Courbet – MOÇAS PENEIRANDO TRIGO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O francês Gustave Courbet (1819-1877) nasceu na cidade de Ornans em meio a uma bem-sucedida família de agricultores. Estudou com Flajoulat que fora aluno do famoso pintor Jacques-Louis David. Aos 20 anos de idade foi para Paris, onde estudou com o pintor Steuben, também fez cópias no Louvre. A primeira pintura de Courbet aceita pelo famoso Salão de Paris foi o  “Autorretrato com Cão Preto”, feita aos 25 anos de idade. Quatro anos depois, o artista expôs 10 telas no Salão, chamando para si a atenção de um crítico de arte. No ano seguinte, um júri composto por artistas, escolheu onze quadros do pintor. Courbet foi uma importante figura no desenvolvimento do Realismo.

A composição intitulada Moças Peneirando Trigo ou ainda As Joeireiras é uma obra do artista que sempre mostrou grande simpatia pela classe trabalhadora em razão da vida dura que levava, como podemos ver na pintura acima, numa cena da vida cotidiana que apresenta mulheres do campo na dura faina de separar grãos de trigo das impurezas.

Duas moças e um garoto estão presentes na cena. Ao fundo vemos três grandes sacos de trigo, um deles – o maior – encontra-se com a boca amarrada, significando que seus grãos ainda estão para serem separados do joio. A presença dos sacos e a vestimenta das figuras humanas demonstram que a família não é miserável.

Uma das moças encontra-se sentada, pinçando com os dedos indicador e o polegar as impurezas dos grãos que estão no prato. A outra está de joelhos, de costas para o observador, com uma joeira – peneira com a qual se separa o trigo ou qualquer outro cereal do joio – nas mãos, peneirando seu conteúdo num pano branco que abrange quase todo o chão do ambiente. Sua postura lembra as figuras de Michelangelo.

À direita um menino abre uma caixa, onde será guardado o cereal já limpo. As figuras não se comunicam entre si, cada uma se mostra atenta ao seu afazer. No canto esquerdo da composição, em segundo plano, um gato dorme em cima de uma cadeira baixa, junto a uma vasilha. Outros vasilhames – já bem desgastados pelo uso – são vistos espalhados por todo o chão e também sobre a caixa de madeira.

O próprio artista achou seu quadro muito estranho, pois a cena parece muito artificial. Não existe nenhuma interação entre as três figuras, cada uma mergulhada em seus pensamentos. Pode ser que Courbet tenha se inspirado na moda da arte japonesa, muito em voga à época.

Ficha técnica
Ano: 1854
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 131 x 167 cm
Localização: Museu de Belas-Artes de Nantes, França

Fonte de Pesquisa:
História da arte no ocidente/ Editora Rideel

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