O JURAMENTO DOS HORÁCIOS I (Aula nº 77 A)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Essas marcas de heroísmo e virtude cívica, apresentadas aos olhos do povo, eletrizarão a alma e plantarão as sementes da glória e da lealdade à pátria. (Jacques-Louis David)

Esta é uma das composições mais famosas do pintor francês Jacques-Louis David (1748-1825), que tinha apenas 17 anos quando a pintou, sendo elogiada pelos críticos e pelo público. Apresenta um episódio histórico da história da Roma antiga, numa guerra travada com a cidade de Alba Longa, entre duas famílias: os três irmãos romanos (os Horácios) e os três irmãos inimigos (os Curiácios). O combate mortal definiria quem ganharia a república romana. Durante a batalha, dois irmãos da família Horácios morreram, mas o único que sobrou acabou com todos os seus adversários, assegurando o domínio de Roma.

O pintor mostra o momento em que os irmãos Horácios, diante do pai, juram fidelidade ao Estado romano e, se preciso for, darão por ele a própria vida. Eles optam pela lealdade à República romana em vez da lealdade à família, pois Horácios e Curiácios possuem estreitos laços familiares e emocionais:

  1. um dos irmãos Horácios é casado com uma irmã dos Curiácios;
  2. um dos irmãos Curiácios está comprometido com uma irmã dos Horácios.

Os três irmãos Horácios, abraçados, e com a mão direita estendida em juramento, apresentam-se como heroicos guerreiros diante do pai, mostrando seus perfis ao observador. Trazem os rostos sérios. Seus corpos expressam a linguagem corporal de que, através do dever da disciplina, estão prontos para o combate, até para morrer, se necessário for. Os músculos tensos simbolizam a vontade férrea de lutar.

O pai dos irmãos Horácios demonstra dignidade e sacrifício em sua pose. Na mão esquerda, ponto central da pintura, levanta três espadas iluminadas pela luz solar, simbolizando três vontades e, com a direita, parece abençoar os filhos, a quem entregará as armas. Seu gestual simboliza a comunhão dos três irmãos através do juramento feito. A vitória terá mais valor do que a vida. O velho Horácio traz a cabeça levantada e os olhos fixos no punho das espadas. O vermelho vivo é a cor predominante no grupo masculino, cor da paixão e da Revolução.

Três mulheres acabrunhadas e dóceis, assentadas à direita da composição, abaixam a cabeça para não verem a cena. Duas delas têm os braços inertes, ao contrário dos homens que demonstram ação, enquanto a terceira aconchega-se aos netos. A suavidade dos traços femininos denota emoção e tristeza. Sabina, a mulher de branco, é casada com um dos irmãos Horácios, sendo ela uma irmã dos Curiácios. A outra, que nela se apoia, é Camila, irmã dos Horácios e noiva de um dos Curiácios. Ambas são irmãs da mesma sina.

A sombra dos quatro homens cai diretamente sobre as crianças, debaixo do manto azul da mãe dos Horácios, a avó delas. O menino maior olha fixamente para os homens. Ao apontar as crianças com a sombra, o pintor passa a mensagem de que mesmo elas deverão, se preciso for, pagar o preço que a lealdade ao Estado requer.

O ambiente em que o grupo encontra-se é totalmente desprovido de ornamentos, com exceção de uma lança no fundo escuro do arco dórico central. Num cenário romano, com colunas dóricas e colunas semicirculares, tudo remete ao mundo masculino e militar que exala despojamento e disciplina. As figuras da composição estão distribuídas pelos três arcos dóricos. Os três irmãos são emoldurados pelo primeiro, o pai pelo segundo e as mulheres e as crianças pelo terceiro.

Tudo na composição lembra a época romana: togas, elmos e espadas, copiados fielmente. Até mesmo os rostos mostram o conhecido “nariz romano”.  As linhas retas definem os corpos masculinos e as curvas dos femininos. A assinatura, à esquerda da composição, na parte inferior, é neoclássica. Está escrito “L. David faciebat Romae Anno MDCCLXXXIV” (significa: Criado em Roma por David em 1784). David fez essa tela com o intuito de que ela fosse uma obra de propaganda na derrubada da monarquia francesa, o que aconteceu quatro anos depois. A representação do juramento heroico de lutar até a morte era uma alegoria ao desvelo dos revoltosos franceses.

