Autoria de Luiz Cruz
O Chafariz de São José, em Tiradentes, é um dos monumentos civis mais interessantes de Minas e do Brasil. Foi edificado pela Câmara em 1749, todo em pedra arenítica, e juntamente com a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, de Prados, são considerados exemplares muito significativos da região, exatamente pelo trabalho artístico em pedra de grande rigidez. Sua construção tem um pátio cercado por muretas com bancos; em sua fachada há um tanque abaulado, bem ao gosto barroco, que recebe a água jorrada por três carrancas. Um oratório abriga a imagem do padroeiro São José, escultura em terracota setecentista (que no momento precisa de restauração e de retirada do blindex que não permite a circulação de ar, o que compromete a conservação da obra de arte). Pouco acima, o brasão português e encimando a edificação uma cruz. Na lateral esquerda encontra-se o tanque para as lavadeiras e à direita o que era usado pelos tropeiros, para dar águas aos animais. A água que abastece o chafariz nasce no Bosque da Mãe D’Água e é conduzida em um aqueduto rústico de pedra. Por suas características, valor artístico e cultural é tombado pelo IPHAN, desde 1949, através do processo 431-T-50. O chafariz é o único monumento protegido individualmente, inserido na APA ? Área de Proteção Ambiental Estadual da Serra de José.
O Chafariz de São José prova-nos que os tempos estão mudando e que precisamos estar atentos aos sinais da natureza. A seca é um fenômeno que está aí e a nos cobrar novas atitudes ambientais. Há muitos anos não se registrava um verão tão atípico e com o chafariz sem água durante meses consecutivos. Inclusive com o Córrego do Chafariz totalmente seco. Muitos dos córregos da Serra de São José secaram completamente. A água da Cachoeira do Bom Despacho desapareceu. Infelizmente! Diversas lagoas estão com seus fundos expostos e o solo ressecado. Cai uma chuva e logo tudo fica seco novamente.
Não há apenas um culpado! Todos nós somos culpados, por achar que a água é um recurso infindável e que temos um lençol freático imensurável. Nós nos enganamos, com certeza. Minas se enganou por que quis. O Governo (passado) do Estado de Minas Gerais não prestou informações concretas sobre a situação da água no nosso Estado por causa dos resultados eleitorais. Depois, demorou em informar devidamente à população devido ao impacto pós-eleitoral. A desinformação é comprometedora! Enquanto o drama de São Paulo era exposto aos poucos, também por motivos eleitorais, assistíamos a tudo, achando que o problema era só daquele Estado. Não. A seca é um problema sério que atinge a todos, portanto, diz respeito a todos nós. Em tempos de elaboração do Plano Diretor da Cidade de Tiradentes, quem pode acompanhar as oficinas obteve informações de que a gravidade é ampla e comprometerá seriamente o abastecimento de água.
A cidade mineira de Tiradentes recebe grande fluxo turístico e, consequentemente, precisa de muita água. Atualmente consumimos a água que a Copasa retira do Rio Elva, mas suas nascentes estão em outra localidade, sem os devidos cuidados para a sustentabilidade e sem mata ciliar para a proteção de suas margens e fluxo. O Rio das Mortes está altamente poluído, figurando entre os 10 mais poluídos de Minas Gerais e sem as matas ciliares, a cada dia correndo risco de diminuir mais ainda seu volume de água.
Assistimos a buscas individuais para a solução de abastecimento com a perfuração de poços artesianos, mas isso não resolve o problema. Um poço artesiano pode poluir todo o sistema freático e contaminar a reserva. Como a fiscalização no Brasil não funciona, a ANA – Agência Nacional de Águas, sediada em Brasília, ainda não acordou. O ideal seria a mobilização da população (incluindo as autoridades e órgãos devidos) e investimentos expressivos em campanhas, com propostas para proteção concreta das nascentes, matas ciliares, economia tanto de água quanto de energia elétrica. Enfim, fazer a proteção de nossos córregos, rios e lagoas, cumprindo o previsto na legislação vigente do Novo Código Florestal Brasileiro, Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Assim, teríamos um enorme impacto positivo sobre os recursos hídricos.
Assistimos a agonia dos peixes do tanque do Chafariz de São José por falta de água. Alguns cidadãos estavam levando água em baldes para o tanque, até que a situação ficou grave. A solução foi pedir socorro ao Corpo de Bombeiros Voluntários de Tiradentes, que levou água no caminhão auto bomba. Pequena ação merecedora de reconhecimento, mas que requer atenção, pois a água precisa ser renovada.
