A ARTE ROMÂNICA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A arte Românica surgiu entre os séculos XI e XII, na Idade Média, sendo semelhante à dos antigos romanos na Antiguidade. Nesse período, o Império Romano já havia sido conquistado pelos povos bárbaros, ou seja, por povos germânicos que não habitavam o Império Romano. Entre eles estavam os francos, os lombardos, os hunos, os visigodos, os vikings e os ostrogodos. O estilo românico destacou-se na arquitetura, pintura e escultura, embora tenha tido maior relevância na arquitetura das construções religiosas.

O termo “romanesco”, dado à arte desse período pelos historiadores no início do século XIX, dizia respeito à produção da Europa ocidental dos séculos XI e XII. Os mosteiros, tidos como templos do saber, criatividade e riqueza, eram responsáveis pela maior parte da arte desse período. Na decoração das igrejas eram empregados bordados, tapetes, tapeçarias, ícones, afrescos e vitrais. Ainda referentes a essa época estão as iluminuras e objetos litúrgicos (crucifixos, cálices, castiçais, etc.) nos quais se empregavam marfim, metal ou esmaltados.

O conceito de “romanesco” nasceu da própria estrutura das igrejas que se baseava na planta da basílica romana (nave, abside e corredores), sendo acrescentado um transepto atravessando a nave e também uma área que permitia aos fieis caminhar pelo santuário e visitar as pequenas capelas laterais ali encontradas.

Embora a palavra “românica” remeta a uma cultura romana, não significa que a arte Românica seja uma imitação do estilo dos romanos na Idade Antiguidade. Ao contrário da anterior, ela recebeu influência de vários outros tipos de arte (cóptica, sassânida, insular, bárbara, bizantina, etc.), isto porque, nesse período, o Império Romano já havia sido conquistado por outros povos e havia um momento de relativa paz na Europa, com as cidades prosperando. As peregrinações aumentaram, permitindo que os fiéis atravessassem o território europeu, fazendo romarias e visitando igrejas, mosteiros e templos. Com isso, as expressões artísticas, até então específicas para os diferentes povos europeus, passaram a se aglutinar, enriquecendo a arte Românica.

As mensagens bíblicas, destinadas às congregações que iam se formando, eram transmitidas através da narrativa e do simbolismo, pois a grande maioria dos adeptos era formada por analfabetos, muitos deles visitantes ou em trânsito. As igrejas de arquitetura românica possuíam fachadas esculturais, arcos arredondados, abóbadas cilíndricas e entalhes em pedra ou mármore. Felizmente muitas delas vêm resistindo ao tempo, embora muitos afrescos, vitrais, manuscritos e bordados tenham desaparecido.

A arte Românica incluía animais, plantas e cenas naturalistas como decoração. Sua pintura associava-se à religião. Seus motivos, nos quais era usada a técnica do afresco, representam histórias bíblicas que tinha por objetivo instruir os devotos, pois, como dito anteriormente, eram pouquíssimas as pessoas que sabiam ler naqueles tempos.

A Bíblia de Winchester (c. 1160 a 1175) inglesa é um dos poucos manuscritos ilustrados que chegou até os nossos dias. Foi escrita em latim por um sacerdote, num pergaminho, sendo criada para uso cerimonial. Os monges levaram mais de 20 anos, usando materiais como ouro e lápis lazúli, para criar as letras capitulares ornamentais que adornam o início de cada livro. As iluminuras — pinturas decorativas nas letras que aparecem no início dos capítulos de pergaminhos — eram delicadas e demoradas para serem criadas, sendo feitas pelos monges em conventos e abadias.

A arte Românica contribuiu para o renascimento da escultura que, por muitos anos, ficou esquecida. Seu retorno se deu, sobretudo, quando o estilo românico tornou-se mais realista e mais simbólico, já antecipando o que estaria por vir — o estilo Gótico. A escultura encontrava se condicionada à arquitetura, sem nenhum compromisso com a representação fiel dos objetos e seres. Com seus baixos e altos-relevos visava apenas decorar pórticos e arcadas. As primeiras esculturas esculturas surgiram nas igrejas francesas.

Os campos europeus eram pródigos em castelos e mosteiros. Neles predominavam a monumentalidade e a força da pedra. A arquitetura românica caracteriza-se pela presença de abóbadas, pilares maciços para sustentar paredes grossas, janelas feitas de aberturas estreitas, torres e arcos. O Duomo — mais famoso conjunto arquitetônico românico, projetado por Brunelleschi — situa-se em Pisa, na Itália (ver ilustração acima). A música litúrgica foi padrão nessa época. As composições receberam o nome de “cantos gregorianos”.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A TENTAÇÃO DE CRISTO
Teste – A Arte Românica.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich

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