JOSÉ MOJICA MARINS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Mojica                        Diretor de À Meia-noite Levarei Sua Alma e Despertar da Besta

Vi que em todo filme de terror, a mulherada jogava-se nos braços dos homens. E isso me animou a fazer filme de terror. (José Mojica Marins)

Eu aprendi a fazer cinema, fazendo. O que fiz foi explorar nossas superstições. (José Mojica Marins)

Quem nunca ouviu falar de À Meia-Noite Levarei Sua Alma ou Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver ou ainda do Despertar da Besta?

O paulistano José Mojica Marins é um dos gênios da sétima arte nacional, onde exerce várias funções: cineasta, ator, roteirista e diretor, assim como foram seus colegas de profissão, Oscarito e Mazzaropi, em tempos idos. É respeitado tanto no Brasil quanto no exterior, recebendo de diversos países convites como palestrante e homenagens.

O nosso Zé do Caixão já nasceu no meio artístico, como se aquilo fosse o prenúncio de sua carreira. Seus pais eram artistas circenses, sendo o pai toureiro e a mãe dançarina de tango. Quando tinha 3 anos de idade, seu pai tornou-se gerente de cinema e levou a família para morar no fundo de um. O pequeno José Mojica Marins ficava maravilhado, ao assistir aos filmes na sala de projeção. Também brincava de teatro de bonecos e montava peças feitas de papelão e tecido.

Aos 8 anos de idade, o menino Mojica preferiu uma câmara de 16 milímetros a uma bicicleta, o que já delineava a sua opção pela carreira cinematográfica. Sua primeira fita baseou-se nos quadrinhos, tinha fascinação pelo Mandrake, criando A Mágica do Macho.

Embora tenha trabalhado com os mais diferentes gêneros: drama, faroeste, aventura e pornochanchada (que fazia por dinheiro, mas não gostava), José Mojica Marins tornou-se conhecido como diretor de filmes de terror. É tido como um dos inspiradores do movimento marginal do cinema, ao fazer seus filmes à margem dos estúdios de filmagens, despertando para o movimento outros artistas. Como diz ele, “era tudo na base da criatividade”. E, como dizia Glauber Rocha, “era uma ideia na cabeça e uma máquina na mão”. Se lhe davam um roteiro, Mojica lia-o apenas uma vez e ia fazendo o que achava legal, sem nenhum compromisso com o que se encontrava escrito.

Segundo Mojica, o cinema brasileiro regrediu de lá para cá, excetuando alguns poucos trabalhos como Cidade de Deus, Independência ou Morte, Guarani, Iracema, películas que têm a ver com o país. Diz não entender porque não se explorava naquela época o que era nosso, num país cheio de vida.

O cineasta José Mojica Marins foi o primeiro a fazer Cinemascope (certa tecnologia de filmagem e projeção) e a fazer 10 minutos de desenho animado em Meu Destino em Tuas Mãos. Começou a fazer filmes de terror em 1960, fora dos estúdios, dando início ao cinema independente. Seu primeiro filme em Cinemascope foi A Sina do Aventureiro. A princípio, chegou a ser esnobado pelos críticos do cinema nacional, mas, quando seus filmes começaram a ser tidos como cult no circuito internacional, passou a ser visto com outros olhos.

Mojica atribui à ditadura o fato de não ter se tornado riquíssimo com o filme O Despertar da Besta, o seu preferido, que ficou 20 anos detido pela censura dos anos de chumbo. Ele afirma que a arte é o seu mundo, o seu objetivo maior de viver. Trabalha atualmente com cinema, televisão e histórias em quadrinhos. Aos 67 anos de idade, continua vivendo de arte: shows, reprises de seus filmes, festivais de cinema, etc. Será homenageado neste mês, num festival de Cinema no Texas.

O cineasta polivalente diz ter horror ao plágio. Sua criatividade diz respeito às coisas de seu país com muito orgulho: superstições, centro espíritas, macumbas, etc. É isso que tem a ver com ele, como explica. Quando novo, recebeu inúmeros convites para trabalhar nos EUA, França, Inglaterra e outros países. Arrepende-se por não ter aceitado os convites. Hoje, transformou-se num ícone do cinema nacional. É cult.

