Vermeer – MULHER PESANDO OURO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição que durante muito tempo foi intitulada Mulher Pesando Ouro, vindo depois a ser conhecida por Mulher Testando uma Balança, é uma obra do pintor barroco holandês Jan Vermeer.  O segundo título deve-se ao fato de não se encontrar nenhum objeto dentro dos pratos da balança depois de ter sido feita uma análise microscópica da obra, dando outra visão ao quadro. Alguns estudiosos de arte alegam que os pratos vazios da balança mostram que a mulher está pesando valores espirituais e não bens materiais. Por isso, eles veem nela um símbolo de santidade, numa alegoria ao enorme quadro fixado na parede, trazendo uma moldura preta e retratando o “Juízo Final”, numa analogia entre “julgar” e “pesar”. Outros, porém,  veem-na como uma pessoa preocupada com as riquezas do mundo, sem se preocupar com o julgamento final.

A personagem vista na composição é uma jovem mulher, tida por alguns estudiosos de arte como Catharina Vermeer, esposa do pintor, pois o uso de modelos vivos era muito caro naquele tempo. Está vestida elegantemente, usando um casaco azul com acabamento em peles, fechando em cima, sobre um vestido ou uma saia comprida. Sobre a cabeça traz uma touca branca que deixa apenas o rosto à vista. Se o quadro fosse atual seria fácil imaginar que estivesse grávida, contudo, naquela época, a gravidez era incomum de ser vista na arte, sendo pouquíssimas as mulheres representadas com roupas de gestantes. Além disso também existe o fato de que a moda holandesa, no século XVII, dava ênfase às silhuetas volumosas.

A mulher encontra-se de pé, diante de uma mesa no canto de uma sala. Mostra-se extremamente concentrada ao segurar uma balança, cujos pratos estão na mesma altura, ou seja, totalmente equilibrados. Sobre a mesa encontram-se três caixas sendo a maior similar às menores, colares de pérola, moedas de ouro e prata variadas, etc. À direita da jovem mulher, pendurado na parede, está um quadro sobre o julgamento final, num contraste com as riquezas mostradas. À sua frente vê-se uma toalha azul brilhante, abaixo de um espelho fixado à parede. De uma janela do mesmo lado brota uma luz sob uma cortina dourada, iluminando maravilhosamente o ambiente.

O que faz exatamente esta serena mulher? Pesa seus bens materiais ou faz uma contraposição entre as riquezas do mundo e o julgamento final da humanidade? Os pratos equilibrados da balança denotariam seu estado mental? Caso ela esteja preocupada com os bens terrenos, o espelho na parede, visto de perfil, reforçaria sua vida de vaidades. Contudo, além de simbolizar o orgulho, o espelho também pode representar a prudência, o autoconhecimento e a verdade. Estaria Vermeer imbuido de um sentimento religioso, querendo mostrar que é preciso viver com moderação, pois teremos que passar pelo julgamento divino? Existem diferentes opiniões sobre o tema e simbolismo desta pintura. O que pensa o leitor?

Ficha técnica
Ano: c. 1660-65

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 42 x 38 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.1236.html
http://www.essentialvermeer.com/catalogue/woman_holding_a_balance.html#.

http://www.artchive.com/artchive/V/vermeer/balance.jpg.html

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A LENDA DA COTOVIA

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Recontada por Lu Dias Carvalho

O velho eremita há muito abandonara o contato com os homens, descontente com as maldades por eles praticadas, preferindo a companhia da natureza em sua pureza e ingenuidade. Dentre os animais presentes na floresta, uma cotovia tomara-o como companheiro de todas as horas. Mesmo nos intensos períodos de suas meditações ela ficava inerte sobre uma das pedras da caverna, fitando-o, como se fosse capaz de compreender o que lhe ia pela mente. Coisa alguma a fazia arredar pé do local onde se encontrava o eremita.

De uma feita, o ermitão foi procurado pelos emissários de um nobre sob a alegação de que seu filho encontrava-se muito doente, tendo sua morte como certa. O homem solitário e a cotovia acompanharam os mensageiros na mesma hora, não tardando a chegar à mansão do nobre, onde o filho agonizava, rodeado por quatro impotentes médicos.

