Goya – AS FLORISTAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada As Floristas, e também conhecida por A Primavera, é uma obra do pintor e gravador espanhol Francisco José de Goya y Lucientes. Este é um dos desenhos para tapeçarias destinadas que foi destinado à sala de jantar do Príncipe das Astúrias, no Palácio de El Pardo. Trata-se de uma cena do cotidiano e pode estar representando a estação primaveril.

A pintura apresenta quatro personagens, sendo duas jovens mulheres, um homem e uma criança, num dia primaveril. A atmosfera é brilhante e o céu mostra-se ensolarado. Um grande monte ergue-se atrás do grupo, e, em meio às árvores, vê-se uma edificação. Os personagens encontram-se no campo, próximos ao que parece ser um lago, tendo ao fundo uma cidade.

A mulher, que segura uma garotinha pela mão, recebe uma rosa das mãos de outra, que se encontra ajoelhada no chão. Ela traz flores em seu avental dobrado. A criança também traz flores na cintura e na mão direita. Seus olhinhos vívidos estão voltados para cima. A jovem, que se encontra ajoelhada, além de trazer flores nas mãos, também as tem no chão, próximas a seu corpo. O homem, por sua vez, segura uma lebre na mão direita, enquanto leva a esquerda à boca, como se pedisse silêncio. Ele tenta surpreender a mulher, à sua frente, com o animal.

Ficha técnica
Ano: 1786

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 277,5 x 219,3 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-flower-girls-or-

Views: 9

Pintor Anônimo – O DÍPTICO DE WILTON

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Autoria de Lu Dias Carvalho

odidewi

A composição O Díptico de Wilton — também conhecida como Ricardo II Apresentado à Virgem e ao Menino pelos seus Santos Protetores — é uma obra pertencente ao estilo Gótico Internacional,  cujo pintor é desconhecido, sendo chamado de Mestre Díptico Wilton. Alguns críticos de arte dizem que se trata de uma obra francesa e outros dizem ser ela uma obra inglesa, tendo seu autor conhecimento da arte francesa praticada nas cortes francesas. Mesmo a sua data é baseada em hipóteses.

Este díptico foi pintado para o rei Ricardo II da Inglaterra. Foi criado em dois painéis de madeira, unidos por duas dobradiças. No painel à direita, a Virgem Maria, de pé com seu Menino nos braços, está rodeada por onze anjos, sendo dois ajoelhados e o restante de pé. A cena se passa num campo florido, como mostram as flores aos pés da Virgem, retratadas com bastante fidelidade. Todas as figuras encontram-se vestidas de azul, excetuando o Menino Jesus que usa um pequeno manto amarelo. Ele abençoa o rei Ricardo II — ajoelhado na outra tela.

Os anjos usam coroas de flores, enquanto a Virgem e Jesus trazem halos dourados. Cada anjo traz na túnica — próximo ao ombro direito — o emblema inglês. Sete anjos com suas enormes asas levantadas separam a cena do fundo dourado da composição. Um dos anjos carrega uma bandeira com a cruz de São Jorge — símbolo do Reino Unido. Acima, na ponta da haste onde se encontra a bandeira, uma esfera de metal traz impressos um pequeno mapa da Inglaterra e um castelo. A cena é cheia de movimentos. O uso da perspectiva pelo artista pode ser visto na postura do anjo ajoelhado no lado esquerdo do painel. Mostra também que ele fez uso de estudos do natural ao usar muitas espécies de flores que ornam o paraíso.

No painel à esquerda o rei Ricardo II encontra-se ajoelhado, sendo apresentado à Virgem por seus santos padroeiros que se encontram de pé atrás dele. Os santos trazem seus respectivos atributos:  Eduardo, o Confessor, segura o anel ganho de um peregrino; São Edmundo Mártir segura a flecha que o matou; e São João Batista traz um cordeirinho — o Cordeiro de Deus. Eles se encontram num espaço aberto de chão rochoso, com plantas ao fundo, à direita. A cena é muito calma.

O díptico está unido por duas dobradiças, podendo ser fechado para conservar a pintura. Quando cerrado, apresenta nos reversos dos painéis, à direita, um veado branco com uma coroa de ouro rodeando seu pescoço — emblema de Ricardo II — e à esquerda o brasão de armas de Eduardo, o Confessor, cruzado com as armas da Inglaterra.

