A MEDICINA ORTOMOLECULAR FUNCIONA?

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Dr. Telmo Diniz

 pcr123 (*)

Vários pacientes e outras pessoas me questionam o que faz a medicina ortomolecular, se tem reconhecimento científico, “se funciona”, etc. Espero esclarecer aqui algumas destas dúvidas.

A ortomolecular é reconhecida como prática médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 1998 e teve seu referendo em 2010, por meio da Resolução 1938/10 como atividade médica. Portanto já é reconhecida pelo órgão competente. No caput da resolução, diz: “Estabelece normas técnicas para regulamentar o diagnóstico e procedimentos terapêuticos da prática ortomolecular e biomolecular, obedecendo aos postulados científicos oriundos de estudos clínico-epidemiológicos”. Portanto, já têm reconhecimento científico com centenas de artigos publicados nos mais diversos periódicos em inúmeros países.

A comunidade científica, com atuação nessa área, celebra a importância atribuída a esta prática médica e aos benefícios que ela pode trazer para a saúde do indivíduo, uma vez que seu foco está na prevenção como forma de vida e envelhecimento saudáveis. A prática ortomolecular se baseia em amplos conceitos bioquímicos e da fisiologia humana para prevenir e tratar doenças, ou seja, utilizam-se da reposição de nutrientes, como as vitaminas, aminoácidos e minerais para equilibrar o organismo da pessoa. A grande parcela da população não se alimenta de forma balanceada. Tem estilo de vida desregrado.

O paciente típico para esta prática médica é aquele que tem queixas clínicas, porém, sem um diagnóstico estabelecido, pois os exames complementares ainda não detectam uma doença. Na verdade, o que pode estar havendo é uma “disfunção” em um determinado órgão ou tecido, mas que ainda não evoluiu para uma doença franca.

Prevenção

A abordagem da ortomolecular dá grande ênfase na prevenção, uma vez que cuidar da saúde dos pacientes envolve a vigilância e o equilíbrio do organismo. Vale reforçar que não se trata de substituir os tratamentos tradicionais, mas, sim, de complementá-los. A prática ortomolecular defende justamente a prevenção, como forma de manter o equilíbrio do corpo e precaver o aparecimento de patologias. Entre os tratamentos propostos estão:

  • a correção nutricional e de hábitos de vida,
  • a suplementação das deficiências nutricionais
  • e a remoção de minerais tóxicos no organismo, quando detectados em exames específicos.

Assim, não é necessário que a pessoa manifeste alguma queixa clínica para procurar um médico. Não espere a doença aparecer. Preocupe-se com os mínimos sintomas para os quais seu corpo está alertando.

A ortomolecular não atua só na prevenção, mas também como aliada em inúmeras patologias tais como:

  • hipertensão,
  • diabetes,
  • doenças neurológicas,
  • TPM, obesidade, depressão,
  • anemia, etc.

Entretanto, antes de qualquer intervenção terapêutica, é preciso ter em mente que os hábitos de vida da pessoa influenciam diretamente em seu estado de saúde. Assim, além de complementar a medicina alopática, a ortomolecular estimula a prática de atividades físicas, melhoria do padrão alimentar, o controle médico periódico e a melhora no estilo de vida, de forma enfática e insistente.

(*) Imagem copiada de www.linkmedica.com.br

Views: 0

Rafael – O TRIUNFO DE GALATEIA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

medeia12345678

Nada há de esquemático ou calculado na graça de Galateia. Ela habita um mundo mais brilhante de amor e beleza — o mundo dos clássicos, tal como era concebido. (Prof. E. H. Gombrich)

O prestígio de Rafael era tamanho que chegou a chefiar uma equipe de escultores, pintores e arquitetos, para que o ajudassem a executar o grande número de encomendas recebidas. O riquíssimo banqueiro Agostino Chigi foi um dos que puseram o jovem pintor a seu serviço, contratando-o para decorar sua suntuosa residência de verão — a Farnesina. É fato que ele necessitou da ajuda de sua equipe para fazer grande parte do trabalho, mas é dado como certo que o afresco O Triunfo de Galateia (ou Galatea) que apresenta a ninfa com seus alegres amigos foi pintado unicamente por ele. Composição rica e complexa e também muito admirada em todo o mundo.

