Arquivo da categoria: Estilos da Arte

A Arte possui vários estilos ou tendências, cada um com uma filosofia ou objetivo comum, seguido por um grupo de artistas durante um certo período de tempo. Eles são classificados separadamente pelos historiadores de arte para facilitar o entendimento.

Rousseau – UMA NOITE DE CARNAVAL

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Uma Noite de Carnaval é uma obra do pintor francês Henri Rousseau. Com ela ele fez a sua primeira participação no Salão dos Independentes, em Paris, onde se reuniam as obras desprezadas pelo Salão oficial. Para dele participar era necessário apenas o pagamento de um uma pequena contribuição, pouco importando se o artista fosse amador ou se não tivesse qualquer conhecimento teórico sobre arte. Ali se seguia o lema do pintor Gustave Courbet, para quem a arte era um campo democrático que deveria estar ao alcance de todos.

A cena noturna Uma Noite de Carnaval e a pintura “Tarde de Domingo na Ilha da Grande Jatte”, de Georges Seurat, foram as duas obras que mais chamaram a atenção do público e da crítica, à época, embora fossem poucos os julgamentos positivos, alusivos à ingenuidade e originalidade presentes nas duas composições. A maioria das críticas eram desdenhosas, ridicularizando as duas obras.

Muitos críticos achavam que Henri Rousseau, em sua composição, não tinha nada a acrescentar à História da Arte, pois sua obra não passava de uma superfície, onde se postavam uma lua branca, tufos de nuvens em azul-noite, um embaraçado de árvores escuras cobertas de folhas, um pequeno coreto transparente e um casal fantasiado, como se fosse tirado de uma publicidade de chocolate e colado na tela. Achavam também que o artista não passava de um pintor ridículo, cuja capacidade artística igualava-se com a de uma criança de seis anos.

Rousseau chamou este tipo de pintura de retrato-paisagem, em que o retrato vem em primeiro plano e a paisagem apresenta-se ao fundo. Embora a lua apresente-se límpida num céu estrelado, tem-se a impressão de que, por trás das árvores, o sol ainda se encontre em seu ocaso. As duas figuras humanas, em suas fantasias, estão de braços dados, de frente para o observador, como se estivessem sendo fotografadas.

Ficha técnica
Ano: 1886
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 106,9 x 89,3 cm
Localização: Philadelphia Museum of Arte, Filadélfia, Estados Unidos.

Fonte de pesquisa
Rousseau/ Editora Taschen
http://totallyhistory.com/a-carnival-evening

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Rousseau – A ENCANTADORA DE SERPENTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Quando eu entro nas casas de vidro (jardins botânicos em Paris) e vejo as plantas estranhas de terras exóticas, parece-me que eu entro em um sonho. (Rousseau)

A composição A Encantadora de Serpente é uma obra-prima do pintor autodidata (naïf) francês Henri Rousseau, criada após ser descoberto pela vanguarda francesa. É tida como uma das mais famosas criações do artista. Foi encomendada pelo pintor Robert Delaunay, seu grande admirador,  para sua mãe, Berthe Comtesse de Delaunay, uma influente mecenas que levou o pintor alemão e colecionador  de arte Wilhelm Uhde, assim como Max Weber, a conhecer as obras de Rousseau. Tal publicidade contribuiu para que grandes nomes da arte adquirissem obras do artista francês. O mundo fantástico desta composição assimétrica, com cores brilhantes e que repassa a sensação de ser bidimensional, o pintor faz uso de inúmeros tons de verde e anuncia o surrealismo — um novo estilo.

Uma personagem feminina curvilínea, vista contra a luz de uma lua cheia que desenha sua silhueta e intensifica o brilho de seus olhos, trazendo mais mistério à cena, posiciona-se de frente para o observador, numa selva exótica em meio a alguns animais, na mais perfeita harmonia. Seus olhos brilhantes intensificam o mistério do cenário. Ela se encontra nua, possui cabelos compridos, jogados para trás, que vão até a dobradura dos joelhos. Toca uma flauta de madeira. Em torno de seu pescoço, descendo pelo tronco, contornando os seios, está uma imensa cobra. Outro ofídio, enrolado num tronco de uma árvore, à direita, ergue seu corpo volumoso e paira sua cabeça acima da mulher. Um flamingo, próximo a duas cobras que dançam, também parece hipnotizado pela música que emana do instrumento musical.

