Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Geertgen Tot Sint Jans – A ÁRVORE DE JESSÉ

Autoria de Lu Dias Carvalho
ardje

A composição denominada A Árvore de Jessé é uma obra do pintor holandês Geertgen Tot Sint Jans (c. 1460-1490), portanto, artista do século XV, tido como o primeiro grande pintor da escola de Haarlem, tendo morrido muito jovem.

O velho Jessé, em primeiro plano, encontra-se deitado dentro de um jardim murado. Ele está dormindo, tendo seu corpo voltado para o observador. Sua cabeça descansa na sua mão esquerda. De seu corpo surge o grosso tronco de uma árvore, que divide a composição ao meio, na vertical. Seus galhos sustentam inúmeras figuras, representando os reis de Judá. Dois profetas encontram-se de pé, próximos a Jessé. Um à sua cabeça e outro aos pés. Um deles traz um livro aberto nas mãos. É provável que sejam Isaías e Jeremias.

Na parte mais alta da árvore de Jessé está a Virgem Maria, sentada, usando uma coroa de ouro, com o Menino Jesus nos braços. De cada lado está um anjo em posição de prece. A Virgem Mãe divide a tela ao meio, verticalmente, pois, subindo pelo troco da árvore chega-se exatamente à sua figura.

No galho mais baixo, próximo a Jessé, está Davi, vestido com um manto amarelo, empunhando sua harpa. À sua direita, num plano um pouco acima, encontra-se o Rei Salomão. Outros reis, todos suntuosamente vestidos, encontram-se acima dos dois.

Obs.: Quando foi feita uma limpeza nesta obra, em 1932, foi descoberta a presença de mais uma figura: a freira de branco, ajoelhada, em primeiro plano, à esquerda.

Nota: alguns críticos de arte atribuem a pintura a Jan Mostaert.

Ficha técnica
Ano: c. 1480
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 89 x 59 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Victor Meirelles – MOEMA

Autoria de Lu Dias Carvalho

moema

A tela, que assim nos arrebata e seduz, resiste à análise crítica a mais exigente, considerando-se a execução artística e as exigências da composição. (Homem de Melo)

Obra de maior valor, pois que reúne em grau muito subido todas as qualidades da grande pintura, é a Moema do Sr. Vctor Meirelles de Lima. Desenho, colorido, transparência aérea, efeitos de luz, perspectiva, exata imitação da natureza em seus mais belos aspectos, elevam esta composição magistral à categoria de um original de grande preço. O assunto, todo nacional, é uma das nossas lendas mais tocantes. (Gomes dos Santos)

A composição Moema é uma obra do pintor brasileiro Victor Meirelles, pintor de história, que nela retrata um tema indianista e, que faz parte do imaginário nacional. O artista inspirou-se no canto VI do poema épico “Caramuru”, escrito de frei José de Santa Rita Durão, em 1781, especificamente em “Caramuru, Poema Épico do Descobrimento da Bahia”.

Para entender melhor a pintura, o leitor precisa conhecer um pouco do mito sobre Moema, uma índia brasileira que se apaixonou por  Diogo Álvares Correia, náufrago português, que recebeu dos indígenas o apelido de Caramuru. Ao se ver abandonada, a índia jogou-se no mar, nadando atrás do navio francês que conduzia seu amado de volta à Europa. Ele levava em sua companhia apenas a índia Paraguaçu. Moema morre de exaustão e seu corpo é levado até à praia pela maré, onde é encontrado.

Na pintura, o corpo nu de Moema, em primeiro plano, encontra-se numa  praia desértica, em meio a pedras, areia e conchas. Tudo em derredor parece silencioso e calmo. Até o mar mostra-se quieto. O dia parece estar amanhecendo. Os cabelos negros e revoltos da índia estão espalhados sobre a areia, como se servissem de travesseiro para seu rosto pálido, voltado para o céu. Ela ainda traz no corpo parte da tanga de penas coloridas, que lhe cobre a púbis, arranjo esse que tira a naturalidade da pose.

O artista escolheu para pintar, não uma cena descrita pelo poema épico, mas aquilo que imaginou ter acontecido com a índia, após seguir o navio em que se encontrava Caramuru. Ou seja, ele ampliou o enredo do escritor, dando-lhe um final de acordo com sua imaginação.

Na época em que foi feita, a pintura teve pouca repercussão, contudo, atualmente é vista com outros olhos. Críticos e historiadores de arte têm-na como um importante marco na carreira de Victor Meirelles, sendo um dos mais notáveis exemplos do indianismo romântico na artes visuais brasileira, transformando-se num ícone nacional, inclusive recebendo várias releituras e sendo objeto de estudo nas escolas.

Ficha técnica
Ano: 1866
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 129 x 190
Localização: Museu de Arte de São Paulo (MASP), Brasil

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.escritoriodearte.com/artista/victor-meirelles/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Victor_Meirelles

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – ALEGORIA DA VISÃO

Autoria de Lu Dias CarvalhoALVIS

A composição denominada Alegoria da Visão foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos, no século XVII, eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia, nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido da visão, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina, Vênus, a deusa da beleza e do amor, seminua, com um manto azul cobrindo parte do corpo, assentada numa banqueta, tendo à frente um quadro de simbologia cristã, denominado “A Cura de um Homem Cego”, seguro por Cupido, o deus do amor. Na pintura vista por mãe e filho Jesus recupera a visão de um cego.

O ambiente visto na composição está ricamente decorado com quadros, bustos e estatuetas da antiguidade clássica, objetos de arte e inúmeros instrumentos científicos, como astrolábio, luneta, globo terrestre, compasso, etc., alusivos à astronomia e às ciências naturais. A maioria dos elementos que faz parte da decoração está relacionada com o sentido da visão, como por exemplo, as pinturas de diferentes gêneros, incluindo obras dos autores da composição. Ali se encontra até mesmo um quadro de Santa Cecília (próximo aos bustos) tida como a patrona da visão. Dentre as pinturas, a que mais chama a atenção é um quadro denominado “A Virgem com o Menino”, posicionado na parte inferior direita do painel, produzido pelos dois pintores, onde mãe e filho encontram-se circundados por uma guirlanda floral.

Um corredor à direita, pintado com cores mais apagadas, traz sua parede direita e teto repletos de afrescos e quadros, enquanto várias estatuetas encontram-se espalhadas pelo chão. Uma rosácea na parede frontal joga luz no ambiente. À esquerda uma enorme porta em arco, com adornos clássicos, abre-se para um imenso jardim, onde se veem aves exótica, e encontra-se o Palácio Mariemont, morada de Alberto e Isabel. Uma águia ou um gato, assim como um espelho, era o código aliado ao sentido da visão, mas aqui se encontram um macaco e um cão. A águia vista ornamenta o lustre.

Especula-se que Alberto — arquiduque da Áustria — e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles. Nesta pintura em especial, eles estão presentes num retrato, na parte inferior esquerda da composição, sendo que Alberto também é visto sobre um cavalo atrás da figura alada. Acima do lustre está uma águia de duas cabeças, símbolo dos Habsburg.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – ALEGORIA DO TATO

Autoria de Lu Dias Carvalho

ALTAT

A composição denominada Alegoria do Tato foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos no século XVII eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido do tato, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina — Vênus — a deusa da beleza e do amor, beijando e abraçando seu filho Cupido, o deus do amor, mostrando o toque suave e macio. As inúmeras armaduras espalhadas pela composição, assim como parte delas, retratam o toque duro e frio do metal. À esquerda ferreiros trabalham próximos a um muro em ruínas, moldando metais. Acima do grupo vê-se um falcão. No meio, próximo a um cão, um homem parece ser um funileiro. A presença de uma tartaruga no canto inferior direito simboliza o toque, conforme o código da época.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
http://www.tuttartpitturasculturapoesiamusica.com/2015/08/Rubens-Brueghel.html
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – ALEGORIA DO PALADAR

Autoria de Lu Dias Carvalho

ALPAL

A composição denominada Alegoria do Paladar foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos no século XVII eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido do paladar, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina — Vênus — a deusa da beleza e do amor (ou uma ninfa) sendo servida por um sátiro. Ela saboreia uma ostra. Esta é a única composição sobre os sentidos que não apresenta a figura de Cupido. Na parede um quadro mostra Cristo transformando a água em vinho. A presença do vinho e das frutas alude a um código que aliava esses elementos ao sentido do paladar, assim como o macaco é referência ao mesmo, mas que aqui não se encontra representado.

O sátiro de pé diante da figura feminina enche uma suntuosa taça com o néctar dos deuses. A mesa encontra-se repleta de diferentes iguarias, dentre essas estão as figuras de um pavão e um cisne. O chão encontra-se atulhado de animais mortos e frutas. Amarrado ao tronco de uma árvore está um veado estripado, enquanto uma enorme bandeja à direita traz uma gigantesca cabeça de porco. Na parte direita da composição descortina-se uma bela paisagem com os mais diferentes animais vivos, árvores, um castelo e um lago.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
http://www.tuttartpitturasculturapoesiamusica.com/2015/08/Rubens-Brueghel.html
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https

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Jan Bruegel, o Velho e Rubens – ALEGORIA DA AUDIÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

ALAUD

A composição denominada Alegoria da Audição foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos no século XVII eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido da visão, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina — Vênus — a deusa da beleza e do amor, seminua, com um manto branco cobrindo uma pequena parte do corpo, tocando um alaúde para seu filho Cupido, o deus do amor, e também cantando. Ela volta seu olhar para o observador, enquanto o deus alado observa-a com atenção. Um veado e algumas aves, espalhadas pelo ambiente, estão compenetrados, acompanhando a musicista e representando a audiência. Os quadros que ornamentam as paredes da sala aludem à música.

Vários instrumentos musicais são vistos na sala assim como partituras espalhadas pela mesa e pelo chão. Há também um grande número de relógios nos mais diferentes lugares. Os instrumentos musicais e os relógios indicam que ali existe harmonia e prudência, de modo que o tempo é usado com sabedoria. A presença do veado próximo à deusa trata-se de um código que aliava esse animal ao sentido do olfato, assim como os instrumentos musicais. A música tocada é um madrigal dedicado ao casal Alberto e Isabel, arquiduque e arquiduquesa da Áustria.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
http://www.tuttartpitturasculturapoesiamusica.com/2015/08/Rubens-Brueghel.html
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https

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