TRANSTORNO DEPRESSIVO OU TRISTEZA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A tristeza é um sentimento natural do ser humano e faz parte da vida de uma pessoa, quando, por exemplo, ela se vê diante de uma perda ou de uma nostalgia. […] Sendo um sentimento natural. A tristeza inclusive auxilia no desenvolvimento emocional do indivíduo. (Beatriz Breves)

Um indivíduo que está em um quadro depressivo não tem energia psíquica suficiente para lidar com o mundo externo, e nem para fazer o enfrentamento de uma realidade penosa ? o que faz com que ele fique depressivo por muito tempo e muito mais intensamente afetado pelo sofrimento.  (Valéria Lopes Silva)

A tristeza é um sentimento presente na vida de todos os seres humanos e até mesmo na dos bichos, sendo cantada e decantada em todos os tipos de artes (música, cinema, pintura, etc.), contudo, trata-se de um sentimento passageiro, assim como o seu reverso que é a alegria. Ela só se torna um problema quando não consegue passar pela superação, tornando-se um pesado e doloroso fardo para quem é por ela acometido. Neste caso, não se trata mais de algo comum aos seres humanos, indiferentemente de sua situação econômica, etnia, idade ou gênero, mas de um transtorno conhecido por depressão que exige ajuda médica o mais rápido possível, para que não se agrave.

Se a tristeza serve como aprendizado, uma vez que ao deixar tal estado a pessoa aprende a lidar com a realidade e as suas emoções, a depressão, contrariamente, impede-a de deixar seu estado de apatia e desinteresse, devendo ela (ou a família a tomar a frente) buscar tratamento para que não se acentue seu sofrimento. Para excluir um caso do outro é necessário que se preste atenção aos sintomas. Segundo o psicólogo Carlos Esteves “Podemos identificar por meio do grau de comprometimento da rotina, de como afeta as atividades do indivíduo, e por meio do tempo de duração deste comprometimento”. Ou seja, observando quanto tempo dura esta suposta “tristeza” e como a pessoa está lidando com suas atividades no dia a dia. Conclui o psicólogo que “Quando observamos um alto grau de comprometimento da rotina, juntamente com um período de mais de duas semanas dos sintomas, devemos ficar atentos”.

A depressão é um transtorno mental que se amplia em todo o mundo. Trata-se de uma doença física relativa ao desequilíbrio químico dos neurotransmissores, sendo normalmente, segundo especialistas, resultante de uma combinação de diferentes fatores (biológicos, psicológicos e sociais). Pesquisas apontam que em 2030 será a doença mais comum no mundo. Trata-se de um transtorno que tira a vontade de viver, pois a vida perde todo e qualquer sentido para o indivíduo que está acometido pela depressão. Como se toda essa carga não fosse suficiente, a vítima desse  transtorno costuma carregar o estigma da não aceitação por parte de terceiros, quando cercada por pessoas ignorantes sobre o assunto, sendo muitas vezes analisada como tendo “fricote, manha, chilique, denguice, sestro ou luxo”.

De acordo com a professora de psicologia Valéria Lopes da Silva “A depressão caracteriza-se por um quadro psicopatológico em que há presença de humor triste, vazio e que afeta significativamente a capacidade funcional do indivíduo”. Ela alerta ainda que “Encontra-se nos quadros depressivos uma dificuldade de atribuir sentido à vida ou de dar novos significados às experiências. A depressão pode ocorrer em função de um trauma, mas principalmente porque os recursos internos estão, por alguma razão, empobrecidos naquela circunstância”. Assim sendo, faz-se necessário ajuda médica, pois se trata de uma doença física, sendo necessário o uso de remédios e, muitas vezes, de um acompanhamento psicoterápico, dependendo do caso.

O transtorno da depressão, fisiologicamente se trata de um desequilíbrio no cérebro, é tão preocupante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) que lista as enfermidades mais incapacitantes no planeta, tomando por base o número de doentes e as restrições mentais e físicas a que estão submetidos, sendo uma das maiores causas de licença de serviço em todo o mundo, coloca-o como o número um do pódio dos transtornos mentais. A  OMS revela ainda que 7% da população mundial apresenta depressão e a tendência é crescente em todo o mundo.

