Autoria de Edward Chaddad
Chiquinha Gonzaga, nascida em 1847, compôs a primeira marchinha brasileira, Ó Abre Alas, em 1899, para animar o Carnaval do Cordão Rosa de Ouro. Além disso, foi a primeira mulher a reger uma orquestra, em nosso país. E teve como padrinho um personagem muito famoso de nossa História: Duque de Caxias.
Chiquinha, não suportando o jugo de seu marido que tentava lhe impor suas vontades, como não trabalhar com música, enfrentou a mentalidade machista daquela época, separando-se dele. Foi uma mulher de fibra e um expoente feminista em quase todos os sentidos. Viveu muitos idílios e terminou, quando tinha seus cinquenta e dois anos de idade, por amar um jovem de apenas dezesseis anos. Para regularizar a situação, adotou-o como filho e com ele viveu até o final de seus dias.
Sua vida artística foi um grande sucesso, tornando-se uma notável compositora de músicas, principalmente, para o Teatro de variedades e revistas. Uma das coisas que marcou sua vida, além das composições, foi sua posição de independência feminina e destaque na sociedade, tendo sido a fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Foi uma mulher muito além de seu tempo.
Chiquinha Gonzaga foi tema de uma minissérie da Rede Globo, em 1999, sendo interpretada por Regina Duarte e Gabriela Duarte. A Mangueira homenageou-a, no desfile de 1985, com Ó Abre Alas. Em 2006, foi personagem do filme Brasília 18%, onde foi interpretada por Bete Mendes.
Abaixo a maravilhosa marchinha “Ó Abre Alas”, composta por versos simples, singelos, despretensiosos, mas pioneiros e que se tornaram famosos e cantados até os nossos dias:
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar
Eu sou da lira não posso negar
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar.
Vamos ouvir a marchinha com Marlene, Emilinha e Ângela Maria, com o clipe que encerrava os capítulos da minissérie da Globo:
http://youtu.be/7eCrMNfIvfE
Não posso deixar de mostrar a música que mais gosto, composta pela Chiquinha, a Lua Branca, cantada por Wanderley Cardoso:
http://www.youtube.com/watch?v=a9ikEvR0Xbw
Agora, a voz de Édson Cordeiro, na música Atraente, composição de Chiquinha, que encerrava cada capítulo da minissérie da Globo:
http://youtu.be/YJe8kOd2UWU
Vejam também neste blog: Raízes da MPB – CHIQUINHA GONZAGA
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Olá Edward, gostaria de saber mais sobre esta imagem, desenho, de Chiquinha Gonzaga, é seu? Poderia entrar em contato comigo? Obrigado pela atenção e parabéns!!!
Wandrei Braga
O Edward anda afastado do blog por problemas de saúde.
Não sei quando ele irá retornar.
Penso que a imagem deve ter sido garimpada na internet.
Procure por Chiquinha Gonzaga no Google e clique em “imagem”.
Você irá encontrar, lá, penso eu.
Normalmente ele coloca a fonte, mas deve ter se esquecido.
Grande abraço,
Lu
LuDias
Esta marchinha de carnaval de Chiquinha Gonzaga, composta em 1899, veja lá, 1899, foi uma grande afronta aos ditames do patriarcado, que via na mulher uma propriedade e não um ser humano.
Chiquinha não foi somente uma maravilhosa compositora e música, mas acima de tudo uma das primeiras mulheres, aqui no Brasil, que se colocou no batalhão de frente para a luta dos direitos da mulher em nosso país.
Para enfrentar o mesmo dilema, Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti, mostrando o drama do trabalhador, aproveitaram-se da marchinha de Chiquinha e, com versos fortes, disseram àqueles que vivem de rendas e moram em palácio, os rentistas e capitalistas:
Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti fizeram os seguintes versos:
Deixa passar o trabalhador
Deixa o trabalhador passar (bis)
O senhor se vê logo não trabalha
Só atrapalha, só atrapalha
Oi, abre alas, que eu quero passar
Sou marmiteiro e não posso me atrasar
Sai da frente, sai da frente, Baltazar,
Que essa sopa vai se acabar,
Vai, vai, vai, vai
O sucesso foi tanto que eu me lembro de ter ouvido esta música em minha infância. Foi um sucesso nacional.
Quem quiser saber ouvir a marchinha é só clicar em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=19397
Ed
Chiquinha Gonzaga foi realmente uma mulher muito adiantada para seu tempo.
Não era fácil, naquela época, uma mulher contrapor-se à vontade do marido.
Além disso, foi muito importante para a música brasileira.
Esta marchinha fez mesmo muito sucesso, e ainda faz.
Abraços,
Lu