CARL SAGAN – CIÊNCIA X PSEUDOCIÊNCIA (II)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Moralmente é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão. (Edmund Way Teale)

Ainda seguindo a linha de raciocínio do cientista Carl Sagan (1934-1996), quanto mais compreensão o humano tiver sobre si mesmo e sobre o Universo, mais estará contribuindo para a sobrevivência da sua espécie. Assim argumenta Sagan: “Nutrir a noção de que somos uma combinação especialmente complexa de átomos em vez de um sopro de divindade, pelo menos intensifica o nosso respeito pelos átomos.” Foi ao descobrir isso que os cientistas passaram a tomar cada vez mais consciência do funcionamento do corpo humano, salvando vidas e contribuindo para a sua longevidade. Sem isso, ela ainda estaria patinando na Idade Média, quando se achava que a epilepsia, por exemplo, era “coisa divina”, por não compreenderem o seu mecanismo de funcionamento.

A superstição e a pseudociência, segundo Sagan, ainda dominam um vasto território na Terra, isto porque as respostas fáceis são sempre as mais buscadas pelos seres humanos, uma vez que a postura cética exige raciocínio, análise elaborada, paciência e grande uso de tempo. Sabe-se que a pseudociência traz respostas imediatas que não exigem argumentação, resultados de comparação, sendo muito fácil de ser compreendida e, além de muito popular, está presente em todos os lugares. Outro ponto que favorece a pseudociência é que ela dá “respostas” para as necessidades emocionais, ainda que essas se mostrem desprovidas de respostas efetivas para os problemas, principalmente os relativos à saúde mental. Não é à toa que prolifera a indústria dos livros de autoajuda, sendo alguns da pior qualidade. Não são poucos os escritores dessa seara que enchem linguiça, produzindo inúmeros livros, sendo que, na prática, mudam apenas a capa.

Não é surpresa para ninguém saber que em muitos pontos a humanidade ainda vive na Idade Média, bastando ver as superstições que ainda proliferam em todo o mundo. É possível observar com tristeza que o ensino público da Ciência vem dando lugar à superstição e à ignorância, alimentando a pseudociência, quando se sabe que o progresso da humanidade está ligado ao avanço científico.  Temática esta que pode ser exemplificada com o mito da Terra plana, alardeada até mesmo num país de primeiro mundo como é o caso dos EUA, tendo adeptos no Brasil.

Carl Sagan apresenta as principais diferenças entre Ciência e pseudociência:

  • A Ciência quando detecta seus erros, elimina-os um a um, sem se perder em conjeturas.
  • A Ciência trabalha, sim, com conclusões falsas, mas elas são apenas tentativas de acertos, sendo logo descartadas.
  • As hipóteses não são tidas como convicções, mas são formuladas para serem refutadas, se não corresponderem ao que delas é esperado.
  • Hipótese alternativas são testadas com experimentos e observação, sendo eliminadas as que não possam corresponder às expectativas.

A pseudociência não passa por nenhum dos pontos acima. Suas hipóteses são tidas como corretas, invulneráveis, definitivas, mas na prática não passam de meras convicções, incapazes de resistir a qualquer análise. A pseudociência não aceita o exame minucioso e cético da Ciência.

Segundo o escritor Thomas Gilovich, nós, humanos, estamos propensos ao erro, sendo que as pessoas erram sistematicamente na compreensão dos números, ao rejeitar uma evidência desagradável e ao ser influenciada pela opinião dos outros. William Shakespeare complementa “O homem é um ser leviano”, pois se esquece de que é inclinado ao erro e suas percepções são falíveis, sendo ele vítima de ilusões óticas e de alucinações. É daí que nasce a necessidade do rigor cético, responsável e austero da Ciência, segundo Sagan, pois sua responsabilidade não é dizer o que queremos ouvir, mas a verdade, para que possamos ser parte da evolução humana e da evolução do planeta Terra como um todo.

Fonte de pesquisa

O mundo assombrado pelos demônios/ Companhia de Bolso

Tarsila – OS ANJOS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Encontrei em Minas Gerais as cores que adorava em criança. Ensinaram-me que eram feias e caipiras. Segui o ramerrão do gosto apurado… Mas depois me vinguei da opressão, passando-as para minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, tudo em gradações mais ou menos fortes, conforme a mistura de branco. Pintura limpa, sobretudo, sem medo de cânones convencionais. Liberdade e sinceridade, certa estilização que adaptava à época moderna. Contornos nítidos, dando a impressão perfeita da distância que separa um objeto de outro. (Tarsila do Amaral)

Sou profundamente brasileira e vou estudar o gosto e a arte dos nossos caipiras. Espero, no interior, aprender com os que ainda não foram corrompidos pelas academias. (Tarsila do Amaral)

A artista brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973) gostava de retratar temas populares e religiosos ligados ao seu país. Sobre isso, ela disse: “Senti um deslumbramento diante das decorações populares das casas de moradia de São João del Rei, Tiradentes, Mariana, Congonhas do Campo, Sabará, Ouro Preto e de outras pequenas cidades de Minas, cheias de poesia popular. Retorno à tradição da tranquilidade”.

