ÁSIA – PIIS E AGARRA-MORTOS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

mort

As superstições são conhecidas desde os tempos mais remotos da história da humanidade, quando o homem ainda não possuía respostas científicas para muitas interrogações. Com a evolução da Ciência, muitas delas foram caindo por terra. No entanto, as superstições ainda estão arraigadas em muitas partes de nosso planeta, ditando comportamentos esdrúxulos.

Na Índia, China e Indonésia, as crendices ainda ocupam um lugar de destaque no dia a dia da maioria das pessoas. Em tais países é fácil encontrar, em cada rua, astrólogos, curandeiros, xamãs, quiromantes, pessoas que leem o futuro através do rosto, da palma das mãos ou dos pés, nas folhas de chá numa xícara, na borra de café que fica no fundo de uma xícara, etc. Desempenham, através da crença, um papel importante na vida de cada pessoa, assim como nos acontecimentos sociais, pois tudo depende de uma consulta a uma das fontes, desde o nome que se vai dar ao filho até a data de uma viagem.

Na Tailândia, alguns ainda acreditam que entre os humanos de carne e osso vivam seres invisíveis, os espíritos chamados de piis. E, para que esses permaneçam contentes, de modo a não amolar os mortais comuns, dedicam-lhes templos enfeitados com elefantes de madeira, bailarinas de gesso, um copinho cheio de álcool, colares de flores de jasmim e comida. Sempre que escavam a terra, para fazer uma casa ou abrir um poço, um altar é erguido em homenagem ao espírito da Terra, pedindo desculpa pelos distúrbios ocasionados a ele, e para pedir a sua proteção. Se cortam uma árvore, fazem uma liturgia para pedir ao pii da planta a permissão para usar o serrote contra ela. É uma pena que essa crença não tenha sido difundida em torno de nossas florestas e no coração dos arrancadores de árvores.

Na velha China, os adivinhos possuem um terreno muito fértil, mesmo nos tempos atuais, quando o país opta pelo capitalismo. Isso porque o sonho de cada chinês é ser rico, sendo que a grande maioria das preces dirigidas aos deuses é para pedir riqueza, e não espiritualidade, como muitos supõem.

Não é à toa que muitos ocidentais partem em busca do exotismo do Oriente, talvez cansados do excesso de “verdades conclusivas” encontradas nos países onde vivem. Ou quem sabe, não se sintam satisfeitos com as assertivas encontradas para suas indagações. Partem em busca do misticismo oriental com seus gurus e homens santos, até que a realidade os traz de volta. É fato que muitos ali permanecem para sempre.

A verdade é que, vivendo num mundo extremamente consumista, onde a ditadura da publicidade, da mídia e do prazer permeia-lhes a vida, muitas pessoas acabam por se tornar presas fáceis das profecias, ainda que jamais  venham a ser realizadas. Nem mesmo se dão conta de que, se o destino dependesse da borra do café ou das estrelas, bastaria que ficassem assentados, esperando o tempo passar. E ainda há gente que gasta dinheiro com búzios e coisa e tal. Melhor seria dar um trocadinho para as ciganas que “leem” a mão, pois assim estariam lhes matando a fome.

O mais engraçado em toda a história do exotismo é o nascimento de outra vertente, a comercial. Tempos atrás, sadhus, gurus e xamãs recusavam-se a tirar fotos, com medo de que a máquina fotográfica lhes roubasse a alma. Nos dias de hoje, eles exigem uma boa bufunfa em troca. A usura de cá está abalando os alicerces da falsa “espiritualidade” de lá. Este nosso mundo é mesmo muito aloprado.

Em Bangkok havia (e talvez ainda haja) furgões, que funcionavam com o nome de agarra-mortos. Conforme a crença popular daquelas bandas, quando uma pessoa morria violentamente, seu espírito não descansava em paz, se no horário da morte, o corpo ficasse mutilado, a menos que os ritos após a morte fossem efetuados imediatamente. Caso contrário, o espírito inquieto iria se juntar aos batalhões de espíritos vagantes e aos piis do mal. Por isso, os voluntários das associações budistas, circulavam pela cidade, recolhendo todos os corpos de vítimas de mortes violentas. Tentavam colocar juntas as partes do corpo e oficiar os ritos, para que as almas ficassem em paz para todo o sempre.

Acontece que o negócio dos agarra-mortos ficou tão lucrativo, que as instituições de caridade começaram a competir entre si. Quem chegasse primeiro era dono do cadáver. O que sempre acabava em briga para agarrar o morto. Muitas vezes, uma instituição levava um pedaço do corpo e outra levava a outra. Sem falar nos vivos que eram levados como mortos.

O mundo dos humanos é mesmo muito complexo. Morre doido quem tentar decifrar todos os encantamentos e superstições que existem nas suas inúmeras culturas. O mais engraçado é que, com o mundo sendo globalizado, todas elas se voltam para a extração do dinheiro, por mais atrasadas que possam parecer. Enquanto isso, os pobres tolos caem na esparrela.

Nota: Imagem copiada de http://www.luizberto.com/ai-dento-newton-silva

Views: 0

8 comentaram em “ÁSIA – PIIS E AGARRA-MORTOS

  1. Adevaldo

    Lu
    Através do livro “Anjos e Demônios” de Dan Brown, conheci um pouco sobre o “Iluminati”. Segundo ele é uma antiga fraternidade subterrânea, que guarda segredos seculares. Seus membros ressurgem das sobras para concluir a batalha contra seu inimigo, que é a igreja Católica. Essa entidade tem como objetivo acabar com as entidades nacionais e monarcas, como estabelecer o que se chama de Nova Ordem Mundial, que é uma espécie de Governo Global, dominado por meia dúzia de mentes brilhantes. Existe um livro no Brasil com o título “O Livro Iluminati”, inédito no Brasil. O Mário Mendonça poderia lê-lo e nos informar melhor.

    Abraço,

    Devas

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Devas

      Eu não consigo acreditar em nada que Dan Brown escreva.
      Para mim, tudo não passa de ficção.
      Sempre que começo um livro dele, não consigo passar de umas poucas páginas.
      Mas, como tudo é possível, resta esperar para ver.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. GERALDO M. Cordeiro

    CARA Lu,

    A riqueza de um país é o seu povo, dizia o escritor e economista Raymond Barre no seu livro texto MANUAL DE ECONOMIA POLÍTICA, no qual estudei na FACE/UFMG. UM PAIS RICO É O PAIS DE UM POVO EDUCADO!
    Enquanto não dermos educação de qualidade, básica, média e superior, tecnologia, ciências físicas e naturais, educação com saneamento básico (água tratada, esgotos, higiene pessoal, cuidados com coleta de lixo e limpeza em geral), não teremos um povo rico e saudável no Brasil. O resto são enganações que não fazem ninguém crescer, trabalhar e produzir. Daí advém as superstições, crenças e ilusões alimentadas pelas igrejas interessadas no dinheiro e controle de corações mentes.
    Abraços,

    Geraldo Magela

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Magela

      Enquanto as classes ricas não compreenderem que todos os homens nasceram para ter dignidade, continuaremos na mesma. Pois são elas que comandam o mundo. Os políticos são apenas seus serviçais.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  3. Patricia

    Ai Lu,
    brigar por cadáver é o fim. Onde chega o ser humano? Não importa o quanto globalizado é o homem, as superstições sempre irão existir.
    Beijos

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Mário

      O que significa ILUMINATIS?
      Nunca ouvi tal palavra.
      Aguardo o significado… risos.

      Abraços,

      Lu

      Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *