Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Masaccio – A VIRGEM E O MENINO COM ANJOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição intitulada A Virgem e o Menino com Anjos é obra do pintor italiano Masaccio. Formava a parte central de um retábulo, que foi desmembrado no século XVI, tendo suas partes atualmente em diversos lugares.

A Virgem Maria, com seu olhar distante, direcionado para sua esquerda, encontra-se agigantada no centro da composição, emoldurada por um trono de madeira com linhas retas e com a parte superior arredondada. Seu manto azul, em trabalhadas dobras, desce-lhe da cabeça aos pés. No colo traz seu Menino, a quem oferece um cacho de uvas pretas. Uma trabalhada auréola circula sua cabeça.

O rechonchudo Menino Jesus, com sua figura tridimensional, encontra-se nu. Com a mão esquerda apanha uvas na mão da Virgem, enquanto usa dois de seus dedinhos da mão direita para levá-las à boca. Um imenso halo elíptico cobre-lhe a cabeça, como se fora um chapéu. As uvas aludem ao sangue derramado na cruz e ao vinho da Última Ceia.

Ao lado do trono encontram-se dois anjos, um de cada lado, ajoelhados, em atitude de adoração. Suas asas ultrapassam a cabeça, unindo-se no alto. Na frente do trono, em primeiro plano, estão dois anjos músicos, assentados. Suas asas coloridas pendem para baixo.

Infelizmente, a obra encontra-se desfigurada pelo tempo e vem sofrendo inúmeros retoques, perdendo a beleza que ostentava. O vestido da Virgem era pintado com um vermelho translúcido sobre folha de prata, já enfraquecida, depois de quase seis séculos.

Ficha técnica
Ano: 1426

Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 134,5  x 73 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/masaccio-the-virgin-and-child

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Watteau – COMEDIANTES ITALIANOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Comediantes Italianos é uma obra do pintor e desenhista francês Jean-Antoine Watteau, que foi o primeiro e possivelmente o mais famoso dos pintores rococós. Os temas teatrais encontram-se presentes em muitos de seus trabalhos, pois o artista era muito interessado pelas obras literárias. Foi pintor de cenários de uma companhia de atores italianos em Paris. E esta é uma das telas mais famosas do criativo artista, pintada pouco antes de sua morte aos trinta e sete anos.

A trupe de quinze atores italianos é formada por homens, mulheres e crianças, organizados em dois degraus, possivelmente do teatro onde atuavam. Todos os personagens vestem trajes típicos do teatro de comédia. A presença de Pierrot, de pé, no centro da tela, a cortina vermelha puxada à esquerda e a postura de um dos atores com a mão direita apontando para o personagem originário da comédia italiana, leva o observador a pensar que o espetáculo esteja se iniciando ou sendo finalizado. As flores no chão  podem significar o agrado do público.

O Pierrot, o palhaço sentimental e ingênuo do teatro, sempre recusado pela heroína, é a figura principal na tela, destacando-se do grupo, principalmente pela cor branca cintilante de sua fantasia de cetim, que se contrapõe às dos demais. Traz os braços para baixo, presos juntos ao corpo. Sua fisionomia encerra certa tristeza. A mulher de pé a seu lado é possivelmente seu par nas histórias de amor. Outros atores do teatro cômico também se encontram na composição.

Ficha técnica
Ano: c.1720

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 64 x 76 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.32687.html

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Piero della Francesca – DÍPTICO TRIUNFAL

Autoria de Lu Dias Carvalho diptri

A composição Díptico Triunfal, também conhecida como Díptico do Duque de Urbino ou Battista Sforza e Federico da Montefeltro, é obra do pintor italiano Piero Della Francesca (c. 1416 – 1492), tido como um dos mais renomados pintores do início do Renascimento e um percussor da arte da perspectiva.  Ele foi redescoberto no século XIX por artistas, historiadores, críticos e colecionadores, como aconteceu com Sandro Boticelli e Jan Vermeer, tornando-se hoje um dos artistas mais conhecidos e admirados do Renascimento italiano. O uso que fez da cor, luz, perspectiva e precisão matemática, para obter clareza, calma e qualidade monumental continuam extasiando aqueles que têm acesso às suas obras que impressionam pela serenidade, grandeza e exatidão matemática.

