Mary Cassatt – PASSEIO A BARCO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Passeio a Barco, também conhecida por A Festa no Barco, é uma obra da pintora impressionista estadunidense Mary Stevenson Cassat (1844 – 1926) que morou grande parte de sua vida na França, embora sempre mantivesse contato com seu país de origem – Os Estados Unidos. Por ser mulher, a artista não foi autorizada a estudar na École des Beaux-Arts. Ela participou das exposições impressionistas, sendo muito influenciada por Edgar Degas, artista francês que a convidou para fazer parte do grupo impressionista. Seu trabalho traz, sobretudo, cenas teatrais e temas mostrando mãe e filho, como o agora visto.

A obra em questão, pintada no sul da França, apresenta um casal num barco a vela, velejando numa tarde ensolarada. A mulher traz um bebê no colo, enquanto o homem é responsável por conduzir a embarcação. Trata-se de uma composição ousada, com formas abstratas, superfícies planas e áreas saturadas de cor, lembrando as obras japonesas que, à época, eram muito apreciadas pelos artistas franceses e pela pintora que chegou a alterar seu estilo, como mostra esta pintura, que foi a sua principal obra na sua primeira exposição individual em seu país.

O homem trajando vestes escuras, e de frente para a mulher, ocupa grande parte do primeiro plano. Embora o tema predileto da artista estivesse voltado para as mães com seus filhos, é a figura masculina com sua vestimenta escura quem ocupa o primeiro plano da pintura. A mulher, juntamente com seu filho, aparece em segundo plano, usando vestes em cor pastel. Enquanto ela se mostra em posição de equilíbrio, seu companheiro dobra o corpo, firmando o pé direito numa das travessas do barco, para impulsioná-lo. O rosto do bebê com a luz a bater-lhe na parte não coberta pelo chapéu redondo, está voltado para a direita, assim como o de sua mãe que se mostra ligeiramente tenso, sem conexão com o do esposo.

O ponto de vista superior de quem observa a pintura, dá-lhe uma visão oblíqua da embarcação branca e amarela que, com seu suporte horizontal reproduz as linhas horizontais do litoral, onde são vistas algumas edificações e uma mata verdejante. A vela enfunada, à esquerda, em formato triangular, por sua vez, reproduz a curva do barco e interage com o triângulo formado pelo braço do barqueiro e o remo. Ela também é responsável por dar equilíbrio ao lado esquerdo, em relação ao direito, que traz a figura pesada e escura do remador, que parece conduzir o destino da mulher e da criança.

O mar toma a maior parte da tela, deixando o litoral e o pequeno horizonte bem distantes. As figuras enormes e vívidas dos três personagens assemelham-se a bonecos de papel colados à tela de fundo azul. Elas encontram-se muito próximas ao observador, como se ele pudesse tocá-las.

Ficha técnica
Ano: 1893/94

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 90 x 117,3 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.46569.html
https://picturingamerica.neh.gov/downloads/pdfs/Resource_Guide_Chapters

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A ESTRELA D’ALVA E O URUTAU

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Recontada por Lu Dias Carvalho

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Numa tribo incrustada no coração da Amazônia, uma índia havia que nascera muito formosa e mais bela ia ficando à medida que apanhava corpo. Quando mocinha, passou a arrebatar o coração dos jovens guerreiros que disputavam, entre si o seu amor, como se fora o mais precioso dos tesouros. Mas o coração da primorosa índia já se encontrava inebriado pela estrela d’alva que resplandecia majestosa no céu. Desde menininha, ela ficava noites e noites mirando aquela lindeza.

Certo dia, com o seu ser torturado pela paixão, a índia pediu ao pajé que, através dos espíritos, fizesse com que o guerreiro que habitava a estrela d’alva descesse até a Terra. E assim, logo no dia seguinte, caminhando em sua direção, apresentou-se um homem com o corpo curvado pelo tempo e com o rosto fustigado pelas rugas, dizendo ser a estrela que ela tanto invocara, disposto a casar-se com ela. Mas a jovem, decepcionada com tal figura que representava a velhice, enquanto ela se encontrava na flor da juventude, repeliu-a, pedindo-lhe que fosse embora o mais rápido possível, voltando para seu lugar de origem.

A irmã mais velha da índia, penalizada com o tratamento recebido pelo ancião, dele se aproximou, enxugando suas lágrimas e prometendo cuidar dele como esposa. É fato que ela não era bela exteriormente, mas seu coração carregava uma compaixão imensurável. Ele a aceitou como companheira e passou a cuidar das terras da tribo, fazendo nascer plantas que ela jamais vira: milho, ananás, mandioca, guaraná e outras tantas. Mas certo dia, quando o marido demorou a chegar, a índia foi à sua procura na lavoura. E lá encontrou o mais belo de todos os guerreiros, com seu corpo reluzente, pintado com desenhos nunca vistos. Só então compreendeu que seu marido tomara a forma de um velhinho, a fim de testar o coração de sua orgulhosa irmã.

