Autoria de Lu Dias Carvalho
O período revolucionário russo produziu um grande dinamismo criativo. Os artistas — pioneiros da arte abstrata não objetiva — colocaram-se a serviço das novas mudanças, deixando de lado a influência mercadológica e dando à arte um papel social mais relevante e acessível. Desse grupo faziam parte: Kasimir Malevich, Liubov Popova, Vladimir Tatlin e Alexander Rodchenko que já traziam na bagagem o conhecimento das últimas tendências culturais e artísticas que aconteciam em Paris (França) e Berlim (Alemanha).
Kasimir Malevich definiu o Suprematismo como a “supremacia do sentimento ou da percepção puros na arte criativa”. Ele fazia uso de formas monocromáticas e geométricas que pareciam flutuar sobre um fundo branco. Sua arte acabou influenciando artistas como Liubov Popova, Ivan Kliun e El Lissitzky.
O Construtivismo, por sua vez, foi desenvolvido de acordo com os objetivos da revolução russa, almejando um tipo de arte menos espiritual que a contida no Suprematismo. Suas sementes foram semeadas em 1914, quando Vladimir Tatlin conheceu o atelier de Pablo Picasso em Paris. O artista russo teve a ideia de modificar os planos pintados, vistos nas obras cubistas do espanhol por “materiais reais em um espaço real”. Tatlin em seus trabalhos usou materiais comuns, como barbante, madeira, metal e plástico. É dele o desenho e modelo de uma formidável estrutura espiral conhecida como “Monumento à Terceira Internacional” que não foi construída em razão dos elevados custos.
O destaque dado ao uso de materiais comuns ocasionou um grande impulso na arte construtivista, levando os artistas a identificarem-se com o material usado pelos operários na indústria e, assim, a fortalecer os laços entre eles e os trabalhadores. Dentro daquela visão até mesmo as pinturas não objetivas podiam ganhar uma forma construtivista.
O Construtivismo contou com o apoio do Partido Comunista a partir de 1919, contudo, nos anos de 1920 e 1921 o grupo de artistas responsáveis pelo movimento viu-se dividido em razão de divergentes posturas políticas. Uma parte do grupo rezava que os artistas deviam manter um envolvimento pessoal com o processo criativo, enquanto a outra parte defendia que os artistas eram “trabalhadores intelectuais” e, portanto, deviam trabalhar sob esse ponto de vista. O fato é que alguns artistas deixaram a Rússia, buscando lugares onde pudessem ter um envolvimento pessoal com sua criação, enquanto outros puseram sua arte a serviço das exigências econômicas e políticas de seu país, ali permanecendo.
Nota: a ilustração acima, intitulada O Peixeiro (1913) é uma obra do pintor russo Vladimir Tatlin.
Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha
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Lu
Muito interessante esse movimento artístico russo – a arte do suprematismo e construtivismo – dentro da supremacia do sentimento ou da percepção da arte criativa e de acordo com os objetivos da revolução russa. Foi um movimento de vanguarda que se manifestou nas artes plásticas, escultura, arquitetura, cenografia, dança, fotografia e design, sendo um dos mais importantes movimentos revolucionários de vanguarda russa. No contexto histórico ele propôs uma arte que rompia com o passado tradicional, trazendo à tona outras formas de apresentação, associados aos avanços técnicos e tecnológicos modernos como, por exemplo, as máquinas, engenharia, eletrônica e evolução fabril, dentre outros.
Adevaldo
Esse movimento russo foi realmente muito importante, ao abranger os mais diferentes campos artísticos. Os artistas abraçaram com força os ideais revolucionários, embora alguns tenham deixado o país por não concordar com a direção tomada pela arte.
Abraços,
Lu
Lu
A arte não para de se reinventar,surgindo a cada período estilos novos. O Suprematismo e o Construtivismo, surgidos na Russia, utilizaram formas, cores, linhas para criar elementos abstratos, contrariando todo academicismo utilizados no passado. As referências para suas criações eram acontecimentos do mundo moderno. Os artistas utilizam a arte para mostrar a realidade de uma forma totalmente abstrata, despertando o imaginário das pessoas, possibilitando análises variadas das obras de arte.
Hernando
É verdade, a arte está sempre se reinventando. Os acontecimentos de cada época moldam-na. Vemos agora a Rússia surgir com novos estilos, de acordo com os acontecimentos políticos.
Abraços,
Lu