Há uma grande curiosidade acerca do apelido de Zé do Caixão, personagem popular criado por José Mojica Marins. Ele conta que nasceu de um pesadelo. O personagem Zé do Caixão estreou no filme À Meia-noite Levarei Sua Alma, ganhou popularidade e passou a estar presente em vários filmes do cineasta. Sua explicação:

Certa noite, ao chegar em casa bem cansado, fui jantar. Em seguida, estava meio sonolento, entre dormindo e acordado, e foi aí que tudo aconteceu: vi num sonho um vulto me arrastando para um cemitério. Logo, ele me deixou em frente a uma lápide, lá havia duas datas, a do meu nascimento e a da minha morte. As pessoas em casa ficaram bastante assustadas, chamaram até um pai de santo por achar que eu estava com o diabo no corpo. Acordei aos berros, e naquele momento decidi que faria um filme diferente de tudo que já havia realizado. Estava nascendo naquele momento o personagem que se tornaria uma lenda: Zé do Caixão. O personagem começava a tomar forma na minha mente e na minha vida. O cemitério me deu o nome; completavam a indumentária do Zé a capa preta da macumba e a cartola, que era o símbolo de uma marca de cigarros clássicos. Ele seria um agente funerário.

Completa este ano 50 anos de Zé do Caixão. Outra curiosidade é que ele é dublado em muitos de seus filmes, em razão dos problemas apresentados pelo cinema nacional na época.

Sua obra:
33 longas-metragens
4 médias-metragens
20 (cerca de) curtas-metragens

Maldito – nome do livro escrito pelo jornalista André Barcinski baseado na vida de José Mojica Marins.

Projeto: fazer uma série para a televisão e cinema, baseando-se no livro Maldito.

Televisão: possui um programa de terror no Canal Brasil chamado O Estranho Mundo de Zé do Caixão.

Explicação de Mojica para o sucesso do filme A Sina do Aventureiro:

Para fazer sucesso, eu usei um estratagema, porque já era difícil você entrar uma semana, e ficar três semanas em cartaz num cinema era mais difícil ainda. O que eu fiz? Eu pegava os meus alunos, numa época em que os cinemas tinham fila, e dividia um grupo de alunos numa fila, outro grupo em outra e mais outra. Todos eram atores, né? Então ficavam todos no meio da fila e diziam: “Pô, a gente perdendo tempo nessa fila, e passando uma fita tão boa no Cine Coral!”. Com isso, eles saíam de lá e levavam o pessoal da fila. E ia todo mundo para o Cine Coral. A fita foi muito bem nas capitais. Estourou em Salvador, em Porto Alegre. Porque ela tem uma miscelânea de Nordeste, de roupa nordestina com roupa gaúcha, com roupa americana. Eu misturo tudo, tem uma miscelânea. No final, tem uma curiosidade: a fita realmente agradou, só não agradou aos padres. Aí eu tive uma desavença com os padres que me acompanharia a vida toda.

Fontes de pesquisa:
Vox Objetiva
Canal Brasil
Wikipédia

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Raízes da MPB – LAMARTINE BABO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

lala

Lamartine Babo era um moderno por excelência. E um pós-moderno, por antecipação. Humorista, fundador do nonsense e do besteirol autóctones, radialista, compositor, ator, cantor, poeta, trocadilhista. Outrora multiartista, hoje seria classificado como multimídia. Ou mesmo neorrenascentista. (Mathilda Kóvak, jornalista, roteirista, escritora e compositora)

Eu era tão magro, que conseguia passar incólume sobre os pingos de chuva. (…) Eu me achava um colosso. Mas um dia, olhando-me no espelho, vi que não tenho colo, só tenho osso. (Lamartine Babo)

Ele escrevia todo o arranjo, cantando a introdução, o meio e o fim, solfejava acordes e sugeria partes instrumentais. A gente só fazia escrever. (maestro Radamés Gnatalli)

Com o canto direito da boca ele faz o trombone; no canto esquerdo faz o saxofone; o pistom sai do meio; o violino pelo nariz; belisca o pescoço e faz pizzicatos; aperta uma narina e imita surdina; e, castigando a mesa, pratos copos e talheres, é melhor que qualquer esquipe de ritmistas. (cronista Nestor Holanda)

O compositor radialista, ator, cantor, poeta e trocadilhista, Lamartine de Azeredo Babo (1904-1963) nasceu na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Ao lado de Noel Rosa, João de Barra, Ary Barroso, Custódio Mequita, Joubert de Carvalho, Antônio Nássara, Vadico, Orestes Barbosa, Assis Valente, dentre outros, Lamartine Babo, também conhecido como Lalá, reinou com sucesso no carnaval carioca e na música, na chamada Época de Ouro da Música Popular Brasileira.