Ao tomar conhecimento do ocorrido, a irmã mais nova encheu-se de arrependimento e inveja. Amargurada, envergonhada e infeliz, ela imergiu pela mata, até que ninguém mais dela soubesse. Conta-se, porém, que Tupã, o deus dos índios, compadeceu-se com o sofrimento daquela moça imodesta e transformou-a numa ave denominada “urutau” que em noites de lua, quando a estrela d’alva expande seu maior fulgor, pipia tão doído por não ter reconhecido seu verdadeiro amor, que até corta o coração de quem a ouve.

E anos e anos mais tarde, depois de ter ensinado aos índios os segredos da plantação, o guerreiro vindo do céu a ele voltou, junto com sua companheira amada. É por isso que perto da estrela d’alva vê-se um menorzinha e de brilho mais fraco. É o casal juntinho, lá no firmamento.

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Mazo – A INFANTA MARGARIDA DA ÁUSTRIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada A Infanta Margarida da Áustria, também conhecida como Infanta Margarida Teresa em Vestido Rosa, é uma obra, em sua totalidade, do pintor espanhol Juan Bautista Martinez del Mazo (c. 1911 – 1667), genro do pintor Diego Velázquez, a quem substituiu como pintor da corte espanhola, após a morte desse. Esta pintura foi atribuída anteriormente a Velázquez, em razão de suas influências sobre Mazo, com quem trabalhou por mais de três décadas. Muitas vezes é difícil separar o trabalho de um e de outro. Embora tenha pintado retratos, a originalidade de Mazo estava nas paisagens, gênero no qual  se destacou em meio a seus colegas hispânicos.

A Infanta Margarida da Áustria é uma pintura brilhantemente executada que mostra a ostentação da corte espanhola em seu apogeu. Retrata a infanta Margarida Maria Teresa de Habsburgo, filha do rei Filipe IV da Espanha e de Mariana da Áustria. É ela a figura mais importante do festejado quadro de Velázquez denominado “As Meninas”, tendo à época cinco anos. Este retrato tem sido confundido, muitas vezes, com o da Infanta Maria Tereza. Esta obra foi reproduzida no retrato da família Velázquez, também executada por Mazo.

Maria Tereza, embora se pareça muito jovem, quando retratada por Mazo já estava com mais de nove anos, sendo noiva do imperador Leopoldo da Áustria, seu tio materno e primo paterno, e onze anos mais velho, com quem se casou aos 15 anos de idade. Ela faleceu meses antes de completar vinte e dois anos, em consequência de um parto prematuro. Possuía uma saúde frágil, triste herança de décadas de casamentos consanguíneos entre os Habsburgo.

A retratada possui a pele branca e cabelos dourados, arranjados num vistoso penteado. Usa um vestido cinza-prateado e cor-de-rosa. Ela posa ao lado de suntuosas cortinas vermelhas, trabalhadas em dourado. Na mão esquerda, a Infanta detém rosas vermelhas e na direita segura um enorme e fino lenço branco.

Esta obra foi muito admirada pelos impressionistas e movimentos que vieram depois, sobretudo pela leveza do pincel do artista. Os tecidos apresentados na pintura estão magnificamente trabalhados, contudo, o rosto da menina fica a desejar, não tendo recebido igual tratamento.

Ficha técnica
Ano: c. 1665

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 212 x 147 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-infanta-margarita-

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Goya – HOMEM BEBENDO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Homem Bebendo, também conhecida como O Bebedor, é uma obra do pintor e gravador espanhol Francisco José de Goya y Lucientes. Trata-se de um esboço de uma tapeçaria para sala de jantar que tinha por finalidade ornamentar a sala de jantar do Príncipe e Princesa das Astúrias, no El Pardo. Mostra uma cena de época e costumes espanhóis, pertencente à mesma série de “O Guarda-sol”, em que predomina uma rica paleta de cores centradas na luz do sol que se projeta sobre as figuras.

A cena, interpretada como uma alegoria à gula, apresenta cinco personagens. Em primeiro plano encontram-se dois jovens, sentados no chão de uma floresta. Um deles bebe um líquido saído de um odre, enquanto o outro que se encontra mais atrás, segura uma bengala e come um nabo. No chão encontram-se um pedaço de pão e mais duas raízes de nabo. Três personagens posicionam-se à direita, num local mais baixo, banhados pela luz do sol. Eles parecem não prestar atenção à cena que se desenrola à frente deles.

O garoto com a bengala e o cego bebendo são os principais personagens da novela picaresca intitulada “Lazarillo de Tormes”.

Ficha técnica
Ano: 1777

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 107 x 151,5 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-drinker

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A CRIAÇÃO DA NOITE E O URUTAU

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Os índios Tembé contam que, muitos e muitos anos atrás, só havia o dia. Tudo que existia na Terra vivia na mais absoluta claridade. Não havia nem mesmo um pouquinho de escuro para se tirar uma soneca. Bichos e gentes dormiam e acordavam com a luminosidade que alumiava tudo. Porém, o sono em tal resplandecência não descansava o espírito do corpo e nem o da mente e eles levantavam como se nunca tivessem dormido.

Passando pela aldeia, certo dia, um velho adivinho contou à tribo que encontrara dois potes que continham dentro de si a escuridão, mas que eram guardados pelo diabo Azã que de perto deles não arredava pé. Ansiosos por encontrarem a escureza, os índios resolveram enfrentar o demônio, custasse o que custasse. E assim rumaram para o local indicado pelo adivinho que sabia de tudo e mais um pouco.

Mesmo de longe já era possível ouvir a cantoria dos bichos da noite: grilos, rãs, curiangos, corujas, morcegos e inúmeros outros que nem dou conta de enumerar. E foi bem de longe que os guerreiros da tribo jogaram suas flechas, destroçando o pote menor. Mas tiveram que sair em disparada, pois a noite vinha atrás deles com bandos e bandos de bichos que eles não conheciam. Assim que chegaram às suas palhoças… Bow! Caíram dormindo nas suas camas de vara. Mas a alegria durou pouco, pois logo a claridade voltou, ainda mais cheia de pirraça, alumiando cantinho por cantinho.

Os guerreiros Aracuã, Urutau e Jacupeba que hoje são passarinhos, mas naquela época ainda eram gente, resolveram quebrar o pote maior, mesmo que o diabo Azã perto dele montasse guarda, ainda mais cheio de raiva. Os três valentões deveriam sair na maior pressa, assim que espatifasse o pote, pois a escuridão viria atrás deles. Eles não sabiam o que poderia lhes acontecer. E assim foi feito. Porém, Urutau enrodilhou o pé num cipó e tombou no chão, sendo colhido pela noite. É por isso que ele se transformou numa ave noturna.

Nota: imagem copiada de ultradownloads.com.br

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El Greco – A CRUCIFICAÇÃO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição religiosa intitulada A Crucificação é uma obra do pintor, escultor e arquiteto grego Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido por El Greco, que passou grande parte de sua carreira na Espanha. O artista é tido como o maior criador de composições excelentes, que nada têm de esquemáticas e repetitivas, sendo um pesquisador incansável de novas formas de representação, além de ser extremamente imaginativo. Este quadro foi provavelmente pintado para o sótão do retábulo da igreja do Augustine College of Maria de Aragão, em Madrid.

A composição religiosa intitulada Crucificação retrata Jesus Cristo crucificado, no Monte Calvário. A gigantesca cruz que sustenta seu corpo flagelado e sem vida ocupa a parte central da tela, estando rodeada por vários personagens. O corpo do Salvador, coberto desajeitadamente na genitália por um pano branco, parece iluminado, no meio da noite. A luz meio fantasmal, que aumenta a irrealidade dos personagens, as cores altamente contrastantes e o formato vertical dão grande intensidade dramática à cena.

A Virgem Mãe, de pé, encontra-se à esquerda, com as mãos entrelaçadas. Seu rosto, direcionado ao filho, mostra um pungente sofrimento. Ela usa um vestido vermelho e um manto azul que se espalha pelo chão. Maria Madalena, ajoelhada, encontra-se à direita. Ela abraça o madeiro com sua mão direita e, com a esquerda, limpa o sangue que nele escorre, usando um pano branco. Atrás dela, de pé, está São João Evangelista, vestido com uma túnica verde, coberta por um manto vermelho. Seu gesto é de doloroso sofrimento.

Próximo a Maria Madalena um anjo, magistralmente suspenso, e de costas para o observador, traz um pano na mão direita, com o qual recolhe o sangue que respinga dos pés de Cristo. Mais acima, abaixo dos braços de Jesus, estão postados dois anjos, um de cada lado. O de túnica vermelha apara, com a mão esquerda, o sangue que escorre da mão do crucificado e, com a direita, o que jorra de sua ferida abaixo do peito. O anjo de amarelo e branco recolhe, com as duas mãos, o sangue que desce abundantemente da mão e do braço do Salvador. O sangue também jorra sobre a cabeça dos dois anjos.

Ficha técnica
Ano: 1597

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 312 x 169 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-crucifixion

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