O díptico mostra o casal ducal e governante de Urbino — O Duque Federico II e sua esposa Battista Sforsa — ambos de perfil, um voltado para o outro. No reverso as duas figuras estão pintadas em carros triunfais, estando ele acompanhado pelas virtudes cardinais e coroado pela vitória; e ela guardada pelas virtudes teologais e outras figuras alegóricas, representando a chegada dos dois à cidade de Urbino. Trata-se de uma pintura comemorativa em que a composição assemelha-se à tradição do medalhão. É um dos primeiros retratos do Renascimento.

A duquesa apresenta-se à esquerda e o duque à direita, pois nesta posição não se nota a ausência do olho direito do mandatário. Ambos estão eretos e imóveis. A duquesa usa um vestido escuro, cuja austeridade é quebrada apenas pela manga de brocado dourado, onde se encontram estilizadas pinhas e romãs, simbolizando a fertilidade e a imortalidade. Um luxuoso colar de pérolas com três voltas, do qual pende um enorme medalhão avermelhado, ornamenta seu pescoço. Atrás do colar de pérolas também está um grosso colar feito de pedras e ouro. Sua testa está raspada de acordo com a moda da época e seu cabelo ornamentado num belo penteado composto por tranças, fitas e joias. O conde usa um chapéu cilíndrico e um manto vermelho e mostra ombros agigantados. Seu nariz adunco e verrugas são mostrados realisticamente.

Alguns estudiosos presumem que o retrato da duquesa foi pintado quando ela já se encontrava morta, cerca de sete anos depois. Ela morreu ainda muito jovem, aos 26 anos de idade. O pintor pode ter se baseado em sua máscara mortuária para fazer o retrato. Os tons mais fortes e quentes apresentam-se em primeiro plano, mas vão esvaecendo à medida que se distanciam, trazendo a sensação de profundidade. As duas paisagens ao fundo, embora idealizadas, aludem às terras do ducado, e encontram-se em perfeita simetria. Esta paisagem em retratos é uma inovação na pintura italiana, mas de influência flamenga.

Ficha técnica
Ano: c. 1465

Técnica: têmpera e óleo sobre madeira
Dimensões: 47 x 33 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2014/03/analise-da-obraduplo-retrato-
https://es.wikipedia.org/wiki/Díptico_del_duque_de_Urbino

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Giovanni Bellini – O BANQUETE DOS DEUSES

Autoria de Lu Dias Carvalho

A tela intitulada O Banquete dos Deuses é uma das poucas obras mitológicas do pintor renascentista italiano Giovanni Bellini. É tida como o seu último grande trabalho, uma vez que o artista já tinha mais de 80 anos quando a executou, dois anos antes de morrer. Esta pintura tinha por objetivo adornar um dos aposentos de alabastro do castelo do duque Alfonso d’Este, em Ferrara. O duque em questão, anos mais tarde, recomendou duas mudanças nesta pintura.

A primeira foi feita pelo pintor italiano Dosso Dossi, responsável por uma alteração na paisagem, à esquerda, pela introdução de um faisão sobre o galho de uma árvore e a folhagem verde e cor de ouro, acima da ave, à direita. Ticiano, que fora aluno de Bellini, foi responsável pela segunda modificação. Refez a paisagem de Dosso, como agora a vemos, contudo, deixou o faisão (que também pode ter sido pintado pelo próprio duque) intacto. É possível que tenha feito tais mudanças para que a obra ficasse harmônica com sua pintura “Bacanal”, uma vez que ambas adornavam o mesmo ambiente.

Nem Dosso nem Ticiano mexeram nas figuras e nos elementos da obra de Belleni, permanecendo tais como foram pintadas pelo já idoso artista. Em razão do desbotamento, causado pelo tempo, foram restauradas as tonalidades originais e a intensidade das cores, o que deu à obra maior sensação de amplitude e profundidade.

A cena retratada, retirada de “Fastos” do poeta Ovídio, apresenta um grupo de deuses numa comemoração feita pelo deus Baco, ajoelhado sobre uma perna, próximo a um barril, enchendo uma jarra com vinho. Dentre eles estão Apolo (sentado à esquerda, bebendo vinho), Netuno (atrás da fruteira, abaixo de Pan, usando um manto vermelho), Mercúrio (com um elmo na cabeça e seu caduceu na mão) e Júpiter (com uma coroa de louros e um cálice sendo levado à boca) com a participação de ninfas e sátiros que os servem. O grupo encontra-se comendo e bebendo num ambiente pastoral, debaixo de densas árvores, num alegre festejo.

