Autoria do Dr. Victor Sorrentino
Vocês sabiam que é raro uma universidade de medicina (eu pessoalmente não sei de nenhuma) ter aulas sobre nutrologia? Nós médicos costumamos saber tanto de alimento quanto qualquer outra pessoa (ou até menos, na maioria das vezes), pois não existem professores específicos. Mas qual é a importância disto, se aprendemos a dar remédios, não é mesmo? Pois é exatamente este tipo de pensamento que domina a mente da imensa maioria dos médicos. Hipócrates, considerado o pai da medicina moderna, 400 anos antes de Cristo já dizia: “Deixe que o alimento seja seu remédio e que seu remédio seja seu alimento.”. Esta frase tem um impacto enorme na medicina atual, pois cada vez mais estamos descobrindo que o caminho da cura não é o tratamento, mas sim a prevenção das doenças. O fundamental é compreendermos que num programa preventivo de manutenção de saúde, nós temos um plano A, B, C, D, etc… Mas a partir do momento em que se instala uma doença, perdemos tais opções, restando uma única: o plano A, que resulta no uso de medicamentos, com seus efeitos colaterais e sequelas.
Os três pilares da Antiaging Medicina são: Modulação Hormonal, Exercícios Físicos Moderados e justamente a Nutrigenética. Dedico grande parte de meu tempo aos mais variados e importantes estudos sobre os alimentos. Falemos hoje sobre o ovo, alimento até então muito combatido, mas que é considerado o segundo alimento mais completo do mundo. Tudo que é necessário para que haja uma vida, está contido nele. O primeiro alimento mais completo é o leite materno, o terceiro é o coco e o quarto é a quinoa real. Mas, por que já ouvimos tantas vezes algum “gênio” falar mal desse alimento? Infelizmente também não sei o motivo. Vocês terão agora muitas informações sobre o ovo, de modo a não ter mais dúvidas sobre o assunto.
Muito se fala a respeito do problema do colesterol relacionado ao ovo, mas saibam que até hoje, não houve NENHUM estudo que conseguisse comprovar esta teoria absolutamente furada. A culpa pelo colesterol elevado vem de tempos, e, se nós médicos estudássemos a história da medicina, encontraríamos muitas respostas. Posso assegurar que o colesterol é uma substância essencial à vida e a partir dele é que ocorre toda síntese de hormônios sexuais no corpo, sendo considerado hoje pela medicina moderna internacional, como um biomarcador. E não há um só estudo que comprove que o ovo aumenta o colesterol.
O ovo é composto por: ácidos graxos saturados, ácidos graxos insaturados, 20 aminoácidos, 14 minerais, 12 vitaminas e carotenoides. Dentre os componentes, destacam-se principalmente: Vitamina B12, Folato, Vitaminas A, D, E, K, Aminoácidos/Proteínas (20% das proteínas que necessitamos diariamente é proporcionada por 1 ovo), Fosfatidilcolina (também chamada de Lecitina), Carotenóides Luteína / Zeaxantina. Essas substâncias em nosso corpo diminuem a incidência de doença cardiovascular, de degeneração macular nos olhos (relacionada com a idade), e fazem prevenção de catarata e de retinose pigmentar. Ou seja, melhoram a visão e previnem doenças oftálmicas degenerativas.
Em estudo publicado pela Nutrition and Metabolismo em, 2008, evidenciou-se e comprovou que o ovo tem os seguintes benefícios:
• ação anti-inflamatória (sendo capaz de diminuir a proteína C Reativa);
• emagrecimento (como efeito indireto, pois o ovo aumenta o hormônio mais abundante do corpo, adiponectina – antigamente chamado de GBP28);
• aumento do HDL (o colesterol chamado de “bom”), que diminui os níveis de insulina (prevenindo diabetes, além de conferir melhor qualidade de vida às pessoas que o ingerem). Obs.: A insulina é um exame imprescindível, mas pouco solicitado pelos médicos. É isoladamente o exame que consegue predizer com maior fidedignidade a longevidade de uma pessoa, além de ser o principal indicador de diabetes. Se você nunca o realizou, saiba que deveria procurar saber seus índices basais. E, se você é um colega médico, aproveite a informação e passe a utilizar esta medida como rotina. Estude o assunto, pois a glicose isoladamente já não tem valia nenhuma.