Obs.: Esta pintura, reconhecida como uma obra-prima, significou também um chamamento à revolução estética e política e, mais tarde, tornou-se um dos mais importantes documentos do neoclassicismo.

Ficha técnica
Ano: 1784
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 330 x 427 cm
Local: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Arte em detalhes/ Publifolha
A história da arte/ E.H. Gombrich
O Sol do Brasil/ Lilia Moritz Schwarcz
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann

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UM NOVO ESTILO – NEOCLASSICISMO (Aula nº 77)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

  

A arte costuma refletir os gostos e a idiossincrasia de cada tempo. Os estilos transmitem o perfil da essência do mundo em que se desenvolveram. Costumam ser a fotografia de seu tempo, de seus gostos ou de suas ideologias. Desde as pinturas rupestres das cavernas até hoje, o homem oscilou entre o mais e o menos, entre a exuberância das formas ou sua estilização.  (Juan Arias)

Nesta nossa viagem pela História da Arte já passamos por diferentes épocas da história da humanidade.  Iniciamos pela Pré-História (Período Paleolítico/ Período Neolítico/ Idade dos Metais). Seguimos depois pela Antiguidade, quando nos defrontamos com a arte do Mundo Antigo (Egito/ Grécia/ Roma) e fechamos esse portal do tempo com a Arte Bizantina. Na Idade Média tivemos contato com dois importantes estilos: Românico e Gótico. Na Idade Moderna travamos contato com os seguintes estilos: Renascimento, Maneirismo, Barroco e Rococó. E hoje adentramos na Idade Contemporânea — esta em que vivemos e que se iniciou no século XVIII, continuando até os nossos dia —, responsável por um grande leque de estilos que se abre maravilhosamente diante de nós. Iniciaremos nossa viagem pelo estilo conhecido como Neoclassicismo. Vamos lá!

O Neoclassicismo foi um estilo de arte que dominou o fim do século XVIII, indo até o início do século XIX. Ao contrário do que acontece com a maioria dos estilos de arte, o impulso inicial para o seu surgimento não veio de artistas, mas de pensadores (filósofos) — os portadores do “Iluminismo” na França. Nomes como Denis Didorot e Voltaire lideraram o movimento, ao fazer críticas ao relaxamento moral do estilo Rococó e, consequentemente, ao regime que o abrigava. Exigiam uma arte que fosse racional, moral e intelectualizada. Achavam que um reexame das artes da Antiguidade traria novos ares às normas criativas que vigoravam até então. Tais exigências podiam ser encontradas na cultura do mundo clássico.

Ao inspirar-se na arte clássica greco-romana, os neoclassicistas buscavam sobretudo suas qualidades de “nobre simplicidade e calma grandeza”, segundo o alemão Johann Joachim Winchelmann, responsável pelas sementes do renascimento clássico em Roma, que trabalhava para o cardeal Alessandro Albani, colecionador de antiguidades. Os escritos de Winchelmann apregoavam a superioridade da arte grega e conclamavam os artistas a “mergulharem seus pincéis no intelecto”. É interessante saber — até mesmo para a compreensão dos estilos que virão a ser estudados — que foi na época do Neoclassicismo que surgiu o termo “academicismo” em razão da adoção dos princípios da arte greco-romana tomados como base para o ensino nas academias de arte europeia, o que resultou em grandes contendas ao longo dos anos.

