Arquivo da categoria: Fotografias

Textos, fotos e endereços de vídeos

A FOTO MAIS FAMOSA DE CHE GUEVARA

Autoria de Lu Dias Carvalho

 Mojica123456    Mojica1234567

O retrato de Guevara é a mais famosa fotografia do mundo e um símbolo do século XX. (Instituto de Arte de Maryland)

Trata-se da imagem mais reproduzida da história da fotografia. (Victoria e Albert Museum)

A imagem de Korda transformou-se num idioma ao redor do mundo. Transformou-se num símbolo alfa-numérico, num hieróglifo, um símbolo instantâneo. Ela reaparece misteriosamente sempre que há um conflito. Não há nada na história que funcione desse jeito. (Jonathan Green, diretor do Museu de Fotografia da Universidade da Califórnia)

Como defensor dos ideais pelos quais Che Guevara morreu não me oponho à sua reprodução por aqueles que desejam difundir a sua memória e a causa da justiça social por todo o mundo. (Alberto Díaz Gutiérrez)

Alberto Díaz Gutiérrez (1928-2001), fotógrafo cubano, também conhecido por Alberto Korda é responsável por uma das fotos mais conhecidas de Che Guevara, Guerrilheiro Heroico, que viria a se transformar num ícone e que, por sua vez, tornou o fotógrafo mundialmente conhecido.

Korda fotografava os palestrantes por ocasião de um funeral coletivo em Cuba, 75 vítimas de um bombardeio no porto de Havana, quando avistou Che, rapidamente, em meio às autoridades numa tribuna, mas tempo suficiente para que tirasse duas fotos, em 5 de março de 1960. O guerrilheiro tinha 31 anos na ocasião.

Che Guevara não percebeu que estava sendo fotografado. Seu olhar vagava para longe, cheio de dor e raiva. Korda fez uma versão recortada da foto tirada, que foi pendurada em seu estúdio. Tempos depois, deu duas cópias da fotografia a um editor italiano, Giangiacomo Feltrinelli que, ao retornar à Itália, espalhou milhares de pôsteres para alertar as pessoas sobre os perigos que Che corria na Bolívia.

A imagem capturada por Alberto Díaz Gutierréz voltou à cena quando Guevara foi executado nas selvas da Bolívia, em 1967. Ao anunciar ao mundo a execução do médico Che Guevara, Fidel Castro tinha como pano de fundo um cartaz com a mesma imagem.

Pôsteres com a imagem de Che tomaram as ruas das cidades de Cuba. A partir daí, a foto transformou-se num ícone de sua rebeldia contra o status quo, sendo reproduzida em camisetas, capas de disco, anúncios publicitários, etc.  Alguns acreditam que se trata da imagem fotográfica mais reproduzida em toda a história.

A foto de Che Guevara foi reproduzida nas mais diferentes partes do mundo, mas Korda nunca exigiu nenhum pagamento por ela, pois imaginava que só faria expandir os ideais do ídolo. Só se opôs à comercialização da imagem num anúncio de vodca.

Em 2007, Aleida, filha de Guevara, concedeu entrevista ao New York Times, protestando contra o uso abusivo da imagem do pai:

Não estamos atrás de dinheiro. Só queremos o fim do abuso. Ele pode ser uma pessoa universal, mas respeitem a sua imagem.

O artista irlandês, Jim Fitzpatrick, reproduziu a imagem de Che Guevara em inúmeras variações: vermelho e preto, preto e branco, preto e branco com uma estrela vermelha, etc.

Fontes de pesquisa:
Tudo sobre fotografia/ Editora Sextante

Views: 16

A BENETTON MOSTROU O ROSTO DA AIDS

Autoria de Lu Dias Carvalho Moj1

Nunca tivemos nenhum receio em permitir que a Benetton usasse a foto de Therese em seu anúncio. Nós sentimos que era a hora de as pessoas verem a verdade sobre a AIDS. (Mãe de Kirby)

Eu perguntei ao David se ele se incomodava em ser fotografado, e ele me respondeu: ‘Isso é bom, desde que não seja para lucro pessoal.’ Até hoje eu não cobro ou recebo nenhum centavo pela imagem. David era um ativista, e queria passar a informação para o mundo de como a AIDS estava devastando as famílias e as comunidades. (Therese Frare)

