Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Murillo – IMACULADA CONCEIÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição religiosa intitulada Imaculada Conceição (que ao pé da letra significa “concepção sem mancha”) é uma obra tardia do pintor barroco espanhol Bartolomé Esteban Perez Murillo, que se inspirou nos pintores Guido Reni e Van Dyck para compô-la. Trata-se de um dos melhores trabalhos de seus últimos anos de vida. Este quadro foi encomendado por Justino de Neve para o Hospital de Los Venerables Sacerdotes, em Sevilha. Murillo pintou cerca de duas dúzias de representações da Imaculada Conceição ao longo de sua carreira, mas aqui retirou alguns de seus símbolos, deixando a obra mais leve.

A Virgem encontra-se de de pé sobre uma nuvem, ocupando a parte central da tela, vestida com uma túnica branca e um manto azul-marinho, jogado à sua esquerda, mas que dá uma volta às suas costas e atinge a cabeça de um pequeno anjo, a seus pés, à esquerda. O azul de seu manto simboliza o céu e os bordados em dourado simbolizam sua realeza. Seus cabelos longos e soltos caem-lhe pelas costas. Suas mãos, unidas na altura do coração, simbolizam a oração. Seus olhos voltam-se para o alto. Debaixo de seus pés vê-se uma meia lua, cuja simbologia diz que assim como a lua que não tem luz própria, mas recebe-a do sol, a luz de Maria vem de seu filho Jesus, o Sol da vida.

A presença de uma nuvem aos pés da Imaculada Conceição e de anjos alados a rodeá-la são indicativos de que a Virgem encontra-se no céu, na glória de Deus. Ela é representada com um impulso visivelmente ascendente que a coloca num espaço celestial cheio de luz, nuvens e anjos. Nesta representação o artista eliminou alguns de seus atributos tradicionais como a serpente, a torre de Davi e a coroa com 12 estrelas.

Ficha técnica
Ano: c. 1678

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 222 x 118 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

http://www.cruzterrasanta.com.br/significado-e-simbolismo-de-imaculada-
http://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-immaculate-

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Goya – HOMEM BEBENDO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Homem Bebendo, também conhecida como O Bebedor, é uma obra do pintor e gravador espanhol Francisco José de Goya y Lucientes. Trata-se de um esboço de uma tapeçaria para sala de jantar que tinha por finalidade ornamentar a sala de jantar do Príncipe e Princesa das Astúrias, no El Pardo. Mostra uma cena de época e costumes espanhóis, pertencente à mesma série de “O Guarda-sol”, em que predomina uma rica paleta de cores centradas na luz do sol que se projeta sobre as figuras.

A cena, interpretada como uma alegoria à gula, apresenta cinco personagens. Em primeiro plano encontram-se dois jovens, sentados no chão de uma floresta. Um deles bebe um líquido saído de um odre, enquanto o outro que se encontra mais atrás, segura uma bengala e come um nabo. No chão encontram-se um pedaço de pão e mais duas raízes de nabo. Três personagens posicionam-se à direita, num local mais baixo, banhados pela luz do sol. Eles parecem não prestar atenção à cena que se desenrola à frente deles.

O garoto com a bengala e o cego bebendo são os principais personagens da novela picaresca intitulada “Lazarillo de Tormes”.

Ficha técnica
Ano: 1777

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 107 x 151,5 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-drinker

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El Greco – A CRUCIFICAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição religiosa intitulada A Crucificação é uma obra do pintor, escultor e arquiteto grego Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido por El Greco, que passou grande parte de sua carreira na Espanha. O artista é tido como o maior criador de composições excelentes, que nada têm de esquemáticas e repetitivas, sendo um pesquisador incansável de novas formas de representação, além de ser extremamente imaginativo. Este quadro foi provavelmente pintado para o sótão do retábulo da igreja do Augustine College of Maria de Aragão, em Madrid.