Contam algumas fontes que Agostino Chigi teve um motivo especial para a escolha desta pintura mitológica. O fato é que se encontrava interessado em se casar com a filha do marquês de Mântua, Margherita Gonzaga que, como Galateia em relação a Polifemo, rejeitava-o. Ele esperava que tudo terminasse como algumas versões do mito que conta que a ninfa acabou aceitando o amor do ciclope. O tema mitológico da obra encomendada pelo banqueiro foi baseado num verso de um poema do florentino Angelo Poliziano que coincidentemente também havia inspirado Botticelli em sua belíssima obra intitulada “O Nascimento de Vênus”.

O poema de que falamos descreve a paixão que o disforme ciclope Polifemo sentia pela ninfa marinha Galateia. Na composição ela escarnece da canção de amor que ele canta em sua homenagem, enquanto foge sobre as ondas, acompanhada de um séquito festivo de outras ninfas e divindades marinhas, ao encontro de seu verdadeiro amor — Ácis. A imagem do gigante não aparece nesta obra, mas, sim, em outro lugar do salão decorado da residência do banqueiro.

No afresco vemos a ninfa Galateia de pé dentro de um carro feito de concha, puxado por uma parelha de golfinhos, abrindo caminho em meio às ondas, sendo que seu manto está esvoaçando para trás, cobrindo-lhe metade do corpo, deixando visível a pureza de seus contornos e a elegância de seus movimentos. Para compor seu rosto — segundo algumas informações — Rafael modificou ligeiramente um antigo retrato de Santa Catarina de Alexandria.

Três meninos — os pequenos Cupidos — armados de arco e flechas miram a jovem Galateia, tentando acordar o seu amor, enquanto duas divindades marinhas sopram búzios e dois casais entregam-se aos prazeres amorosos. Um tritão aprisiona sua ninfa em seus musculosos braços, enquanto um centauro carrega a sua amada nas costas. As formas anatômicas das figuras masculinas lembram as de Michelangelo. Galanteia e seu séquito (nereidas e tritões) são divindades do mar.

Embora muitos movimentos aconteçam em volta de Galateia, ela continua sendo a figura de maior destaque da pintura — o centro da composição. Assim como segura as rédeas de sua carruagem, tem também o controle de toda a situação. Tudo parece convergir para seu belo rosto que inspira delicadeza e inocência e que se localiza bem no centro da composição, o que dá à obra um grande equilíbrio. O tritão à sua esquerda assim como a ninfa à sua direita direcionam o braço em direção a ela, assim como as setas dos cupidos acima e as rédeas dos golfinhos. O arranjo das figuras na composição mostra a genialidade de Rafael.

Na parte superior da composição, à esquerda do observador, encontra-se um cupido que traz suas flechas guardadas. Ele representa o amor platônico. Ao direcionar seu olhar para ele, a ninfa dos mares mostra a sua preferência pelo amor espiritual. O tritão mensageiro do mar está montado no seu cavalo marinho, soprando uma concha. Ambos olham na mesma direção e assemelham-se nas poses e cores às esculturas de mármore da arqueologia romana. À frente um tritão faz soar uma trompa. Parte de seu braço e da trompa já se encontram fora da composição. O céu mostra-se carregado e há a presença de muito vento, como indica o manto de Galateia e o da outra ninfa.

Na obra de Rafael Sanzio cada figura corresponde a uma outra figura e cada movimento dá origem a um contramovimento. Os pequenos Cupidos — deuses do amor — apresentam movimentos recíprocos, assim como o que nada rente à embarcação corresponde ao que se encontra no topo do quadro. O mesmo se dá com o grupo de divindades marinhas que circulam a ninfa. Há dois casais entregues a jogos amorosos, um à esquerda e outro à direita da ninfa. À frente de Galateia há uma divindade que toca búzios e outra atrás dela.

O carro de Galateia (feito de uma gigantesca concha)  é impelido da direita para a esquerda. Ao ouvir a cantoria de amor do gigante Polifemo, ela volta o rosto para a sua direita e sorri. Tudo converge para seu meigo rosto: as linhas do quadro, a começar das flechas dos Cupidos até as rédeas que ela mantém nas mãos, recurso esse que dá a sensação de um movimento contínuo em toda a obra, deixando-a totalmente equilibrada. As figuras são arranjadas maravilhosamente na composição. Não é à toa que Rafael tenha conseguido realizar aquilo que a geração mais antiga tentara obter: uma perfeita e harmoniosa composição de figuras movimentando-se livremente.

