Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Rafael – VISÃO DE UM CAVALEIRO

Autoria de Lu Dias Carvalho
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A composição denominada Visão de um Cavaleiro, também conhecida como O Sonho de Cipião ou apenas Uma Alegoria, é uma obra do pintor italiano Rafael Sanzio. Trata-se de uma alegoria, que na pintura e na escultura significa a representação de uma ideia abstrata por meio de formas que tornam possível a sua compreensão. É provável que seja a parte de um díptico, sendo o outro painel “As Três Graças”.

Um jovem cavaleiro está a dormir. No seu sonho, ele se encontra debaixo de um loureiro, que dá início a dois caminhos da vida, tendo ele que optar por um deles. De um lado está Palas Ataneia, simbolizando a Virtude, oferecendo-lhe privilégios em sabedoria e armas. Do outro se encontra Afrodite, simbolizando o Prazer, oferecendo-lhe recompensas mais terrenas.

A figura da Virtude está vestida com simplicidade, com os cabelos presos debaixo de uma touca branca. Ela traz na mão direita uma espada e na esquerda um livro, oferecendo-os ao moço. Atrás dela, ao fundo, está sua morada. Para chegar até lá é preciso seguir caminhos intrincados, passando por íngremes rochedos. E significa que, se o cavaleiro optar por aquela estrada, sua vida será bem sucedida tanto em seu trabalho quanto em seus estudos. Embora a estrada não seja fácil é, contudo, a mais compensativa.

A figura do Prazer, bem melhor vestida, com os cabelos dourados presos por um véu, encontra-se à direita do jovem. Um longo colar com contas vermelhas cinge seu corpo. Ela traz na mão direita um galho com flores brancas, simbolizando sua promessa ao rapaz: uma vida fácil, cheia de divertimento. Mas assim como as flores, a distração também fenece com grande facilidade.

Os personagens da pintura de Rafael possuem significados próprios:
• o jovem cavaleiro entregue ao sono é o general Cipião, o Africano, da Roma antiga, que sonhou ter que escolher entre a virtude e o prazer;
• a Virtude representa a deusa clássica da sabedoria Pala Ateneia ;
• o Prazer simboliza Afrodite (ou Vênus) a deusa clássica do amor.

Contudo, existem controvérsias quanto à interpretação do tema. Alguns críticos creem que a obra mostra apenas os atributos ideais a serem perseguidos por um cavaleiro: o livro (a sabedoria), a espada (a bravura) e a flor (o amor), não tendo ele que fazer escolhas e, por conseguinte, não sendo as figuras antagônicas.

O loureiro divide a composição ao meio, sendo esta perfeitamente equilibrada. Ao fundo estão um rio com águas azuis, cortado por uma ponte, e montanhas azuladas ao longe, debaixo de um céu anilado.

Ficha técnica
Ano:1504-1505
Técnica: têmpera de ovo no álamo
Dimensões: 17 x 17
Localização: National Gallery, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Rafael/ Cosac Naify
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://en.wikipedia.org/wiki/Vision_of_a_Knight_(Raphael)

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Degas – A ORQUESTRA DA ÓPERA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada A Orquestra da Ópera é uma obra do pintor Edgar Degas, que era um aficionado pelo mundo do teatro e da ópera. Chamava a sua atenção a beleza decorativa dos instrumentos.

Para pintar esta tela, Degas baseou-se no retrato de um amigo, que tocava fagote na Ópera de Paris. Também reuniu outros amigos, que lhe serviram de modelo, sendo alguns músicos e outros não.

O interessante é que o artista não se atém à perspectiva geométrica, colocando em planos horizontais o palco, os músicos e as bailarinas. Os músicos, no fosso, tocam enquanto as bailarinas executam o balé. A posição dos instrumentos, em sua maioria, aponta para o palco, principalmente o arco dos violinos. Não aparecem na composição: a batuta do maestro, parte das costas do contrabaixista e as cabeças das dançarinas.