A natureza exuberante — apesar de apresentar uma intensa harmonia com a encantadora de serpente — repassa uma atmosfera de tensão, sem qualquer vestígio de idílio. Três tufos de uma mesma planta em primeiro plano, à esquerda, parecem chamegar. Atrás da mulher está um rio e, mais adiante, ao fundo, a continuidade da mata. Uma lua esbranquiçada e redonda paira no céu claro, mas fosco, refletindo-se nas águas do rio que banha a selva. A lua é também responsável por permitir que o observador possa enxergar a cena, ainda que essa se mostre obscurecida pela noite.

O artista usou vários tons de verde com o objetivo de expressar profundidade e espaço na sua obra. A pintura é feita em camadas. Os padrões entrelaçados de folhas e flores também trazem profundidade, mesmo sem a presença de uma perspectiva linear tradicional. Ele pintou ondulações horizontais na água a fim de intensificar a sensação fantasiosa de imobilidade.

Os artistas acadêmicos Félix Auguste Clément e Jean-Léon Gérôme aconselharam Rousseau a permitir que sua única mestra fosse a natureza, tamanho era o encanto que sentiam por suas obras.

Ficha técnica
Ano: 1907
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 169 x 189,5 cm
Localização: Museu d’Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Rousseau/ Editora Taschen
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
http://www.rivagedeboheme.fr/pages/arts/oeuvres/rousseau-la-charmeuse-de-serpents-1907.html

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Rousseau – O SONHO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A mulher adormecida em cima do sofá, sonha que foi transferida para este bosque e que está a ouvir os sons do encantador de serpentes. O motivo do canapé inserido nesta pintura, desve-se a esse fato. (Rousseau)

A imagem irradia beleza, isso é indiscutível. Creio que ninguém vai rir este ano. (Guillaume Apollinaire)

É com Rousseau que podemos falar de a primeira vez do Realismo Mágico. (André Breton)

A composição O Sonho é uma obra-prima do pintor francês Henri Rousseau, que traz como tema a selva, perfazendo um total de vinte e seis telas com essa mesma versão. Este é o último dos quadros com motivos selváticos, o maior deles e também o último do artista. O mais interessante é notar que, de um quadro para outro, a criatividade Rousseau foi ficando cada vez mais aguçada. Nesta tela, em particular, segundo informações, existem mais de vinte tons de verde, sendo considerada uma obra-prima da arte moderna. Todos os pormenores são cuidadosamente trabalhados (haste, folha, flor, etc). trata-se de um dos mais belos ícones da pintura visual. Esta obra foi exposta no Salão dos Independentes, poucos meses antes do falecimento de artista francês.

Em sua criação, o pintor deixa bem claro que se trata de um sonho, daí a razão de a mulher encontrar-se reclinada e nua na tela, à esquerda, numa espécie de sofá de estilo francês, no meio da selva. A retratada é Yadwigha, amante polonesa da juventude do pintor. Arrebatada, ela aponta para o encantador de serpente, ali naquele mundo surreal, que se desenrola em seu derredor, composto por uma paisagem exótica, com folhagens variadas e diversos tipos de animais, dentre os quais são vistos aves, macacos, felinos, um elefante e uma cobra. Enquanto a leoa traz os olhos voltados para a sonhadora mulher, o leão mira o observador com seus olhos perscrutadores.

Um nativo negro, encantador de serpentes, vestindo uma saia colorida e tocando um instrumento de sopro semelhante a uma flauta, ocupa quase que a parte central da composição. Seu corpo mistura-se com o escuro da folhagem, mas seus olhos brilhantes destacam-se, chamando a atenção do observador, a quem fita intensamente. Apesar de tênue, a lua-cheia joga sua luz sobre a selva, deixando-a a descoberto para ser admirada. Uma cobra escura, com barriga alaranjada, ondula em meio à vegetação colorida, lembrando as curvas dos quadris e da perna da jovem mulher, enquanto gigantescas e coloridas flores circundam-na.