O estilo Neoclássico, ao enfatizar a ordem e a clareza, criticando os exageros, mostrava-se em sintonia com a “Era do Iluminismo” — descrição dada ao século XVIII. Alguns artistas — principalmente Jacques-Louis David — fizeram de sua obra um instrumento de suas convicções morais. Em seu aspecto mais puro, o Neoclassicismo tratava-se de uma arte austera e nobre, na maioria das vezes ligada aos mais caros ideais políticos da época, o que não a impossibilitou de também apresentar aspectos intimistas e decorativos.  O novo estilo artístico primava por usar formas e cores simples de modo que toda complicação inútil fosse eliminada, o que resultou numa arte de formas geométricas e austeras que refutava cores brilhantes. Sua popularidade não tardou a espalhar-se por quase toda a Europa nos mais diversos campos: pintura, arquitetura, escultura, mobiliário, tecidos e cerâmica.

O Neoclassicismo, como é comum acontecer em quase todos os estilos de arte, apresenta em seu seio certas variações. Alguns artistas defendiam que a arte devia trabalhar apenas com temas considerados sérios, enquanto outros apegavam-se à literatura heroica do passado, usando como modelo as antiguidades gregas e romanas para ilustrar essas histórias. E foi exatamente a busca pela exatidão histórica a responsável por diferir o Neoclassicismo da ideologia convencional do Renascimento clássico. Enquanto o segundo se apoiava nos estilos tradicionais, oriundos dos conceitos de beleza e adequação estabelecidos por artistas do Alto Renascimento, o novo estilo, embora não tenha deixado de lado tais ideais, procurou fazer reconstruções exatas de antigas obras, o que não se tratava de plágio, mas levava em conta certas normas específicas que deveriam ser seguidas. Quando se tratava de obras históricas, por exemplo, os elementos apresentados deveriam estar em consonância com a época do acontecimento.

O Neoclassicismo foi o primeiro estilo da arte a fazer parte da Idade Contemporânea. Embora tenha tido a sua origem em Roma, não foi ali que apresentou suas mais famosas obras, criadas em outros países, especialmente na França. Os neoclassicistas inspiraram-se nas narrativas literárias e históricas e criticavam a visão do mundo clássico feita pelo estilo Rococó que se alimentava apenas de fantasias eróticas. A pintura intitulada “O Juramento dos Horácios” de autoria de Jacques-Louis David é tida como a primeira obra-prima do Neoclassicismo (ilustração acima), obra a ser estudada. A obra à direita trata-se de “O Rapto de Helena” de Gavin Hamilton.

Os artistas neoclássicos buscaram inspirações sobretudo na história, na literatura e na mitologia greco-romana, mas também fizeram usos de outros temas, como o dos tradicionais retratos e paisagens, assim como temas inovadores, inspirados nos fatos sociais e políticos da época em que viviam. Eles buscaram adaptar os principais clássicos à modernidade, usando técnicas apuradas, harmonias de cores e contornos precisos, cultuando a teoria de Aristóteles e o ideal da democracia. Com a desintegração do governo revolucionário na França e a ascensão de Napoleão, o ideal do Neoclassicismo mudou, passando a ganhar mais importância o esplendor do Império Romano ao invés do caráter moral da República.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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Botero – N. SRA. DE CAJICÁ

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Embora Botero não submeta suas imagens religiosas à prova de ironia ou ceticismo, suas pinturas e desenhos não são feitos com o mesmo senso de fé inquestionável daqueles de que se inspirou. A posição de Botero é sempre a de um artista do final do século XX revisitando temas religiosos, completamente ciente do abismo que existe em nosso tempo entre a fé cega na doutrina religiosa e as dúvidas inevitáveis impostas pelo mundo secular de hoje. (Edward Sullivan)

O artista figurativo e escultor colombiano Fernando Botero Angulo nasceu na Colômbia em 1932. É o segundo dos três filhos do vendedor Davi Botero e da costureira Flora Angulo. Aos quatro anos de idade perdeu o pai, vitimado por um ataque cardíaco, ficando aos cuidados da mãe e de um tio que teve um papel fundamental em sua vida, tendo o colocado numa escola para toureiros por um período de dois anos, embora ele preferisse a arte no papel. Enquanto crescia, o garoto sentia-se cada vez mais fascinado pelo Barroco, estilo que via nas igrejas coloniais e na vida de Medellín. Aos 16 anos o jovem viu suas primeiras ilustrações serem publicadas no suplemento dominical do jornal “El Colombiano”. Exibiu seu trabalho pela primeira vez, aos 16 anos de idade. Em Bogotá teve 25 de suas obras expostas pelo fotógrafo Leo Matiz em seu atelier. Antes de completar um ano em relação ao evento anterior, Leo Matiz fez nova exposição com obras do artista, obtendo grande sucesso.