Ao longo dos tempos vários autores citaram em suas obras o amor de Galateia e Ácis e a paixão do ciclope Polifemo pela ninfa dos mares — autores clássicos como Homero, na Ilíada (séc VIII a.C.), Esíodo (séc. VIII a.C.), Teócrito (séc. III a.C.), Callímaco (séc. II a.C.), Propérzio (séc. I a.C.), Horácio (séc. I a.C.) e Virgílio, na Eneida (30 a.C.); também autores medievais como Dante Alighieri (1300), Berchorius (1340), Francesco Petrarca (1370) e Giovanni Boccaccio (1472).

Curiosidade sobre a Lenda de Galateia
Galateia — filha de Nereu e Dóris — é uma divindade marítima cujo nome significa a “donzela branca”, vivia nas costas da Sicília. Passava seu tempo brincando nas ondas do mar em uma carruagem puxada por golfinhos. Certo dia a jovem foi vista por Polifemo — um dos temíveis e monstruosos ciclopes, gigantes de um só olho, que habitavam aquela ilha. Ele acabou se apaixonando por ela. Por sua vez, a ninfa Galateia caía de amores pelo pastor Ácis — filho do deus Pã e de uma ninfa —, sendo seu amor plenamente correspondido.

Quando Galateia e Ácis repousavam junto ao mar, o ciclope Polifemo flagrou-os. Ácis tentou fugir, mas o ciclope esmagou-o com uma pesada rocha. Galateia reviveu seu amado, convertendo-o em um rio de águas límpidas, apelando para a mãe deste — uma ninfa dos rios. Em seguida lançou-se ao mar, indo viver nas ondas que tocam as areias com suas espumas brancas, sem jamais retornar à terra.

Ficha técnica:
Ano: 1512
Tipo: Afresco
Dimensões: 295 × 224 cm
Localização: Villa Farnesina/ Roma

Fonte de pesquisa:
O Livro da Arte/ Publifolha
A História da Arte/ E. H. Gombrich
Tudo sobre Arte/ Sextante
Grandes Mestres/ Abril Coleções
Os Pintores mais Influentes do Mundo/ Girassol
Rafael/ Cosac e Naify

Views: 41

Filme – TOURO INDOMÁVEL

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

tiÉ uma história brutal, mas retrato uma brutalidade que pode acontecer não só nos ringues comas também em qualquer lugar: um quarto ou em um escritório. (Martin Scorsese)

Touro Indomável não é um filme sobre boxe, mas sobre um homem com um ciúme paralisante e insegurança sexual, que quem ser castigado sobre o ringue serve como punição, penitência e remissão. Para Jake LaMotta, o que ocorre durante uma luta não é controlado por táticas, mas pelos seus medos e impulsos. (Roger Ebert)

Touro Indomável (1980), em preto e branco, obra do cineasta estadunidense Martin Scorsese, faz parte da listagem dos filmes imperdíveis, sendo também responsável por dar a seu ator principal, Robert De Niro, o Oscar de melhor ator.

O filme inicia-se com uma cena passada em 1964. Jake LaMotta (Robert De Niro), um ex-pugilista, prepara um número de comédia minutos antes de entrar em cena. Nesse instante, porém, uma imagem em flashback leva-o de volta para 1941, 23 anos antes, quando se passa a história narrada. O espectador então é introduzido na história de vida do verdadeiro Jake LaMotta, um ex-boxeador norte-americano, cujo verdadeiro nome era Giacobe LaMotta.

A carreira de Jake é cada vez mais promissora. Seu irmão e companheiro de treinos, Joey (Joe Pescil), é seu agente. Embora muito unidos, Jake evita o contato com os seus amigos da máfia. Salvy (Frank Vincente), um deles, deseja que Jake aceite a tutela do seu chefe mafioso Tommy Como (Nicholas Colasanto), alegando que sua carreira daria um grande salto.

Jake vive com sua mulher no Bronx, em Nova York. Os dois discutem agressivamente e são apartados por Joey, que leva o irmão pugilista até uma piscina pública do bairro onde vivem. No local, Jake fica conhecendo uma garota de 15 anos, Vicki (Cathy Moriarty), com quem fica tão deslumbrado, a ponto de convencer seu irmão a armar um encontro entre eles.

Em um espaço de dois anos, Jake luta duas vezes com o famoso Sugar Ray Robinson, ganhando a primeira luta e perdendo a segunda, em mais um resultado questionável.

Para mostrar a passagem do tempo na vida de Jake, num período que vai de 1944 a 1947, o direto Martin Scorsese lança mão de filmes caseiros, únicas imagens coloridas do filme: a separação de Jake de sua primeira mulher, seu casamento com Vicki e as muitas vitórias conquistadas no ringue. Paralelamente aos acontecimentos, a máfia continua assediando Jake para dirigir sua carreira.