De pé na porta do quarto, o eremita só fazia observar a cotovia que se apoiara no peitoril da janela e fitava demoradamene o pequeno enfermo. Repentinamente ouviu-se a voz modulada do ermita avisando à família do garoto que ele iria viver. Estupefatos, os médicos riram daquele camponês grotesco de barbas compridas, cabelos brancos e unhas enormes que queria se mostrar douto, superior a eles.

O doentinho abriu lentamente os olhos e fitou a diminuta ave na janela, abrindo um largo sorriso, pedindo algo para comer. Antes que todos se apercebessem, o eremita desapareceu, seguido de sua pequenina ave, embrenhando-se na escuridão da noite, que não tardaria em se fazer dia.

Uma semana depois, estando o garoto totalmente restabelecido, uma comitiva parou na entrada da gruta, onde vivia o homem solitário e sua ave. O nobre ofereceu ao ermitão inúmeros presentes, os quais ele prontamente recusou, dizendo que não fora o responsável pela cura do menino, mas, sim, a cotovia. E pacientemente explicou-lhe:

– A cotovia é um pássaro muito sensível e sábio. Ao ser colocada perto de um enfermo, se ela não o fitar, significa que não há esperanças para ele, mas, se o mirar, significa que esse irá se restabelecer. Poucos sabem que essa ave, através do poder de seu olhar, ajuda na cura das pessoas, assim como o fazem tantas outras. É uma pena que tais seres sirvam de alvo para homens insensíveis que desconhecem as inúmeras divindades que habitam a natureza e seus mistérios.

E assim falando, o ermitão pediu licença para mais uma vez retirar-se do convívio com os homens.

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DOX DORNIER, AUTOGIRO E ZEPPELIN

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Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

        

Na véspera do dia em que nasci, um gigante dos ares decolava pela primeira vez no lago de Constança, na Suíça. Estava surgindo o grande avião de dois andares, feito de madeira e acionado por doze, isso mesmo, doze motores colocados sobre as asas. Como não havia aeroportos, ele tinha que ser um hidroavião. Chamava-se DOX Dornier e sobrevoou o Rio de Janeiro, e especialmente a enseada de Botafogo, creio que em 1936. Do casal dinamarquês, os Fösker, que vinha ao Brasil e se hospedava no Atalaia, ganhei uma réplica de brinquedo desse grande avião projetado por Dornier e que seria por décadas o maior avião do mundo. A despeito do grande alvoroço mundial, causado por esse projeto alemão, feito na Suíça (a Alemanha estava proibida de construir aviões por cauda do Tratado de Versalhes, decorrente da Pimeira Guerra Mundial), ele não teve êxito. Parece que apenas três deles foram construídos, mas não chegaram a operar regularmente. Um deles passou sobre Botafogo e deve ter pousado em águas da Baía da Guanabara.

Outra das grandes novidades mundiais foi a primeira experiência com o “autogiro” que daria origem ao helicóptero. Era uma criação do piloto espanhol Juan de La Cierva. Embora eu não conseguisse ver com clareza, estive com meu pai na Avenida Atlântica, olhando para uma máquina de voar, no céu, e que todos diziam ser o novo invento, o autogiro, precursor do helicóptero.  Seu inventor, que morreu pouco depois, tinha partido em seu projeto, de um avião, em que ele suprimiu as asas e colocou uma grande hélice (rotor) horizontal por cima. O autogiro era propelido horizontalmente pelo motor de avião convencional, na frente. A sustentação das asas era substituída pela da hélice horizontal e livre. Ele não caia, mas também não podia pairar, parar no ar.

As grandes novidades que o mundo vivia nos anos de minha infância, ressoavam muito no Rio, capital do Brasil, onde a grande vitrina dos acontecimentos era Copacabana. Aí estava a maioria das representações diplomáticas estrangeiras. De todas as lembranças de coisas ou eventos que vi, nada, entretanto, podia ser comparado ao Zeppelin. Até hoje essa aparição seria o mais espetacular que se poderia ver. O leitor deve ter bem presente, por muitos meios de comunicação, o espetacular que foi o “Titanic”: um imenso e luxuoso navio de passageiros que naufragou em 1912, logo na viagem inaugural. Pois agora imagine uma coisa daquele tamanho voando baixinho e calmamente sobre a praia de Copacabana.