A pintura icônica intitulada Nossa Senhora de Cajicá é uma obra do artista. O nome Cajicá refere-se a um pequeno município da província de Cundinamarca, próximo a Bogotá, local em que o artista é dono de uma fazenda com casa de campo. Assim como todas as suas figuras, a Virgem Maria também é mostrada como uma figura gorducha. Ela carrega nos braços o seu Menino, também obeso, a quem oferta uma maçã retirada da árvore atrás dela. Ele traz na mão esquerda uma bandeira colombiana, o que mostra o quanto o artista é ligado à identidade de seu país.

A Virgem Maria parece flutuar no meio da pintura, em frente a uma árvore, como se estivesse sentada em um nicho de altar, olhando com gravidade por cima dos olhos do observador. Ela traz o pé esquerdo sobre uma serpente negra que aparece na base da obra, quase que de uma ponta a outra da composição, o que também contribui para expressar o seu tamanho colossal. As pequeninas figuras de monges liliputianos de aparência engraçada, bispos, freiras e coroinhas que a cercam favorecem ainda mais a sua monumentalidade.

A composição é piramidal e apresenta cores vibrantes e luminosas. Mais acima, à direita, um braço com um lírio branco na mão, símbolo da pureza de Maria, sobressai em meio a nuvens escuras. Nesta pintura o artista, mais uma vez, recria com sabedoria a história da arte para dar uma nova vida aos gêneros clássicos.

Ficha técnica
Ano: 1972
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 234,4 cm x 181,8 cm
Localização: Museu de Antióquia, Medelín, Colômbia

Fontes de pesquisa
O livro das artes/ Martins Fontes
https://www.sothebys.com/en/auctions/ecatalogue/2010/latin-american-paintings-n08681/lot.24.html

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DUAS COMPOSIÇÕES DE CANALETTO (Aula nº 76 D)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

  

 Sua arte transcende o documentário; inventa uma visualização científica na qual o conteúdo da cena revela sua verdadeira natureza. […] O artista inverteu o processo em sua pintura: em vez de aplicar a perspectiva teórica a um objeto, a fim de simular outro, redescobriu a perspectiva natural do objeto. (Enciclopédia dos Museus)

O pintor italiano Canaletto (1697–1768), cujo nome de batismo era Giovanni Antonio Canal, filho do pintor e cenógrafo Bernardo Canal, seu primeiro mestre, era também tio do pintor Bernardo Belloto. Tornou-se muito conhecido pelas paisagens venezianas que pintava. Mais tarde, quando morava em Londres, pintou inúmeras paisagens inglesas (vedute*). Canaletto também estudou com o paisagista Lucas Carlevarijs e foi influenciado por Giovanni Paolo Pannini. Segundo alguns estudiosos da obra do artista, ele fez uso da câmera escura, (instrumento óptico através do qual os raios solares passam, refletindo a imagem que se deseja pintar), o que lhe possibilitava fazer desenhos mais precisos, ao reproduzir proporções e perspectivas. Porém os desenhos ou meros esboços, deixados pelo artista, sugerem que ele tomava notas ao ar livre e em seu estúdio usava réguas e bússolas para aperfeiçoá-los.

As obras de Canaletto têm por base o uso da perspectiva e a observação exata da realidade. Quando pintava vistas da cidade, captava com grande sentimento a arquitetura ali presente, tendo imortalizado Veneza com seus magníficos palácios e igrejas, voltados para as águas, sendo maravilhosamente iluminados e imersos numa atmosfera intemporal. Também costumava adicionar cenas de gênero às suas paisagens. É tido como um dos maiores paisagistas italianos, sendo considerado um dos criadores do gênero do “vedutismo” e um expoente do pensamento iluminista.