Embora nunca tivesse deixado seu país, Rousseau transpôs para alguns de seus quadros um mundo fantástico, no qual a natureza é senhora absoluta. Nesta sua última obra, assim como a folhagem entrelaçada da floresta, ele fundiu o exótico e o comum, a selva representativa de um mundo distante e misterioso e o divã, comum ao chamado mundo civilizado, numa junção dos dois extremos. As cenas sobre a selva, criadas pelo artista, foram inspiradas pelas visitas que fazia ao Museu Paris de História Natural, e também aos jardins botânicos e estufas, e pelas revistas populares à época.

Nota: conheça os detalhes desta pintura, acessando o link abaixo. Não se esqueça de marcar “traduzir”:

http://artsnfood.blogspot.com/2013/11/closely-looking-at-heri-rousseaus-dream.html

Ficha técnica
Ano: 1910
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 204,5x 298,5 cm
Localização: Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, EUA

Fontes de pesquisa
Rousseau/ Editora Taschen
http://www.henrirousseau.net/the-dream.jsp
http://www.visual-arts-cork.com/paintings-analysis/dream-rousseau.htm

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Braque – CASAS DE L’ESTAQUE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Tudo reduz – lugares e figuras e casas – a esquemas geométricos, a cubos. (Louis Vauxcelles)

Georges Braque, ao passar o verão de 1908 em L’Estaque, sul da França, criou uma série de paisagens com edifícios em estilo cubista analítico. Ao ver tais pinturas, o marchand Daniel-Henri Kahnweiler, surpreso com sua originalidade, aceitou promover seu trabalho e o de Picasso. Nesse mesmo ano organizou uma exposição em sua própria galeria. Ali se encontrava a obra intitulada Casas de L’Estaque que foi responsável por dar nome ao estilo cubista, quando o crítico francês de arte — Louis Vauxcelles — avaliou-a negativamente e usou o nome “cubismo” no artigo que escreveu na famosa revista Gil Blas, no qual criticava Braque por criar quadros que reduziam tudo a “contornos geométricos”.

O artista apresenta em sua obra uma distribuição de volumes regulares sobre a superfície da tela. Os motivos referentes a árvores e casas — ainda possíveis de serem identificados — são reduzidos a meros elementos da linguagem visual. O conjunto de edifícios é facilmente identificável. Sua posição no espaço é indicada por superposição e mudanças de escala, contudo, a realidade mais concordante ali presente é a que diz respeito à própria pintura.

A paisagem — primeira tentativa do pintor em produzir uma nova linguagem pictórica — é dominada pelos tons verdes, terra e cinza, mostrando uma forte influência do pintor francês Paul Cézanne, cujo estilo corresponde à fase chamada de “Cubismo de Cézanne”. As casas em forma de cubos amontoam-se umas sobre as outras, como se formassem um castelo. Entre elas surgem algumas árvores, sendo que um tronco tomba em diagonal para a esquerda. Toda a tela é tomada por tais elementos. Não se vê o horizonte e nem o céu. A sombra de cada elemento dá vida a seu volume, trazendo profundidade à composição.

Com esta pintura, o artista põe fim à sua fase fauvista que durou cerca de dois anos. Viria daí um dos mais importantes movimentos da arte contemporânea, nascido da parceria entre Georges Braque e o espanhol Pablo Picasso, que daria o passo inicial com “As Senhoritas de Avignon”. Da colaboração entre os dois pintores surgiriam as bases do Cubismo que levaria aos extremos os limites da abstração.