Lamartine Babo nasceu de uma família de classe média, teve 12 irmãos, nove dos quais não chegaram à vida adulta, em razão das várias enfermidades existentes na época, inclusive a febre amarela. Ele era o penúltimo filho de tão numerosa prole. E um dos três que sobreviveram, apesar da magreza que o perseguiu até à vida adulta, quando diziam, troçando dele, que seu pijama tinha apenas uma única listra.

O contato de Lamartine Babo com as letras e a música deu-se muito cedo.  Seu pai, um grande amante da música, abria sua casa para os saraus, e sua mãe era carnavalesca e muito festiva. Naquela época, nas salas de espera dos cinemas havia músicas tocadas ao vivo. O garoto Lalá gostava de acompanhar seu pai, de modo que, aos seis anos de idade, já era capaz de imitar, com a boca, os sons dos instrumentos musicais. Gostava também de acompanhar as bandas do exército tocando suas marchas pelas ruas da cidade. Desse aprendizado infantil, nasceram inúmeras marchinhas na mente criativa do adulto Lalá, e os sons feitos com a boca viriam a se transformar numa orquestra, ao fazer suas músicas embora não tocasse realmente nenhum instrumento. Começou a compor aos 14 anos.

Quando a vitrola passou a substituir o gramofone, Lamartine Babo, junto com sua turma, apressou-se em modernizar a música brasileira, tornando-a nacional e cosmopolita. Até então, a música popular da cidade do Rio de Janeiro era guiada pela batuta do ritmo baiano de origem africana. Lamartine Babo abraçou uma série de gêneros: samba, maxixe, marchas-rancho, foxtrote, tango, valsa, cantiga de folguedo junino, hino de clube de futebol e de concurso de miss, Charleston, conga, embolada, frevo, cateretê, etc.

Lamartine Babo e Noel Rosa, dois baluartes da música popular brasileira, compuseram juntos cinco canções, embora um fosse a antítese do outro. O boêmio Noel buscava sua inspiração em seus complicados relacionamentos amorosos, e só se dedicava à musica, morrendo jovem, vitimado pela tuberculose. Lamartine, por sua vez, trabalhava muito, nas mais diferentes funções: autor e ator de teatro de revista, animador de bloco, entre outros trabalhos, deixando uma grande obra.

Lalá, aos 47 anos, conheceu sua esposa Maria José num hospital de Petrópolis, onde a irmã dela estava internada. Dizia sempre que não tinha sorte no amor. Ele estava no hospital animando os doentes, num trabalho voluntário. Compôs para ela:

O nome dela irradia/ toda a ternura da fé/ tem o M de Maria/e o J de José

Lamartine era muito espirituoso. Após se recuperar de um infarto, deu uma entrevista para um repórter da TV Rio, e perguntou-lhe se a matéria seria editada naquela mesma noite. O repórter disse-lhe que não, pois, havia uma entrevista com o jovem Tom Jobim na sua frente. Ao que ele respondeu:

– Quer dizer então que eu estou um tom abaixo?

Outra que se conta sobre ele é que, quando estava no correio enviando um telegrama, o telegrafista, usando o lápis, enviou a seguinte mensagem para o colega:

 Magro, feio e de voz fina.

Lalá então, pegou-lhe o lápis emprestado e bateu na mesa a resposta:

Magro, feio, de voz fina e ex telegrafista.

Nas letras das canções de Lamartine Babo predominavam o humor e a irreverência. Tinha sempre na ponta da língua um trocadilho ou uma piada. Suas marchinhas de carnaval fizeram dele o Rei do Carnaval carioca. Elas estão vivas até hoje: O Teu Cabelo Não Nega, Linda Morena, etc. Lamartine Babo morreu em 1963, aos 61 anos de idade, vítima de um enfarto, deixando mais de 400 composições. Seu nome se insere no hall dos grandes compositores brasileiros.