A composição Vista do Cais da Enseada de São Marco (à esquerda) e Vista do Grande Canal do Campo São Vio (à direita) são duas belas vistas da cidade de Veneza. Embora todos os objetos vistos nas paisagens sejam reais, estes foram arranjados pelo artista, numa sequência numérica, obedecendo a um equilíbrio composicional dinâmico e harmonioso. Em ambas as pinturas, deslizando pelas águas azuis, há um vai e vem de embarcações em atividade. Belas construções, incluindo uma majestosa igreja e também uma enorme coluna com uma estátua, margeiam o lado esquerdo dos canais na primeira pintura. Ali se encontram ancoradas inúmeras embarcações, sendo visto também um píer e a aglomeração de inúmeras pessoas.

A segunda pintura apresenta três pessoas no cais, à direita. Duas delas estão possivelmente aguardando o momento de serem atravessadas. Dois barris ali se encontram, junto a um carregador, enquanto um terceiro já está sendo atravessado. A terceira figura assemelha-se a um mendigo, sentado e recostado numa parede, com um cajado perto de si. Na sacada de uma casa, logo acima, vê-se uma mulher com uma vassoura e, na janela abaixo, outra senhora parece conversar com alguém. Canaletto gostava muito de tais temas. Em suas obras ele os repetia muitas vezes, variando apenas o ângulo e a extensão da paisagem vista.

* veduta: termo italiano que significa vista, e que serve para denominar um desenho ou pintura que retrata a vista real de uma cidade ou um determinado lugar (plural = vedute).

Ficha técnica das duas pinturas
Ano: c. 1740/45
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 71 x 53 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://pinacotecabrera.org/en/collezione-online/opere/view-of-st-marks-from-the-punta-della-dogana/

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O BALOIÇO (Aula nº 76 C)

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor francês Jean- Honoré-Fragonard (1732–1806) deu início aos seus estudos artísticos com o mestre Jean-Siméon Chardin, famoso por suas naturezas-mortas e pinturas de gênero. Estudou depois com François-Boucher que muito o impressionara e de quem herdou muitas influências. Sua ida para Roma em razão de uma bolsa de estudos ganha como prêmio possibilitou-o estudar na Academia de França em Roma, onde estudou pintura barroca e Pietro da Cartona, ali permanecendo cerca de cinco anos. Continuou suas viagens pelos grandes centros de arte, aumentando seus conhecimentos. Ao lado de Antoine Watteau e François Boucher, o artista é tido como um dos mais importantes pintores de gênero de antes da Revolução Francesa. Como típico representante do Rococó francês, Fragonard não aderiu à revolucionária arte neoclássica. Foi um mestre das cores. Hoje estudamos uma de suas obras-primas, intitulada Fragonard – O BALOIÇO

  1. A composição em estudo também é conhecida como:

    1. A Lição de Música
    2. Os Incidentes Felizes do Balanço
    3. Triunfo de Aurora
    4. O Progresso do Amor

  2. Foi encomendada por certo barão, a fim de fazer uma homenagem a sua:

    1. mãe
    2. esposa
    3. amante 
    4. filha

  3. Este tipo de pintura era muito usado à época para:

    1. Ornamentar as partes mais íntimas das casas.
    2. Desafiar a moralidade abusiva da Igreja.
    3. Mostrar a extravagância do estilo Rococó.
    4. Provocar os puritanos da aristocracia.

  4. Trata-se de uma obra que demonstra:

    1. excessiva ingenuidade
    2. a pureza dos costumes
    3. o estilo dos ricos
    4. apelo erótico 

  5. São afirmativas inerentes à figura principal, exceto:

    1. Ela ocupa a parte central da pintura.
    2. Está cercada por roseiras e pequenas árvores.
    3. Mostra-se elegantemente vestida.
    4. Brinca com um balanço.

  6. São afirmativas inerentes ao voyeur, exceto:

    1. Encontra-se no chão, escondido em meio aos arbustos.
    2. Atrás dele um monumento de pedra traz a estátua de Cupido.
    3. A mulher não sabe que ele a está observando.
    4. Ergue o braço esquerdo na direção da mulher.