A seca é grande e as queimadas retornaram, em plena estação das águas. Todo cuidado é pouco, principalmente com as pontas de cigarros atiradas ao longo das estradas. E atenção, em caso de fumaça em unidades de conservação, como a Serra de São José, que é um Refúgio Estadual de Vida Silvestre, ligue imediatamente para o IEF – Instituto Estadual de Florestas, através 0800-283 23 23. As queimadas além de destruírem a fauna e flora, comprometem drasticamente nossos recursos hídricos.
Nota: Fotos do autor e de César Reis
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Gostaria muito de ir, Luiz, mas moro no Rio de Janeiro, depois me fala onde posso adquirir um exemplar.
Parabéns pelo seu livro, desejo sucessos, forte abraço.
Rui,
Encaminhe seu endereço para o meu e-mail:
luizcruztiradentes@gmail.com
Encaminharei um exemplar para você!
Abraço,
Luiz Cruz
Luiz, fico sempre maravilhado com suas postagens, esta particularmente está excelente. Gostaria de saber sobre a Vila de São João na época da Inconfidência, quais as construções daquela época; o chafariz pela data é dessa época. Alvarenga Peixoto, quando visitava o Padre Toledo, ele ficava onde? Ele tinha casa na Vila de São José?
Quis dizer VILA DE SÃO JOSÉ atual TIRADENTES e não SÃO JOÃO.
Caro Rui
As Vilas São João e São José são irmãs e muito fácil de se confundir. Até mesmo historiadores renomados se confundiram. A Vila de São José del Rei passou a se chamar Tiradentes em 1889.
Abraço,
Luiz Cruz
Olá Rui,
Fico feliz por saber que tem acompanhado meus textos.
Estou publicando mais um livro, que será lançado no dia 11 de abril, no Centro Cultural Yves Alves, às 19h. É uma coletânea de textos e abordo o período em que Padre Toledo morou aqui, a antiga Vila de São José – a atual cidade de Tiradentes. Venha participar do lançamento, será um prazer recebê-lo!
Depois do lançamento, publicarei aqui alguns textos adaptados, devido ao espaço.
Abraço amigo,
Luiz Cruz
Caro Luiz, li seu texto com toda atenção; frequento a bucólica Tiradentes desde 1980, e com grande emoção recordo das caminhadas encantadoras pela Serra, Casa da Pedra, cachoeiras e muitos recantos aconchegantes que a região oferece. É com grande agrura que posso constatar a situação em que nos encontramos diante da falta de informação que permeia nossa sociedade. O que vemos é o total desrespeito com todo o meio ambiente, a ganância de grupos particulares que nada respeita e a morosidade das autoridades competentes. Em Oliveira a situação não se difere, lutamos contra os frutos daquilo que semeamos.
Parabéns pelo texto.
Abraços,
Luís A. Vieira
Caro Luis,
É da maior importância para mim receber mensagem de um professor atuante e responsável como você, que trabalha com os alunos muito além do que se propõem os livros didáticos! Você que tão bem conhece os encantos da Serra de São José, pode ter ideia da aflição que passamos com a seca. Agora, por estes dias tivemos boas chuvas, mas o que estava ocorrendo era cair chuva e logo a água desaparecia.
Infelizmente temos consumo de água sem controle, principalmente pela indústria e mineradoras. Mas um dia isto deve ser disciplinado. Tomara que não demore muito. A situação de sua região é realmente muito grave com relação ao abastecimento.
Receba um abraço forte e amigo,
Luiz Cruz
Luiz, seu artigo une sensibilidade e indignação. As águas do chafariz de São José tem muito significado. Há trinta anos levo quarenta alunos do Instituto de Artes de São Paulo para beber a água do chafariz e, segundo a tradição, voltar para ver Tiradentes. Antes disso, já o fazia desde 1969… tenho uma litografia do dia em que plantaram os jequitibás ao lado do córrego. Quantos cajuzinhos comprei da simpática senhora que vivia ao lado. Quantas subidas ao Morro Mãe d’Água.
Jamais poderíamos chegar a esta situação. No ano passado, passei pela nascente do Jequitinhonha, já minguava. O recado da natureza vem de longe e não ouvimos, não queríamos ver o que era evidente há anos e é catástrofe hoje. O rio do meu coração é o Paraíba do Sul… está chorando, sendo disputado por 3 estados – SP/RIO/MINAS. Suas nascentes estão sem árvores. Eu o percorri desde Cunha/Lagoinha e suas represas no alto da Serra do Mar até passar pela garganta na Mantiqueira nos lado de Queluz… Em Aparecida, querem tirar a várzea para fazer estação do trem expresso Campinas/Rio. Enlouqueceram.
