ÍNDIA – ESTUPROS E O TESTE DO DEDO

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Autoria de Lu Dias Carvalhoind

A jovem anônima estuprada até a morte virou cinzas na calada da noite. Mais sua pira funerária continua a arder. (Luís Pellegrini)

A Índia nunca foi um país fácil para as mulheres viverem, por isso, chamaram a atenção do mundo as passeatas que eclodiram por aquele país, quando uma jovem de 23 anos foi brutalmente estuprada por seis homens, dentro de um ônibus, e acabou morrendo.

É fato que esse país nunca teve respeito pelas mulheres, apesar de existirem algumas leis com a finalidade de coibir a violência contra elas. Mas as autoridades indianas fazem ouvidos moucos em relação às queixas femininas. A vítima ali, quando mulher, sempre ocupa o lugar do réu, pois, “ela é a responsável por provocar o homem”. Portanto, deve se sentir envergonhada por levar o macho a violentá-la, despertando-lhe os desejos da carne. Muitas delas, envergonhadas e indignadas, acabam cometendo suicídio. A espiritualidade tão cantada e decantada em relação à Índia, não passa de pano de fundo para o machismo que ali vigora e para atrair turistas ingênuos.

O estupro aconteceu na capital do país, Nova Déli, cartão de visita do país, representativa da modernidade e da tecnologia, arregimentando protestos em todo o país, como se as pessoas tivessem finalmente acordado e descoberto que as mulheres são diariamente violentadas por homens, em todos os cantos do país, sem que os culpados passem, ao menos, por uma reprimenda, pois pedir punição seria exigir muito.

A violência contra mulheres na Índia atinge números alarmantes. Os estupros sucedem a todo o momento. E, imaginar que a maioria de tais atos nem chega a ser notificada. Muitas mulheres têm medo de dar queixa, pois têm que se submeter ao “teste do dedo”, através do qual o médico atesta se a sua vagina está “acostumada a ter relações sexuais” ou não, sem falar no perigo de serem violentadas pela própria polícia.

A Índia é hoje um país em ascensão. Faz parte do BRICS, ao lado do Brasil, Rússia, China e África do Sul. Mas como falar de modernidade num país dividido em castas sociais, intocáveis e mulheres sem direito algum? Onde o juiz oferece à mulher estuprada, como saída, casar com seu estuprador ou retirar a queixa. E onde o estupro, em meio ás mulheres intocáveis, faz parte do cotidiano delas.

A jovem vítima do estupro responsável por balançar os pilares do país, mesmo já estando com traumatismo craniano e com os órgãos em processo de falência, tendo parte dos intestinos retirados em razão dos ferimentos que lhe causou o uso de uma barra de ferro pelos agressores, e já tendo sofrido uma parada cardíaca, foi removida às pressas para Singapura, um país distante, onde morreu, quando se sabe que a Índia possui excelentes hospitais. Certamente os dirigentes temiam que ela falecesse em seu país, levando-o a uma convulsão social. E, para evitar mais protestos, o corpo da jovem foi trazido de Singapura, cremado de madrugada, em meio a uma forte segurança, fugindo à tradição de ser levado para a sua aldeia de origem.

O estupro é uma forma de o macho mostrar que possui domínio sobre a fêmea. E  tal poder é obtido através da tortura e da selvageria. Até os jornais indianos, sempre conservadores, não mais conseguem calar diante do clamor que contesta a violência vivida pelas mulheres naquele país. As crianças também não estão protegidas, sendo violentadas em todas as idades. Até garotinhas de 2 anos são estupradas e mortas, sem que os assassinos sejam punidos.

Que país é esse que canta loas por estar entrando para a modernidade, mas que em relação à mulher ainda se encontra na Idade Medieval?

Estupidez:
O guru indiano Asaram Bapu disse que parte da culpa foi da jovem estuprada e morta, pois, em vez de resistir aos assassinos, ela “deveria ter rezado para Deus e pedido aos estupradores, chamando-os de “bhaya” (irmão), que a deixassem em paz”.