Ficha técnica
Ano: 1908
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 73 x 59,5 cm
Localização: Museu de Arte, Berna, Suíça

Fontes de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultura
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
http://www.unesco.org/artcollection/NavigationAction.do?idOeuvre

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Léger – TRÊS MULHERES

Autoria deLu Dias Carvalho

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Não é a beleza da coisa que importa à pintura, mas sim os meios que se adota para recriar o objeto, mesmo que seja apenas um prego. A unha deve manter a sua dignidade como um objeto. Uma unha pintada deve ter a mesma importância que um rosto. (Léger)

Eu tinha quebrado o corpo humano, agora torno a recompô-lo, a reencontrar o rosto. Além do mais, sempre utilizei a figura humana. Ela se desenvolveu lentamente em direção a uma figuração menos realista, menos esquemática. (Léger)

A composição Três Mulheres, também conhecida como O Grande Desjejum, é uma obra-prima do pintor normando Fernand Léger. É, sem dúvida alguma, o trabalho  mais conhecido e famoso do  artista, tendo sido exibido pela primeira vez no Salão de Outono em 1921. O artista levou dois anos para concluir seu meticuloso trabalho que, através de uma refeição conjunta, mostra como era fácil viver tal experiência na modernidade.

A pintura de Léger apresenta três mulheres nuas, com detalhes ampliados de certas partes do corpo, participando de um desjejum. O artista aqui abre mão de sua experimentação no uso de cores, estilos, formas, espaço, etc., para criar uma obra universal ou clássica na história da arte, que é o nu feminino. É como se ele estivesse deixando para trás suas experiências mais ousadas, para retomar aquilo que é conhecido como “retorno à ordem”.

As três mulheres nuas, duas reclinadas e uma sentada de frente para o observador, bebem algo quente, possivelmente chá ou café, como indica a xícara na mão de uma delas, a que traz um livro no colo. Elas se encontram num ambiente muito bem decorado, aparentando ser um moderno apartamento.

As mulheres possuem formas arredondas, com destaque para os seios, nádegas e rótulas, e pele não suave, mas polida e firme. A cor da pele amarronzada de uma delas difere da pele clara das outras duas. Possuem longos cabelos pretos, estilizados e penteados para um dos lados, rosto redondo e expressão indiferente, desprovida de emoção, como se tudo ali fosse rotineiro e simplista. Os demais objetos, que compõem a pintura, possuem forma regular e realista. Figuras humanas e objetos têm a mesma importância na composição do artista.

A falta de formosura nas mulheres, com suas características faciais simplificadas e similares, leva o olhar do observador para o fundo da composição, maravilhosamente trabalhado, e para as coisas em volta delas. Existem inúmeros objetos espalhados por todo o quadro: vaso, mesas, copo, bandeja, xícara com pires e colher, sofá, elementos decorativos, etc.

Até mesmo um cãozinho negro é visto à direita, deitado no sofá. O pintor usa sombreamento na definição da curvatura das mesas, sofá e partes dos corpos femininos. Há uma profusão de cores em toda a pintura que é ao mesmo tempo moderna, clássica e intemporal. É uma das obras mais conhecidas do Cubismo.

Ficha técnica
Ano: 1921/22
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 251,5 x 183,5 cm
Localização: Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA

Fontes de pesquisa
https://utopiadystopiawwi.wordpress.com/purism/fernand-leger/three-women/
http://www.theartstory.org/artist-leger-fernand.htm
http://www.art-newzealand.com/Issues1to40/leger.htm

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Seurat – TARDE DE DOMINGO NA GRANDE JATTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Eu pintei assim, porque queria obter algo novo – um tipo de pintura que fosse só meu. (Georges Seurat)

A composição denominada Tarde de Domingo na Grande Jatte é uma obra-prima do neo-impressionista francês Georges Seurat que à época estava com 30 anos, portanto, no auge de sua maturidade. Trata-se de uma pintura monumental, tendo o pintor levado dois anos para concluí-la. Até então, o artista fazia parte do grupo de impressionistas, embora não tivesse abraçado o estilo totalmente. Quando sua pintura foi apresentada numa exposição em 1886, no Salão dos Independentes, ela causou um grande escândalo e serviu de zombaria para os críticos, além de despertar o riso do público.