Em sua composição intitulada Os Anjos ela traz nove figuras femininas, agrupadas num círculo, trazendo um anjo de branco no meio que se distingue dos demais pelo seu tamanho e cor de pele mais escura. Cinco deles usam vestimenta azul, dois vestem cor-de-rosa e dois usam túnicas brancas. As asas variam entre as cores rosa, azul e branca. Uma guirlanda de flores parte das mãos do anjo de azul à esquerda, indo até o último à direita, emoldurando a parte inferior da composição.

Os anjos de Tarsila parecem levitar sobre o azul que colore todo o fundo da tela. Sobre a composição ela escreveu ao seu marido Oswald de Andrade: “Os Anjos estão ficando cada vez mais bonitos”.

Ficha técnica
Ano: 1924
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 85 x 74 cm
Localização: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Fontes de pesquisa
Tarsila do Amaral/ Coleção Folha
Tarsila do Amaral/ Folha Grandes Pintores
Tarsila, sua obra e seu tempo/ Aracy. A. Amaral

AÇÚCAR x CÁRIES DENTÁRIAS

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Autoria de Fernando Carvalho*

       

Se a humanidade quiser erradicar esta que é a mais vergonhosa, disseminada e humilhante de todas as epidemias, a solução está ao alcance da mão. Se o objetivo é resolver definitivamente o problema, deveríamos optar pela eliminação total do açúcar. (Dr. Andrew Pacheco)

 O homem das cavernas, os esquimós da Groenlândia, os araucanos do Chile, os romanos do tempo de Júlio César, os ingleses do tempo do rei Henrique VIII, os pigmeus africanos, os franceses do tempo de Carlos Magno, os chineses da dinastia Ming depois que comiam ou iam descansar, ou fazer amor, ou fazer a guerra, enquanto os nômades iam procurar outro lugar para ficar. O homem contemporâneo depois que come fica paranoico. Precisa escovar os dentes e aciona a parafernália da higiene bucal. Nenhum dos povos mencionados escovava os dentes e tinham-nos perfeitos.

Há muito tempo que se desconfia da relação entre consumo de açúcar e formação de cárie. No Brasil colonial, por exemplo, Gilberto Freyre e cronistas estrangeiros já haviam notado que o pessoal da Casa Grande, que comia muitos doces, tinha péssimos dentes, enquanto os escravos das senzalas, que chupavam cana com os dentes, os tinham brancos e saudáveis. Silva Mello cita uma pesquisa motivada pela relação observada entre péssimos dentes, comuns entre empregados de confeitarias. Por essa pesquisa, realizada in vitro, empregou-se uma solução fermentada de açúcar sobre a coroa de um dente que foi capaz de atacar e tornar áspera (desmineralizar, digo eu) a superfície da coroa dentária em um período de apenas 17 horas. Silva Mello em Alimentação, instinto e cultura, diz que, segundo investigações feitas em crânios de poucos séculos atrás, em diversas regiões da Europa, as cáries são raríssimas, e isso apesar da diversidade de alimentação e da ausência de toda e qualquer utilização de higiene dentária. O médico americano Weston Price, autor de Nutrition and phisical degeneration, pesquisou e descobriu que o índice de cáries entre os povos primitivos é de 1%.

Hoje é científico, sabe-se que, sem sombra de dúvidas, a cárie dentária resulta da combinação dos fatores: dente + bactérias cariogênicas. A participação dos microrganismos ficou demonstrada por pesquisas em ratos nascidos por cesariana e criados em câmaras assépticas, portanto livres de germes. Nesses animais não se formava a cárie, embora recebessem dieta cariogênica rica em carboidratos. Se, entretanto, na saliva eram introduzidas bactérias, ao cabo de certo período apareciam indícios de cárie. Ficou constatado que a cárie não aparecia quando a dieta cariogênica era levada diretamente ao estômago dos animais através de sondas. Por meio dessas pesquisas chegou-se à brilhante conclusão de que a existência das cáries se deve ao binômio bactérias/carboidratos. O que faz com que os carboidratos sejam cariogênicos é a presença do açúcar refinado. A sacarose é a única molécula capaz de produzir a placa bacteriana.