A próxima luta será com Tony Janiro, mas Vicki desperta a ira de Jake ao elogiar, ingenuamente, a beleza de seu adversário. O elogio da mulher traz consequências para a luta, pois Jake é um homem inseguro e hostil, dono de um ciúme paranoico e autodestrutivo, que tenta resolver no ringue todas as suas turbulências pessoais. O fato é que, num ímpeto de violência, como se quisesse vingar o elogio de Vicki, Jake esmaga o rosto de Tony Janiro. Depois de transformar o rosto do adversário numa massa sanguinolenta, Jake não olha para seu adversário, mas para os olhos de Vicki, como uma mensagem direta do que é capaz de fazer, caso ela o traia.  É quando passa a ser chamado pela mídia de Touro Indomável.

Fica claro para o espectador que o que estimula Jake LaMotta não é o boxe, que serve apenas de catalizador, mas o ciúme doentio que tem pela mulher e seu horror à sexualidade. É possível ver, durante o transcorrer do filme, como ele se tortura só de imaginar que Vicki possa traí-lo. Tudo o que ela diz ou faz é analisado minuciosamente pelo marido obcecado. Embora ela nunca tenha sido pega numa traição, ele a agride fisicamente, como se suas suspeitas lhe dessem o aval para a violência.

Vicki passa a ser vigiada pelo irmão do marido, enquanto ele treina para competir pelo título dos pesos médios. Joey, então, encontra-a em um clube noturno, acompanhada pelo mafioso Salvy. Ela recebe uma forte reprimenda, enquanto seu acompanhante leva uma surra. Contudo, Tommy Como, o chefão mafioso, obriga os dois rapazes a fazerem as pazes, enquanto volta a falar sobre a carreira de Jake, que não toma conhecimento da causa da briga.

Joey leva um recado ao irmão: se quiser ganhar o título almejado, precisará perder uma luta antes. Proposta aceita por Jake. Depois, revolta-se por ter aceitado a proposta dos mafiosos. Seu temperamento torna-se ainda mais agressivo e, por pouco, não é eliminado do esporte. Ao vencer Marcel Cerdan conquista o título mundial que tanto desejava.

Passados três anos, e ainda no auge da fama, Jake questiona seu irmão sobre a briga no passado com o mafioso Salvy. Joey nada lhe diz, o que deixa Jake nervoso. Ao lhe perguntar se ele havia transado com sua mulher, Joey, chateado, vira-lhe as costas e sai. Mas ao confrontar Vicki, indignada, ela confirma com sarcasmo as suspeitas do marido, sem imaginar as consequências. Jake sai em busca do irmão. Vichi tenta impedi-lo, mas é agredida. Jake ataca brutalmente o irmão, rompendo a grande amizade que os unira por tanto tempo.

Após tais acontecimentos, Jake fica depressivo e acaba perdendo o título para Sugar Ray. Fora de forma, aposenta-se dois anos depois e torna-se gerente de um clube noturno que leva o seu nome. Gordo e careca, entrega-se às farras noturnas e pede o divórcio à mulher que tanto dizia amar: Vicki. Sua situação piora quando é acusado de servir bebida alcoólica para menores e de oferecer moças a seus clientes, ao trabalhar como mestre de cerimônia num clube de “streap-tease”. É preso, pois não tem dinheiro para pagar a fiança que lhe permitiria responder em liberdade. Após ser solto, encontra seu irmão Joey na rua e tenta uma reconciliação.

A partir daí, o filme retorna à sequência inicial, quando Jake está se preparando para entrar no palco, recitando o diálogo acontecido entre Marlon Brando e o irmão no filme Sindicato de Ladrões: “Eu poderia ter sido um competidor…”.