Obs.: A história de mulheres acometidas por transtornos mentais antigamente foi de muito sofrimento. Aquelas que eram taxadas como “histéricas” tinham o útero e os ovários retirados. Isso porque havia a ideia de que tais órgãos eram os causadores do problema. A própria palavra “histeria” está relacionada a “Hysteron” que em grego significa “útero”.

Nota: Mulher, obra de Di Cavalcanti

Fonte de pesquisa
Revista Segredos da Mente, Cérebro e Meditação – nº 1

6 comentaram em “TRANSTORNO DEPRESSIVO OU TRISTEZA

  1. Ana Carolina

    Oi Lu
    Achei o blog sem querer, enquanto pesquisava sobre o escitalopram… Venho lutando contra a depressão a mais de dez anos e possuo somente 25 anos.

    Do último ano para cá, passei por inúmeras mudanças e esperava estar feliz, pois alcancei basicamente tudo que mais queria nos últimos meses. Fiz redução de estômago e perdi quase 55kg em poucos meses, consegui concluir a faculdade, meu relacionamento finalmente se organizou após dois anos de brigas e agora estou fora do Brasil, algo que sempre desejei e mesmo assim, me sinto infeliz.

    As noites tem sido mal dormidas, tenho tido dores de cabeça constantes e pensamentos ruins, tendo já todo caso de tentativa de suicídio, com superdosagem de remédios. Antes de vir, fui ao médico e ele me passou escitalopram novamente… Já tomei Rivotril, faseolamina, caseolamina, alprazolam e inúmeros tipos de remédios, sendo todos meus tratamentos interrompidos. Hoje, voltei a tomar escitalopram e estou com muito medo de tudo e nervosa, afinal estou sozinha e distante daqueles que amo. Antes de vir, fazia terapia, mas interrompi para viajar. No momento, estou perdida, querendo voltar para casa mas não querendo me sentir fracassada. Hoje pela primeira vez, pensei em coisas ruins e me sinto sozinha, não sei mais como lidar e tentar me acalmar para não brigar com aqueles que amo, pois isso me deixa em desespero, já que estou longe.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Ana Carolina

      Seja bem-vinda a este cantinho. Sinta-se em família.

      Amiguinha, antes de mais nada, fique tranquila pois essa fase ruim irá passar, além disso, você não se encontra sozinha, pois há um monte de amigos aqui neste cantinho torcendo por você. Saiba que quem aqui chega passa a ser membro de uma numerosa e afetiva família POP.

      Ana Carolina, a depressão faz isso mesmo com a gente: apesar das muitas coisas boas que conseguimos, não vemos graça em nada, pois estamos sem a capacidade de ter alegria. Não é porque não queiramos sentir alegria, mas, sim, porque nossos neurônios não estão funcionando a contento, necessitando ser reajustados. A sua infelicidade nada mais é do que um transtorno mental que, ao ser tratado, possibilitará que suas emoções voltem à normalidade, portanto, não se aflija, amiguinha.

      Assim como você, tive os meus primeiros transtornos ainda na adolescência. Já passei por um sem conta de antidepressivos, pois, com o tempo, nosso organismo acaba se acostumando com o medicamento em uso e faz-se necessário mudar para outro. Atualmente faço uso do oxalato de escitalopram com o qual tenho me dado muito bem. Inicialmente você terá alguns efeitos adversos (como acontece com todo antidepressivo), mas eles passarão dentro de cerca de três semanas. Aguente firme, seja uma garota POP (paciente, otimista e persistente).

