Prud’hon – JUSTIÇA E VINGANÇA DIVINA…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Sob o escuro véu da noite, em um lugar selvagem e remoto, o criminoso ganancioso mata sua vítima, arrebata seu ouro e olha para ter certeza de que não há sinal de vida para trair sua ação temerosa. Ele não vê que Nêmesis, aquela ajuda terrível à justiça, está perseguindo-o, e está prestes a agarrá-lo e entregá-lo ao seu assistente inflexível. (Prud’hon)

A justiça divina está sempre perseguindo o crime. (Prud’hon)

O miniaturista, gravurista e pintor francês Pierre-Paul Prud’hon (1758 – 1823) teve como primeiro mestre o professor François Devosge, membro da Academia de Dijon, indo depois estudar na Academia de Paris. Ganhou o Prix de Rome, o que lhe possibilitou estudar na Itália durante três anos. Foi amigo do escultor Antonio Canova. Embora tenha estudado a arte da Antiguidade, foi influenciado pelos mestres do Renascimento, principalmente por Leonardo da Vinci e Antônio Allegri, mais conhecido como Corregio. Após ganhar a admiração da imperatriz Josefina, o artista tornou-se o retratista oficial da família real francesa. Recebeu influências tanto do Neoclassicismo quanto do Romantismo.

A monumental composição intitulada Justiça e Vingança Divina Perseguindo o Crime é uma obra do artista na qual mostra grande eloquência dramática. Tinha por finalidade ornamentar a Câmara do Palácio da Justiça, em Paris. Ao ser exposta no Salão de 1808, a pintura recebeu exacerbados elogios de Napoleão Bonaparte, da crítica e do público, comovendo, assim, todos os presentes.

A cena se passa à noite, numa paisagem rochosa e de terra árida. Uma grande lua cheia aparece entre as nuvens, à esquerda. Duas figuras humanas e duas deusas tomam quase toda a tela. Ao fundo elevam-se penhascos escuros, dando mais densidade à cena. Um pequeno arbusto é visto junto ao corpo caído no chão. Fortes contrastes de luz e escuridão trazem grande dramaticidade à cena.

O ladrão segue à frente, com o olhar voltado para a sua direita, temendo estar sendo seguido. Em primeiro plano, um corpo inerte, iluminado pela lua, jaz por terra. O solo embebe-se de seu sangue que verte de um corte no pescoço. O assassino traz nos braços os pertences do homem que acabara de matar. As deusas – Justiça (Themis) e Vingança Divina (Nemesis) – seguem atrás do sujeito mau e parecem muito indignadas. A primeira traz na mão direita uma espada e na esquerda uma balança, enquanto a segunda alumia o caminho com uma tocha.

Prud’hon em sua obra repassa a mensagem de que o caminho da justiça divina é implacável, embora muitas vezes se mostre lento. Ele reafirma a lei de causa e efeito, ação e reação.

Ficha técnica
Ano: 1804/08
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 243 x 292 cm
Localização: Museu Nacional do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Romantismo/ Editora Taschen
https://www.wga.hu/html_m/p/prudhon/3justice.html
https://www.napoleon.org/en/history-of-the-two-empires/paintings/justice-and-divine-
http://www.getty.edu/art/collection/objects/753/pierre-paul-prud’hon-justice-and-divine-

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