Nota:
Ouçam, clicando no link abaixo, Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda.
http://www.youtube.com/watch?v=5V-Zk7wilmo

Fontes de pesquisa:
Raízesda Música Popular Brasileira/Coleção Folha
Wikipédia

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RANKING 100 MELHORES FILMES DÉCADA / 2000

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Autoria de Moacyr Praxedes

falcom

Vários amantes do Cinema fizeram uma lista dos melhores filmes da década de 2000, dando-lhes uma nota de 1 a 10. Abaixo a lista dos 100 primeiros colocados, segundo o site Melhores Filmes:

Ranking / Filme / Diretor

1º – Fale com Ela  (Pedro Almodóvar)
2º – Cidade de Deus  (Fernando Meirelles)
3º – As Invasões Bárbaras  (Denys Arcand)
4º – A Viagem de Chihiro  (Hayao Miyazaki)
5º – O Pianista  (Roman Polanski)
6º – O Fabuloso Destino de Amélie Poulain  (Jean-Pierre Jeunet)
7º – Procurando Nemo  (Andrew Stanton)
8º – Amores Brutos  (Alejandro González Iñárritu)
9º – O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei  (Peter Jackson)
10º – Amor à Flor da Pele  (Wong Kar-Wai)
11º – As Coisas Simples da Vida  (Edward Yang)
12º – O Quarto do Filho  (Nanni Moretti)
13º – O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel  (Peter Jackson)
14º – Shrek  (Andrew Adamson)
15º – Dogville  (Lars Von Trier)
16º – Segunda-feira ao Sol  (Fernando León de Aranoa)
17º – Ninguém Pode Saber  (Hirokazu Koreeda)
18º – Amnésia  (Christopher Nolan)
19º – A Vida dos Outros  (Florian Henckel von Donnersmarck)
20º – E Sua Mãe Também  (Alfonso Cuarón)
21º – Batman – O Cavaleiro das Trevas  (Christopher Nolan)
22º – Dançando no Escuro  (Lars Von Trier)
23º – Hotel Ruanda  (Terry George)
24º – Terra de Ninguém  (Danis Tanovic)
25º – Adaptação  (Spike Jonze)
26º – Traffic  (Steven Soderbergh)
27º – Os Catadores e Eu  (Agnès Varda)
28º – Kill Bill: Vol. 1  (Quentin Tarantino)
29º – A Queda! As Últimas Horas de Hitler  (Oliver Hirschbiegel)
30º – O Senhor dos Anéis – As Duas Torres  (Peter Jackson)
31º – Crash – No Limite  (Paul Haggis)
32º – O Caminho para Casa  (Zhang Yimou)
33º – Sob a Névoa da Guerra  (Errol Morris)
34º – Tempo de Embebedar Cavalos  (Bahman Ghobadi)
35º – O Homem Urso  (Werner Herzog)
36º – Mar Adentro  (Alejandro Amenábar)
37º – Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças  (Michel Gondry)
38º – Agora ou Nunca  (Mike Leigh)
39º – Os Infiltrados  (Martin Scorsese)
40º – Adeus Lenin!  (Wolfgang Becker)
41º – A Experiência  (Oliver Hirschbiegel)
42º -O Castelo Animado  (Hayao Miyazaki)
43º – Réquiem para um Sonho  (Darren Aronofsky)
44º – Na Captura dos Friedmans  (Andrew Jarecki)
45º – Primavera, Verão, Outono, Inverno e… Primavera  (Kim Ki-duk)
46º – Contra a Parede  (Fatih Akin)
47º – Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas  (Tim Burton)
48º – Oldboy  (Park Chan-wook)
49º – O Filho da Noiva  (Juan José Campanella)
50º – Os Incríveis  (Brad Bird)
51º – Heima  (Dean DeBlois)
52º – Antes do Pôr-do-Sol  (Richard Linklater)
53º – Menina de Ouro  (Clint Eastwood)
54º – Kill Bill: Vol. 2  (Quentin Tarantino)
55º -Caché  (Michael Haneke)
56º – A Rainha  (Stephen Frears)
57º – A Festa Nunca Termina  (Michael Winterbottom)
58º – Gladiador  (Ridley Scott)
59º – Monstros S.A.  (Peter Docter)
60º – Match Point – Ponto Final  (Woody Allen)
61º – Boa Noite e Boa Sorte  (George Clooney)
62º – Munique  (Steven Spielberg)
63º – O Agente da Estação  (Thomas McCarthy)
64º – Tocando o Vazio  (Kevin Macdonald)
65º – O Gosto dos Outros  (Agnès Jaoui)
66º – Alta Fidelidade  (Stephen Frears)
67º – Cidade dos Sonhos  (David Lynch)
68º – 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias  (Cristian Mungiu)
69º – O Closet  (Francis Veber)
70º – Tartarugas Podem Voar  (Bahman Ghobadi)
71º – Onde os Fracos Não Têm Vez  (Joel Coen)
72º – Pequena Miss Sunshine  (Jonathan Dayton)
73º – Babel  (Alejandro González Iñárritu)
74º – Uma Mente Brilhante  (Ron Howard)
75º – Neste Mundo  (Michael Winterbottom)
76º – Sobre Meninos e Lobos  (Clint Eastwood)
77º – A Partida  (Yojiro Takita)
78º – Plataforma  (Jia Zhang Ke)
79º – Domingo Sangrento  (Paul Greengrass)
80º – Paradise Now  (Hany Abu-Assad)
81º – Sob a Areia  (François Ozon)
82º – O Retorno  (Andrei Zvyagintsev)
83º – A Janela da Frente  (Ferzan Ozpetek)
84º – O Operário  (Brad Anderson)
85º – Para Sempre Lilya  (Lukas Moodysson)
86º – Borat – O …  (Larry Charles)
87º – Lavoura Arcaica  (Luiz Fernando Carvalho)
88º – Sin City – A Cidade do Pecado  (Robert Rodriguez)
89º – A Melhor Juventude  (Marco Tullio Giordana)
90º – O Segredo de Brokeback Mountain  (Ang Lee)
91º – Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban  (Alfonso Cuarón)
92º – Homem-Aranha 2  (Sam Raimi)
93º – Maria Cheia de Graça  (Joshua Marston)
94º – Baran  (Majid Majidi)
95º – Encontros e Desencontros  (Sofia Coppola)
96º – Brothers  (Susanne Bier)
97º – Uma Passagem para a Vida  (Patrice Leconte)
98º – Lugares Comums  (Adolfo Aristarain)
99º – Desde Que Otar Partiu  (Julie Bertucelli)
100º – Santiago  (João Moreira Salles)