Escute, Therese, o pessoal da Benetton não se aproveitou de nós ou nos explorou. Nós é que nos aproveitamos. Por causa deles, a foto foi vista em todo o mundo, e isso é exatamente o que o David queria. (Pai de Kirby)

O fotógrafo Therese Frare fotografou David Kirby, 32 anos, um ativista gay nos anos 1980, vitimado pela AIDS, prestes a exalar o último suspiro, em novembro de 1990. Assim que descobriu que estava contaminado pelo vírus da AIDS, David relatou o fato à sua família, da qual se encontrava afastado, dizendo que desejava morrer perto dela.

A foto retratando David Kirby em seus momentos finais recebeu o título de Os Últimos Momentos de David Kirby, sendo publicada na extinta revista Life, em preto e branco. Participou do concurso World Press Photo e de 1991, levando o prêmio Budapeste.

Ao ser usada numa versão colorizada, o que a tornava ainda mais chocante, para uma campanha da marca italiana Benetton, em 1992, a foto Os Últimos Momentos de David Kirby gerou um grande conflito, dividindo a crítica. Para alguns, alertava as pessoas em relação aos perigos da AIDS. Outros, entretanto, viam nela um incentivo à homofobia.

Foi questionada a ética da Benetton por usar imagens com o objetivo de chocar o observador. E, mesmo tendo comprado os direitos da foto, contribuindo com uma fundação de combate à AIDS, uma famosa instituição de caridade de ajuda aos aidéticos foi dura com a Benetton, alegando que, ao usar a foto naquele contexto, estava afrontando as vítimas da doença. A Benetton defendeu-se alegando que sua intenção era levar as pessoas a refletirem sobre a epidemia da AIDS que se alastrava pelo mundo.

O mais intrigante na campanha da Benetton é que ela não apresentava qualquer produto, além de associar à marca uma imagem negativa, ou melhor, a única referência à marca italiana estava no seu logotipo. Muitas pessoas viam no rosto cadavérico de David Kirby uma grande semelhança com o rosto de Cristo crucificado.

Na imagem, muitas mãos tentam confortar o corpo dorido de Kirby, com seu olhar perdido. Mãos fortes e cheias de vida circundam suas mãos débeis, num contraste doloroso. À esquerda do enfermo está Peta, um cuidador do asilo para pacientes com AIDS, também acometido pela doença. O pai de David abraça sua cabeça e toca sua face escavada com o rosto. Sua irmã abraça sua filha, protegendo-a de tão sofrida visão.  Na parede, atrás da cama do doente, um quadro mostra Jesus Cristo com suas mãos estendidas.Mãos que sofrem. Mãos que afagam. Mãos que protegem. Mãos que amparam.

Há um grande contraste entre o corpo esquelético de Kirby e os corpos rechonchudos de seus familiares. O relógio no braço do enfermo, extremamente pesado para a fragilidade de seu punho, parece apenas marcar o pouco tempo que ainda lhe resta para respirar.

Nota:
Quem quiser conhecer com mais profundidade a história de David Kirby acesse:
http://colunas.revistaepocanegocios.globo.com/lospantones/2010/12/06/a-historia-da-foto-que-mostrou-a-aids-para-o-mundo/

Views: 20

FOTO DE FORMATURA – DUBAI

Autoria de Lu Dias Carvalho

dubai

A maior importância da foto de formatura é que, mais tarde, quando mais velho, você poderá se lembrar de seus colegas de classe… (Mas cadê eu?)

Digam o que quiserem, mas não há povo mais criativo do que o brasileiro. Prova disso são os e-mails enviados pela internet. E por mais cansativo que tenha sido o dia, não há como deixar de dar uma boa gargalhada. A gente ri mesmo, porque rir faz bem ao coração e à vida, já que ela é tão finita. É possível rir até das jocosas mensagens que apregoam desde o fim do Brasil ao fim do mundo, atribuídas a esse ou àquele figurão, que depois vai à tevê e diz que não possui twitter, não faz parte de rede social e nunca escreveu coisa alguma. Mas a gente ri do mesmo jeito, enquanto gira o planeta, quer em translação quer em rotação, e, enquanto estamos por aqui, uai.

