Autoria de Lu Dias Carvalho
Conta-se que antigamente os bandeirantes em suas andanças pelo interior do Brasil, costumavam levar farinha de mandioca para complementar a comida. Era usada principalmente com feijão e no pirão de peixe. E toda vez que tão importante produto ameaçava acabar, havia sempre os espertos que pensavam com seus botões: Farinha pouca, meu pirão primeiro, ditado que põe às claras o egoísmo do ser humano, principalmente nos tempos de hoje. Primeiro se preocupa em encher o próprio bucho e, se sobrar, dividirá com os outros. Um outro ditado estimula o anterior: “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte”. Gente que pensa desse modo é certamente imbuída de extremo egoísmo, farinha do mesmo saco.
O ditado Farinha pouca, meu pirão primeiro perpetuou-se e ainda hoje é falado e posto em prática em várias regiões de nosso país. Os vivaldinos, que existem aos montes nas terras brasileiras, principalmente no seio da política em quaisquer que seja os níveis, pensam primeiro em si mesmos. Se o quinhão deles estiver garantido, tudo está resolvido, ainda que o Brasil esteja a desmoronar. O resto é que se exploda.
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Lu
Aqui para nós, o pirão tem um lugar especial em nossa culinária, como a farofa tem destaque em nosso cardápio. Você está certa, em nossa país existem tantos egoístas que separam a melhor farinha para seu pirão e se faltar farinha para o pirão dos outros não são capazes de dividir o seu. Esse fato ficou bem claro durante a pandemia da Covid.
Adevaldo
Num mundo de capitalismo selvagem o “meu” é imperativo. O “nosso” praticamente inexiste. Realmente a Covid tem servido para escancarar o egoísmo humano. Nossos políticos que o digam.
Abraços,
Lu
Lu
Adoro pirão de galinha e uma boa farofa. Já comi muita farinha com leite.
Abraços
Nel
Nel
Eu também amo farofa, menos de carne, é claro. Já comi muita farinha com leite. É uma delícia.
Aninha
O egoísmo está impregnado na mente humana.
Inclusive, há os que defendem que ele foi responsável por muitos passos dados pela humanidade.
Eu o acho doentio, pois está quase sempre ligado à inveja e a outras maldades.
O melhor mesmo é dividir a farinha, de modo que cada um coma um pouco.
O egoísmo reina, nos dias de hoje.
Abraços,
Lu
E como, Lu. Fio estarrecida. Grande abraço. Ana
Lu
Essa história de partilha só existe para um ser: Deus, se existir é claro, talvez ele seja o único que pregue a igualdade. Entre os seres humanos nunca haverá igualdade. Por sermos racionais, sempre há um que pensa que é melhor que o outro.
Triste, né Lu? Quem tem mais sempre quer mais, uma pena.
Lu
Na Amazônia a farinha constitui ainda hoje um elemento essencial na dieta da população, tanto na cidade quanto no interior. No cais da Suframa, em Manaus, existe um quiosque especializado em farinha. Eu contei por alto mais de 12 tipos! A propósito, também não sei comer peixe sem pirão – aquele feito com a cabeça do peixe.
O seu texto associa com muita propriedade a origem de certo ditados populares que forjam a cultura popular. Principalmente, o egoísmo que permeia grande em parte dos homens públicos que somente criam ou associam os dispositivos legais ao seu favor, em detrimento da saúde pública, educação, etc.
Lembro que a minha avó sempre utilizava a expressão “araruta também tem o seu dia de mingau”. Hoje em dia entendo que o ditado significava que na falta de um alimento, temos que procurar alternativas!
Um fato interessante é que todos sabem o significado do termo egoísmo. Neste sentido, certa vez estava ministrando uma palestra motivacional para colaboradores de uma empresa. Cerca de 80 pessoas presentes e enquanto reforçava o conceito de trabalho em equipe, perguntei a todos os presentes se alguém sabia o antônimo de egoísmo. Houve um silêncio total. Perguntei mais uma vez. Foi quando alguém na plateia respondeu: “autismo!” Nesse instante, o médico do trabalho, corrigiu: não, autismo é uma doença cerebral que afeta a capacidade da pessoa se comunicar, estabelecer relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente. Risos gerais.
Lição aprendida: o egoísmo está de tal maneira presente no ser humano que são raros os exemplos comprovados da prática do altruísmo. Nos trabalhos em equipe temos que dominar os nossos instintos egoístas para conciliar os nossos interesses e satisfação pessoal com os interesses e satisfação da equipe.
Que bom que você gostou, Beto. Eu detesto gente egoísta. Graças a Deus saí a meu pai. Um abraço.