O melhor ovo é realmente o “caipira”, mas é melhor comer o “não caipira” do que ficar sem nenhum. O ovo orgânico ou caipira, chega a ter de 10 a 20 vezes mais ômega 3 do que o não orgânico. Comer o ovo cru não é uma boa ideia, devido o problema da salmonellose, infecção que pode se instalar através de micro rachaduras na casca. Busquem guardar os ovos dentro da geladeira e não na porta, por causa da probabilidade de provocar rachaduras no abre e fecha dessa. O ovo deve ser sempre ingerido por completo (gema e clara). Comparem a percentagem de absorção de aminoácidos (proteínas) de cada alimento e vejam como esse é, além de tudo, uma fonte proteica melhor do que qualquer outra possível para nós: leite materno 49% de absorção; ovo (clara+gema) 48%; carne, peixe e frango 32%; as melhores fórmulas de aminoácidos não chegam a 30%; soja 17%; produtos lácteos 16%; clara de ovo 17%; espirulina 6%.
A Universidade de Harvard realizou um estudo em que alunos de medicina ingeriram 25 ovos por dia, durante 3 meses. O colesterol deles baixou. Pena que essas coisas não prosperam na medicina. Se fosse a descoberta de uma nova medicação, para que as pessoas devessem usar diariamente para tratar alguma doença, no dia seguinte teríamos um representante laboratorial em nossas clínicas, oferecendo amostras grátis. Isso quando não oferecem viagens, jantares, entre outras coisas. O lado escuro da medicina…
A Nutrigenética enxerga alimentos como possíveis remédios. Olhem o exemplo do ovo: bom para alergias devido à presença de zinco, bem como para artrite em razão da presença do antioxidante mais potente que existe no corpo, apelidado de guardião do nosso corpo: a Glutationa (já existente para aplicação injetável e, em breve, existirá também em gel com nanotecnologia lipossômica, ou seja, para passar na pele, através da qual a substância será absorvida diretamente para a circulação). Também tem a presença da última vitamina descoberta na Nutrologia, chamada PQQ (Pirrolo Quinonina Quinona), benéfica para o crescimento e desenvolvimento corporal e, que atua contra a degeneração macular.
O ovo deve fazer parte da dieta de todas as pessoas diariamente. Sugiro aqui a leitura do livro “O Mito do Colesterol”, obra do Dr. Sérgio Pipin.
Nota: texto recebido via e-mail
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Passei minha infância difícil de famílias de parcos recursos, comendo ovos. Logo cedo, a gemada, ovo e leite, pedaços de pão, por vezes torrado – sobra de outros dias – um pouco, por vezes de manteiga. E lá estava feito o desjejum.
No almoço, claro que o ovo estava lá. Frito ou feito em omelete, por vezes cozido na salada. Sempre ele, o mais barato de todos os alimentos, pois bastava ir até os fundos, lá no quintal, para pegá-lo. Dadivosas que eram nossas galinhas, que cantavam nossa felicidade quando os colocava.
Muitas vezes, à tarde, lá vinha minha mãe com o ovo caipira na mão, depois de esquentado na água e rompido por um pequeno buraco, onde se colocava uma pitada de sal. E aí a tomada do ovo quase cru, que jamais nos provocou doença. Por sinal, acredito que o ovo foi a minha resistência aos percalços da vida e penso, que ele sedimentou a minha saúde, embora pobre.
Fico feliz com este artigo que mostra como o ovo, que nunca abandonei em minha vida, foi tão importante para manter minha saúde.
Ed
Recebi este texto via e-mail e achei-o de interesse para muita gente. Eu, por exemplo, adoro ovos. Fico chateada ao saber que comia apenas um por semana, em razão do terrorismo que faziam. Agora, como no mínimo três.
Achei muito interessante o seu relato. Está aí a resposta para a sua saúde férrea. Também já tomei muita gemada na minha infância.
Abraços,
Lu