Dias atrás, conversando com uma amiga que mora na Suíça há 15 anos, ela me disse que não consegue se esquecer da alegria do povo brasileiro, pois sorriso naquelas plagas é coisa rara. E se é tempo de frio, o bicho pega. Nem vizinho dá “Oi!”, mercadoria em falta no mercado europeu de modo geral, ainda mais agora com o nível alarmante de desemprego e com a inflação tomando o caminho do céu. E o meu amigo que chegou da Europa, depois de um “rolé” mundo afora, disse-me que irá brigar com quem falar mal de seu país verde e amarelo, depois do que viu, sentiu e viveu nas bandas de lá, onde a coisa está feia, numa desordem geral, pois até assalto a joalheria ele presenciou na Cidade das Luzes: Paris. E pior, foi assaltado em Roma. Será que o mundo está acabando?

Voltando ao riso, não pude contê-lo, ao receber do meu amigo Geraldo Magela, cidadão do mundo, a foto acima, com os dizeres:

A maior importância da foto de formatura é que, mais tarde, quando mais velho, você poderá se lembrar de seus colegas de classe… (Formandos de 2013 – Faculdade de Arquitetura – Universidade de Dubai)

Somente isto, acompanhado da foto. E a perspicácia de cada um complementa o resto.  Será que alguém pode ficar imune ao riso? Duvido!

Views: 1

O HOMEM DE PILTDOWN

Autoria de Lu Dias Carvalho

      homem2      homem23

“A vigarice é um fenômeno essencialmente urbano, diferentemente de outras formas de tramoia existentes no passado.” (José Augusto Dias Júnior)

O Homem de Piltdown, também conhecido como Ecanthropus Dawson, trata-se de um embuste armado pelo arqueólogo amador Charles Dawson, em 1912. O fóssil foi encontrado em escavações feitas em Piltdown, no Reino Unido. Sua mandíbula era parecida com a de um primata, com dois molares, e o crânio era semelhante ao de um humano.

O charlatão apresentou ao Museu de História Natural de Londres sua descoberta, encontrada num sítio arqueológico, cuja idade era calculada em um milhão de anos. Quarenta anos depois, após ter maravilhado o mundo, descobriu-se que O Homem de Piltdown fora forjado por Dawson, que criara o falso fóssil fazendo a junção de um crânio humano com um maxilar de macaco, depois de envelhecê-los com maestria.

Durante décadas, um número incalculável de visitantes acorreram ao Museu de História Natural de Londres, embasbacados com o fóssil do antepassado, mas que na verdade fora criado por um espertalhão.

O anúncio feito à Ciência pelo fraudador teve sérias consequências à época, pois atrapalhou a propagação de outras descobertas importantes sobre a evolução humana, como a do Australopithecus africanus, nos anos 1920. Sem falar que despertou na sociedade certa desconfiança em relação às descobertas científicas ligadas à evolução humana, o que ainda persiste em certas pessoas até hoje.

O Australopithecus africanus foi a primeira descoberta de uma verdadeira espécie humanoide que viveu na África. Porém, ela mostrava exatamente o contrário de Piltdown, ou seja, um cérebro do tamanho do de um primata com mandíbula e dentes parecidos com os de humanos”, explicou Chris Stringer, chefe do departamento de origens humanas do Museu de História Natural em Londres. Segundo ele, importantes cientistas da época, como Arthur Keith e Elliot Smith preferiram acreditar que Piltdown indicava os caminhos verdadeiros da evolução humana. Ou seja, tomaram a direção errada, confiantes num embuste.

Como podemos deduzir, os embusteiros encontram-se em todas as áreas do conhecimento humano.

Fonte de pesquisa:
Os Contos e Os Vigários – José Augusto Dias Júnior
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2012-12-12/fraude-do-homem-de-piltdown

Views: 5

Bill Gekas – MENINA COM BRINCO DE PÉROLA

Autoria de Lu Dias Carvalho

berz123456

O premiadíssimo fotógrafo australiano, Bill Gekas, usou sua filhinha Athenas, de cinco, anos como modelo, recriando várias pinturas do século XVII. A releitura é maravilhosa, capaz de nos deixar com o queixo caído. São relembradas obras de pintores famosos como Rembrandt, Vermeer, Caravaggio e Rubens, dentre outros.

