Autoria de Lu Dias Carvalho
O pintor, caricaturista, escultor, jornalista e professor Belmiro de Almeida (1858-1935) nasceu na cidade do Serro em Minas Gerais e morreu em Paris, França, aos 77 anos de idade. O artista iniciou seus estudos artísticos no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, indo depois para a Academia Imperial de Belas Artes na mesma cidade. Teve como professores Agostinho José da Mota, Zeferino da Costa e Souza Lobo. Ao formar-se na Academia Imperial de Belas Artes, o jovem passou a expor suas obras no Brasil e na Europa. Inicialmente optou pela caricatura, sendo um importante colaborador dos jornais cariocas. Trabalhou também como ilustrador. Viajou por conta própria, contando com a ajuda de amigos para se manter em Paris e Roma, permanecendo cerca de cinco anos no estrangeiro. Segundo o escritor e historiador da arte Rafael Cardoso, “o artista mineiro foi “uma das figuras mais interessantes das artes plásticas durante as quatro primeiras décadas da República”. Era um artista completo e de grande conhecimento cultural, tendo legado às futuras gerações uma obra rica e variada. É uma pena que não tenha tido o reconhecimento merecido pela posteridade.
A composição denominada Caipira Picando Fumo é uma das obras mais marcantes do pintor brasileiro Almeida Júnior que, segundo alguns, foi o responsável por introduzir, pela primeira vez, o homem brasileiro na pintura. Toda a sua obra está repleta de tipos que nos são bastante comuns.
O caipira é a única figura humana a fazer parte da pintura em estudo. Trata-se de um homem de meia idade, forte e de rosto marcado pela dureza da vida. Usa uma camisa branca de mangas compridas que vão até o punho, com uma abertura em forma de V no peito, e uma calça amarronzada já gasta pelo tempo, com a barra dobrada quase no meio da perna. Chama a atenção a parte visível da ceroula, comum àquela época, ultrapassando a perna esquerda da calça.
O homem encontra-se calmamente sentando sobre toras de madeira em frente ao paiol feito de taipa, absorto, picando seu pedaço de fumo com uma enorme faca em diagonal, usada para os mais diferentes serviços. Ele já preparou a palha de milho que se encontra atrás de sua orelha esquerda, para receber o fumo picado para o cigarro. No chão em volta dele é possível ver um monte de palhas espalhadas.
O pintor destaca com grande realismo as mãos ásperas e os pés toscos do caipira, com suas unhas sujas de barro, assim como a calça, assinalando a vida dura que leva no trato com a terra. Atrás dele vê-se uma porta entreaberta e sombreada. À frente uma árvore reflete sua sombra no chão. Parece ser este um momento de grande prazer para o homem da terra, tipo popular em Itu, apelidado de “Quatro Paus”.
Ficha técnica
Ano: 1893
Dimensões: 202 x 141 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil
Fonte de pesquisa
Almeida Júnior/ Coleção Folha
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Lu
Bela obra do pintor regionalista Almeida Júnior. Esse trabalho é um dos mais importantes desse pintor paulista.
Observando o homem caipira da obra, vemos que se trata do caboclo do campo do interior brasileiro, visto até hoje com suas características peculiares. É o homem do campo com toda a sua simplicidade, focado na elaboração do seu cigarrinho de palha. Observa-se uma grande luminosidade na obra, mostrando que o homem do campo trabalha com afinco mesmo diante do sol escaldante. Esta é a realidade desses guerreiros dos rincões brasileiros.
Hernando
Almeida Júnior foi um dos mais importantes pintores brasileiros e sua obra mostra o estilo realista no Brasil. Nada mais real do que retratar o nosso homem do campo com seu jeitinho todo especial.
Abraços,
Lu
Lu
Como é bom ver o primeiro artista brasileiro aparecer no curso. Essa obra de Almeida Júnior chamada “Caipira Picando Fumo” mostra a relação do homem com a terra, chamando nossa atenção sobre a realidade brasileira através da vida dura de um caboclo.
Chamou minha atenção a exterioridade da luz que domina toda a cena com sua intensidade ofuscante, como se o “sol” fosse o personagem principal da composição.
Adevaldo
Ao final do estudo dos estilos, eu vou criar um capítulo todo dedicado à arte no Brasil, quando estudaremos muitos dos nossos brilhantes pintores. Gostei da sua observação sobre o sol.
Abraços,
Lu