      Amiguinha, é comum, após a redução de estômago, haver um período depressivo. Isso acontece praticamente com quase todos os pacientes. Você não me disse quando fez a sua, mas leve isso também em conta para se encontrar assim tão mal, pois a depressão é uma junção de vários fatores. O seu medo excessivo (comum aos portadores de síndromes mentais) também se deve ao fato de encontrar-se longe de casa, achando que se encontra sozinha, sem a família ao lado. Tudo isso contribui para aumentar o seu quadro depressivo. Todos os sintomas repassados por você dizem respeito a uma depressão muito forte. O bom é que os antidepressivos estão cada vez mais modernos e mais eficientes. Tudo é questão de tempo para que melhore, se tomar a medicação direitinho, sem interrompê-la. Cada interrupção torna o paciente ainda pior e as crises ainda mais fortes. Não faça mais isso, ainda que tenha que lidar com os transtornos iniciais. Mas tenha cuidado com os remédios muletas (rivotril e família), tome-os somente quando for extremamente necessário.

      Amiguinha, essa vontade de voltar para casa logo irá passar com o tratamento. Aproveite da melhor forma possível o tempo que aí se encontra, ele pode ser único. Vivencie todas as experiências da melhor forma possível. Tenha paciência ao aguardar que o medicamento faça efeito. A sua terapia será aqui conosco, agora. Quando se sentir triste ou sozinha, corra para cá. Escreva sempre que quiser e o quanto necessitar. Somos um monte de pessoas com problemas semelhantes aos seus (muita gente fora do Brasil), dando as mãos e seguindo em frente. Lembre-se de que não mais se encontra sozinha.

      Ana Carolina, aguardo notícias suas o mais rápido possível. Certo? Conte comigo e com todos aqui.

      Beijo no coração,

      Lu

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  2. Michelle Amorim

    Lu

    Sou muito ansiosa, sinto como se estivesse com algo parado na garganta, medo de tudo, sobretudo medo de morrer, muitas coisas ruins vêm na minha cabeça, como meus filhos morrendo. Chego a vê-los em um caixão e já começo a chorar. De umas semanas para cá venho sentindo náuseas, boca salivando. A médica me passou o Escitalopram 10 mg, mas pequisando na internet vi que provoca ganho de peso, isso acontece com frequência? Estou preocupada já que estou acima do meu peso e não estou conseguindo emagrecer.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Michelle

      Seja bem-vinda a este cantinho. Sinta-se em família.

      Amiguinha, ainda bem que você procurou ajuda médica, pois se encontra em depressão que, se não tratada, só tende a piorar o quadro. Irá sentir os efeitos adversos nas semanas iniciais do tratamento, mas eles não tardarão em passar. Seja POP (paciente, otimista e persistente). O escitalopram tem sido um dos antidepressivos mais indicados. Seus efeitos adversos dependem muito do organismo de cada pessoa: umas tem o apetite aumentado, outras perdem a fome, uns dormem muito, outros têm insônia… Sugiro que aguarde o primeiro mês para ver como seu organismo reage. Caso haja aumento de peso, converse com seu psiquiatra para que ele mude para outro. Fique tranquila, pois o mais importante neste momento é eliminar esses pensamentos negativos que vêm perturbando sua vida. Gostaria que lesse uma série de textos que venho postando sobre depressão.

      Michelle, você não se encontra sozinha. Saiba que poderá contar sempre conosco. Venha sempre que puder para dizer-nos como anda seu tratamento.

      Abraços,

      Lu

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    2. Ana Maria

      Olá, Michelle!

      Ano passado tive síndrome do pânico e agorafobia. Meu tratamento foi com Escitalopram 5 mg inicial e depois 10 mg. No meu caso, não engordei ou tive aumento do apetite, porém sofri com algumas reações adversas. Em outros artigos da Lu, você verá muitos comentários de outras pessoas, sobre as reações. Mas posso te dizer que vale a pena, porque as reações foram só nas três primeiras semanas e o tratamento me ajudou muito a superar esse período difícil na minha vida. Torço pela tua recuperação!

      Abraço

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      1. Michelle Amorim

        Oi, Ana,

        muito obrigada pela força, já comecei a tomar o remédio faz 4 dias e a única coisa que sinto é um pouco sonolenta, mais nada. Minha mãe já teve depressão, nunca imaginei que fosse passar por isso, mas tenho fé em Deus que vou superar.

        Beijos e muito obrigada!

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