Bill Gekas possui obras publicadas em inúmeras revistas de arte, livros e na mídia de modo geral, em todo o mundo. Embora faça trabalhos encomendados, é a sua filhinha sua modelo preferida.

Quem seria capaz de não sucumbir aos encantos desta garotinha fofa, com seus brincos de pérola, lembrando o maravilhoso quadro de Jan Vermeer, Moça com Brinco de Pérola? Confesso que fiquei apaixonada e, por isso, eu nomeei a fotografia como Menina com Brinco de Pérola.

Vejam neste blog:
Vermeer – MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA

Views: 4

A TARTARUGA GIGANTE DE GALÁPAGOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

sebast.

O maior requisito de um artista é a sensibilidade, terreno fértil que lhe permite captar aquilo que permanece alheio às outras pessoas. É dessa sensibilidade à flor da pele que Sebastião Salgado fala-nos, ao contar como conseguiu fotografar uma tartaruga gigante, pesando cerca de 200 quilos.

Estava o artista na ilha Isabela, em Galápagos, no Equador, quando se viu diante de uma gigantesca tartaruga. E, como fotógrafo, imediatamente lhe veio a vontade de registrar esse encontro. Mas sempre que se aproximava da musa, ela se afastava, ainda que lentamente, mas o suficiente para não lhe proporcionar um bom clique, pois o artista é sempre perfeccionista.

O fotógrafo intuiu, então, que estava lhe faltando a maneira certa de aproximação. Lembrou-se do respeito e carinho que dedica às pessoas que fotografa, sem nunca se mostrar incógnito, mas se apresentando e interagindo com elas, de modo a formar um elo de empatia. Por que não fazer o mesmo com aquele animal à sua frente, de modo a ganhar sua confiança?

Sebastião Salgado fez-se então tartaruga. Abaixou-se e se pôs a caminhar próximo dela, com as palmas das mãos e os joelhos no chão. A tartaruga, sentindo-se segura, como se tivesse um igual ao lado, não mais se retraiu. Ao contrário, quando o artista movimentou-se para trás, ela caminhou em sua direção, como se dissesse que estava pronta para ser fotografada. Mais uma vez ele recuou, e mais uma vez ela veio em sua direção, permitindo que ele a analisasse calmamente. Após sentir que o artista respeitava-a, assim como prezava seu território, a musa Chelonoidis nigra deixou-se fotografar, sem nenhum chilique de estrelismo.

Curiosidades:
As tartarugas-gigantes-de-Galápagos são as maiores da espécie, existentes nos dias de hoje, podendo chegar a 400 quilos. Antes que o homem descobrisse as Ilhas de Galápagos, no século XVI, cerca de 15 subespécies de tartarugas gigantes habitavam ali. Atualmente, existem apenas 10. Como não poderia deixar de ser, o grande responsável pelo desaparecimento das 5 subespécies é o homem.

Os marinheiros de navios caçadores de baleias e pescadores, quando aportavam naquelas ilhas, faziam das tartarugas estoques de comida. Levavam-nas vivas, uma vez que esses animais podem sobreviver sem comida e água por um longo tempo. Como as fêmeas eram menores do que os machos e podiam ser encontradas mais facilmente junto às costas, no período de desova, elas eram as primeiras a serem levadas, tornando o mal ainda maior, por acabar com as maiores responsáveis pela procriação.

Na tentativa de preservar a espécie, em 1950, foram introduzidas cabras nas Ilhas de Galápagos, para que servissem de alimentos aos marinheiros. Mas o dano foi maior ainda, pois as cabras, que faziam uso do mesmo tipo de alimento usado pelas tartarugas (são herbívoras e se alimentam de ervas, frutas, líquens, folhas e cactos), não apenas acabaram com a vegetação, como levaram a erosão ao solo. Também os ratos, que ali aportavam, vindos nas embarcações dos marinheiros, comiam seus ovos, fazendo decair consideravelmente a taxa de nascimentos. O número de indivíduos, calculado em 250 mil na descoberta das ilhas, chegou a 3 mil na década de 1970.

Fonte de pesquisa:
Sebastião Salgado, da minha terra à Terra/ Editora Paralela
http://www.tartarugas.avph.com.br

Views: 69