Fonte de pesquisa:
http://melhoresfilmes.com.br/decadas/2000

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Raízes da MPB – NOEL ROSA

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Autoria de  Lu Dias Carvalho

NoRo

Que a impressionante perenidade da obra de Noel Rosa se deve à qualidade é fato unanimemente conhecido. Que a qualidade é mais ressaltada quando se sabe que ele produziu tanto em tão pouco tempo, também. (João Máximo, jornalista e escritor)

Já apresento melhoras/ Pois levanto muito cedo/ E deitar às nove horas/ Para mim é um brinquedo/ A injeção me tortura/ E muito medo me mete/ Mas minha temperatura/ Não passa de trinta e sete/ Creio que fiz muito mal/ Em desprezar o cigarro/ Pois não há material/ Para o exame de escarro”. (Carta de Noel para seu médico no Rio de Janeiro)

O compositor, sambista, violonista, bandolinista e cantor Noel Rosa (1910-1937) nasceu no bairro de Vila Isabel/RJ, bairro de classe média baixa, onde muitos talentos ligados à música eclodiram, e os botequins funcionavam como pontos de encontro e a música dava o tom. Ainda menino, Noel começou a tocar violão, participando de serenatas, com suas canções românticas, nos saraus da rua.

Noel Rosa tinha uma deformidade no queixo, advinda de seu nascimento complicado. Além da bacia estreita de sua mãe, o médico responsável pelo parto era inexperiente, cursando ainda o último ano de faculdade. Assim, Noel chegou ao mundo puxado por um fórceps, e uma lâmina do instrumento mal manejado fraturou-lhe a mandíbula direita. À medida que crescia, a deformidade acentuava-se, pois, o osso do lado fraturado não acompanhava o crescimento do osso do lado normal. Apesar das operações feitas na adolescência, nada resolveu seu problema. Contudo, os amigos diziam que isso nunca foi capaz de constrangê-lo. Alguns atribuíam à deformação do queixo de Noel a letra de algumas canções, como:

Eu nascendo pobre e feio/ Ia ser triste o meu fim/ Mas, crescendo, a bossa-nova veio/ Deus teve pena de mim…

Noel Rosa não era um tipo comum. Tinha um temperamento mesclado pelo inconformismo, pela transgressão e por seu desacerto com o moralismo da época. Para muitos, vivia acompanhado de “más companhias”: negros do morro e malandros, liderando-os. Em seus tempos de estudante gostava de divertir seus amigos com paródias obscenas, além de botar-lhes apelidos. Mas também tinha os seus momentos de silêncio e introspeção.

