DIVERGÊNCIAS E MÍDIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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É indiscutível que as pessoas diferem em suas habilidades e capacidades. Contudo, não se pode aceitar que elas divirjam quanto à ética, que jamais se contrapõe à diversidade de opinião. Não nos enganemos com aqueles que a ignoram, tomando por base a justificativa de que não existe a imparcialidade, pois mesmo a parcialidade é aceita pela ética, quando é parte sadia de um todo.

Tomemos como exemplo um julgamento no STF, em que não haja unanimidade na votação, ou um pleito eleitoral, quando a totalidade da população divide-se, não igualitariamente, e elege um candidato. Em ambos os casos não houve falta de ética. A parcialidade é danosa, quando não julga ou não opina com isenção e, mesmo consciente da injustiça praticada, dá trelas à malévola intenção, cujo resultado, ainda que iníquo, traz vantagens a terceiros.

Não é a conformidade ou a similaridade de opinião que torna a mídia imparcial. Mas sim, a consciência ética de que se está lidando, o mais perto possível, com a verdade. Ou o sentimento de se ter passado o mais correto para o seu público, oferecendo-lhe caminhos para fazer a sua própria escolha. Ou a certeza de não se ter trabalhado com meios escusos, traiçoeiros e mesquinhos, de modo a prejudicar outrem, propositadamente. A imparcialidade está na busca da verdade, mesmo quando as visões são antagônicas. Até que, a posteriori, seja encontrado um denominador comum. À mídia cabe dar igualdade de tratamento à busca da verdade. O que implicará num resultado final equânime. A mídia, grande poder existente dentro do país, deve dar o bom exemplo, para que outros órgãos sigam-na.

 As divergências podem e devem coexistir. Enriquecem o debate, democratizam o país. O que não se pode esperar é que uma ou outra corrente abra mão da ética, pois o interesse não pode, em função de sua paixão, transformar em verdade aquilo em que lhe é vantajoso acreditar, afirmar, induzir, convencer, quer lhe traga vantagem pessoal ou a pequenos grupos. Quando se trata do interesse coletivo, principalmente, as variações de opinião não podem ficar submissas às variações do favorecimento próprio. E é exatamente isso que não podemos esperar da mídia.

Nota: Imagem copiada de http://jaelmattos.blogspot.com.br

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