Na parte direita da composição está Príapo, deus grego da fertilidade, filho de Dionísio e Afrodite, tentando levantar a saia da ninfa Lotis. Mas, segundo a história de Ovídio, ele se viu frustrado em seu intento, pois a ninfa, que dormia sob o efeito do álcool, e por quem ele se apaixonara, acordou com o barulho feito pelo asno de Sileno (vestido de vermelho e com a mão sobre o animal), para o divertimento dos presentes. Como castigo, o pobre asno foi sacrificado ao deus do Helesponto. E Lotis, ao fugir, foi transformada num arbusto.

Chama a atenção a figura de uma ninfa, no centro da composição, com uma tigela de cerâmica branca e azul na mão. Trata-se da primeira descrição, até então conhecida, de porcelana chinesa na pintura europeia.

Ficha técnica
Ano: c.1514/1529

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 170 x 188 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.1138.html

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Veronese – JUNO DESPEJA SEUS PRESENTES…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Juno Despeja seus Presentes sobre Veneza é uma obra do pintor maneirista italiano Paolo Veronese. Faz parte da decoração do majestoso Palácio Ducal. Fica sobre o teto da Sala do Conselho dos Dez. Ao artista cabia, com sua obra laudativa, simbolizar a pujança da cidade de Veneza. Como mostra a pintura em questão, o pintor aparece, que à época tinha apenas 21 anos, sobretudo, como um exímio colorista, encantando os venezianos.

Na pintura, a deusa romana Juno, esposa de Júpiter e rainha dos deuses do Olimpo, conhecida na mitologia grega como Hera, personifica a cidade de Veneza. Ela se encontra numa nuvem dourada, de onde arremessa, tirando de dentro do chapéu do doge (magistrado supremo da antiga república de Veneza), coroas de ouro e pedras preciosas, joias e moedas de ouro, sobre a cidade de Veneza. Uma coroa de louros simboliza a paz, enquanto as joias dizem respeito ao poder real, glória e riqueza.

Abaixo da deusa Juno encontra-se uma jovem loira, bela e rica, que é a alegoria de Veneza, sentada sobre um leão, que por sua vez é o símbolo tradicional de São Marcos.

Ficha técnica
Ano: 1553

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 365 x 147 cm
Localização: Sala do Conselho Dos Dez, Palácio Ducal, Veneza, Itália

Fontes de pesquisa
Veronese/ Abril Cultural

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Tintoretto – CRISTO NO MAR DA GALILEIA

 Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Cristo no Mar da Galileia é uma obra religiosa do pintor italiano Jacopo Robusti, conhecido como Jacopo Tintoretto, e tido como o mais importante artista do maneirismo veneziano. A temática desta pintura que retrata uma passagem da vida de Cristo está contida nos escritos dos evangelistas Mateus, Marcos e João, com pequenas variações.

O pintor ilustra o momento mais tenso da passagem bíblica, quando os apóstolos, a mando de Cristo, dirigem-se para a outra margem do Mar da Galileia, sendo surpreendidos por uma violenta tempestade que deixa todos aturdidos. Segundo Mateus em seus escritos Pedro desafia o Mestre para que prove seu poder divino, andando sobre as águas. Jesus, então, aparece ao grupo em perigo, andando sobre as ondas turbulentas do mar revolto.

A cena mostra a natureza em grande fúria. O vento furioso agita as ondas que envolvem o barco e infla a vela, dobrando o mastro. No céu nuvens pesadas e baixas mostram-se ameaçadoras, como se fossem colidir com as ondas. Na terra as árvores dobram suas folhas. No barco são visto sete apóstolos tentando conter o frágil barco diante da tormenta.

Cristo de pé sobre as ondas bravias estende seu braço direito com o dedo indicador estendido em direção ao barco em perigo. Pedro, com a perna direita tocando a água, traz os olhos voltados para o Mestre, sendo aparentemente o primeiro a visualizá-lo, criando uma conexão entre o centro da composição, onde se encontra o barco, e a margem, onde está Jesus, em primeiro plano.

Em razão da violenta tensão expressa na pintura, alguns estudiosos de arte chegaram a atribuir o feitio desta obra ao pintor espanhol El Greco, tido como herdeiro de Tintoretto tanto no espírito quanto no estilo. Contudo, tal tese não se sustentou quando estudos mais elaborados foram feitos. A cor do mar e do céu numa mistura de verde e azul é típica do mestre italiano Jacopo Tintoretto.

Ficha técnica
Ano: c.1560

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 117 x 169 cm
Localização: Galeria Nacional de Art, Washington, EUA

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.nga.gov/content/ngaweb/Collection/art-object-page.41637.html

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