas:

1ª – Santo Antão inicia a sua caminhada, no alto à esquerda, em busca de São Paulo;
2ª – Santo Antão encontra-se com o centauro, símbolo do mundo pagão, e abençoa-o;
3ª – Santo Antão encontra-se com São Paulo à entrada de uma gruta, onde se abraçam.

No segundo quadro são vistas duas cenas com Santo Antão que se apresenta bem vestido. Na primeira, ele é visto dentro de seu palácio de janelas góticas, de perfil, descendo as escadas e trazendo nas mãos uma bolsa com dinheiro. Na segunda, ele já se encontra na rua, distribuindo dinheiro aos pobres. À sua frente está uma viúva com um filho nos braços e outro encostado a ela, com a mão estendida para o santo. Um homem curvado é visto à sua esquerda. Atrás são vistos dois homens cegos, um deles está sendo conduzido por cãozinho.

Ficha técnica
Ano: c.1440
Técnica: painéis
Dimensões: 47,5 x 34,5 (cada um)
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura ocidental/ Könemann
http://www.wga.hu/html_m/m/master/osservan/anthony2.html

Views: 1

SÍNDROME MENTAL E VIDA A DOIS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Lívia Cristina Linhares

Mais uma vez estou aqui para agradecer por este espaço e para falar um pouco de mim.

Estou na minha terceira crise. Sofro de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Síndrome do Pânico (SP) ao longo de nove anos. O meu desespero se dá, principalmente, porque tenho muita idealização suicida e despersonalização. Eu sinto pânico somente em pensar que possa fazer algo contra mim numa hora de extremo desespero. Sei que muitas pessoas passam por isso, podendo, assim, avaliar como me sinto.

Meus pais são idosos. Ambos já perderam um filho repentinamente e eu acompanhei o estado de sofrimento em que eles ficaram. No que depender de mim não quero nunca trazer essa dor para eles, mas quando estou com crise de depressão, tudo que eu quero é acabar com a minha vida, embora isso seja totalmente contra minha religião, mas minha cabeça pira e tenho dificuldades em lidar com isso. Quando sou atingida pela despersonalização, aí é que fico achando que pirei de vez… Nada parece real, nada faz sentido e me desespera estar vivendo neste mundo louco que minha cabeça criou. Tenho a sensação de que estou presa lá dentro e que jamais irei sair.

Não posso dizer que já estou bem, ou que já voltei a ser como era. Ainda não sinto alegria ou vontade de viver. Tudo tem sido muito difícil para mim, mas já sinto os pensamentos suicidas e a despersonalização menos vezes. O pânico tenta se arrastar por mim algumas vezes por dia, porém já o controlo um pouco mais, consigo mudar o foco da minha mente. Apesar de tudo, continuo insistindo em sair (hoje fui pintar o cabelo e as unhas, mesmo sem vontade), a fim de desanuviar a cabeça.

Fiquei alegre ao ler aqui neste espaço sobre maridos/companheiros de mulheres que sofrem de depressão (ou de qualquer outro transtorno mental) e eles as compreendem e ajudam no tratamento. Na minha segunda crise depressiva, em 2010, decidi que não queria me envolver com mais ninguém. Não achava justo eu arrastar uma pessoa para viver comigo, uma mulher doente, tendo que me aturar nas crises, quando o remédio parasse de fazer efeito. Esta é minha maneira de pensar e de enxergar a minha situação, o que deixa minha vida ainda mais sem sentido.

A minha família sempre fala que é um “saco” e um “inferno” quando estou depressiva. Por isso, decidi que ficaria sozinha, porque não sou merecedora de alguém. Já faz oito anos que estou completamente sozinha. Na verdade, eu nem lembro mais como é ter alguém ao meu lado no que diz respeito ao amor. E aí aparecem pessoas nos comentários deste blogue que me mostram que posso ter uma vida “normal”, que existem parceiros com compreensão e companheirismo na hora do sufoco ou do sossego, dando sempre a maior força. Isso me transmitiu uma esperança, um sentimento que já não tinha há muitos anos. Além de tudo que aqui recebo, agradeço por isso também, por me mostrarem uma maneira diferente de ver a vida, dizendo-me que posso ter alguém afetivamente ao meu lado numa vida a dois.

Enfim, hoje foi mais difícil do que ontem, mas menos difícil do que alguns dias atrás. Gostei da ideia da Lu para eu fazer um diário, pois é bom ver o nosso progresso, vou tentar adotar esta ideia. Um beijo enorme no coração de todos que aqui vêm. Obrigada pela força! Todos vocês são para mim muito especiais.

Nota: Os Amantes de Vence, obra de Marc Chagall

Views: 2

Giovanni Bellini – PIETÁ (II)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Pietá, também conhecida por Lamentação sobre Cristo Morto, é uma obra do pintor italiano Giovanni Bellini que fez inúmeros trabalhos com esta temática religiosa. Este painel ficava acima do grande retábulo intitulado “Coroação da Virgem”, na igreja de São João Batista, mas está presente agora no Museu de Pesaro, na Itália.

O corpo sem vida de Jesus Cristo, semicoberto por um lençol branco, apoia-se sobre a beirada estriada de um sarcófago. Atrás dele se encontra Nicodemos que o ampara com extrema delicadeza. Mais acima está José de Arimateia que traz na mão direita um copo de unguento para untar o corpo de seu Mestre, e na esquerda segura um pano azul. Maria Madalena, com suas mãos gastas de mulher do povo, toma entre elas a mão esquerda de Jesus e começa a untar sua ferida, aberta pelo prego, trazendo seu olhar pousado sobre ela, como também o faz José de Arimateia, o mais alto do grupo.

