Autoria do Dr. Telmo Diniz
Algumas pessoas experimentam sensações frequentes de desconforto abdominal, cólicas, diarreia intercalada com constipação e aumento dos movimentos intestinais. Estes sintomas podem ser característicos da Síndrome do Intestino ou Cólon Irritável (SII), que podem afetar cerca de 15% da população em geral.
As paredes dos intestinos são revestidas com músculos que se contraem e relaxam, conforme o alimento ingerido vai passando do estômago em direção ao intestino. Na Síndrome do Intestino Irritável, as contrações podem ser mais fortes e podem durar mais tempo do que o normal, fazendo com que surjam alguns sintomas característicos da doença, como gases, cólicas e diarreia. Poder ser, ainda, que aconteça justamente o oposto, com contrações intestinais mais fracas que o normal, o que retarda a passagem de alimentos e provoca a prisão de ventre.
Não se sabe exatamente o que leva uma pessoa a desenvolver a Síndrome do Intestino Irritável, mas uma combinação de fatores pode estar envolvida:
- Os alimentos podem ser um deles. Os sintomas costumam aparecer após uma pessoa comer determinados alimentos, como chocolate, especiarias, gorduras, frutas, feijão, repolho, couve-flor, brócolis, leite, bebidas gaseificadas, álcool, entre outros.
- O estresse pode ser outro fator implicado na gênese e piora dos sintomas. A maioria das pessoas com tal síndrome nota que, durante momentos de estresse, os sintomas da doença costumam se agravar.
- O mesmo se pode dizer em relação ao período menstrual nas mulheres, em que os sintomas são intensificados na fase da TPM.
- De igual forma, uma infecção intestinal (gastroenterite) ou um crescimento anormal das bactérias intestinais podem desencadear a SII.
O diagnóstico é baseado nos sintomas, na ausência de sinais relevantes no exame físico e, principalmente, na visualização direta do intestino por meio da colonoscopia para descartar outros problemas que se parecem com a síndrome. O cólon irritável é um diagnóstico de exclusão e, portanto, necessita ser firmado e acompanhado por um médico.
O tratamento se baseia em um conjunto de medidas. O simples fato de a pessoa saber de que se trata de uma doença benigna e que não acarreta maiores problemas, já é um fator tranquilizador. Uma dieta rica em fibras costuma ser útil em pacientes com queixa de constipação, e o melhor trânsito intestinal pode ajudar o paciente cuja queixa é flatulência excessiva.
Certos alimentos são mal tolerados pelos pacientes com SII. A confecção de um diário alimentar correlacionando sintomas com os alimentos ingeridos previamente pode ser capaz de detectar alimentos desencadeantes e assim evitar seu consumo no futuro.
A grande maioria dos pacientes melhora com a compreensão de sua doença e com alterações alimentares. Casos em que algum sintoma é especialmente incômodo, medicamentos sintomáticos dirigidos diretamente para tratar a diarreia, a constipação ou dor abdominal podem ser usados. Em alguns casos, o uso de medicação antidepressiva pode ser benéfico.
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Dr. Telmo
O nosso corpo é como uma máquina onde tudo está interligado. Por isso, devemos manter tudo em equilíbrio, tanto na parte emocional como físico e espiritual. Eu nunca tive a SII, mas cheguei perto disso, ao ter gastroenterite após um período de muito estresse e tensão. O único lado bom disso foi que parei pra organizar a minha vida, mudar os meus hábitos alimentares pra não correr mais este risco.
Excelente texto!