Só quero que me deixem ficar no meu ritmo. Num dia bonito qualquer, sair com a chave no bolso, caminhar em direção à praia, conviver e conversar com desconhecidos. A pessoa é o enfeite da vida (Dorival Caymmi)
A chamada “batida” de violão de Dorival é dele e de mais ninguém. Muito mais tarde, um músico como Baden Powell vai se aproximar desse balanço baiano, mas a cadência de “Vestido de Bolero”, de “Vatapá”, “Requebre Que Eu Dou Um Doce” ou de “Samba da Minha Terra”, não é a mesma do samba carioca da época, inventado nos morros do Rio de Janeiro e seguido por um Noel Rosa ou um Cartola. (Aluísio Didier, compositor e documentarista)
O compositor, cantor e violonista Dorival Caymmi nasceu em Salvador/BA, em1914. Filho do funcionário público Durval Henrique Caymmi e de Aurelina Cândido Sores, foi, desde menino, calmo e otimista, apesar de ter nascido em tempos difíceis, poucos meses antes de desencadear a Primeira Guerra Mundial.
Foi o pai de Durval quem lhe ensinou as posições básicas do violão. O tio Cici, irmão de sua mãe, era boêmio e violonista, gostava de tocar chorinhos alegres, e assim contribui para ampliar o horizonte musical do sobrinho, que cresceu num ouvindo música tanto em casa quanto na vizinhança. Além disso, tinha aulas de canto com a professora Amanda e também participava do coro paroquial. Os pais de Dorival, ao descobrirem a inclinação do filho para a música, fizeram tudo para ajudá-lo.
Aos 16 anos de idade, o garoto Dorival começou a compor. Ao conhecer Itapoã, encantou-se com as pessoas simples do lugar e caiu de amores por tudo que ali existia, principalmente pelo mar. No lugar, reunia-se com os amigos, tocava violão, cantava e curtia seus amores.
Dorival Caymmi e seu amigo Zezinho ganharam um emprego na Rádio Clube, formando, com mais dois amigos, o grupo Três e Meio, devido à pequena estatura de seus integrantes. No ano seguinte, recebeu um convite profissional da Rádio Sociedade.
Aos 38 anos de idade, Dorival Caymmi, resolveu deixar sua cidade de Salvador, em direção ao Rio de Janeiro, levando na bagagem algumas das Canções Praieiras, sendo Noite de Temporal a primeira delas. Da viagem nasceu a canção Peguei um Ita no Norte.
A vida de Dorival Caymmi no Rio de Janeiro não foi fácil no início. Muitas vezes pensou em abandonar seus sonhos e voltar para casa, mas os amigos não deixavam. Fez um teste na Rádio Tupi, onde tocou violão e cantou, ganhando a simpatia de Theóphilo de Barros Filho e Assis Chateaubriand. Ali, passou a cantar duas vezes por semana. Depois foi para a Rádio Nacional, levado por Braguinha e Almirante, que lhe apresentaram Carmem Miranda, a mais importante cantora da música popular brasileira, na época, que viria a gravar O Que É Que a Baiana Tem?, e outras de suas canções.
Dorival Caymmi, após dois anos no Rio de Janeiro, casou-se com Stela Tostes, uma cantora principiante. O escritor Jorge Amado, parceiro de três músicas, pelo menos, foi o padrinho do casal. A primeira filha foi Nana. Depois vieram Dori e Danilo, todos ligados à música.
Nota
Acessem o link abaixo para ouvirem Dora
http://www.youtube.com/watch?v=X9CZawyrTgI
Fonte de Pesquisa:
Raízes da Música Popular Brasileira/Coleção Folha de São Paulo
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Querida Lu, a família Caymmi é sensacional!
Sou apaixonado pela voz da Nana.
Parabéns pelo post.
André
Trata-se de uma família musical.
A voz da Nana é belíssima.
Também gosto muito.
Abraços,
Lu