Quando cantou “Com que roupa?” no carnaval de 1931, o sucesso de Noel Rosa foi estrondoso, e ele se convenceu de que seu caminho estava direcionado ao samba nascido nos morros, esparramado pelas comunidades negras responsáveis pelo aparecimento das escolas de samba. E, por isso, deixou o Bando dos Tangarás, em que tocava e cantava.

Noel Rosa era criticado por “se meter com gentinha”. Só não imaginavam seus críticos que essa “gentinha” talentosa deixaria o nome impresso na história da música popular brasileira: Cartola, Ismael Silva, dentre outros.

Francisco Alves, cantor e compositor, era um dos artistas mais influentes da época. Foi ele quem apresentou Noel Rosa a Ismael Silva. Daí para frente, ele caminhou sozinho. Embora ninguém conseguisse viver de música popular em 1931, pois, atividade de rádio era exercida por idealistas e por aqueles que queriam se tornar conhecidos, Noel abandonou o curso de medicina para ser apenas cantor de rádio.

Depois que Getúlio Vargas assinou o decreto que permitia a veiculação de anúncio no rádio, os artistas passaram a receber cachês, pois, os programas de rádio tornaram-se patrocinados. Francisco Alves e Carmen Miranda detinham os maiores cachês, com contratos fixos, enquanto Noel Rosa aparecia numa emissora ou noutra, ocasionalmente, recebendo muito pouco por seu trabalho e vivendo com muita dificuldade. Seus 7 anos de carreira sempre transcorreram assim.

Na primeira metade de sua obra, num total de pouco mais de 250 canções, em razão da vida curta do artista, Noel Rosa fez parcerias com compositores do morro e com outros grandes talentos da música popular brasileira: Ary Barroso, Sílvio Caldas, Lamartine Babo, João de Barro, entre outros. Mas sua melhor parceria foi com Osvaldo Gogliano, o Vadinho, com quem teve 11 coautorias da melhor qualidade.

Em 1934, aos 24 anos, Noel Rosa encontrava-se afetado pela tuberculose nos dois pulmões. Meio a contragosto, casou-se com Lindaura Mendes, e veio para a casa dos tios em Belo Horizonte, cidade com bom clima, com o objetivo de se curar da doença. Assim que voltou para o Rio, seu pai, que se encontrava internado num sanatório, suicidou-se. Nessa mesma época, ele desfez a sociedade que tinha com Francisco Alves e Ismael, o outro sócio, teve que se afastar para cumprir pena por ter tentado matar um inimigo. E, para completar a fase ruim, Noel perdeu Ceci, sua grande paixão e musa de muitos dos seus sambas, que havia conhecido num cabaré, numa noite de São João, para Mário Lago. Dama do Cabaré é um dos sambas. Dedicou também a ela uma das suas mais belas canções: Último Desejo.

Nosso amor que eu não esqueço/ E que teve seu começo/ Numa festa de São João/ Morre hoje sem foguete/ Sem retrato e sem bilhete/ Sem luar, sem violão.

Perto de você me calo/ Tudo penso, nada falo/ Tenho medo de chorar/ Nunca mais quero seu beijo/ Mas meu último desejo/ Você não pode negar.

Se alguma pessoa amiga/ Pedir que você lhe diga/ Se você me quer ou não/ Diga que você me adora/ Que você lamenta e chora/ A nossa separação.

Às pessoas que eu detesto/ Diga sempre que eu não presto/ Que meu lar é o botequim/ Que eu arruinei sua vida/ Que eu não mereço a comida/ Que você pagou para mim.

Mesmo doente Noel Rosa arranjou um emprego de contrarregra na Rádio Clube do Brasil. Escreveu sketches humorísticos, paródias musicais radiofônicas, uma opereta em parceria com o maestro Arnold Gluckmann, músicas para os filmes Cidade Mulher e Alô, Alô, Carnaval.

