É só o que eu pedia, viu/ Um dia pra aplacar/ Minha agonia/ Toda a sangria/ Todo o veneno/ De um pequeno dia. (Chico Buarque)
Eu queria ver meu país no rol das nações de primeiro mundo, mas…
Eu sei que isso é infecundo, ilusão de minha mente em desatino. Ainda assim, não quero pensar pequeno: “Pra mim/ Basta um dia/ Não mais que um dia/ Um meio dia/ Me dá/ Só um dia/ E eu faço desatar/ A minha fantasia”. E juro que não mais cogito sobre isso!
Eu sei que tal desejo é alucinação de minha mente extravagante, “Pois se jura, se esconjura/ Se ama e se tortura/ Se tritura, se atura e se cura/ A dor/ Na orgia/ Da luz do dia”, na câmara alta e no senado, na justiça e no executivo, que, ativo comanda a baixaria.
Eu sei que o meu delírio não tem probabilidade de efetivação. Mesmo assim, não vou abrir mão do meu desejo: “É só/ O que eu pedia/ Um dia pra aplacar/ Minha agonia/ Toda a sangria/ Todo o veneno/ De um pequeno dia/ Só um/ Santo dia”.
Eu sei que que minha ânsia será vã, uma vez que até parece coisa feita, o que acontece com a chefia “Pois se beija, se maltrata/ Se come e se mata/ Se arremata, se acata e se trata/ A dor/ Na orgia/ Da luz do dia”, enquanto esfola o povo e o país, na mais despudorada sangria.
Obs.: Ouçam a música – BASTA UM DIA
Nota: imagem copiada de www.semeandovida.org
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Só Chico pra nos fazer refletir sobre “um dia, não mais que um dia, um meio dia, que se jura, se esconjura, se ama e se tortura, se tritura, se atura e se cura a dor, na orgia, da luz do dia, de um santo dia!”
Chico é ímpar!
Paulo Moraes
Chico é o maior poeta da língua portuguesa brasileira. Tenho por ele o maior carinho e admiração. Ao contrário de muitos artistas, ele não deitou em cima de sua fama para dormir em “berço esplêndido”, faz dela um baluarte para ajudar as pessoas carentes. Esse é realmente um grande brasileiro, está entre os maiores.
Abraços,
Lu