Esta rica e preciosa obra da época medieval compartilha do gosto por graciosas e delicadas linhas fluidas e belos e esmerados motivos.  É de extrema graciosidade o modo como a Virgem toca no pé de seu Menino, assim como os gestos dos anjos com suas mãos delgadas. Possui muitos detalhes feitos com folha de ouro.  As vestes e os ornamentos em azul — presentes na Virgem e nos anjos — foram feitos com pigmentos de lápis-lazúli, uma pedra semipreciosa muito cara à época. O vermelho da roupa de Ricardo II também foi feito com um pigmento muito valioso. A moldura é original.

Ficha técnica
Ano: c. 1395 -1399

Técnica: têmpera no painel
Dimensões: 45,7 x 29,2 cm (sem a moldura)
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich
https://es.wikipedia.org/wiki/Díptico_de_Wilton
http://www.arqfdr.rialverde.com/5-Edad_Media/Em_Ilustr15.htm
http://www.viajeporlondres.com/londres/museos/nationalgallery/pinturas

Views: 6

MEU PRIMEIRO REVÉS NA VIDA

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Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

Meu pai havia comprado uma linda vaca, a “Pombinha”, que vinha acompanhando a carroça onde estava sua recente cria, uma linda bezerra marrom de longas orelhas. A “Pombinha” era uma vaca de meio sangue holandês, branca com manchas de um marrom quase vermelho e de chifres curtos e curvados para frente. Parecia uma vaquinha de reclame de chocolate suíço. Eu e minha mãe havíamos gasto grande parte do dia no preparo para a recepção desses novos integrantes de nossa família. A cocheira de sapé estava toda limpa e arrumada para receber as novas moradoras, mãe e filha. Foi uma grande recepção e muito nos alegramos em ver a bezerrinha mamar sofregamente e depois deitar em seu pequeno “quartinho” limpo e macio, com cerquinha de bambu e cobertura de sapé.

Antes que o sol raiasse era preciso fazer a ordenha e pôr a bezerra a mamar para que vaca “soltasse o leite”. Eu e meu pai fomos como ajudantes, peiando e amarrando o rabo da vaca e fazendo os preparativos para a ordenha. Embora minha mãe nunca tivesse lidado com uma vaca, sua disposição e empenho compensaram sua falta dessa experiência. Em poucos dias ela já o fazia, senão com perfeição, mas com destemor, total segurança e eficiência. Todos os dias nós tínhamos dez litros de leite, além do que a bezerra mamava. Em nossa inexperiência, logo nos afeiçoamos a esses animais quase como se fossem pessoas da família.  Ainda mais que o precioso leite, naqueles rincões, longe de tudo, era de importância vital. E assim foram se passando os dias, as semanas.

A bezerrinha, batizada de “Mocinha”, crescia a olhos vistos, e prometia ser uma bela novilha para aumentar nosso plantel. Já se passavam dois ou três meses, quando na ordenha matinal, minha mãe notou que ela teve dificuldade para mamar e apresentou uma espuma na boca. Não sabíamos o que era aquilo. Consultados os vizinhos mais próximos veio o “diagnóstico”: aftosa. Não se dispunha de veterinários, nem se tinha acesso a esse tipo de informação. Havia um único remédio, que em toda vizinhança se usava para todos os “males” dos animais. Chamava-se Benzocreol. Era aplicado tanto para uso interno quanto para bicheiras, feridas e outros males. Só variava a dose.

A bezerra estava triste e já não queria mamar. O jeito era aplicar o tal de Benzocreol, única coisa que se podia fazer. Feita a mistura com água, o problema era fazer o animal engolir aquele “remédio”. Segundo os “entendidos” aconselhavam, devia ser uma dose de mais ou menos meio litro. Quando tentamos fazer ir goela abaixo, a bezerra esperneou e foi com muito custo que conseguimos fazê-la engolir parte do “remédio”. Pouco depois, deitada, a bezerra virou os olhos, estrebuchou e morreu. Sua morte abrupta deve ter sido provocada pelo efeito do remédio ou por sufocamento, se o líquido invadiu seus pulmões.

Perder aquele animal foi um desespero para nós todos; quase como se tivesse morrido alguém da família. Meus pais chegaram a falar em ir embora, de volta para a cidade. Minha mãe chorou de tristeza com a perda daquela bezerra que, além de querida, representava nossas esperanças de muito leite e progresso. Vizinhos nos aconselharam a tirar seu couro para “enganar” e “consolar” a vaca. Nós não tivemos coragem.

Nossa “mocinha” foi enterrada com profundo sentimento de perda e quase com nossas esperanças na nova vida de sítio. Era nosso primeiro revés na vida rural. Mas o pior ainda estava por vir. A vaca mugiu sem parar, dia e noite, durante muitos dias na cocheira que ficava ao lado de casa. Além da perda, o triste lamento repetido sem cessar pela “Pombinha” não nos deixava dormir, além de manter viva a ideia da perda. Sem a bezerra a mamar, provavelmente a vaca “secaria” o leite.

O zelo e os cuidados especiais de minha mãe para com a sofrida vaquinha de estimação devem ter ajudado. Fui mobilizado a ajudar num super tratamento, tanto de capim fresco quanto de escovação e bom trato para a “Pombinha”. Embora tenha diminuído muito sua produção, ela continuou a nos dar seu precioso leite.  Com o passar das semanas, embora abalados, fomos em frente.

Nota: Extraído do livro “Corrupira”, ainda inédito, do autor.
Imagem: obra de Candido Portinari

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Ambrogio Figino – ZEUS, HERA E IO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

zeuherio

A composição denominada Zeus, Hera e Io é uma obra do pintor italiano Ambrogio Figino, baseada no mito que conta o envolvimento de Zeus com a ninfa Io.

Ao perceber que Zeus (Júpiter) estava a traí-la, escondido atrás de uma nuvem escura, Hera (Juno) afastou-a, mas o que viu foi seu marido perto de uma novilha, que de fato era a ninfa Io, de linhagem mortal, que fora transformada pelo deus em um animal, para não causar ciúmes à sua mulher. É fato que Hera não descansou, enquanto não tirou tudo a limpo.

A pintura de Ambrogio mostra o encontro de Hera, sentada sobre uma nuvem, com seus esposo Zeus, na terra, questionando-o sobre a presença daquela novilha próxima a ele. O deus está coberto por um manto avermelhado, com as pernas cruzadas, tendo um pequeno cupido atrás de si. À sua direita encontra-se uma ave negra. A posição de sua mão esquerda indica que ele está a dar explicações à esposa. Indiferente à discussão, a novilha olha para o observador, como quem diz: – Eu não tenho nada com isso!

Uma paisagem descortina-se ao fundo, com um arco-íris e dois pavões na parte superior esquerda da tela.

Ficha técnica
Ano: 1599
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: (?)
Localização: Pinacoteca Malsapina, Paiva, Itália

Fontes de pesquisa
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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DEMÊNCIA: PROBLEMA SÉRIO E PRIORITÁRIO

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

As demências estão aumentando a passos largos no decorrer das últimas décadas. Não vejo, no Brasil, políticas públicas voltadas para o tema e um plano de enfrentamento para o problema, como ocorre nos casos de obesidade, nas epidemias virais, nas doenças cardiovasculares, etc. É como se nada estivesse acontecendo. A cada dia surgem mais casos de demência e as famílias simplesmente não sabem como lidar com o drama.

A publicação americana Alzheimer’s Disease International estima que 135 milhões de pessoas em todo o mundo estarão vivendo com demência até 2050. Essa previsão já é 17% acima das previsões anteriores e tende a aumentar, em grande parte, pelo aumento na expectativa de vida da população. Se de um lado está sendo bom viver mais, por outro, a qualidade está deixando a desejar – demência à vista. O  impacto das demências na sociedade atual e num futuro bem próximo será muito amargo e difícil para as famílias que lidam ou venham a lidar com o problema.

O Mal de Alzheimer é a causa mais comum de demência, e seus sintomas incluem perda de memória, mudança de humor, problemas com a comunicação e de raciocínio. O relatório norte-americano diz que a doença de Alzheimer e outras formas de demência representam “uma epidemia global”. Você, caro leitor, deve ter um parente ou conhecido portador desta doença. E se vivenciou um pouco, sabe dos transtornos e dificuldades que os familiares enfrentam.

Os atuais tratamentos são caros e pífios. Observa-se uma melhora com as medicações no início da doença, entretanto, nos casos moderados a graves, a situação pode ficar caótica para os cuidadores no dia a dia. É essencial que nos preparemos. Na verdade, o Brasil já está atrasado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já encara o problema como “sério” e o tem como prioridade. Segundo a britânica Alzheimer’s Society, a demência é a maior crise na área de saúde que o mundo enfrenta atualmente. Um alerta para governos mundo afora sobre a urgência de investir mais em cuidado e apoio.

Amanhã poderemos ter um ente querido portador de demência em casa, confuso, perdido no tempo, com falsos reconhecimentos e às vezes agressivo. Até que tratamentos efetivos venham à tona, pesquisadores do King’s College de Londres sugerem que, à medida que a população envelhece, o sistema tradicional de cuidar, feito de maneira informal pelas famílias, amigos e comunidade, precisará de um apoio muito maior. Inclusive do Estado, o que, no Brasil, é falho e feito com descaso.