Os “zepelins” tinham quase as dimensões do “Titanic”, apenas uns metros a menos. Dois deles fizeram várias e regulares viagens, passando pelo Rio entre 1930 e 1937. O primeiro deles, o “Graf Zeppelin”, fez cinco viagens. O mais moderno e um pouco maior, o “Hindenburg”, fez quatro. Creio ter visto todas essas passagens, que eram esperadas com ansiedade. Minha avó materna que criava um primo (Mausi), pouco mais novo que eu, relatava o espanto do moleque, quando do portão de sua casa no Belenzinho, em São Paulo, correu para dentro assustado e dizendo em suíço: “Uma grande salsicha voando!”. A passagem pelo Rio, deve ter sido também   para   aqueles   passageiros   de   alto   luxo,   uma   coisa espetacular. Imagine todo o belo panorama do Rio de Janeiro, visto a uns quinhentos metros de altura, num voo calmo e lento, podendo olhar por janelas abertas.  A notícia de que ele iria passar se espalhava como um rastilho por toda a cidade. Com minha mãe e meu, pai, o gerente, subíamos para o terraço do Hotel Atalaia, por cima do décimo primeiro andar. Nosso prédio era dos mais altos de Copacabana. Daí víamos surgir por trás do Pão de Açúcar, no morro do Leme, aquele imenso charuto voador, todo prateado, voando placidamente sobre o mar por toda a praia de Copacabana, até desaparecer na direção do Leblon.  Ouvia-se apenas um leve zumbido dos motores diesel dos lados da grande “barriga”. A linha era Frankfurt-Buenos Ayres.

Em Santa Cruz havia sido construído pelos próprios alemães um imenso hangar para receber, abrigar e fazer manutenção daquele “gigante dos ares”. O governo brasileiro, Getúlio Vargas, havia dado o terreno e a permissão para que se construísse aquele hangar que é ainda hoje, a única coisa do gênero no mundo. Um ramal de trem também foi construído para servir de apoio operacional aos zepelins, chegando até o grande Hangar (essa base se transformaria, depois, durante a II Guerra Mundial, em Base Aérea de Santa Cruz). O maior dos zepelins, o “Hindenburg”, trazia na cauda a “suástica”, o emblema criado por Hitler que usou, especialmente o mais moderno e maior deles, para mostrar a “superioridade” do progresso e da tecnologia da Alemanha ou -“Deutschland über alles” (a “Alemanha acima de tudo”).

Antes de ser colocado em linha regular, o Graf Zeppelin havia dado a volta ao mundo no ano em que nasci (1929). A última viagem de um “zepelim” foi a do Hindenburg, e terminou tragicamente em 1937, na base de Lakehurst, (EEUU), quando se preparava para o pouso.   Uma explosão e a combustão do Hidrogênio com que era inflado terminaram com um período de grande e efêmera glória. O mundo estava à beira da II Guerra Mundial.

Nota: Extraído do livro “Corrupira”, ainda inédito, do autor
Imagens extraídas do http://webkits.hoop.la/topic/hangar-do-zeppelin-no-rio-de-

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Winslow Homer – DIREITA E ESQUERDA

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

Um arranjo surpreendentemente belo e quase oriental de pássaros – apenas formas abstratas contra bandas do creme mais sutil e cinza. (Nicolai Cikovsky Jr.)

A pintura incorporou um senso da mortalidade momentânea e universal, mostrando essas criaturas na junção da vida e da morte. (John Wilmerding)

A composição intitulada Direita e Esquerda é uma obra de Winslow Homer (1836 – 1910), famoso pintor e gravurista estadunidense, cujos primeiros passos artísticos foram dados com a ajuda de sua mãe Henrietta Benson Homer, aquarelista amadora. Ele esteve em Paris, mas não se interessou pelo meio artístico. Autodidata, refinou sua arte no seu isolamento. O artista que nutria grande amor pela natureza, tinha o mar como tema preferido, fascinando-o pelo resto de sua vida. Seu trabalho era denso tanto em termos estéticos quanto em profundidade. Foi considerado o pintor mais genuinamente estadunidense, quando comparado a outros artistas que se desenvolveram artisticamente na Europa. Homer situa-se hoje no ranking das personagens mais respeitadas e admiradas da história da arte dos Estados Unidos.

