TRANST. DO PÂNICO E VIDA SOCIAL

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Todo portador do Transtorno do Pânico sabe que não é fácil lidar com esta doença que interfere profundamente na vida familiar, profissional e social, podendo surgir a qualquer momento, principalmente quando sem tratamento. Também não é fácil para aqueles que se encontram próximos, assistirem às crises, principalmente quando não têm nenhum conhecimento sobre o transtorno.  É realmente um Deus nos acuda! Por isso, o primeiro passo é o doente buscar ajuda médica e inteirar-se sobre a própria doença e, posteriormente, conversar com as pessoas mais próximas sobre o assunto, para que essas possam ajudá-lo quando se encontrar em meio a uma crise. Os familiares deverão se inteirar do problema, aprendendo a lidar com a pessoa.

É comum ouvir que “somente quem passou por uma crise de pânico pode ter ciência do terror vivenciado”, o que é uma verdade inconteste. Afirma o psiquiatra Daniel G. Suzuki Borges que “Ao entender mais sobre a própria condição, o paciente será capaz de explicar detalhes sobre o que sente para amigos e familiares, o que irá ajudá-los a lhe dar apoio. Segurar a mão em um momento de crise costuma ser muito terapêutico”. Quanto mais acolhido e compreendido se sentir o doente, mais seguro ele ficará.

O que deve ficar bem claro para as pessoas que convivem com portadores do Transtorno do Pânico é que se trata realmente de uma doença mental, ocasionada pelo desequilíbrio químico que acontece no cérebro, originado por várias causas, muitas delas ainda desconhecidas. Ao contrário do que alguns imaginam, o medo que acompanha os surtos não é uma invencionice ou um fingimento planejado para obter atenção, mas algo real que traz grande sofrimento ao seu portador. A melhor maneira de ajudá-lo é também buscar informações sobre a doença, amparando-o durante as crises. Se a pessoa ainda não buscou ajuda médica, deverá incentivá-la a fazê-lo.

Quando nós, agindo com paciência e tolerância, desarmados de qualquer tipo de preconceito, amparamos pessoas que sofrem com transtornos mentais, estamos ajudando a acabar com o estigma que até mesmo os doentes carregam, achando que tais doenças são vergonhosas e que, por isso, devem ser escondidas, o que se trata de um grande erro no tratamento das doenças mentais.  Segundo o psiquiatra Daniel G. Suzuki Borges “Várias personalidades e figuras públicas têm se exposto para discutir sua depressão, pânico, ansiedade e bipolaridade, com o intuito de normalizar e encorajar outros pacientes a procurar ajuda”.

O psicólogo Breno Rosotolato explica que o apoio ao portador de transtorno do pânico deve ser dado durante as crises e também no decorrer do tratamento. Ele fornecesse algumas dicas que ajudarão o acompanhante a lidar com a situação:

  • Não exija explicações do paciente. Deixe que ele fale sobre sua doença quando quiser. O mais importante é demonstrar que o apoia e irá ouvi-lo, quando quiser falar.
  • Incentive-o a sair, conhecer coisas e pessoas novas, mas sem obrigá-lo. Ao agir positivamente estará encorajando-o a lidar com o medo.
  • Ao presenciar uma crise, aja com respeito e compreensão, não minimizando o fato. Ao mostrar que se importa com a pessoa e encontra-se ao seu lado, estará impedindo que ela se isole.
  • Tenha cuidado com as frases proferidas. Nunca deboche de seu medo. Jamais diga que é fricote ou coisas desse tipo, acarretando ainda mais sofrimento ao doente.

Nota: obra de Pablo Picasso.

Fonte de Pesquisa
Revista Guia Minha Saúde/ Edição Especial

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