Autoria do Dr. Telmo Diniz
Obesidade é inflamatória
A obesidade é uma doença de causa multifatorial apresentando, na sua gênese, tanto fatores genéticos como desequilíbrios nutricionais. Ressalta-se, entretanto, que os fatores genéticos representam apenas 30% de influência para o desenvolvimento da doença. Portanto, 70% são o percentual de influência dos fatores ambientais.
Os principais fatores envolvidos nas alterações metabólicas do paciente obeso e, consequente, resistência na perda de gordura são:
- inadequação na distribuição de macronutrientes e minerais (dieta inadequada),
- o estado inflamatório crônico do tecido adiposo,
- o desequilíbrio no funcionamento intestinal
- e o estresse oxidativo.
Em outras palavras, isso significa inflamação do tecido gorduroso.
O alto consumo de carboidratos refinados traz os seguintes efeitos:
- diminui as vitaminas do complexo B, C e cromo,
- enfraquece os músculos contribuindo para a fadiga,
- contribui para o aumento dos níveis de triglicerídeos,
- causa hiperatividade e irritabilidade,
- produz alterações no metabolismo da glicose,
- sobrecarrega o pâncreas e as adrenais
- e leva ao aumento de insulina.
Além disso, há redução do gasto energético, do tempo de saciedade, aumento dos níveis de cortisol e aumento da alimentação compulsiva por doces, entre outros. A hiperglicemia, que normalmente acompanha o obeso, além de estimular a produção de substâncias inflamatórias no tecido adiposo, também leva ao excesso de produção de radicais livres na mitocôndria das células endoteliais, aumentando a inflamação local e o estresse oxidativo.
O excesso do consumo de ácidos graxos saturados e ácidos graxos trans, em detrimento do consumo das gorduras “boas” (ômegas), aumenta a produção e liberação de insulina, contribuindo para piorar a ação deste hormônio.
Na obesidade, o tecido adiposo torna-se inflamado tanto pela infiltração dos macrófagos (células de defesa), como pela capacidade desse tecido em produzir substâncias pró-inflamatórias. Indivíduos obesos apresentam níveis elevados de proteína C reativa, fator alfa de necrose tumoral e interleucina 6, quando comparados com indivíduos magros. Como consequência do processo inflamatório, ocorre uma resistência à insulina, pois a presença das citocinas inibe a ação deste hormônio. Também ocorre aumento da produção de radicais livres, elevação dos níveis de cortisol e o aumento das moléculas de adesão plaquetária, contribuindo para o processo de aterosclerose.
O consumo inadequado de selênio e de zinco, por dieta deficitária, contribui para o aumento do estresse oxidativo, uma vez que são minerais essenciais que favorecem a ação de enzimas antioxidantes intracelulares. A deficiência de magnésio, por sua vez, pode contribuir para a redução dos níveis de serotonina, pois participa como cofator da sua síntese e também apresenta relação com a constipação intestinal, pois é necessário para o funcionamento adequado das células intestinais.
Percebe-se que a influência dos constituintes da alimentação sobre a obesidade vai muito além do controle de quantidades ingeridas ou contagem de calorias. A boa nutrição do organismo, realizada de uma forma global e individualizada, é essencial.
Nota: Imagem copiada de pt.lecturas.org
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Dr. Telmo
Com tantas informações encontradas hoje em dia, as pessoas podem trabalhar bem o problema da obesidade que, como disse, trata-se de uma doença muito grave. É preciso muita força de vontade para vencer os fast-foods.
Abraços
Manoel
Manoel
Este assunto abordado pelo doutor Telmo é muito importante. É incrível ver como as pessoas estão engordando.
Abraços,
Lu