A pintura em questão, cujo título foi dado por um espectador, durante a primeira exibição do quadro, foi executada um ano antes de o artista falecer.  Demonstra o senso dramático e a indiscutível posição de grande mestre de Homer. Na cena, dois pássaros, voando acima do mar, são atingidos por um tiro de espingarda. Na segunda faixa horizontal, logo atrás dos pés e do rabo do pato à esquerda, sobre uma onda que o inclina para a esquerda, está o barco a remo com dois caçadores. Enquanto um deles, sentado, tenta manter o parco parado, o outro, de pé, atira com uma espingarda. É possível ver o flash vermelho e a fumaça.

Não fica claro para o observador qual dos patos recebeu o primeiro tiro. Segundo alguns estudiosos da obra do artista, a ave atingida é a da direita por apresentar os pés relaxados e a postura de mergulho, enquanto a ave à esquerda parece aflita e tenta escapar do segundo tiro disparado. Outros, porém, acham que a postura descendente pode se tratar de uma manobra de fuga, sendo o pato à esquerda o atingido pelo primeiro tiro do caçador.

A mensagem repassada pelo artista no que tange a esta obra, pode ser tomada em mais de um sentindo. Ele pode, intencionalmente, ter induzido à ambiguidade, com o propósito de demonstrar a transição crudelíssima que é a passagem entre a vida e a morte. E o fato de o observador acompanhar a cena, como se estivesse entre as aves como testemunha factual, também correndo o risco, simbolicamente, de receber o tiro, torna-o solidário com os patos, a ponto de não apenas lamentar a vida dos dois animais, mas pensar na fragilidade de sua própria existência. Esta obra é, portanto, uma alusão à incompreensível “caça esportiva” e também uma reflexão infausta sobre vida e morte de cada um de nós.

O design de Direita e Esquerda, formado por três faixas horizontais do mar e uma do céu, ligadas pelas formas diagonais e verticais criadas pelos corpos das duas aves, lembra o da arte japonesa, e a composição é parecida com uma gravura colorida de John James Audubon, naturalista americano de origem francesa, que era especializado na ilustração científica de aves, denominada Golden-Eye Duck (Pato de Olho Dourado) .

Para você, caro leitor, qual pato recebeu o primeiro tiro? Justifique.

Ficha técnica
Ano: 1909

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 71,8 x 123 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
Os pintores mais influentes do mundo/ David Gariff
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.39763.htmlhttps://www.nga.gov/feature/homer/homer28.htm

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TRANSTORNO DO PÂNICO E PAUSAS NO TRATAMENTO

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Autoria de Alexandre Nunes

Eu tive a minha primeira crise de pânico aos 24 anos, mas durante a adolescência tinha um pouco de fobia social, que apesar de não me impedir levar uma vida normal, atrapalhava.  À época da primeira crise de TP (Transtorno de Pânico) fiz tratamento com fluoxetina e bromazepam e fiquei bem. Um pouco depois tive algumas crises esporádicas e experimentei três sessões de hipnoterapia com um psicólogo, e pasmem, fiquei sem nenhum mísero sintoma por três anos! Porém, após três anos, um primo próximo teve crise de TP e eu o auxiliei, imaginando que aquilo não me afetaria. À mesma época meu pai adoeceu gravemente e veio a falecer. Uma semana depois voltei a ter intensas crises de pânico.

Consultei um psiquiatra e passei a usar oxalato de escitalopram. Foi excelente! Tive algumas reações iniciais, mas logo tudo voltou ao normal. Porém após poucos meses, devido à melhora completa que julguei completa, parei o tratamento. E após um mês a ansiedade voltou. Retornei pela segunda vez ao médico e, como esperado, tudo ficou bem. Então cometi o segundo erro de parar outra vez. Passei dois meses bem e recaída na ansiedade aconteceu também em razão de uma fase atípica de somatório de problemas.

Atualmente estou retornando ao oxalato de escitalopram pela terceira vez e decidido a fazer tratamento em longo prazo. Neste começo, porém, parece que os sintomas iniciais estão mais fortes e persistentes, oscilando muito. Alguns dias são bem ruins e outros excelentes. Na segunda semana tive tremores em um dia, seguido de outro pleno de tranquilidade. Ainda sinto alguns momentos de ansiedade, dor de cabeça, sensação de febre, aceleração e sono intercalado, porém isso vem diminuindo. Penso que tudo seja motivado pelas paradas e retomadas.