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Filme – CLUBE DA LUTA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

LUTA Somos subprodutos de obsessão por um estilo de vida. (Tyler)

Tyler pode lidar com os conceitos das nossas vidas num modo idealista, mas não tem nada a ver com os compromissos da vida real tal como o homem moderno os conhece. O que se traduz em: Você não é necessário para grande parte das coisas que se passam. Está construído, só precisa funcionar agora.”(David Fincher)

 Clube da Luta é uma metáfora para a necessidade de abater as muralhas que colocamos à nossa volta e simplesmente arriscar, para que pela primeira vez possamos experimentar a dor. (Brad Pitt)

Penso que há um mecanismo de autodefesa que afasta a minha geração de ter qualquer conexão ou compromisso honesto e real com os nossos sentimentos verdadeiros. Estamos a torcer por equipes da bola, mas não entramos no campo para jogar. Estamos tão preocupados com fracassos e sucessos – como se estas duas coisas fossem tudo o que nos irão resumir no final. (Brad Pitt)

O filme Clube da Luta (1999), gênero drama, que tem por base o romance homônimo do escritor Chuck Palaniuk, é uma obra do diretor americano David Fincher. O final do livro difere do roteiro que foi reescrito cinco vezes, num período de um ano.

O narrador (Edward Norton) é um personagem que não tem nome, presente em todo o filme. Trata-se de uma pessoa de classe média, que trabalha como um investigador de seguros de uma montadora de automóveis. Mesmo vivendo em um bom apartamento e se vestindo bem, mostra-se frustrado com a vida que tem, possivelmente seja esse o motivo de sua insônia crônica. Ao procurar um médico, esse o aconselha a buscar grupos de ajuda terapêutica, compostos por pessoas com as mais diversas doenças, nos quais ele se passa também por doente. Através desse contato, consegue dormir, ficando viciado nesse tipo de ajuda. Numa dessas reuniões, em meio a tantos sofredores, o narrador fica conhecendo Marla Singer (Helena Bonham), uma mulher devassa, viciada em drogas e com tendências suicidas.

O contato do misterioso narrador com Tyler Durden (Brad Pitt), um vendedor de sabonetes, dá-se através de uma viagem de avião. Seu futuro amigo é bonitão, expansivo e carismático, qualidades que lhe faltam. Esse primeiro encontro parece não passar de uma mera casualidade, porém, ao voltar da viagem, o obscuro personagem tem a ingrata surpresa de encontrar seu apartamento destruído por uma explosão. Desnorteado, opta por ligar para Tyler, de quem recebera um cartão de visitas. Os dois encontram-se num bar. O narrador é convidado a morar na casa de seu novo amigo, um casarão danificado, que por pouco se mantém de pé. E ali descobrem algo em comum: botar para fora a inquietação e a belicosidade que carregam em si através de lutas corpo a corpo, dando vida ao Clube da Luta, onde os sócios, na tentativa de preencher o vazio que carregam, batem e apanham sem que haja limites para a violência.

O Clube da Luta que começa apenas com o narrador e Tyler, ainda que obscuramente, vai ganhando cada vez mais fama e atraindo seguidores. O porão já não mais comporta o número de adeptos do esporte. Tyler então passa a ensinar táticas de violência: explodir lojas, quebrar carros, puxar uma briga, etc. As coisas começam a tomar um novo rumo e o Clube da Luta vai se transformando numa organização terrorista, contrária à sociedade de consumo, que culmina com o Projeto Caos, que é a desordem e a selvageria disseminadas por todo o país.

 O mais interessante é que o narrador e Tyler parecem ser a mesma pessoa. Ao explicar como será a destruição de alguns prédios, o narrador diz: “Sei disso porque Tyler sabe.”. Em outro momento ele comenta: “Às vezes, Tyler fala por mim.”. Nos seus contatos com Marla também fica implícito que narrador e Tyler são a mesma pessoa. O final do filme fica ao encargo dos leitores, agora que foram repassadas algumas dicas.

A raiva e a confusão vivenciadas pelo narrador pode ter feito com que ele criasse uma segunda identidade? Seria Tyler o seu ideal de homem, totalmente o oposto de si mesmo? Teria Tyler Durden originado-se do próprio narrador, sendo projetado mentalmente? O Clube de Luta seria uma maneira de ele se sentir poderoso?…

Curiosidades:

  • Após o término do filme, a Fox não aprovou a produção em razão do excesso de brutalidade, já esperando um fiasco nas bilheterias. Até os críticos, em sua maioria, presentes no Festival de Cinema de Veneza, onde o filme foi lançado, abismaram-se com tanta violência.
  •  O fato é que, como previam os executivos da Fox, o filme não teve muito sucesso nas bilheterias, mas tornou-se um sucesso ao ser lançado em DVD, e passou a ser muito estudado nos meios acadêmicos.
  •  O filme pode ter influenciado, nos EUA, o universitário Luxe Helder que colocou diversas bombas em caixas de correio e, no Brasil, o estudante de medicina Mateus da Costa Meira que, durante a exibição do filme em um cinema paulista, atirou nos telespectadores, matando três deles.
  • A sequência dos créditos de abertura que representa a rede de neurônios do cérebro foi desenhada com a ajuda de uma ilustradora especializada em temas médicos.
  • Um membro do clube cumprimenta o narrador como se ele fosse Tyler. Marla também acha que ele é Tyler.
  • Tyler explica ao narrador que eles são personalidades dissociadas dentro do mesmo corpo.
  • Tyler controla o corpo do narrador quando esse está dormindo.
  • Palavras de Tyler ao narrador: “Você precisa esquecer o que você pensa que sabe sobre a vida, amizade e, especialmente, sobre eu e você.”.

 Fontes de pesquisa:
Cinemateca Veja/ Abril Cultural
Wikipédia

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ÍNDIA – GANDHI E SEUS FILHOS (VIII)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O filho mais velho de Gandhi, Harilal, que havia se casado na Índia à custa do tio, enquanto seus pais estavam na África do Sul, sem que Gandhi desse-lhe qualquer ajuda, apesar de solicitada, acabou indo para a África do Sul, onde se ajuntou à sua família.

Harilal e Manilal seguiram os passos dos pais na África do Sul, juntando-se ao movimento político de Gandhi, e sendo presos inúmeras vezes. Mas eles carregavam uma grande mágoa do pai famoso que os privara de uma boa educação e de carinho. Situação agravada pelo fato de Gandhi ter dado uma bolsa de estudos na Inglaterra, que ganhara de um amigo, a um sobrinho e não a um dos filhos.

Ao voltar à Índia, Harilal queixou-se à mãe:

– Ele não se importa com nenhum de nós. 

Gandhi justificou-se com a seguinte declaração:

Diferentemente de outros pais, eu nunca admirei meus filhos, nem tampouco fiz algo especial em seu benefício; sempre os considerei, bem como a Kasturba, como minha última preocupação.

Harilal, em 1915, chegou a distribuir uma carta, onde chama o pai de “negligente com a família” e de ter “negado educação aos filhos”. Escreveu:

Você nunca nos falou com amor, mas sempre com raiva. Durante conversas, você sempre usou uma linguagem humilhante… Em movimento ou parado, dormindo ou sentado, você sempre nos atemorizou. Você tem um coração de pedra.

Os filhos de Gandhi achavam que o pai amava mais os sobrinhos do que eles. Mas o escritor Jad Adams, em seu livro Gandhi Ambição Nua, na página 180, escreve sobre a tumultuada vida do mais famoso indiano, conhecido em todo mundo, com a esposa e filhos, justificando seu comportamento com a família:

A ira de Gandhi contra seu próprio pai pelo seu casamento precoce deveria ser observada no contexto de seu desejo de estar livre das coisas carnais. Esse seu casamento fez com que ele se corrompesse com a carnalidade antes de conhecer melhor a própria mente. Antes de poder rejeitá-la, ele foi sobrecarregado pelas coisas desse mundo – sua esposa e filhos. Mais tarde, ele desenvolveu uma indiferença ao produto do sexo: seus filhos, como se eles o amarrassem ao mundo material como símbolos vivos de sua natureza carnal e, portanto, de nenhuma importância. Quando eles se tornaram seres sexuais, sua repugnância era quase palpável.

Fontes de pesquisa:
Gandhi, Ambição Nua/ Jad Adams
Gandhi/ Louis Fischer
Blog Indiagestão
Líderes que Mudaram o Mundo/ Gordon Kerr

Nota: A esposa de Gandhi, Kasturba, e seus filhos

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ÍNDIA – PROSTITUIÇÃO E TURISMO SEXUAL

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Autoria de Wojciech Gryc

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Muitas prostitutas não escolheram esse trabalho. Em muitos casos, foram vendidas ou enganadas por seus familiares e agentes, trabalhando para bordéis e cafetões. Famílias vendendo suas crianças para tal trabalho podem ser enganadas, e podem pedir por elas tão pouco quanto US $4,00. Trata-se de um valor ínfimo, mas que pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte para uma família passando fome.

Só em Bombaim, o órgão dos Direitos Humanos estima que chega a 50.000 a quantidade de prostitutas estrangeiras trabalhando em bordéis. Muitas delas são crianças, e os dados falam por si mesmo. A UNICEF estima que há 500.000 prostitutas infantis só na Índia.

A vida de uma prostituta na Índia é terrivelmente difícil e dolorosa. Quando chegam, as prostitutas são “domesticadas” através de espancamentos selvagens, estupros e outras formas de tortura psicológica e física. Aquelas, que resistem, são tratadas com punições ainda mais rígidas, e a vida pode piorar ainda, dependendo das condições do bordel. Os piores são aqueles chamados de “casas de travesseiros”, onde panos separam os quartos minúsculos. Visitantes podem pagar $3 por alguns minutos, e não é permitido que elas falem com os clientes. O dono do bordel fica com o dinheiro, e pode até permitir, num único dia, quarenta visitantes para a prostituta.

Escapar não é uma opção. Uma vez que a meretriz chega ao bordel e o trato já está feito entre o agente e o dono do bordel. A prostituta deve trabalhar para pagar o seu custo ao dono do lugar. Em alguns casos, juros são cobrados para impedir a sua saída, enquanto alguns donos de bordel simplesmente nunca diminuem a dívida. Apesar de inicialmente comprada por alguns poucos dólares, ela pode ser vendida por mais de mil, dando uma enorme margem de lucro para os agentes e tornando o tráfico de mulheres e crianças um negócio extremamente lucrativo.

A problemática da prostituição infantil é muito preocupante. Muitas prostitutas trabalhando nos bordéis indianos são crianças, e muitas mais são tentadas a entrar no mercado do sexo por turistas sexuais e pedófilos, que lhes oferecem dinheiro e outras recompensas em troca de atividades sexuais.  Goa – só mais uma cidade da Índia – é visitada por até 10.000 pedófilos por ano. E pior, quando são vítimas de tais atos, 70% das crianças não contam a ninguém.

Ambos os aspectos do mercado do sexo não são permitidos pelas leis indianas e internacionais. A Declaração Universal de Direitos Humanos, a Convenção de Direitos da Criança, e muitos outros tratados e acordos internacionais são contra o mercado sexual, estupro e trabalho forçado. O confinamento forçado, as dívidas indefinidamente cobradas pelos donos de bordel e os abusos constantes direcionados às prostitutas recaem na definição de escravidão, tornando a prostituição ilegal de diversas maneiras.

Leis indianas também tornam a prostituição ilegal. Algumas leis, que buscam proteger as pessoas, inclui o Ato de (Abolição) Sistema de Trabalho Forçado, que torna o trabalho forçado e a escravidão ilegais. O Código Penal Indiano, no Artigo 374, também torna ilegal obrigar alguém a fazer qualquer tipo de trabalho.

Apesar de ilegal, essas mulheres nunca recebem a ajuda que merecem e precisam. Muitos policiais de cidades grandes são subornados e, em muitos casos, usufruem delas regularmente. Os policiais das fronteiras, que são responsáveis por não permitir a entrada ilegal de pessoas de países vizinhos, também são subornados. Sem o apoio dos responsáveis por assegurar a lei, as prostitutas têm pouca ou nenhuma esperança de se libertar de tal trabalho.

A fuga, especialmente sem a ajuda de outras pessoas, é quase impossível. Prostitutas são constantemente vigiadas. Mesmo se conseguirem passar pelas ameaças e seguranças, muitas não têm para onde ir, pois são analfabetas e foram trazidas para a cidade, de modo que muitas acabam voltando ao bordel e negociando tratos que acabam em dívidas ainda maiores, enquanto outras são punidas severamente. Num certo caso, uma garota que escapou do bordel, onde era forçada a trabalhar, e foi à polícia, acabou sendo estuprada onde foi pedir socorro, e devolvida ao seu dono no dia seguinte.

Prostituição é mais um problema internacional que nacional e deve ser enfrentado por todas as nações. Aqueles países que têm seus cidadãos ilegalmente levados à Índia ou a outros lugares, devem aumentar a segurança e oferecer apoio e treinamento aos responsáveis pelas fronteiras, aeroportos, etc. O problema também existe em razão de turista de outras nações que buscam por sexo. Só para se ter uma ideia, um terço dos pedófilos em Goa são europeus, mas a Europa faz pouco, ou quase nada, para impedir que seus cidadãos participem do turismo sexual nos países mais pobres, onde as leis são facilmente desrespeitadas.