A composição religiosa intitulada Crucificação retrata Jesus Cristo crucificado, no Monte Calvário. A gigantesca cruz que sustenta seu corpo flagelado e sem vida ocupa a parte central da tela, estando rodeada por vários personagens. O corpo do Salvador, coberto desajeitadamente na genitália por um pano branco, parece iluminado, no meio da noite. A luz meio fantasmal, que aumenta a irrealidade dos personagens, as cores altamente contrastantes e o formato vertical dão grande intensidade dramática à cena.

A Virgem Mãe, de pé, encontra-se à esquerda, com as mãos entrelaçadas. Seu rosto, direcionado ao filho, mostra um pungente sofrimento. Ela usa um vestido vermelho e um manto azul que se espalha pelo chão. Maria Madalena, ajoelhada, encontra-se à direita. Ela abraça o madeiro com sua mão direita e, com a esquerda, limpa o sangue que nele escorre, usando um pano branco. Atrás dela, de pé, está São João Evangelista, vestido com uma túnica verde, coberta por um manto vermelho. Seu gesto é de doloroso sofrimento.

Próximo a Maria Madalena um anjo, magistralmente suspenso, e de costas para o observador, traz um pano na mão direita, com o qual recolhe o sangue que respinga dos pés de Cristo. Mais acima, abaixo dos braços de Jesus, estão postados dois anjos, um de cada lado. O de túnica vermelha apara, com a mão esquerda, o sangue que escorre da mão do crucificado e, com a direita, o que jorra de sua ferida abaixo do peito. O anjo de amarelo e branco recolhe, com as duas mãos, o sangue que desce abundantemente da mão e do braço do Salvador. O sangue também jorra sobre a cabeça dos dois anjos.

Ficha técnica
Ano: 1597

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 312 x 169 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/the-crucifixion

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Ticiano – ADÃO E EVA

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição religiosa denominada Adão e Eva, também conhecida como Adão e Eva no Jardim do Éden, e ainda A Queda do Homem, é uma obra do pintor renascentista italiano Ticiano Vecellio, retratando o “pecado original”. O artista fez deste tema uma única obra, que foi danificada pelo fogo, em 1734, sendo restaurada, sem muito cuidado, pelo pintor Juan de Miranda, e assim chegou até nós.

A cena que acontece ao ar livre, numa montanha, mostra Adão e Eva no Paraíso, debaixo de uma macieira. As figuras são esculturais, em especial a de Eva que toma boa parte da tela, com seu corpo forte, luminoso e meio desajeitado, tombado em direção à árvore. Através do gesto de Adão, sentado à esquerda, com sua anatomia rígida, é possível deduzir que ele tenta impedir que sua companheira aceite o fruto proibido, oferecido pelo pequeno diabo, em forma de criança, e coma-o. Seus olhos também suplicam para que a mulher não seja imprudente, mas ela traz seu olhar levantado para a fruta.

O primeiro homem cobre sua genitália com as folhas de uma segunda árvore, uma figueira, postada atrás dele, enquanto Eva usa um galho da macieira. Aos pés dela está deitada uma raposa e atrás há uma planta com flores vermelhas. A macieira possui um alto e volumoso tronco, que se interpõe entre os dois personagens que dão título à obra. Ao lado da exuberante folhagem, o tronco equilibra o volume desses.

Chama a atenção a maneira não natural com que a primeira mulher pega o fruto, se observarmos a posição de seu antebraço e sua mão. É provável que o artista não quisesse esconder a maçã, elemento muito importante para a narrativa. A dureza do corpo de Adão também parece ligada ao fato de ele ter sua nudez coberta, não podendo se levantar, o que levaria o galho da figueira a cair.

Ficha técnica
Ano: c.1550

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 240 x 186 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/adam-and-

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Weyden – PIETÁ

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição intitulada Pietá é uma obra do pintor holandês Rogier van der Weyden, um dos mais importantes nomes do gótico flamengo. Esta obra, para alguns, trata-se de um excelente exemplo de uma pintura de alta qualidade, mas executada por assistentes de Rogier, enquanto outros a atribuem ao mestre. Existe um número significativo de imitações, inclusive esta, feitas a partir da versão de Bruxelas, sendo que, aqui, o doador encontra-se no lugar de Maria Madalena.

