Descobrimos, graças aos exames científicos, que em todas as áreas azuis Vermeer usou uma base verde-acobreada, rara na pintura do século 17, porque demora a secar. É devido a ela que o azul se revela tão luminoso e profundo. (Ige Verslype, restauradora)
Mais uma vez o pintor Jan Vermeer mostra a sua genialidade. Dentre as suas poucas obras sobreviventes, cerca de 35, embora haja suposições de que ele tenha produzido mais ou menos 60 obras, está a Mulher de Azul Lendo uma Carta, também conhecida por Senhora Lendo uma Carta, que, depois de A Leiteira, é uma das telas mais importantes e mais buscadas do Museu Rijkmuseum, de Amsterdã.
Em 2010, esta pintura passou por uma restauração, que trouxe de volta a beleza de suas cores originais, antes de dar um giro pelo mundo. É possível encontrar o perfeccionismo dos detalhes, qualidade de Vermeer, nos pequenos pregos vistos na lateral da cadeira.
A mulher, aparentemente grávida, encontra-se em meio à mobília, de pé e com a cabeça baixa, direcionada para a carta que segura nas mãos. Pela luz refletida, percebe-se que se trata da parte da manhã. Ela parece tensa na leitura, ansiosa pelo conteúdo da missiva. Usa uma espécie de camisão azul ultramarino, pigmento feito de uma rocha de nome lápis-lazúli. Um grande mapa da Holanda toma parte da parede à sua direita.
Vermeer usava em suas telas pigmentos de boa qualidade, o que conferia às suas obras uma identidade especial, como se seus personagens tivessem vida própria e uma leveza, que dá ao observador a impressão de que eles se encontram flutuando na tela. É possível que a modelo seja a própria esposa do pintor, que à época encontrava-se grávida. E embora se trate de um tema doméstico, Vermeer transformou-o numa imagem inesquecível.
Técnica
Ano: c. 1662-1663
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 46,5 x 39 cm
Localização: Rijksmuseum Amsterdam, Holanda
Fontes de pesquisa
Jan Vermeer/ Editora Taschen
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Views: 86