O mais difícil no tratamento, creio eu, é aprendermos a diferenciar o que é reação natural do corpo e o que é causado pela doença. No caso do pânico, durante uma crise ou durante a ansiedade antecipatória, tendemos a ter o julgamento embaçado pela desregulação emocional. A emoção perturba a razão. Percebi isso com o tempo, pois nas primeiras crises era um Deus nos acuda, sensação de fundo do poço, mas depois de idas e vindas, as reações já não me assustam mais. Trato porque é um desequilíbrio químico que precisa ser reajustado, além de ser desagradável. Mas não deixo mais me colocar pra baixo, acredito que a razão passou a assumir o controle.

Sobre a hipnoterapia, adiciono mais alguns dados que poderiam justificar essa questão de ter origem em trauma. Realmente, no meu caso, creio que seja de origem traumática, pois tive uma mãe superprotetora e também com problemas psicológicos não tratados, que geravam muitas brigas dela com meu pai. Na sequência disso, ela faleceu quando eu ainda tinha 5 anos, de câncer. Então analisando, tive superproteção seguida de perda brusca.

Após isso, tive boa criação da parte de meu pai e de tias, cresci muito bem, fui um excelente aluno e tive sucesso profissional. Entretanto, como falei, tinha fobia social, não incapacitante, mas que incomodava. Quando fiz as sessões com o psicólogo hipnoterapeuta, ele revisitou estas questões de infância, conduzindo uma reavaliação das mesmas. Em nenhum momento me senti inconsciente, parecia mais algo como análise, só que com algumas técnicas adicionais de relaxamento.

Tenho vontade de consultar-me novamente com o psicólogo hipnoterapeuta, já que fiz as três sessões e saí do consultório sem acreditar que funcionaria, mas acabei fiquei três anos sem sintoma algum realmente. Contudo não esperava a recaída, ainda que tivesse havido pressão e influência externas. Para quem tiver interesse, o nome do psicólogo é Reinaldo Momo, atende em Porto Alegre. Busque informações no Google.

Nota: Desespero, obra de Edvard Munch.

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Turner – ESTIVADORES ABASTECENDO BARCOS…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Estivadores Abastecendo Barcos de Carvão ao Luar é uma obra do pintor e romântico inglês Joseph Mallord William Turner que é visto por alguns críticos de arte como um dos precursores da modernidade na pintura em razão de seus estudos sobre cor e luz. Anos depois da criação desta obra, o artista fez mudanças na linguagem de sua arte sem, contudo, modificar a sua capacidade criativa. Nesta obra, o grande gênio romântico usa sua arte para retratar o trabalho árduo de homens comuns, lembrando a Revolução Industrial. Ainda assim, a pintura transforma-se numa maravilhosa poesia visual.

Como sempre, o tema da obra não é sua parte central, mas apenas um pretexto que o artista usava para expandir seus interesses essencialmente formais. Tanto é que os estivadores abastecendo os barcos de carvão encontram-se à extrema direita, vistos como um episódio secundário, ou seja, de menor importância. Nesta cena noturna o principal protagonista é a lua-cheia iridescente, envolta por um vórtice espesso de luz dourada, que envolve tudo em volta, transformando o canal num túnel iluminado.

Os barcos de carvão, alinhados à direita no canal, são iluminados por tochas que emitem luzes brancas e alaranjadas que permitem visualizar o trabalho dos homens nos barcos menores, atracando às grandes embarcações. O trabalho nas grandes naus lembra um formigueiro humano, sendo os personagens pouco divisados. O majestoso luar atravessa a  noite para jogar seu brilho sobre o céu, margens do canal e água, numa fantástica fusão.

À esquerda, grandes embarcações a vela aguardam calmamente a chegada da manhã para navegarem na maré, num visível contraste com a agitação vista nos barcos de carvão.  Mais adiante, atrás destas naus, vê-se a silhueta de outros navios e fábricas, criados com toques de cinza e linhas finas mais escuras. Uma boia flutuando sobre as águas, à esquerda, traz o monograma do artista (JMWT) e um barco a remo, com dois tripulantes, desliza da esquerda para a direita, em direção aos navios carvoeiros.

Ficha técnica
Ano: 1835

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 92 x 123 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.1225.html

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