Chardin – DE VOLTA DO MERCADO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O francês Jean-Baptiste-Siméon Chardin é tido como um dos mais importantes pintores de naturezas-mortas da arte europeia, sendo suas obras muito estudadas pelos artistas do gênero, posteriores a ele. As suas naturezas-mortas, assim como sua pintura de gênero, são elementos importantes da arte francesa. Sobre o pintor, assim escreveram os Goncourt, dois irmãos franceses: “Ele limita a sua pintura ao mundo humilde ao qual pertence, e ao qual pertencem seus hábitos, seus pensamentos, suas afeições […] adere à ilustração e à representação das cenas que tocam e o comovem…”.

A composição denominada De Volta do Mercado é uma obra do artista que havia criado um estilo próprio, facilmente reconhecível. Esta pintura parece antecipar o Realismo que surgiria apenas no século XIX, tamanha é a liberdade com que o tema é tratado. Ela mostra uma criada chegando à casa de seus patrões, depois de fazer compras no mercado. Na mão esquerda segura uma sacola com víveres, enquanto a direita ainda repousa sobre dois pães redondos depositados sobre o tampo de um armário de madeira. Ela parece descansar de uma longa caminhada.

A moça, vestida com seu uniforme de criada, composto por um casaco claro de mangas largas, uma saia rodada, um avental azul e uma touca na cabeça, usa uma fita com uma medalha no pescoço, também envolto por um cachecol estampado. Calça sapatos pontiagudos, conforme a moda da época. Ela se mostra de frente, ocupando o centro da tela, sendo banhada por uma delicada luz. Seu rosto possui pele branca e bochechas rosadas. Sua cabeça volta-se ligeiramente para trás, como se quisesse ouvir a conversa que se passa no aposento contíguo, onde duas pessoas conversam entre si, sendo que apenas a criada é totalmente visualizada. Da outra figura, próxima à porta, vê-se apenas uma pequena parte, sendo impossível defini-la.

O ambiente em que se encontra a criada é singelo. Sobre o armário de madeira, de tampo aparentando mármore, repousa de pé uma bandeja de metal, encostada à parede, um vaso de cerâmica e os dois pães. Na parte visível do móvel há uma gaveta com uma grande chave e, abaixo, uma portinhola lavrada. No piso, à direita, estão duas grandes e escuras garrafas de vidro, uma de pé, com tampa de cortiça, e outra deitada, destampada. Elas refletem luz. Mais à esquerda vê-se uma vasilha redonda, possivelmente de cerâmica. No ambiente próximo, encostado ao canto da parede, vê-se parte do que parece ser um grande barril de madeira, onde se guarda vinho ou água. Ao lado está um balde de metal ou madeira.

Ficha técnica
Ano: c. 1739
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 46 x 37 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://beautyofbaroque.wordpress.com/back-from-the-market-by-jean-baptiste-simeon-

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4 comentaram em “Chardin – DE VOLTA DO MERCADO

  1. José Luiz

    Lu Dias

    Você poderia me indicar obras que retratam jogos ou esporte? Tenho acompanhado suas postagens e as obras que tratam de jogos, lazer e esporte, eu as tenho armazenado, pois estou realizando estudos. Entre essas estão Los Zancos de Goya, A menina com Peteca, Os Lazeres, etc…

    Agradeço desde já, pela atenção.

    José Luiz

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      José Luiz

      Que interessante esse seu trabalho! Quando ficar pronto, poderá publicá-lo aqui no site. Realmente já escrevi sobre muitas pinturas que retratam jogos, mas não me lembro os nomes, em razão da quantidade de textos que posto. Vou lhe enviar o link de meus textos postados sobre pintura, onde poderá, pelos títulos, pesquisar o que procura:
      http://virusdaarte.net/indice-mestres-da-pintura/

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. José Luiz

    Lu
    Tenho lido seus comentários em cada obra que postas. Pergunto: podemos afirmar que seus comentários é uma etnografia da arte?

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      José Luiz

      Antes de responder a sua pergunta quero agradecer a sua presença constante neste blogue, assim como seu comentário. Será sempre um prazer recebê-lo neste espaço. Ao que me parece você é português, acertei?

      Amiguinho, não sei responder se a qualidade de meus comentários pode ser vista como uma etnografia da arte, mas tenho um grande compromisso comigo mesma que é o de expandir o conhecimento artístico, uma vez que ele é muito caro, principalmente aqui no Brasil, onde as pessoas comuns têm pouco acesso aos museus e outros espaços de arte. Como percebe, uso uma linguagem o mais simples possível, deixando de lado o tecnicismo, de modo a tornar meus textos bem compreensíveis, atingindo todas as camadas sociais.

      Um grande abraço,

      Lu

      Responder

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