A Índia não é um caso isolado da existência de problemas e mercado sexual. Muitas nações sofrem com o tráfico de pessoas, prostituição forçada e prostituição infantil. Apesar das estatísticas serem devastadoras, e as tragédias pessoais ainda mais, pouco tem sido feito para impedir que isso ocorra regularmente. Apesar de não serem perfeitas, muitas leis existem para impedir o problema, tanto no âmbito nacional como no internacional. Está na hora de esses países se responsabilizarem para assegurar o respeito às leis.

A situação atual, onde uma simples busca na internet traz toda a informação e o aconselhamento desejado sobre turismo sexual, é inaceitável.

Nota: O Brasil também é uma rota muito buscada pelos pedófilos europeus. Na imagem, cliente e uma prostituta (o saco de dinheiro está pendurando na parede) 480–470 a.C., depositado em coleção particular em Munique.

Fonte de pesquisa:
Blog http://indiagestao.blogspot.com.br/

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ÍNDIA – GANDHI E SEU ELO COM KALLENBACH (VII)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Gandhi foi convidado a voltar à África do Sul, onde acabou comprando o jornal Índian Opinion, que contava com 3.500 associados e muitos simpatizantes. Dentre esses, encontrava-se o arquiteto alemão Herman Kallenbach.

Quando teve que permanecer em Johanesburgo, Gandhi hospedou-se com Kallenbach, a quem também introduziu no caminho da castidade. Assim como o amigo, o alemão deixou de tomar leite e passou a fazer uso de uma dieta de frutas.  O fato mais importante é que  nasceu uma profunda amizade entre os dois, que durou até a morte de Kallenbach, que aconteceu dois anos antes da morte de Gandhi. Amizade essa que vem sendo questionada por muitos estudiosos da vida do indiano. Seria Gandhi bissexual?

Numa carta a Kallenbach, Gandhi confidenciou-lhe sobre sua esposa:

Gentilmente, mas de forma repreensiva, eu lhe disse novamente que seu pensamento era pecaminoso e que a sua doença era amplamente causada pelos seus pecados. Imediatamente ela passou a lamentar-se. Fiz com que ela deixasse de comer os bons alimentos a fim de matá-la. Eu estava cansado dela e queria que morresse. Fui uma cobra disfarçada.

Nas cartas trocadas entre Gandhi e Kallenbach havia expressões efusivas de amor, tais como: “amor extraordinário”, “Espero realmente merecê-lo”, “um amor quase sobre-humano”, “mais amor e ainda mais amor”, “tal amor que, espero, o mundo jamais tenha visto”

Gandhi destruiu as cartas de Kallenbach, alegando que seu amigo não gostaria que fossem lidas por outras pessoas. Fato considerado muito estranho para alguns. O que temia o indiano, ao deixar as cartas para a posteridade? Explica ele:

– Todos consideram que seu amor por mim seja excessivo.

Além de descrever as cartas de Kallenbach como “notas charmosas de amor”, o console da lareira do dormitório de Gandhi era adornado com um único retrato, que não poderia ser outro senão o de Kallenbach. É fato que o alemão citado nunca se casou. Gandhi refere-se com frequência a ele em sua autobiografia, e explica que Kallenbach era a sua “alma gêmea”. Em seu livro, Grande Alma: Mahatma Gandhi e sua luta com a Índia , o escritor Joseph Lelyveld cita Tridip Suhrud , um historiador cultural, afirmando: “Eles eram um casal”. Haveria uma relação sexual entre os dois?

Governo indiano compra cartas que comprovariam a bissexualidade de Gandhi (Revista Veja)

Cartas trocadas entre Mahatma Gandhi e o arquiteto sul-africano Hermann Kallenbach entre 1905 e 1945 foram compradas pelo Ministério da Cultura indiano por 700.000 libras, segundo reportagem do site do jornal britânico The Daily Mail. Pesquisadores afirmam que as mensagens provam a bissexualidade do líder político indiano, que teria abandonado a mulher Kasturbai Makhanji, em 1908, para viver com Kallenbach na África do Sul. A correspondência, que reúne também cartas escritas pelos filhos, amigos e outros parentes de Gandhi, seria leiloada nesta terça-feira em Londres.