A bactéria mais popular é a Streptococcus Mutans, tão generalizada na boca de todos, graças dieta açucarada que constitui a flora bacteriana bucal. Em colônias chamadas placas bacterianas, com a ajuda do açúcar, elas produzem ácidos que irão desmineralizar o esmalte dos dentes e depois furá-lo. Outras bactérias são atraídas para essa festa, aumentando a espessura da placa e conferindo-lhe consistência gelatinosa. O personagem principal é o açúcar – sem ele o espetáculo não acontece. Mas se você tiver uma boca cheia de dentes e de bactérias e não ingerir açúcar, as bactérias não conseguem produzir cárie. Sem açúcar na comida você pode se dar ao luxo de jantar e ir dormir sem necessidade de escovar os dentes. Você não pode comer também porcarias açucaradas tipo refrigerantes, sorvetes, bolos, balas, biscoitos recheados, doces, etc.

O açúcar é condição sine qua non para que a cárie seja produzida. A sacarose serve de substrato para que as bactérias se fixem na superfície dentária. Sendo altamente energética, a sacarose ajuda a Streptococcus Mutans a produzir mais ácidos que irão destruir o esmalte dos dentes. Você pode consumir quaisquer outros açúcares (frutose, glicose, galactose, maltose, lactose, etc.) que com eles a dona S. Mutans não conseguirá produzir cáries. É um caso pessoal, o parceiro dela é o açúcar refinado e fim de papo.

O doutor Andrew Pacheco explica: “Se não houver açúcar na dieta do bebê, os tipos de bactéria que vão iniciar a colonização sobre os dentes não são cariogênicos. Quanto mais tempo essas bactérias não cariogênicas puderem permanecer na boca, sem que as bactérias causadoras de cárie se estabeleçam, melhor. Os dentes vão se tornar mais fortes através de uma maior maturação do esmalte dentário. Os dentes, logo que erupcionam são mais passíveis de se cariarem. O tecido dentário é mais poroso nessa época, menos mineralizado, e, portanto, se logo ao nascerem já houver açúcar na alimentação, a cárie se instala rapidamente e destrói os dentes. As bactérias normais da flora bucal vão competir e tentar impedir que as bactérias cariogênicas se instalem, mas vão perder, graças ao açúcar”.

O açúcar é tão cariogênico que não precisa sequer tocar nos dentes para provocar cárie. Não nos esqueçamos também que a saúde começa pela boca e que a cárie dentária abre essa porta por onde passam muitas outras doenças. A bactéria cariogênica  Streptococcus mutans passou a colonizar a cavidade bucal depois da queda no pH promovida pela ração açucarada. Ela foi descoberta pela primeira vez na boca de um menino inglês no século XIX. A cárie é uma doença infecciosa crônico-degenerativa. O que faz com que ela se multiplique e seja promovida ao time das bactérias indígenas, passando a ser dominante na flora bucal é o “doce” ambiente proporcionado pela dieta açucarada moderna. Ou seja, o açúcar primeiro cria o exército inimigo e ainda oferece as armas para a produção da cárie dentária.

*Autor do livro “O Livro Negro do Açúcar”, presente no Google em PDF.

Tarsila – O MODELO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A artista brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973) estudou num colégio interno na Espanha, mas somente aos 30 anos de idade é que teve início a sua formação artística e, mesmo assim, no Brasil, primeiramente na escultura e depois na pintura. Foi estudar em Paris, como aluna da Académie Julia. Apenas depois de Émile Renard foi que ela agregou mais liberdade à sua pintura.

A composição intitulada O Modelo é uma obra da artista. Situa-se entre a ficção e a abstração. Embora tenha tido um contato breve com o artista cubista Fernand Léger, que lhe foi apresentado pelo poeta Blaise Cendrars, isso já foi suficiente para marcar o trabalho de Tarsila.  A obra em estudo foi criada nessa época.

O Modelo é uma das composições da artista que se apresenta mais abstrata e geometrizada. Nela está presente a chamada “técnica lisa”, aprendida com Léger, em que o fundo e a figura são geometrizados, dando ênfase à superfície dimensional.

A pintura apresenta uma modelo, cujo corpo é apenas sugerido, sendo extremamente simplificado e modelado. Uma esfera situa-se à sua frente, enquanto ao fundo observa-se um grupo de linhas ortogonais (formam ângulos retos) cruzado por diagonais e formas planas opostas. Observa-se que tudo é equilibrado com esmero. O cabelo de corte chanel da modelo é o seu elemento mais indicativo.

Ficha técnica
Ano: 1923
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 55 x 46 cm
Localização: coleção particular

Fontes de pesquisa
Tarsila do Amaral/ Folha Grandes Pintores
Tarsila, sua obra e seu tempo/ Aracy. A. Amaral

CARL SAGAN – A COISA MAIS PRECIOSA (I)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Não deixem nada ao acaso. Não percam nenhum detalhe. Combinem as observações contraditórias. Não tenham pressa. (Hipócrates de Cós)

Toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil – e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos (Albert Einstein).