A pintura apresenta o corpo de Cristo nos braços da Virgem Maria e de José de Arimateia. Encontram-se eles sobre uma rocha, tendo abaixo a figura do doador, que foi alterada durante o transcorrer da pintura. A Virgem usa um elaborado manto roxo e traz a cabeça coberta com um véu branco, que só deixa seu rosto a descoberto. Sua mão direita ampara delicadamente a cabeça do Filho, na qual encosta seus rosto choroso, enquanto a mão esquerda abraça-o pela cintura, logo abaixo da ferida, de onde escorre o sangue que atinge a coxa direita.

O corpo magro de Cristo, já lívido, está amparado por sua mãe e por José de Arimateia. Traz os braços abertos e pendurados. Seus pulsos alongados pode ser parte do realismo de Weyden, ao retratá-los, mostrando as consequências de ter sido pendurado na cruz. O alto e escuro madeiro está disposto obliquamente, voltado para o corpo de Jesus.

O doador encontra-se ajoelhado, voltado para a esquerda, observando a cena. Suas mãos estão em postura de adoração. Usa uma vestimenta vermelha e traz um capuz escuro sobre os ombros. Próximo a ele, sobre um pano branco, jaz a coroa de espinhos. Ao fundo, vê-se uma paisagem em perspectiva, onde se encontra uma cidade.

Ficha técnica
Ano: 1440/1450

Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 47 x 35 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fonte de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Mantegna – A MORTE DA VIRGEM

 Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição A Morte da Virgem é uma obra do pintor italiano renascentista Andrea Mantegna. É tida como uma obra-prima do início do Renascimento, com seu naturalismo minucioso, clareza esplêndida e grande persuasão. É uma pena que o terço superior da pintura tenha sido mutilado antes de chegar ao Museu do Prado. A parte suprimida representava Jesus Cristo recebendo a alma da Virgem. Ele se encontrava envolto por nuvens, ornamentadas com querubins. Ao fundo via-se uma cúpula de estilo arquitetônico. O fragmento de “Cristo com a Alma da Virgem”, agora em Ferrara, pode ser parte da composição original, o que não é aceito pela totalidade dos críticos de arte.

O artista retrata o último momento da vida da Virgem Maria na Terra. A obra apresenta um ambiente pequeno, ornado por sombrias colunas clássicas, onde se vê a Virgem, já bem envelhecida, em seu leito de morte, sendo velada por onze apóstolos. Quatro deles se encontram à sua cabeceira, três outros aos pés, três à sua esquerda e um à sua direita. Todos se encontram de pé, excetuando um, que se inclina sobre o corpo da Virgem. Eles apresentam fisionomias, posturas e vestimentas individualizadas. Trazem nas mãos objetos relativos ao ritual da passagem da vida para a morte: livro de oração, incensário, jarro de óleo, velas e vestimentas litúrgicas.  O ramo de palmeiras, na simbologia cristã, significa a vitória contra a Morte.

Ao fundo, vê-se uma paisagem com um lago, com a reprodução exata da ponte do Borgo do Castelo de São Jorge, em Mântua. Esta obra decorou, originalmente, a capela do referido castelo. Como as colunas parecem inacabadas no topo, é provável que tenham sido cortadas. O piso apresenta um padrão geométrico em amarelo e alaranjado. A grande janela ao fundo atua como ponto de fuga. Trata-se de uma das primeiras pinturas italianas com uma topografia reconhecível.

Nota:
Os escritores nunca se referem a Maria como moribunda; Em vez disso, ela “adormeceu”. A frase latina “Dormição da Virgem” refere-se a imagens deste adormecer, que historiadores de arte e curadores de museus rotulam, às vezes, tendenciosamente “A Morte da Virgem”. (http://www.christianiconography.info/dormition.html)

Ficha técnica
Ano: c. 1460

Técnica: painel
Dimensões: 54 x 42 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

http://www.christianiconography.info/Wikimedia%20Commons
https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/death-of-the-virgin

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