TRAPAÇA DA LOUCURA

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  Autoria de Alfredo Domingos  

louco

João Tibúrcio, falecido há pouco, coitado, era ruim dos miolos. De quando em vez surtava. Suas reações extremas iam de agitado destemperado a quieto total. Na maior parte do tempo, porém, saía do ar, ficava paradão, rígido, olhando pra nada.

Quando a loucura agitada chegava, a família endoidava também. Se a medicação não dava conta, o jeito era apelar para a ambulância do Hospital Psiquiátrico. A situação ficava fora de controle.

Em um dia desses de desequilíbrio, apelou-se para a remoção. No chegar dos profissionais, o que era doidice virou mansidão. O homem ficou, de hora para outra, petrificado.

O pitoresco, se não fosse trágico, foi que a pobre mãe, de tanto desespero, estava toda descabelada, descalça e de camisola, e ele na postura impassível, apenas observando, acabou passando despercebido.

Resultado: num descuido, ela foi posta na ambulância enquanto João Tibúrcio ajudou no fechamento da viatura. O louco era outro!

Vá entender…

Nota: Imagem copiada de http://pt.dreamstime.com

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4 comentaram em “TRAPAÇA DA LOUCURA

  1. LuDiasBH Autor do post

    Alfredo

    Achei excelente o seu texto, tanto no conteúdo quanto na forma escrita.
    O final foi mesmo surpreendente. Quem diria?

    Abraços,

    Lu

    Responder
    1. Alfredo Domingos

      Obrigado pelo seu comentário, Lu.
      Como já escrevi para o Ed, o tema foi contado a mim como tendo realmente acontecido.
      É certo que na loucura, todos que estão por perto acabam ficando um pouco loucos também.
      Vá saber!…
      Abraço, Alfredo Domingos.

      Responder
  2. Edward Chaddad

    Alfredo

    Excelente seu texto.
    Muito bem escrito e conduzido até o final, quando a grande surpresa foi nos constada.
    Estas coisas realmente podem acontecer.

    Parabéns!

    Responder
    1. Alfredo Domingos

      Ed,
      Obrigado pelo seu novo contato. Quem me passou a ideia garantiu a sua veracidade. Será???
      De qualquer modo, na hora do desespero, essas coisas acontecem, aí viram histórias.

      Abraço,
      Alfredo Domingos.

      Responder

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