Carl Edward Sagan (1934-1996)  foi um dos mais importantes nomes da Ciência do século XX. Além de ter sido um notável cientista, era também professor, escritor, astrônomo e biólogo. Tinha, portanto, um grande conhecimento sobre a vida. Marcou presença no desenvolvimento de programas espaciais para a Nasa. Publicou mais de 20 livros de ciência e ficção científica, além de 600 publicações sobre os mais diversos assuntos. Em seu mais famoso livro “O Mundo Assombrado dos Demônios”, o cientista norte-americano Carl Sagan aborda questões importantíssimas sobre o desconhecimento da Ciência em todo o mundo, o que propicia um campo fértil para a pseudociência e, em consequência, aumenta a colheita de superstições, enganadores charlatães e fakenews. Só para se ter uma ideia dessa realidade perversa, ele cita que 95% dos norte-americanos são “cientificamente analfabetos”.

Carl Sagan levanta os males que esse desconhecimento causa: ignorância sobre o aquecimento global, a poluição do ar, o lixo tóxico e radioativo, a chuva ácida, a erosão da camada superior do solo, o desflorestamento tropical, o crescimento exponencial da população, entre outros. O cientista afirma que a maioria da humanidade prefere ver tudo como divino, ao invés de reconhecer a sua ignorância, pois é muito mais fácil passar toda a responsabilidade para um “deus das lacunas” em vez de buscar respostas geradas pela Ciência. Lembra que o filósofo grego Hipócrates de Cós – o pai da medicina – que viveu nos séculos IV e V a.C., foi o responsável por introduzir elementos do método científico no diagnóstico das doenças, recomendando a observação cuidadosa e meticulosa: “Não deixem nada ao acaso. Não percam nenhum detalhe. Combinem as observações contraditórias. Não tenham pressa”.

Afirma Sagan que a ciência e a tecnologia também têm sido responsáveis por coisas ruins como as armas nucleares, a produção da talidomida, o agente laranja, os gases que atacam o sistema nervoso, a poluição do ar e da água, as extinções das espécies, etc. Contudo, afirma ele: “As vidas salvas pelos progressos na medicina e na agricultura são muito mais numerosas que as perdidas em todas as guerras”. Ou seja, diz que, apesar das desgraças criadas pela Ciência, os ganhos que ela trouxe para a humanidade são muito maiores, basta ver a expectativa de vida que vem se ampliando a cada decênio.

Como demonstrado por Sagan, a Ciência é uma espada que traz consigo dois gumes e exige que cientistas e governos assumam responsabilidade em relação à vida humana e à vida do planeta como um todo. Eles têm o dever de estar atentos às consequências de longo prazo da tecnologia, “evitando os apelos fáceis do nacionalismo e do chauvinismo”, tão comuns aos dias de hoje, apesar de todo o progresso científico.

Fonte de pesquisa

O mundo assombrado pelos demônios/ Companhia de Bolso

Tarsila – A FAMÍLIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A artista brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973) gostava de retratar temas populares e religiosos ligados ao seu país. Na composição circular intitulada A Família ela nos apresenta uma família numerosa.  Doze indivíduos, incluindo um bebê que mama tranquilamente, fazem parte do grupo. À época no Brasil, as famílias com muitos membros eram bem comuns, ao contrário dos dias atuais, quando a criação de filhos exige muito tempo e gastos materiais. Dois animaizinhos também fazem parte do retrato: um gato que mira o observador e um cão voltado para a esquerda da tela.

Os personagens encontram-se sentados, excetuando uma menina que traz uma boneca preta de pano. Todas as figuras humanas encaram o observador, menos a mãe que dá o peito a seu bebê, o próprio bebê e um garotinho sem camisa à direita, na parte inferior. A mãe que alimenta encontra-se de perfil, dando vida a uma nova geração e, diferentemente dos demais penteados, traz um grande coque no alto da cabeça. A presença de animais, a boneca e o cacho de bananas são indicativos da vida que as crianças levam dentro da família.

O homem de amarelo à esquerda é o pai. Ele segura o que parece ser uma enxada, o que leva a crer que aquela família seja rural. Traz também uma expressão cansada. A penúltima mulher à direita pita um cachimbo de cabo muito comprido. O garoto gorducho, que se encontra no centro da composição, segura uma penca de bananas. Acima dele, também centralizada, a matriarca ampara o rosto com a mão. Os membros da família são bem parecidos, trazendo as mulheres os cabelos partidos.

A tela é coberta pelo branco, o azul, o rosa, o amarelo, o verde e pontos em preto nela espalhados. O fundo azul mistura-se com o verde do chão.

Ficha técnica
Ano: 1925
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 79 x 101,5 cm
Localização: Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
Tarsila do Amaral/ Folha Grandes Pintores
Tarsila, sua obra e seu tempo/ Aracy. A. Amaral