Giovanni Bellini, em sua pintura, mantém os braços dos personagens junto do corpo e entrelaça suas mãos, sendo o movimento do grupo bastante coeso, evidenciando uma relação emocional sofrida e bastante íntima. A obra sugere um ponto de vista de baixo para cima.

Ficha técnica
Ano: c.1470/75
Técnica: painel
Dimensões: 106 x 84 cm
Localização: Museus do Vaticano, Roma, Itália

Fonte de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

Views: 2

TRANSTORNO DEPRESSIVO OU TRISTEZA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A tristeza é um sentimento natural do ser humano e faz parte da vida de uma pessoa, quando, por exemplo, ela se vê diante de uma perda ou de uma nostalgia. […] Sendo um sentimento natural. A tristeza inclusive auxilia no desenvolvimento emocional do indivíduo. (Beatriz Breves)

Um indivíduo que está em um quadro depressivo não tem energia psíquica suficiente para lidar com o mundo externo, e nem para fazer o enfrentamento de uma realidade penosa ? o que faz com que ele fique depressivo por muito tempo e muito mais intensamente afetado pelo sofrimento.  (Valéria Lopes Silva)

A tristeza é um sentimento presente na vida de todos os seres humanos e até mesmo na dos bichos, sendo cantada e decantada em todos os tipos de artes (música, cinema, pintura, etc.), contudo, trata-se de um sentimento passageiro, assim como o seu reverso que é a alegria. Ela só se torna um problema quando não consegue passar pela superação, tornando-se um pesado e doloroso fardo para quem é por ela acometido. Neste caso, não se trata mais de algo comum aos seres humanos, indiferentemente de sua situação econômica, etnia, idade ou gênero, mas de um transtorno conhecido por depressão que exige ajuda médica o mais rápido possível, para que não se agrave.

Se a tristeza serve como aprendizado, uma vez que ao deixar tal estado a pessoa aprende a lidar com a realidade e as suas emoções, a depressão, contrariamente, impede-a de deixar seu estado de apatia e desinteresse, devendo ela (ou a família a tomar a frente) buscar tratamento para que não se acentue seu sofrimento. Para excluir um caso do outro é necessário que se preste atenção aos sintomas. Segundo o psicólogo Carlos Esteves “Podemos identificar por meio do grau de comprometimento da rotina, de como afeta as atividades do indivíduo, e por meio do tempo de duração deste comprometimento”. Ou seja, observando quanto tempo dura esta suposta “tristeza” e como a pessoa está lidando com suas atividades no dia a dia. Conclui o psicólogo que “Quando observamos um alto grau de comprometimento da rotina, juntamente com um período de mais de duas semanas dos sintomas, devemos ficar atentos”.

A depressão é um transtorno mental que se amplia em todo o mundo. Trata-se de uma doença física relativa ao desequilíbrio químico dos neurotransmissores, sendo normalmente, segundo especialistas, resultante de uma combinação de diferentes fatores (biológicos, psicológicos e sociais). Pesquisas apontam que em 2030 será a doença mais comum no mundo. Trata-se de um transtorno que tira a vontade de viver, pois a vida perde todo e qualquer sentido para o indivíduo que está acometido pela depressão. Como se toda essa carga não fosse suficiente, a vítima desse  transtorno costuma carregar o estigma da não aceitação por parte de terceiros, quando cercada por pessoas ignorantes sobre o assunto, sendo muitas vezes analisada como tendo “fricote, manha, chilique, denguice, sestro ou luxo”.

De acordo com a professora de psicologia Valéria Lopes da Silva “A depressão caracteriza-se por um quadro psicopatológico em que há presença de humor triste, vazio e que afeta significativamente a capacidade funcional do indivíduo”. Ela alerta ainda que “Encontra-se nos quadros depressivos uma dificuldade de atribuir sentido à vida ou de dar novos significados às experiências. A depressão pode ocorrer em função de um trauma, mas principalmente porque os recursos internos estão, por alguma razão, empobrecidos naquela circunstância”. Assim sendo, faz-se necessário ajuda médica, pois se trata de uma doença física, sendo necessário o uso de remédios e, muitas vezes, de um acompanhamento psicoterápico, dependendo do caso.

O transtorno da depressão, fisiologicamente se trata de um desequilíbrio no cérebro, é tão preocupante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) que lista as enfermidades mais incapacitantes no planeta, tomando por base o número de doentes e as restrições mentais e físicas a que estão submetidos, sendo uma das maiores causas de licença de serviço em todo o mundo, coloca-o como o número um do pódio dos transtornos mentais. A  OMS revela ainda que 7% da população mundial apresenta depressão e a tendência é crescente em todo o mundo.

Obs.: A história de mulheres acometidas por transtornos mentais antigamente foi de muito sofrimento. Aquelas que eram taxadas como “histéricas” tinham o útero e os ovários retirados. Isso porque havia a ideia de que tais órgãos eram os causadores do problema. A própria palavra “histeria” está relacionada a “Hysteron” que em grego significa “útero”.

Nota: Mulher, obra de Di Cavalcanti

Fonte de pesquisa
Revista Segredos da Mente, Cérebro e Meditação – nº 1

Views: 2