As canções de Noel Rosa são como um retrato do cotidiano da época, sempre primando pelo humor e pela crítica. Morreu na flor da mocidade, aos 26 anos, levando todo o seu talento e deixando a música popular brasileira mais pobre.

Nota: Ouçam, clicando no link abaixo, Último Desejo
http://www.youtube.com/watch?v=zddl6gX8veY

Fonte de pesquisa:
Coleção Folha/ Raízes da música popular brasileira

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Vidas Secas – A ESPERA PELA CHUVA (5)

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

cap baleia

O retirante olha as estrelas no firmamento.
Há poucas delas no céu, quiçá umas cinco.
Ali perto, a nuvem escurece o velho morro,
e o poente encoberta-se com muitos cirros.
Ele vigia de novo cheio de contentamento.

É preciso ter certeza de não estar sonhando.
A lua está cercada por um aréola cor de leite,
e sua sombra leitosa prossegue agraudando.
Os cirros acumulam-se e certamente choverá.
A caatinga reviverá com as águas chegando.

Uma viração tepente alastra-se feito catinga,
empuxando os xiquexiques e os mandacarus.
Uma palpitação diferente atinge tudo em volta.
Há um reviver de garranchos e folhas secas.
O presságio de chuva arrupia o solo nu.

Quando a chuva chegar ali, naquele “Saara”,
badalos de ossos animarão a tristeza, e irão
tilintar prazenteiros por todos os arrebaldes.
Os pixotes brincarão na terra e se espojarão
no chiqueiro de terra fofa das cabras.

As cores retornarão ao rosto de Sinha Vitória,
sua cara murcha e cheia de rugas reverdecerá,
as nádegas bambas e miúdas entronquecerão.
Ela suscitará a inveja de outras madamas, pois
vestirá saias de flores e ramas vistosas.

Quando a chuva chegar naquele chão iracundo,
a semente do gado retornará àquele árido curral,
a caatinga do sertão bruto ficará toda verdejante.
Ele será o vaqueiro pelejador da fazenda morta.
Não apenas isso – será o dono daquele mundo.

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RANKING 100 MELHORES FILMES DÉCADA / 90

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Autoria de Moacyr Praxedes schin

Vários amantes do Cinema fizeram uma lista dos melhores filmes da década de 1990, dando-lhes uma nota de 1 a 10. Abaixo a lista dos 100 primeiros colocados, segundo o site Melhores Filmes:

Ranking / Filme / Diretor

1º – A Lista de Schindler  (Steven Spielberg)
2º – Os Bons Companheiros  (Martin Scorsese)
3º – Tempo de Violência  (Quentin Tarantino)
4º – O Silêncio dos Inocentes  (Jonathan Demme)
5º – Fargo – Uma Comédia de Erros  (Joel Coen)
6º – Tudo Sobre Minha Mãe  (Pedro Almodóvar)
7º – Tempo de Viver  (Zhang Yimou)
8º – Close Up  (Abbas Kiarostami)
9º – Um Sonho de Liberdade  (Frank Darabont)
10º – Lanternas Vermelhas  (Zhang Yimou)
11º -O Piano  (Jane Campion)
12º – O Jogador  (Robert Altman)
13º – Trainspotting, Sem Limites  (Danny Boyle)
14º – Os Imperdoáveis  (Clint Eastwood)
15º – Segredos e Mentiras  (Mike Leigh)
16º – A Fraternidade É Vermelha  (Krzysztof Kieslowski)
17º – Festa de Família  (Thomas Vinterberg)
18º – Vestígios do Dia  (James Ivory)
19º – Forrest Gump, o Contador de Histórias  (Robert Zemeckis)
20º – O Resgate do Soldado Ryan  (Steven Spielberg)
21º – Maridos e Esposas  (Woody Allen)
22º – A Dupla Vida de Veronique  (Krzysztof Kieslowski)
23º – O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final  (James Cameron)
24º – A Excêntrica Família de Antônia  (Marleen Gorris)
25º – Clube da Luta  (David Fincher)
26º – Cães de Aluguel  (Quentin Tarantino)
27º – Ondas do Destino  (Lars Von Trier)
28º – Los Angeles – Cidade Proibida  (Curtis Hanson)
29º – Quatro Casamentos e um Funeral  (Mike Newell)
30º – Traídos pelo Desejo  (Neil Jordan)
31º -Quero Ser John Malkovich  (Spike Jonze)
32º – Felicidade  (Todd Solondz)
33º – Princesa Mononoke  (Hayao Miyazaki)
34º – Razão e Sensibilidade  (Ang Lee)
35º – Barton Fink  (Joel Coen)
36º – O Carteiro e o Poeta  (Michael Radford)
37º – Amor e Sedução  (Zhang Yimou)
38º – O Paciente Inglês  (Anthony Minghella)
39º – Crumb  (Terry Zwigoff)
40º – Underground – Mentiras de Guerra  (Emir Kusturica)
41º – Os Suspeitos  (Bryan Singer)
42º – Melhor É Impossível  (James L. Brooks)
43º – Antes da Chuva  (Milcho Manchevski)
44º – Amores Expressos  (Wong Kar-Wai)
45º – Adeus Minha Concubina  (Chen Kaige)
46º – América, o Sonho de Chegar  (Gianni Amelio)
47º – Feitiço do Tempo  (Harold Ramis)
48º – O Apocalipse de um Cineasta  (Fax Bahr)
49º – Corra Lola Corra  (Tom Tykwer)
50º – Dança com Lobos  (Kevin Costner)
51º – Retorno a Howards End  (James Ivory)
52º – Os Donos da Rua  (John Singleton)
53º – Central do Brasil  (Walter Salles)
54º – O Informante  (Michael Mann)
55º – Beleza Americana  (Sam Mendes)
56º – Um Instante de Inocência  (Mohsen Makhmalbaf)
57º – Comer, Beber, Viver  (Ang Lee)
58º – Matrix  (Andy Wachowski)
59º – Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador  (Lasse Hallström)
60º – O Sonho Azul  (Tian Zhuangzhuang)
61º – Filhos da Guerra  (Agnieszka Holland)
62º – Lone Star – A Estrela Solitária  (John Sayles)
63º – Despedida em Las Vegas  (Mike Figgis)
64º – O Doce Amanhã  (Atom Egoyan)
65º – Donnie Brasco  (Mike Newell)
66º – A Brighter Summer Day  (Edward Yang)
67º – E a Vida Continua  (Abbas Kiarostami)
68º – Carlota Joaquina, Princesa do Brasil  (Carla Camurati)
69º – Basquete Blues  (Steve James)
70º – Magnólia  (Paul Thomas Anderson)
71º – O Outro Lado do Domingo  (Berit Nesheim)
72º – Kolya – Uma Lição de Amor  (Jan Sverák)
73º – O Sol Enganador  (Nikita Mikhalkov)
74º – Confiança  (Hal Hartley)
75º – A Vida É Bela  (Roberto Benigni)
76º – O Sexto Sentido  (M. Night Shyamalan)
77º – A História Real  (David Lynch)
78º – Seven – Os Sete Crimes Capitais  (David Fincher)
79º – Caráter  (Mike van Diem)
80º – Felizes Juntos  (Wong Kar-Wai)
81º – Olivier, Olivier  (Agnieszka Holland)
82º – Ring: O Chamado  (Hideo Nakata)
83º – Um Coração no Inverno  (Claude Sautet)
84º – A Bela Intrigante  (Jacques Rivette)
85º – Ladrão de Crianças  (Gianni Amelio)
86º – O Vingador do Futuro  (Paul Verhoeven)
87º – Buena Vista Social Club  (Wim Wenders)
88º – Uma Cidade Sem Passado  (Michael Verhoeven)
89º – O Poderoso Chefão 3  (Francis Ford Coppola)
90º – O Balão Branco  (Jafar Panahi)
91º – Os Últimos Passos de um Homem  (Tim Robbins)
92º – A Loucura do Rei George  (Nicholas Hytner)
93º – Dias Selvagens  (Wong Kar-Wai)
94º – Gosto de Cereja  (Abbas Kiarostami)
95º – Desconstruindo Harry  (Woody Allen)
96º – Nuvens Passageiras  (Aki Kaurismäki)
97º – Maborosi – A Luz da Ilusão  (Hirokazu Koreeda)
98º – Delicatessen  (Jean-Pierre Jeunet)
99º – Rosas Selvagens  (André Téchiné)
100º – A História de Qiu Ju  (Zhang Yimou)

Fonte de pesquisa:
http://melhoresfilmes.com.br/decadas/1990

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