  7. São afirmativas inerentes ao marido da mulher, exceto:
    1. É um homem mais velho.
    2. É o responsável pelo vai e vem do balanço.
    3. Está escondido na sombra.
    4. Tem ciência da presença do amante da mulher.

  8. Cupido, o deus do amor, traz um dedo sobre os lábios, como se pedisse segredo em relação à:
    1. cena a que assiste
    2. presença do marido traído
    3. presença do voyeur
    4. inocência da mulher

  9. O artista capta o momento em que o balanço com a mulher encontra-se na sua posição mais alta, o que permite vislumbrar:
    1. suas roupas íntimas
    2. apenas o rendilhado da saia
    3. algo mais do que as roupas íntimas
    4. apenas as meias finas.

  10. São afirmações corretas acerca da mulher, exceto

    1. Levanta a sua perna esquerda para o alto.
    2. Busca seduzir o olhar do amante.
    3. Desce seus olhos em direção ao amante.
    4. Um de seus sapatos está a voar para cima.

  11. Mais abaixo, à direita, próximo ao homem com a corda (marido traído), estão dois cupidos, um …………………… e um cachorro de pedra.

    1. leão
    2. pombinho
    3. golfinho
    4. cervo

  12. A composição possui forma triangular, sendo que os dois homens compõem a base do triângulo, sendo seu ápice composto:

    1. pelo chapéu da mulher
    2. pela cabeça do cupido maior
    3. pelas duas cordas
    4. por um galho de árvore

  13. A iluminação vem ………………., com a luz do sol adentrando por entre as árvores que emolduram a cena central, principalmente a jovem no balanço.

      1. da esquerda
      2. da direita
      3. de cima
      4. em diagonal

  14. A presença do marido no escuro pode insinuar que ele:

      1. Nada sabe sobre o assunto.
      2. É conivente com a presença do amante.
      3. É também um voyeur.
      4. Apoia o exibicionismo da mulher.

  15. O quadro de Fragonard, cheio de …………….., além de captar um momento de grande alegria também faz insinuações claras sobre um relacionamento ilícito.

    1. realismo
    2. modernismo
    3. naturalismo
    4. simbolismo

  16. A pintura O Baloiço é um ícone do ………………., estilo em que o lado sensual sobrepunha o intelectual, combinando atitude despreocupada, erotismo irônico, tinta pastel e cenário pastoril.

    1. Maneirismo
    2. Barroco
    3. Rococó
    4. Romantismo

  17. Tal tipo de pintura erótica foi criado para ser exposto a um público restrito. Porém, tais peças saíram de moda depois da:

    1. Revolução Francesa
    2. Guerra dos Cem Anos
    3. Primeira Guerra Mundial
    4. Segunda Guerra Mundial

  18. Esta obra-prima de Fragonard, ao tentar captar o momento fugidio, antecipa técnicas e conceitos fundamentais aos: 

    1. românticos
    2. impressionistas
    3. naturalistas
    4. expressionistas

      Gabarito
      1.b / 2.c / 3.a / 4.d / 5.b / 6.c / 7.d / 8.a / 9.c / 10.a / 11.c / 12.a / 13.c / 14.a / 15.d / 16.c / 17.a / 18.b

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A MULHER NUA (Aula nº 76 B)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O gravador, desenhista e pintor francês François Boucher (170–1770), filho de um artista que criava padrões para bordados e ornamentos, iniciou sua vida artística ainda muito jovem, como aprendiz de Fraçois Lemoyne, com quem ficou por um breve tempo, vindo depois a trabalhar para Jean François Cars, um gravador de cobre. Aos 20 anos de idade recebeu o “Grand Prix de Rome”, um incentivo aos novos artistas. Depois de uma viagem à Itália, onde estudou afrescos de Michelangelo e grandes obras da Renascença, foi admitido na Academia Real de Pintura e Escultura como pintor histórico. Ali se tornou professor e depois reitor, assumindo a seguir outros cargos importantes e tendo uma bem sucedida carreira. Boucher é tido como um dos mais importantes artistas do estilo Rococó na França, embora a sua época tenha sido dominada pelo estilo Barroco. Em sua obra estão presentes temas mitológicos, cenas galantes e pastoris. Ele não foi apenas um pintor, também fez figurinos para teatros e foi um grande decorador de palácios. Gostava de retratar a elegância dos ambientes requintados de sua época. Foi o principal pintor da corte francesa do rei Luís XV e o principal desenhador das porcelanas reais. Possuía uma técnica virtuosa e refinada, sendo muito popular na corte. Foi escolhido como o pintor favorito de Madame de Pompadour – famosa amante do rei – celebrizando seus retratos. Hoje estudamos uma de suas famosas obras, intitulada Boucher – MULHER NUA