Curiosidades sobre o filme

  • Robert De Niro foi visitar Scorsese no hospital (internado em virtude das drogas) e atirou o livro autobiográfico de Jake LaMotta nele e disse: “Eu acho que temos que fazê-lo.”. O filme transformou-se na terapia e no renascimento do cineasta Martin Scorsese.
  • As filmagens foram atrasadas em três meses para que Robert De Niro engordasse quase 30 quilos para enfrentar a fase decadente de Jack.
  • Touro Indomável figura em inúmeras listas dos dez melhores filmes de todos os tempos.
  • A crítica especializada espantou-se com a crueza das lutas e com a violência doméstica registrada por Martin Scorsese. A palavra “fuck” foi repetida 114 vezes. Algumas publicações chegaram a sugerir que a fita não fosse distribuída.
  • Touro Indomável recebeu oito indicações ao Oscar.
  • No final dos anos 1980, Touro Indomável já despontava como o melhor filme da década em enquetes de cineastas e críticos. Hoje é tema de estudo em qualquer universidade de cinema.
  • Robert De Niro treinou boxe durante um ano com Jake LaMotta (boxeador que deu origem ao filme).
  • O verdadeiro Jake LaMotta aparece como assistente do protagonista na luta final, contra Sugar Ray Robinson.
  • A narração televisiva da luta final entre Jake LaMotta e Sugar Ray no filme trata-se da transmissão original em 1951.
  • Scorsese e De Niro gastaram acerca de seis anos e muitas versões de roteiro até encontrar a história certa.
  • De Niro não aceitou usar próteses para simular a gordura que viria a ter após entrar em decadência. Ele preferiu se transformar fisicamente, tendo a filmagem que ser interrompida durante 3 meses.
  • Melões e tomates sendo esmagados fizeram parte dos efeitos sonoros.
  • Sons de animais (elefantes, cavalos…) foram misturados ao barulho da plateia para acentuar a selvageria das lutas.
  • O raspar de gelo seco em vidro ajudou a realçar o som dos gritos da plateia.
  • Esponjas escondidas dentro das luvas e minúsculos tubos nos cabelos dos boxeadores, simulam esguichar suor e sangue.
  • Muitas vezes, no filme, o som é substituído pelo silêncio absoluto.
  • O filme foi rodado em preto e branco para não mostrar todo aquele sangue em tecnicolor.
  • Os duelos de Jake LaMotta com Sugar Ray Robinson viraram lenda nos anos de 1940.

Cenas de impacto

  • A cena em que Jake ajusta a televisão e acusa seu irmão Joey de traí-lo com sua mulher.
  • A esponja, banhada de sangue, que o assistente passa nas costas do lutador nos intervalos da luta.O sangue presente na corda do ringue.
  • As chamas espalhadas ao redor do ringue para criar o efeito esfumaçado e trêmulo, quando Nike perde o título.
  • Jake preso, em grande desespero, gritando: “Por quê? Por quê? Por quê?”
  • O reencontro entre os irmãos, num estacionamento, quando Jake abraça Joey carinhosamente.

Roger Ebert, um dos mais prestigiados críticos de cinema, resume o filme numa bela análise:

Touro Indomável é o mais doloroso e angustiante retrato do ciúme no cinema – um Otelo dos nossos tempos. É o melhor filme que eu já vi sobre baixa autoestima, inadequação sexual e o medo que faz alguns homens abusarem das mulheres. O boxe é a arena, não o motivo. LaMotta ficou famoso por nunca ter sido nocauteado sobre o ringue. Há cenas em que ele está passivamente parado, as mãos para os lados, permitindo que o inimigo o golpeasse. Mas nós intuímos que ele nunca caiu. Ele se machucava demais para permitir que a dor parasse.

Fontes de pesquisa:
Cinemateca Veja/ Abril Coleções
A Magia do Cinema/ Roger Ebert

Views: 9

GRANDES FILMES SEGUNDO ROGER EBERT (II)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Moacyr Praxedes ti12

O norte-americano Roger Ebert (1942-2013) tornou-se um dos mais famosos críticos de cinema, tendo escrito vários livros sobre a sétima arte. Em 1975 tornou-se o primeiro crítico de cinema a vencer o Prêmio Pulitizer de Crítica. Foi agraciado com o título de doutor honoris-causa pela Universidade do Colorado, onde realizou, durante 30 anos, uma análise de filmes quadro a quadro. Segundo Roger Ebert, “Vivemos numa caixa de espaço e tempo. Os filmes são as janelas para o mundo. O cinema é, entre todas as artes, aquela que tem o maior poder de empatia, e bons filmes farão de nós seres melhores.“. Abaixo, uma lista, em ordem alfabética, dos grandes filmes apresentados em seus livros:

M – O Vampiro de Düsseldorf / Fritz Lang
Manhattan / Woody Allen
Metrópolis / Fritz Lang
Meu Jantar com André / Louis Malle
Meu Ódio Será sua Herança / Sam Peckinpah
Meu Passado me Condena / Basil Dearden
Meu Tio / Jacques Tati
Meu Vizinho Totoro / Hayyao Miyazaki
Muito Além do Jardim / Hal Ashby
Nashville / Robert Altman
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa / Woody Allen
Nosferatu / F. W. Murnau
O Açougueiro / Claude Chabrol
O Anjo Exterminador / Luis Buñel
O Ano Passado em Marienbad / Alain Resnais
O Atalante / Jean Vigo
O Baile dos Bombeiros / Milos Forman
O Boulevard do Crime / Marcel Carné
O Decálogo / Krzysztof Kieslowski
O Diabo Riu por Último / John Huston
O Discreto Charme da Burguesia / Luis Buñel
O Evangelho Segundo S. Mateus / Pier Paolo Pasolini
O Guarda / Edward Cline
O Homem que Ri / Paul Leni
O Invencível (T. Apu) / Satiajit Ray
O Jogo de Emoções / David Mamet
O Leopardo / Luchino Visconti
O Mágico de Oz / Victor Fleming
O Martírio de Joana D`Arc / Carl Theodor Dreyer
O Medo Devora a Alma / Rainer W. Fassbinder
O Mensageiro do Diabo / Charles Laughton
O Mundo de Apu (T. Apu) / Satiajit Ray
O Nascimento de Uma Nação / David Wark
O Poderoso Chefão / Francis Ford Coppola
O Samurai / Jean-Pierre Melville
O Sétimo Selo / Ingmar Bergman
O Silêncio dos Inocentes / Jonathan Demme
O Sonho Azul / Tian Zhuangshuang
O Terceiro Homem / Carol Reed
O Tesouro da Sierra Madre / John Huston
Oito e Meio / Frederico Fellini
Orfeu / Jean Cocteau
Os Bons Companheiros / Martin Scorsese
Os Brutos Também Amam / George Stevens
Os Caçadores da Arca Perdida / Steven Spielberg
Os Corruptos / Fritz Lang
Os Documentários “Up” / Michael Apted
Os Eleitos,Philip Kanfman
Os Embalos de Sábado à Noite / John Badham
Os Imperdoáveis / Clint Eastwood
Os Incompreendidos / Françoise Truffaut
Os Reis do Iê-Iê-Iê / Richard Lester
Os Sete Samurais / Akira Kurosawa
Ouro e Maldição / Erich Von Strogheim
Pacto de Sangue / Billy Wilder
Pacto Sinistro / Alfred Hitchcock
Paixão dos Fortes / John Ford
Palavras ao Vento / Douglas Sirk
Paris, Texas / Wim Wenders
Patton – Rebelde Ou Herói / Franklin J. Schaffner
Pickpocket / Robert Bresson
Pinóquio / Disney-1940
Piquenique na Montanha Misteriosa / Peter Weir
Portais do Céu / Morris
Primavera para Hitler / Mel Brooks
Psicose / Alfred Hitchcock
Pulp Fiction – Tempo de Violência / Quentin Tarantino
Quando Duas Mulheres Pecam / Ingmar Bergman
Quando os Homens São Homens / Robert Altman
Quanto Mais Quente Melhor / Billy Wilder
Ran / Akira Kurosawa
Rashmon / Akira Kurosawa
Rastros de Ódio / John Ford
Rede de Intrigas / Sidney Lumet
Relíquia Macabra / John Huston
Rififi / Jules Dessin
Rio Vermelho / Howard Hawks
Ritmo Louco / Fred Astaire
Romeu e Julieta,Franco Zeffirelli
Scarface / Brian De Palma
Se meu Apartamento Falasse / Billy Wilder
Sindicato de Ladrões / Elia Kazan
Sob o Domínio do Mal / John Frankenheimer
Solaris / Andrei Tarkoviski
Stroszek / Weiner Herzog
Taxi Driver / Martin Scorsese
Touro Indomável / Martin Scorsese
Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia / Sam Peckinpah
Três Homens em Conflito (O Bom, O Mau…) / Sergio Leone
Trilogia das Três Cores / Krzysztof Kieslowski
Tubarão / Steven Spielberg
Túmulo dos Vagalumes / Isao Takahata
Um Cão Andaluz / Luis Buñel
Um Corpo que Cai / Alfred Hitchcock
Um Estranho no Ninho / Milos Forman
Um Inverno de Sangue Em Veneza / Nicolas Roeg
Um Sonho de Domingo / Bertrand Tavernier
Um Sonho de Liberdade / Frank Darabont
Uma História de Natal / Bob Clark
Uma Mulher para Dois / Fracois Truffaut
Uma Mulher sob Influência / John Cassavetes
Umberto D / Vittorio de Sica
Vinhas da Ira / John Ford
Viver / Akira Kurosawa
Viver a Vida / Akira Kurosawa