Parabéns pelo artigo.
Tirapeli,
É um grande prazer ter você aqui no blog Virusdaarte.net e receber suas observações tanto sobre o Chafariz de São José quanto sobre as nascentes e rios brasileiros. Ver o Chafariz por meses sem uma gota de água nos dá grande tristeza.
Em Tiradentes, trabalhamos na proteção das nascentes, principalmente contra os incêndios florestais – ação que já vai completar vinte e cinco anos – realizada pelo Corpo de Bombeiros Voluntários de Tiradentes. É uma ação muito positiva, porém enfraquecida por não conseguir ampliar e envolver outros aspectos que poderiam resultar em maior proteção das nascentes.
Suas observações com relação às nascentes, infelizmente é o que podemos constatar em quase todas. As matas ciliares também foram subtraídas, deixando os fluxos expostos. Vamos aprender através da maneira mais difícil, sofrendo drasticamente as consequências da falta de cuidado com os nossos recursos hídricos.
Ao que parece, ninguém em Aparecida deve estar lendo jornal ou assistindo telejornais. Várzeas são locais sagrados, das águas, e não devem ser tocadas! Sim revitalizadas!
Envio forte abraço amigo de nossa querida Tiradentes.
Luiz Cruz
Nunca vimos uma situação dessas… e a ficha ainda não caiu! A natureza está cobrando (com um preço alto) tudo que o homem tirou dela. A humanidade tem de mudar de atitude e cada um de nós deve agir neste sentido. A situação climática é cada vez mais séria. De fato, os riachos da serra estão secando, tal como no Lenheiro. Dá tristeza!
Parabéns Luiz e continue neste trabalho educativo que você desempenha tão bem.
Abraços,
Ulisses Passarelli.
Olá Ulisses,
Recebi comentários de pessoas mais atentas e idosas de que o Chafariz nunca ficou tanto tempo sem água. Você que é um ambientalista sério e comprometido com a causa, e circula com grande frequência entre as serras do Lenheiro e de São José, reforça os fatos colocados em meu texto. É grave a situação. Precisamos trabalhar para que a população seja sensibilizada e tenha condições de perceber que estamos passando por mudanças climáticas de grande impacto.
Muito obrigado pelo seu retorno.
Abraço amigo,
Luiz Cruz
Oi Luiz
Muito bom o seu texto. Agradeço pela lucidez com que suas palavras nos convoca a participar deste problema coletivo. Temos que ser mais assertivos em nossas atitudes e propor ações imediatas.
Grande abraço
Solange
Olá Solange,
Fico grato por poder compartilhar com você os nossos problemas e especialmente por obter o seu retorno.
Cada um pode contribuir para a economia de água e energia elétrica. As pequenas ações podem gerar impacto extremamente positivos, especialmente quando a comunidade está atenta e socializando responsabilidades.
Recebe meu abraço amigo,
Luiz Cruz
Luiz, compartilho totalmente com seu sinal de alerta.
Moacyr, este texto há de chegar a todos os lugares. Vamos lá. Compartilhe-o.
Para ilustrar as verdades que o Luiz, explicitou, no percurso que faço de Tiradentes até Carmópolis, onde trabalho, via Ritápolis, São Tiago e BR 381, existiam 23 nascentes nas quais eu parava para me abastecer. Hoje existem 3 prestes a secarem. Nos banhados de Morro do Ferro, onde a criação de búfalos se banhava, hoje é lama. A irresponsabilidade das autoridades mineiras com relação ao problema, deveria ser um crime inafiançável.
Registro aqui com você, Luiz, a minha indignação e preocupação. A questão do “Chafariz de São José” é de pavor real. Luiz, conte comigo. Sejamos nós as autoridades pois ÁGUA e VIDA estão intimamente ligadas e eu ainda sou vida.
Parabéns. Um forte abraço do
Marcos Santos
Olá Marcos,
É uma alegria receber seu retorno, mas que seja impregnado de preocupação com a situação de nossas nascentes. Tenho recebido muitas mensagens de leitores que estão divulgando este texto. Acredito que fazê-lo circular pode contribuir para o processo de conscientização. Veja o que uma amigo de sua região escreveu:
“Luiz Cruz,
Muito bem feito e pertinente o seu texto sobre o Chafariz de São José, a escassez de água em Tiradentes e no Sudeste todo, além do alto consumo de água e energia devido ao calor inusitado para o verão mineiro. Este texto tem que ser lido pelos professores nas salas de aula e publicado pela Gazeta de São João Del Rei. Hoje, fui à Colônia do Giarola
em São João Del Rei e deparei-me outra vez com uma senhora lavando dezenas de metros do asfalto em frente à sua casa com uma mangueira d’água. A campanha pela economia de água e energia deveria fazer parte do cotidiano de cada um de nós e ocupar muito mais espaços em toda a mídia (local, estadual e nacional). Como conscientizar as pessoas de que a água vai faltar se não reaprendermos a economizá-la?