  1. O pintor francês François Boucher, além de pintor, era também:

    1. gravador e escultor
    2. desenhista e gravador
    3. gravador e arquiteto
    4. escultor e arquiteto

  2. Em sua viagem à Itália ele estudou obras do estilo:

    1. Românico
    2. Gótico
    3. Renascentista x
    4. Barroco

  3. Foi o principal pintor da corte francesa do rei Luís XV e o principal desenhador das porcelanas reais. Foi o favorito de ………….. Madame de Pompadour – famosa amante do rei – celebrizando seus retratos.

    1. Madame Pompadour
    2. Maria de Médici
    3. Ana da Áustria
    4. Maria Tudor

  4. A pintura em estudo, uma das obras mais famosas do artista, é conhecida pelos títulos abaixo, exceto:
    1. Mulher Nua
    2. A Odalisca Loura
    3. Nua num Sofá
    4. Rapariga em Serviço 
  5. Todas as afirmações sobre a pintura estão corretas, exceto:
    1. Tais quadros só podiam ser vendidos à nobreza francesa.
    2. Este tipo de pose era um dos preferidos do pintor.
    3. Quadros como este eram bastante requisitados pelos ricos.
    4. Objetivavam ornamentar os aposentos particulares da nobreza.

  6. Todas as afirmativas sobre o ambiente estão corretas, exceto:

    1. A garota encontra-se num ambiente muito luxuoso.
    2. Ela se encontra em meio a pesadas cortinas de veludo e roupa de cama de seda.
    3. Ela se mostra numa postura provocativa, reclinada sobre uma cama.
    4.  No chão vê-se um braseiro fumegante próximo a uma almofada com fitas.

  7. A delicadeza das cores usadas na pintura e o rosto terno da garota tornam-na aparentemente:

    1. sensual
    2. irreal
    3. exótica
    4. lasciva

  8. Acerca da retratada, não se pode afirmar que:

    1. Apesar de encontrar-se nua, de costas para cima, mostra-se meiga.
    2. A garota parece absorta em seus pensamentos. 
    3. Ela tem por objetivo usar seu apelo sexual.
    4. Mostra seus atributos de garota ingênua, pois ainda é uma adolescente.

  9. A modelo encontra-se em primeiro plano, mas distante do alcance do observador, isto porquê:

    1. A coloração usada pelo artista é artificial, deixando tudo irreal.
    2. O seu rosto mostra que ela é ainda muito jovem.
    3. Ela não olha com lascívia para o observar.
    4. A modelo esconde o rosto mostrando recato.

  10. O artista não recebia apenas elogios. Muitos críticos da época eram ácidos com o ele, enumerando seus vários erros na pintura, exceto:

    1. Seus nus deveriam ser apresentados dentro de um contexto mitológico ou alegórico, remetendo à beleza clássica.
    2. Achavam-no um imoral por representar “crianças-mulheres” em posturas provocantes, sendo muitas delas menores de idade.
    3. Segundo pesquisas, esta pintura foi encomendada quando a garota tinha somente 19 anos, época em que o rei tornou-a sua cortesã. 
    4. Possuía todos os talentos que um pintor pode ter, sendo bem sucedido em tudo, mas ao pintar por dinheiro isso corrompia seu talento.

Gabarito
1.b / 2.c / 3.a / 4.d / 5.a / 6.c / 7.b / 8.c / 9.a / 10.c

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