Autoria de Lu Dias Carvalho
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A mulher adormecida em cima do sofá sonha que foi transferida para este bosque e que está a ouvir os sons do encantador de serpentes. O motivo do canapé inserido nesta pintura, deve-se a esse fato. (Rousseau)
A imagem irradia beleza, isso é indiscutível. Creio que ninguém vai rir este ano. (Guillaume Apollinaire)
É com Rousseau que podemos falar de a primeira vez do Realismo Mágico. (André Breton)
A composição O Sonho é uma obra-prima do pintor francês Henri Rousseau que traz como tema a selva, perfazendo um total de vinte e seis telas com essa mesma versão. Este é o último dos quadros com motivos selváticos, o maior deles e também o último do artista. O mais interessante é notar que, de um quadro para outro, a criatividade Rousseau foi ficando cada vez mais aguçada. Nesta tela em particular, segundo informações, existem mais de vinte tons de verde, sendo considerada uma obra-prima da arte moderna. Todos os pormenores são cuidadosamente trabalhados (haste, folha, flor, etc.). Trata-se de um dos mais belos ícones da pintura visual. Esta obra foi exposta no Salão dos Independentes, poucos meses antes do falecimento de artista francês.
O pintor deixa bem claro em sua criação que se trata de um sonho, daí a razão de a mulher encontrar-se reclinada e nua na tela, à esquerda, numa espécie de sofá de estilo francês, no meio da selva. A retratada é Yadwigha, amante polonesa da juventude do pintor. Arrebatada, ela aponta para o encantador de serpente, ali naquele mundo surreal, que se desenrola em seu derredor, composto por uma paisagem exótica, com folhagens variadas e diversos tipos de animais, dentre os quais são vistos macacos, aves, felinos, um elefante e uma cobra. Enquanto a leoa traz os olhos voltados para a sonhadora mulher, o leão mira o observador com seus olhos perscrutadores.
Um nativo negro, encantador de serpentes, vestindo uma saia colorida e tocando um instrumento de sopro semelhante a uma flauta, ocupa quase que a parte central da composição. Seu corpo mistura-se com o escuro da folhagem, mas seus olhos brilhantes destacam-se, chamando a atenção do observador – a quem fita intensamente. Apesar de tênue, a lua cheia joga sua luz sobre a selva, deixando-a a descoberto para ser admirada. Uma cobra escura, com barriga alaranjada, ondula em meio à vegetação colorida, lembrando as curvas dos quadris e da perna da jovem mulher, enquanto gigantescas e coloridas flores circundam-na.
Embora nunca tivesse deixado seu país, Rousseau transpôs para alguns de seus quadros um mundo fantástico, no qual a natureza é senhora absoluta. Nesta sua última obra, assim como a folhagem entrelaçada da floresta, ele fundiu o exótico e o comum, a selva representativa de um mundo distante e misterioso e o divã comum ao chamado mundo civilizado, numa junção dos dois extremos. As cenas sobre a selva, criadas pelo artista, foram inspiradas pelas visitas que fazia ao Museu Paris de História Natural e também aos jardins botânicos e estufas, e pelas revistas populares da época.
Nota: conheça os detalhes desta pintura, acessando o link abaixo. Não se esqueça de marcar “traduzir”: http://artsnfood.blogspot.com/2013/11/closely-looking-at-heri-rousseaus-dream.html
Ficha técnica
Ano: 1910
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 204,5x 298,5 cm
Localização: Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, EUA
Fontes de pesquisa
Rousseau/ Editora Taschen
http://www.henrirousseau.net/the-dream.jsp
http://www.visual-arts-cork.com/paintings-analysis/dream-rousseau.htm
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