Este texto tem que ser matéria de aula dos professores de português, geografia e história! Muitas pessoas já estão preocupadas com a possibilidade de uma escassez fulminante de água, semelhante a de São Paulo. Entretanto, outras continuam usando a vassoura hidráulica para lavar passeios, calçadas, quintais e até as ruas asfaltadas. É um absurdo, uma insensatez, um descalabro. Estas pessoas teriam que ser punidas pelo desperdício de água!
Parabéns pelo texto: peça às pessoas para divulgá-lo para centenas de internautas, como se fosse uma destas correntes que a gente recebe.
Ricardo”
Luiz,
Parabéns pelo excelente texto. Faço minhas as palavras do Sr. Moacy:
“é uma pena que quem mais deveria ler o teu texto provavelmente dele nem sequer tomará conhecimento. A solução para a seca e consequente aridez dos solos há muito é conhecida, mas, a meu ver, somente as autoridades atuais com muita vontade política poderão tomá-la. Tem que ser radical, desapropriar todas as áreas de nascentes que existiram e que ainda existem e transformá-las em Área de Preservação Ambiental exercendo rigorosa fiscalização. Somente com o Estado tomando para si a responsabilidade de manutenção de tais áreas, é que a coisa funcionará, pois, se depender da boa vontade das pessoas que atualmente detêm a propriedade das mesmas nada será feito.”
Olá Merania,
Fico feliz com sua presença aqui e pelo retorno.
Nossas nascentes precisam e devem ser preservadas, com certeza.
Abraço amigo,
Luiz Cruz
Olá Terezinha,
Que bom saber que você esteve mais uma vez em nossa querida Tiradentes.
Lamentavelmente tanto o Chafariz quanto o Córrego do Chafariz estão secos. A pouca chuva cai e imediatamente tudo fica seco.
Infelizmente a água do Ribeiro Santo Antônio praticamente secou, o que está correndo é apenas esgoto. Ou seja o Ribeiro de Santo Antônio, que corta o centro de Tiradentes, foi transformado em um valão de esgoto podre e fétido. Onde antigamente se pescava, hoje está altamente poluído, e pior, há mais de dois anos os tiradentinos pagam por tratamento de esgoto!
Suas observações são muito pertinentes.
Gratíssimo por sua presença e retorno.
Abraço amigo,
Luiz Cruz
Luiz,
o problema é que a Copasa e outras estatais que deveriam cuidar da água e do esgoto estão apenas recebendo os valores pagos pelos usuários. Fornecem a água, remediam os esgotos. E como sempre choveu… quer dizer, até há três anos, agora todos pagamos pela falta de investimento em melhorias na forma da captação. E, no momento atual, nada podemos fazer a não ser esperar a chuva que não vem.
Pará de Minas, que não tem grandes nascentes e é servida por pequenos ribveirões, vem sofrendo a falta de água desde final de 2013, com algumas exceções nos dias em que chove. Como o contrato da Copasa com o município não foi renovado pela gestão anterior, em 2009, justamente pela falta de compromisso da mesma com a cidade e também não foi renovado em 2012 pela a atual gestão, a Copasa alega que a falta de água é devido a falta de contrato.
Bom. E agora? Todos os contratos dos municípios com a Copasa estão vencidos e não foram renovados.
Um grande abraço,
Terezinha
Terezinha,
É complicada a situação de falta de investimento em infraestrutura no estado de Minas Gerais, de maneira geral. Mas para abastecimento de água é mais que falta de respeito para com a população. Caso a seca continue, Minas pode vivenciar um drama jamais visto. Exatamente como São Paulo já enfrenta.
Será que água e esgoto realmente não rendem votos?
Até quando resistirão em sair ilesos, tanto os políticos quanto as estatais?
Grato por sua colocações lúcidas e necessárias sobre o abastecimento de água em sua região.
Abraço,
Luiz Cruz
Lu,
Gratíssimo por sua atenção de sempre.
Ignorar os sinais da natureza e adiar as soluções para situações como abastecimento de água, de fato são atos de IRRESPONSABILIDADE e DESRESPEITO para com o povo. Nossos políticos, ao serem eleitos, esquecem suas propostas, e o poder sobrepõem-se sobremaneira a qualquer proposta de GESTÃO racional e comprometedora.
