O ser humano ocupa-se em encontrar a felicidade, mas a sua maior felicidade está no fato de ele se ocupar (Alain Badiou)
A ociosidade entristece. (São Tomás de Aquino)
Todos nós carregamos características específicas. Reconhecê-las e buscar um estilo de vida de acordo com a nossa natureza irá nos proporcionar mais felicidade. Não adianta remar contra a corrente, como diz um velho ditado, para ser aquilo que não se é. Quanto mais nos encontramos numa situação que nos é desfavorável, maior é o nosso estresse. Três verdades incontestáveis devem servir de parâmetro para direcionarmos a nossa vida com sabedoria, conforme estudos feitos pelo biofísico Steven Kent:
- Os sentimentos positivos são capazes de afugentar os sentimentos negativos.
- Não existe felicidade que dure eternamente, mas está em nossas mãos viver os momentos felizes com mais frequência e prolongar a alegria que eles nos dão.
- Não importa tanto o “que” vivemos e, sim, “como” vivemos os fatos.
Existe uma conhecida expressão que reza “nem tanto à terra e nem tanto ao mar”, o que, trocando em miúdos, significa equilíbrio, viver com moderação, sem exagerar para mais ou para menos. Tanto uma vida de ociosidade quanto uma de competitividade extremada são nocivas ao ser humano. Causa pena o existir de pessoas muito ricas que se sentem incapazes de se satisfazer com o que possuem. Querem mais e mais, ainda que jamais terão tempo para usufruir de toda a sua riqueza. Por outro lado, tristeza maior nos causa ver um sem conta de pessoas em busca de emprego – muitas delas jogadas nas calçadas tanto das grandes cidades como das pequenas ? cujo único alento, ao fugir de suas desgraças, é entregar-se ao álcool e a outras drogas que lhes são acessíveis.
O ser humano não foi criado para ficar inerte, observando a vida passar, tanto é que o cérebro, ao produzir a dopamina, instiga-o a permanecer ativo, a fazer parte do mundo como agente e não como observador. O ócio só faz bem quando é para carregar as baterias (férias) depois de um longo e intenso período de trabalho. Pesquisas mostram que a atividade traz bem-estar, seja ela qual for, desde arrumar a casa a engajar-se num projeto social, como nos prova o grande físico teórico alemão, Albert Einstein, responsável por desenvolver a teoria da relatividade geral (um dos pilares da física moderna ao lado da mecânica quântica) que gostava de rachar lenha em suas horas vagas.
Trocando em miúdos, a atividade é inerente ao ser humano, mas o corpo também precisa de descanso. A falta de moderação no trabalho ou o excessivo ócio fogem ao equilíbrio, trazendo sérias consequências. Portanto, nem tanto à terra e nem tanto ao mar.
Nota: ilustração – Ceifeiros, obra de Pieter Bruegel, o Velho
Fonte de pesquisa:
A Fórmula da Felicidade – Stefan Klein – Editora Sextante
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