Segundo a pesquisa, pouco mais que uma em cada dez pessoas acima de 60 anos precisa de cuidados de longo prazo, como ajuda diária em tarefas como tomar banho, alimentar-se, vestir-se e usar o banheiro – as chamadas atividades da vida diária (AVDs). Isso pode ser um fardo para a família, já que muitos dos parentes que cuidam do idoso precisam deixar o trabalho e outros afazeres do dia a dia. Também sugere maior profissionalização dos residenciais para idosos, o que pode ser uma opção de escolha em tempos de famílias pequenas e atarefadas.

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Robert Campin – TRÍPTICO DA ANUNCIAÇÃO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

tripanun

O Tríptico da Anunciação, também denominado Retábulo de Mérode, obra do pintor flamengo Robert Campin, apresenta três ambientes: um jardim murado, uma sala  e uma oficina. Esta peça não foi projetada para ser exposta numa igreja, mas num lar, em razão de suas pequenas dimensões. As cenas deste tríptico (obra constituída de um painel central e de duas meias-portas laterais capazes de fecharem-se sobre ele, recobrindo-o completamente) acontecem em um ambiente relativamente rico.

O painel central apresenta Maria e o anjo no interior de uma sala, onde se destacam uma mesa, um banco com almofadas azuis, duas pequenas janelas redondas e uma janela de madeira, semiaberta, através da qual se vê o céu com nuvens brancas. As duas figuras estão ricamente vestidas, sendo as dobras de suas vestes um espetáculo à parte. A presença de uma cena da Anunciação em um ambiente burguês foge à tradição da época, assim como a ausência de auréola nas duas figuras divinas. Mas a presença das asas no anjo e a de uma pequenina figura nua, acima da cabeça desse, demonstram a divindade das personagens.

A pequenina figura, entrando por uma das janelas circulares, carregando uma minúscula cruz, e deslizando-se sobre sete raios que incidem sobre Maria, é Jesus Cristo, em miniatura. Sua presença significa que salvará todos os homens através do sofrimento pelo qual passará. Ao contrário de outras pinturas da Anunciação, esta não apresenta o Espírito Santo em forma de pomba.

O artista reproduz os objetos com tamanha precisão que é possível notar os mínimos detalhes, com destaque para o banco, o telhado e as dobras das vestes, na parte central do tríptico. Há também muitos detalhes que aludem à pureza de Maria e sua vida de orações: os lírios brancos dentro de um vaso de cerâmica sobre a mesa, a toalha branca e a bacia; o ambiente sem portas e a janela aberta aludem à vida caseira que a Virgem levava; o fato de ela se sentar no chão diz respeito à sua humildade; ao segurar a Sagrada Escritura com um pano, ao invés de tocá-la com as mãos, a Virgem demonstra seu respeito pelo livro; os quatro pequenos leões nas extremidades do banco, sendo dois de cada lado, aludem ao trono de Salomão e, portanto, à sabedoria; a vela sobre a mesa acaba de ser apagada, como mostra a fumaça, provavelmente por um lampejo de vento, como uma alusão ao sopro divino.

A meia-porta da direita do tríptico apresenta a figura de São José, o artesão, pai putativo de Jesus, trabalhando na sua oficina de madeira. Próximas a ele estão inúmeras ferramentas e cravos, feitas com muita precisão. Ele está concentrado, usando a broca num pedaço de madeira. Do interior da oficina, através da janela entreaberta, é possível enxergar uma vista da cidade com praça e ruas, e com as mulheres vestindo casacos pretos com capuz e saias vermelhas, e os homens usando chapéus altos à moda da época. É inverno.

A meia-porta da esquerda mostra três figuras: um homem e uma mulher em primeiro plano, e um homem barbudo com um chapéu de palha na mão e uma carta na outra, em segundo. A mulher, possivelmente, é a esposa do cliente do tríptico. Ela traz o cabelo e o pescoço cobertos, como convinha às mulheres casadas, à época. Encontra-se ajoelhada atrás do marido e traz nas mãos um rosário feito de contas de coral vermelho. O casal está ajoelhado diante de uma porta entreaberta, como se observassem o encontro entre Maria e o anjo Gabriel.

Ficha técnica
Ano: entre 1422 e1430
Técnica: óleo sobre carvalho
Dimensões: trípitico com 120 x 64 cm
Localização: Coleção Os Claustros

Fonte de pesquisa
Los secretos de las obras de arte/ Editora Taschen

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