Concordo plenamente com as colocações do Moacyr, do Edward e também as suas.
Abraço amigo,
Luiz Cruz
Olá Edward,
É sempre um grande prazer receber seu retorno.
O Brasil nem precisava passar por este problema, caso realmente conseguisse fazer cumprir a legislação que nossos nobres deputados e senadores elaboram e aprovam.
Temos o problema sim, mas também temos no país universidades com muitas pesquisas que poderiam ajudar sobremaneira a solução dos problemas hídricos.
Você tem toda razão, não é um problema somente do Brasil. Trata-se de problema de ordem planetária e como o consumo mundial é cada vez mais crescente, a situação só se agrava.
Grande abraço para você.
Luiz Cruz
Olá Moacyr,
Grato por sua presença aqui e retorno.
Realmente precisamos de AÇÃO das autoridades. Legislação temos às toneladas e no papel o Brasil está perfeito. Caso nossas autoridades não tomem posição imediatamente, pode ser que fique tarde demais para as soluções dos problemas hídricos.
Ao criar e aprovar legislação, automaticamente deveríamos ter os mesmo esforços para colocá-las em prática, com monitoramento e aprimoramento, o que infelizmente não ocorre aqui. A defesa e o controle das nascentes precisam ser feitos para que tenhamos água.
Abraço,
Luiz Cruz
Luiz,
Muito bom este texto. Providencial.
Estive em Tiradentes neste final de semana. Fiquei impressionada com o chafariz. Nunca vi o chafariz sem água. Entrei no Bosque Mãe d’água e percorri parte da beira do riacho que alimenta o chafariz. Sequinho. Apesar de haver chovido por lá nesses dias…
Outra coisa que me impressionou foi o ribeirão que passa dentro da cidade. Cadê a água?
Há um filete de água de esgoto correndo no seu leito. Manilhas de pvc, por onde deveria estar passando o esgoto estão quebradas. Portanto não cumprem sua missão. Falta de manutenção, né mesmo? Percebemos que a empresa que recebe do povo para cuidar das águas e esgotos não vem fazendo nenhuma das duas coisas.
Luiz
O Chafariz de São José simboliza toda a nossa angústia diante da falta de água que assola nosso Estado, em especial. Além disso, mais uma vez, traz à tona a atitude mesquinha de certos governantes que, na busca pelo voto, são capazes de maquiar uma situação seríssima, deixando o povo com seus animais e suas plantações na maior penúria. E pior, eles aqui no nosso país nunca são penalizados pela justiça, por atitudes como essas, dando o feito por não feito.
Luiz, fico extremamente comovida com a sua postura de cidadão, que levanta os problemas e também indica soluções, ciente de que, se cada um fizer a sua parte, teremos o retorno merecido, pois não podemos deixar nossas aspirações apenas nas mãos do poder público, quase sempre irresponsável.
É triste saber que a situação que ora vivemos arrasta-se há anos, avolumada pela mesquinhez e sede de poder de nossos dirigentes. Não podemos ficar omissos. No mínimo, precisamos denunciar.
Concordo plenamente com tudo o que diz em seu texto, com as soluções citadas, e também com o comentário do Moacyr e o do Edward.
Grande abraço,
Lu
Luiz
Excelente texto, chamando-nos a atenção sobre este problema, não só privativo do Brasil, que está ocorrendo no mundo todo. É claro que teríamos melhores condições para combatê-lo do que muitos outros países.
Você chama a atenção, com muito conhecimento e sabedoria sobre o assunto. Estamos deixando de lado as condições que proporcionam ao mundo a vida vegetal e animal. E aí está o início de uma catástrofe, difícil de ser evitada. Tenho rascunho de texto sobre este tema – buscando uma síntese – de forma a não o alongar demasiadamente, para propiciar o entendimento do que penso sobre o tema, que é de uma importância vital para a humanidade.
Parabéns pelo seu notável texto.
Um forte abraço
Luiz, é uma pena que quem mais deveria ler o teu texto provavelmente dele nem sequer tomará conhecimento. A solução para a seca e consequente aridez dos solos há muito é conhecida, mas, a meu ver, somente as autoridades atuais com muita vontade política poderão tomá-la. Tem que ser radical, desapropriar todas as áreas de nascentes que existiram e que ainda existem e transformá-las em Área de Preservação Ambiental exercendo rigorosa fiscalização. Somente com o Estado tomando para si a responsabilidade de manutenção de tais áreas, é que a coisa funcionará, pois, se depender da boa vontade das pessoas que atualmente detêm a propriedade das mesmas nada será feito.
Ótimo texto, meus parabéns.
Moacyr