Uma obra como esta era inédita na arte. O pintor usou as árvores e as figuras humanas de pé para criar linhas verticais. O mesmo rigor matemático é visto nas horizontais. A mulher segurando uma sombrinha vermelha e uma garota com roupa branca formam o centro calculado da tela. O artista abriu mão de cores vivas e permitiu mínimos movimentos em seu quadro. Tudo nele é diferente, quer pelo tema incomum, com elementos poéticos e simbólicos, quer pela técnica usada, até então desconhecida, na qual  busca a percepção da luz.

O artista apresenta um grupo de parisienses à margem do rio Sena, durante uma tarde de domingo. Ali estão presentes oito figuras humanas, três cachorros, um macaco e oito barcos. Muitas das figuras estão debaixo das árvores ou de sombrinhas. São pessoas das mais diferentes classes sociais, como é possível identificar através das roupas. A impressão que se tem é que o pintor pediu que as pessoas ficassem estáticas para serem fotografadas, embora certas cenas esbocem um pouco de movimento, como a garota correndo, borboletas voando e o cãozinho com laço no pescoço, também correndo, situado em primeiro plano.

No canto direito inferior, em primeiro plano, um casal vestido de acordo com a moda dos anos de 1880, visto de perfil, observa o cenário. A mulher segura pela correia um macaco-prego, atado pela cintura. Uma outra correia supostamente pertence ao cãozinho com um laço no pescoço que é deixado livre para brincar. Sua dona veste um corpete de espartilho e saia com anquinhas e traz uma sombrinha aberta, enquanto o homem segura uma bengala debaixo do braço e traz na mão um cigarro. A presença do macaco chama a atenção, porque foi adicionado bem depois da obra pronta, embora o pintor tivesse tal animal sempre presente em seus trabalhos. O macaco era associado à prostituição, sendo a mulher que o conduz, tida como um tipo bem coquete. O fato é que não se conhece a explicação real para a presença do bichinho no quadro. Qual teria sido a intenção do artista?

No canto inferior, à esquerda, estão um remador com o corpo reclinado, fumando seu cachimbo; uma dama de classe média com o leque no gramado, fazendo tricô, e um homem bem vestido, usando cartola e segurando uma bengala. Também se encontram no quadro um homem tocando trompete, dois soldados vigiando o local, remadores, mulheres pescando ou sentadas sobre o gramado, crianças, um casal abraçado, outro casal andando, etc.

Para fazer esta tela, Georges Seurat fez inúmeras visitas à Grande Jatte – ilha localizada no rio Sena – aonde as pessoas iam aos domingos para divertir-se. O local não era visto com bons olhos, pois prostitutas vendiam sexo nas suas margens, fingindo que estavam pescando, para que os policiais não as reconhecessem, pois a prostituição era proibida. Alguns críticos de arte têm como prostitutas algumas mulheres presentes neste quadro.

Seurat fez 38 esboços a óleo e 23 desenhos preparativos para esta obra, daí a razão do tempo gasto na sua feitura. O mais interessante é que esta pintura foi criada em seu ateliê e não ao ar livre, ao contrário dos trabalhos dos impressionistas. Como modelos para suas figuras, ele usou estampas de moda, retiradas de revistas. Em sua obra usou cores puras fragmentadas. Os pigmentos são misturados pela olho, quando vistos a certa distância, técnica também conhecida como pontilhismo, vindo a ser muito usada por outros artistas. Uma Tarde de Domingo na Ilha da Grande Jatte é a obra mais importante do pontilhismo. Paul Signac foi aluno de Seurat e ajudou-o a desenvolver o novo estilo.

Na confecção de sua obra, Seurat pintou-a primeiramente usando a técnica dos impressionistas. A seguir ele acrescentou uma camada de pontilhismo. É interessante notar que a menininha de branco não foi coberta pelo pontilhismo. A moldura do quadro, pintada na própria tela por Seurat, segue a mesma técnica.

Ficha técnica
Ano: 1884-1886
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 205 x 304 cm
Localização: The Arte Institute of Chicago, EUA

Fontes de pesquisa
Arte em detalhes/ Publifolha
http://obviousmag.org/archives/2012/10/uma_tarde_de_domingo_na_ilha_de_grande_jatte.html

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