Os documentos foram encontrados na casa da sobrinha-bisneta de Kallenbach e aquecem a discussão sobre a sexualidade de Gandhi, levantada pelo jornalista britânico Joseph Lelyveld, que fala sobre a relação homossexual de Gandhi com Kallenbach na biografia Great Soul (Mahatma Gandhi – E Sua Luta com a Índia,  título em português), lançada no ano passado. A versão em português chegou às livrarias pela editora Companhia das Letras em 25 de junho.

O texto reúne juras de amor trocadas entre o líder pacifista e o arquiteto, que se conheceram em 1904, durante passagem de Gandhi pela África do Sul.

“Você tomou posse do meu corpo. Isso é uma escravidão violenta”, escreveu Gandhi para Kallenbach de acordo com Lelyveld.

Eles se separaram em 1914, quando Gandhi teve que voltar para a Índia e Kallenbach foi impedido de acompanhá-lo por causa da Primeira Guerra Mundial. Mesmo assim, eles permaneceram em contato através das cartas. 

Fontes de pesquisa:
Gandhi, Ambição Nua/ Jad Adams

Gandhi/ Louis Fischer
Blog Indiagestão
Líderes que Mudaram o Mundo/ Gordon Kerr
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/governo-indiano-compra-cartas-que-comprovariam-a-bissexualidade-de-gandhi

Nota: Imagem copiada de india.blogs.nytimes.com

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O CINEMA SEGUNDO ROGER EBERT

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Autoria de Lu Dias Carvalho re

O cinema é, entre todas as artes, aquela que tem o maior poder de empatia, e bons filmes farão de nós seres melhores. (Roger Ebert)

Um grande filme é aquele que eu considero impossível não querer rever. ( Derek Malcolm, crítico britânico)

Na introdução de seus livros A Magia do Cinema (2002) e Grandes Filmes, Roger Ebert (2005), um dos mais consagrados críticos de cinema, que nos deixou agora em 2013, revela-nos algumas verdades sobre a sétima arte nos últimos anos, em seu país, EUA, mas que também podem ser aplicadas em muitos outros países:

  1. Não existe uma lista de “Os Melhores Filmes” mas de “Bons Filmes”, sem ordem de classificação, levando em conta suas qualidades artísticas, o papel histórico, a influência, etc.
  2. As produções atuais têm como objetivo atingir grandes bilheterias, nivelando por baixo.
  3. A indústria de Hollywood está voltada para o mercado, onde o que importa é a arrecadação conseguida pelo filme.
  4. Os filmes em preto e branco (p&b) têm muito mais a oferecer ao espectador do que os filmes a cores.
  5. O interesse da mídia está muito mais voltado para os mexericos sobre a vida dos atores, bastidores e faturamento da película, do que para o conteúdo do filme.
  6. Com a morte dos cineclubes, os filmes clássicos sumiram, relativamente, do mercado.
  7. O vídeo doméstico foi uma dádiva para os amantes do cinema, que passaram a ter uma grande oportunidade de conhecer os grandes clássicos do cinema, embora a imensa maioria das locadoras prefira trabalhar sempre com “os mais recentes” e os ditos “campeões de bilheteria”.
  8. A nova especialidade de Hollywood é fazer filmes de categoria B com orçamento de filme de categoria A.
  9. O público, nos últimos tempos, é assediado por sons e movimentos, tomadas rápidas, de modo que os efeitos especiais substituem ou desviam a atenção do tema e da sua performance.
  10. Quando vemos uma série de bons filmes, nossas tendências e estilos despontam naturalmente.
  11. A maioria dos grandes filmes mostram o estilo, o tom e a visão dos seus idealizadores.
  12. Com os DVDs, as cópias dos clássicos, na maioria das vezes, têm ficado muito bem restauradas.
  13. O DVD tem sido de valor incalculável para os amantes do cinema, produzindo cópias de tamanha qualidade, que o filme parece ganhar vida diante de nossos olhos.
  14. Um filme torna-se um clássico por diferentes motivos ou sob diferentes formas.
  15. Filmes ditos “populares” também podem fazer parte dos “grandes filmes”, a exemplo de Tubarão, Os Caçadores da Arca Perdida, Antes Só que Mal Acompanhado, Rififi, etc.

Fontes de pesquisa:
A Magia do Cinema/ Roger Ebert
Grandes Filmes/ Roger Ebert

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