Veja também GRANDES FILMES SEGUNDO ROGER EBERT (I)

Views: 0

FREI CHICO – CULTURA E RELIGIOSIDADE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

fc

Mal comecei a ler a fantástica obra de Frei Chico, Dicionário da Religiosidade Popular – Cultura e Religião no Brasil, fruto de quarenta anos de pesquisa, caí de amores pela obra que já começa com uma declaração de amor ao Vale do Jequitinhonha, onde viveu durante 10 anos:

A partir de Araçuaí, em parceria com Maria Lira Marques, passei a registrar as rezas, benditos, batuques, técnicas de trabalho, remédios, sabenças e histórias do povo do Vale. O Jequitinhonha mudou o meu modo de pensar sobre a verdadeira religião: aprendi que quem pretende entender a religiosidade popular e ter o direito de explicar seus significados há de se tornar simples com os simples e pobre com os pobres. Confesso que a fé dessa gente me levou a uma espécie de conversão. Na arte de pensar como eles, estou apenas começando a aprender.

A seguir, ele fala de suas andanças pelo Brasil, sempre mergulhado na religiosidade popular, de sua passagem pela Colônia Hanseniana de Santa Isabel, onde regeu o Coral Tangarás de Santa Isabel, “uma experiência bonita de superação do sofrimento humano através da arte”, como diz ele. Criou também o Coral Trovadores do Vale. O franciscano é um músico de formação erudita, mas se encantou com as pérolas musicais da gente simples que encontrou.

Frei Chico conta como se deu o processo de pesquisas para dar vida a seu Dicionário da Religiosidade Popular – Cultura e Religião no Brasil:

Em busca de um padrão, desejava reunir informações que fossem representativas do universo religioso e cultural do povo brasileiro. Então passei a garimpar e peneirar na fé do povo tudo que estava ao meu alcance: descrições de festas, romarias, costumes; os rituais como rezas, gestos benditos e pontos; depoimentos populares; dados socioeconômicos, a história do Brasil e da igreja, o confronto popular-oficial, as contribuições da antropologia, da teologia, da sociologia e tantas outras informações.

Segundo ele, uma das dificuldades encontradas para qualquer estudioso da Religiosidade Popular é o trato com assuntos que fogem das teorias religiosas: a espinhela caída, as simpatias aplicadas, o transe, etc.

Na apresentação do Dicionário da Religiosidade Popular – Cultura e Religião no Brasil, Lélia Coelho Frota, poeta e pesquisadora, escreve:

Esse dicionário que agora vem a lume é resultado de mais de quarenta anos de dedicação do nosso Frei Francisco van der Poel, – que para todos será sempre chamado de Frei Chico. Um trabalho silencioso de pesquisa e escuta da alma de nosso povo. Agradecemos a ele pela sua dedicação e também, de modo muito especial, à fraternidade franciscana da Província Santa Cruz, que o liberou para tal serviço a fim de que pudesse se dedicar om entrega e empatia ao conhecimento e ao diálogo com as culturas e religiões diferentes deste nosso imenso Brasil.

Fonte de pesquisa:
Dicionário da Religiosidade Popular – Cultura e Religião no Brasil
Autor: Frei Chico
Editora: Nossa Cultura

Views: 1

GRANDES FILMES SEGUNDO ROGER EBERT (I)

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Moacyr Praxedes ti1

O norte-americano Roger Ebert (1942-2013) tornou-se um dos mais famosos críticos de cinema, tendo escrito vários livros sobre a sétima arte. Em 1975 tornou-se o primeiro crítico de cinema a vencer o Prêmio Pulitizer de Crítica. Foi agraciado com o título de doutor honoris-causa pela Universidade do Colorado, onde realizou, durante 30 anos, uma análise de filmes quadro a quadro. Segundo Roger Ebert, “Vivemos numa caixa de espaço e tempo. Os filmes são as janelas para o mundo. O cinema é, entre todas as artes, aquela que tem o maior poder de empatia, e bons filmes farão de nós seres melhores.“. Abaixo, uma lista, em ordem alfabética, dos grandes filmes apresentados em seus livros:

