A ARTE DO CUBISMO (III)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Uso da Colagem

A colagem, na medida em que reforçava sua relação com o Cubismo, passou a influenciar o método de todos os artistas do grupo, encantados com um meio que se exprimia com base num processo de corte, colagem e dobradura do objeto. O sucesso entre eles foi tamanho que chegaram a pintar quadros que imitavam colagens. E como era de se esperar, o Cubismo Sintético ofereceu uma visão mais decorativa da arte, tornando-se mais popular junto aos críticos e ao público. Teve seu apogeu com Henri Matisse, chegando até os movimentos posteriores do século XX, principalmente à Pop Art. A pintura cubista, a partir de c. 1912/1913, já trazia muita influência da colagem.

O mais interessante na colagem é que não se tratava de símbolos, pois o elemento usado representava a si mesmo (jornais, caixas de fósforos, cartões de visitas, etc.). E, de acordo com o desejo dos cubistas, trazia a arte para mais próximo da realidade. O artista Juan Gris no seu quadro intitulado “O Lavatório” (1912), fez uso de um pedaço de espelho. Tanto Picasso quanto Gris fizeram colagens humorísticas e inventivas em suas primeiras obras usando tal técnica.

O uso de materiais cada vez mais fortes fez com que a influência da colagem se espalhasse em obras tridimensionais, permitindo que o Cubismo se tornasse uma escultura que se abre. Vazios e sólidos passaram a ter o mesmo valor artístico. Artistas como Jacques Lipchitz e o escultor russo Alexander Archipenko que fez a primeira escultura “com um furo” (Mulher Andando), liderados por Picasso, tomaram o mesmo caminho. Na arte pictórica pode-se dizer que a colagem só foi assumida como meio de expressão por Pablo Picasso, Georges Braque e Juan Cris, pelo menos na maior parte. Ainda assim, Picasso e Braque, que tinham trabalhado muito anos juntos, com a invenção da colagem, deixaram as diferentes personalidades reaparecerem.

Os combates bélicos (Primeira e Segunda Guerra Mundiais e a Guerra Civil Espanhola) afetaram profundamente o Cubismo. Os artistas, aterrorizados com os horrores vistos e ouvidos, começaram a transformar suas obras, principalmente Fernand Léger e Georges Braque, modificando totalmente seu estilo após 1918. Pablo Picasso e Georges Braque acabaram se separando, uma vez que o segundo foi servir no front (1915), onde foi seriamente ferido e, ao retomar à pintura mais tarde, não mais adotou as formas geométricas, preferindo pincelada suaves e livres.

O fato é que “As Senhoritas de Avignon” (Les Demoiselles d’Avignon), obra de Pablo Picasso, foi responsável tanto pelo Cubismo quanto por toda a arte moderna. Ao fracionar uma imagem, o Cubismo contribuiu para o aparecimento do Orfismo, do Raionismo e do Futurismo. E ao botar a geometria em primeiro plano, serviu de apoio para a arte Supremista e Construtivista. Com o uso da colagem, o Cubismo antecedeu o Dadaísmo, o Surrealismo e a Pop Art. Com o uso de superfícies planas preparou o caminho para o Expressionismo Abstrato, estilos que veremos à frente.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO CUBISMO (I)
A ARTE DO CUBISMO (II)
Braque – CASAS DE L’ESTAQUE
Braque – HOMEM COM UMA GUITARRA
Léger – TRÊS MULHERES
Picasso – AS SENHORITAS DE AVIGNON
Teste – A ARTE DO CUBISMO

Nota: a ilustração acima é uma obra de Juan Gris, intitulada Natureza-morta com Xadrez (1915) em que o artista agrega a técnica da colagem.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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