Filme / Diretor

007 Contra Goldfinger / Guy Hamilton
2001: Uma Odisseia no Espaço / Stanley Kubrick
A Aventura / Michelangelo Antonione
À Beira do Abismo  /  Howard Hawks
A Bela da Tarde / Luis Buñel
A Bela e a Fera / Jean Cocteau
A Caixa de Pandora / G. W. Pabst
A Canção da Estrada (T. Apu) / Satiajit Ray
A Canção da Vitória / Michael Curtiz
A Ceia dos Acusados / W. S. Van Dike
A Conversação / Francis Ford Coppola
A Cor Púrpura / Steven Spielberg
A Doce Vida / Frederico Fellini
A Embriaguês do Sucesso / James Wong Howe
A Felicidade Não Se Compra / Frank Capra
A Fraternidade é Vermelha (T. Cores) / Krzysztof Kieslowski
A General / Buster Keaton
A Grande Ilusão / Jean Renoir
A Grande Testemunha / Robert Bresson
A Igualdade É Branca (T. Cores) / Krzysztof Kieslowski
A Liberdade É Azul (T. Cores) / Krzysztof Kieslowski
A Lista de Schindler / Steven Spielberg
A Longa Caminhada / Nicolas Roeg
A Malvada / Joseph Mankiewicz
A Marca da Maldade / Orson Weles
A Mulher na Areia / Hiroshi Teshigahara
A Noiva de Frankenstein / James Whale
A Ponte do Rio Kwai / David Lean
A Queda da Casa de Uscher / Jean Epstein
A Regra do Jogo / Jean Renoir
A Sala de Música / Satiajit Ray
A Sangue-Frio / Richard Brooks
A Tortura do Medo / Michael Powell
A Trilogia de Apu  / Satiajit Ray
A Última Gargalhada / Frriedrich Wilhelm
Acossado / Jean-Luc Godard
Aguirre, A Cólera dos Deuses / Weiner Herzog
Alien – O Oitavo Passageiro / Ridley Scott
Amacorde / Frederico Fellini
Amadeus / Milos Forman
Amor, Sublime Amor / Robert Wise e Jerome Robbins
Antes Só do Que Mal Acompanhado / John Hughes
Apocalypse Now / Francis Ford Coppola
As Aventuras de Hobin Hood / Michael Curtiz e William Keigley
As Férias do Sr. Hulot / Jacques Tati
As Noites de Cabíria / Frederico Fellini
As Oito Vítimas / Robert Hamer
As Três Noites de Eva / Preston Sturges
Asas do Desejo / Wim Wenders
Aurora / Friedrich Wilhelm
Basquete Blues / Steve James
Blow-Up – Depois Daquele Beijo / Michelangelo Antonione
Bob, O Jogador / Jean Pierre Velville
Bonnie & Clyde – Uma Rajada de Balas / Arthur Penn
Branca de Neve e os Sete Anões / Disney – 1937
Buster Keaton / Joseph Francis Coppola
Cada um Vive Como Quer / Bob Rafelson
Caminhos Perigosos / Martin Scorsese
Cantando Na Chuva / Stanley Doney e G. Kelley
Casablanca / Michael Curtiz
Chinatown / Roman Polanski
Cidadão Kane / Orson Weles
Cinzas no Paraíso / Terence Malick
Conto de Inverno / Erick Rohmer
Contos da Lua Vaga / Kenji Mizoguchi
Contos de Tóquio / Yasugiro Ozu
Coronel. Blimp – Vida E Morte / Michael Powell e Emeric P. Burguer
Corpos Ardentes / Lawren Kasdan
Crespúsculo dos Deuses / Billy Wilder
Curva do Destino / Edgard G. Ulmer
Desafio  à Corrupção / Robert Rosse
Desejos Proibidos / Max Ophuls
Despedida em Las Vegas / Mike Figgis
Diabo a Quatro / Irmãos Max
Digam o Que Disserem / Cameron Crowe
Doutor Fantástico / Stanley Kubrick
Doze Homens e uma Sentença / Sidney Lumet
Drácula / Tod Browning
E o Vento Levou / Muitos Diretores
E.T. – O Extraterrestre/ Steven Spielberg
O Encouraçado Potemkin / Eisenstein
Ervas Flutuantes / Yasugiro Ozu
Faça a Coisa Certa / Spike Lee
Fargo / Joel Coen
Feitiço da Lua / Norman Jewison
Grandes Esperanças / David Lean
Grisbi, Ouro Maldito / Jacques Becker
Gritos e Sussurros / Ingmar Bergman

Veja também GRANDES FILMES SEGUNDO ROGER EBERT (II)

Views: 0