O observador sente como se estivesse atrás do fosso da orquestra, acompanhando a apresentação. Pela postura dos músicos e suas feições, vê-se que se encontram em ação. O contraste de luz também ajuda a delimitar os espaços, pois, enquanto as bailarinas estão mais iluminadas, usando tons cor-de-rosa e azul, os músicos ficam na sombra com seus ternos negros e camisas brancas.

O músico amigo de Degas, em cujo retrato ele se baseou, é Désire Dihau, centralizado em primeiro plano, próximo ao baixista sentado na cadeira. Degas mostrou-o em ação, tocando o seu fagote, dando-lhe maior espaço na tela.

Atrás dos músicos, acima do balaústre do camarote, vê-se a cabeça de um espectador.

Ficha técnica
Ano: 1870
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 56,5 x 46 cm
Localização: Musée d’Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Edgar Degas/ Coleção Folha
Degas/ Cosac e Naify

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Rubens e Jan Bruegel, o Velho – ALEGORIA DA AUDIÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

ALAUD

A pintura denominada Alegoria da Audição foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos, no século XVII, eram muito apreciadas. Para Aristóteles, os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia, nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido da audição, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina, Vênus, a deusa da beleza e do amor, seminua, com um manto branco cobrindo uma pequena parte do corpo, tocando um alaúde para seu filho Cupido, o deus do amor, e também cantando. Ela volta seu olhar para o observador, enquanto o deus alado observa-a com atenção. Um veado e algumas aves, espalhadas pelo ambiente, estão compenetrados, acompanhando a musicista, e representam a audiência. Os quadros que ornamentam as paredes da sala aludem à música.

Vários instrumentos musicais são vistos na sala assim como partituras, espalhadas pela mesa e pelo chão. Há também um grande número de relógios, nos mais diferentes lugares. Os instrumentos musicais e os relógios indicam que ali existe harmonia e prudência, de modo que o tempo é usado com sabedoria. A presença do veado, próximo à deusa, trata-se de um código que aliava esse animal ao sentido do olfato, assim como os instrumentos musicais. A música tocada é um madrigal, dedicado ao casal Alberto e Isabel, arquiduque e arquiduquesa da Áustria.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
http://www.tuttartpitturasculturapoesiamusica.com/2015/08/Rubens-Brueghel.html
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https

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Rubens e Jan Bruegel, o Velho – ALEGORIA DA VISÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

ALVIS

A composição, denominada Alegoria da Visão foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos, no século XVII, eram muito apreciadas. A visão, desde o tempo do filósofo Aristóteles, era tida como o mais importante dos sentidos. Para Aristóteles, os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia, nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido da visão, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina, Vênus, a deusa da beleza e do amor, seminua, com um manto azul cobrindo parte do corpo, assentada numa banqueta, tendo à frente um quadro de simbologia cristã, denominado “A Cura de um Homem Cego”, seguro por Cupido, o deus do amor. Na pintura, vista por mãe e filho, Jesus recupera a visão de um cego, aludindo ao tema da figura.

O ambiente visto na composição está ricamente decorado com quadros, bustos e estatuetas da antiguidade clássica, objetos de arte e inúmeros instrumentos científicos, como astrolábio, luneta, globo terrestre, compasso, etc., alusivos à astronomia e às ciências naturais. A maioria dos elementos que faz parte da decoração está relacionada com o sentido da visão, como por exemplo, as pinturas de diferentes gêneros, incluindo obras dos autores da composição. Ali se encontra até mesmo um quadro de Santa Cecília (próximo aos bustos), tida como a patrona da visão. Dentre as pinturas, a que mais chama a atenção é um quadro denominado “A Virgem com o Menino”, posicionado na parte inferior direita do painel, produzido pelos dois pintores, onde mãe e filho encontram-se circundados por uma guirlanda floral.

Um corredor, à direita, na composição, pintado com cores mais apagadas, traz sua parede direita e teto repletos de afrescos e quadros, enquanto várias estatuetas encontram-se espalhadas pelo chão. Uma rosácea na parede frontal joga luz no ambiente. À esquerda, uma enorme porta em arco, com adornos clássicos, abre-se para um imenso jardim, onde se veem aves exóticas, e encontra-se o Palácio Mariemont, morada de Alberto e Isabel. Uma águia ou um gato, assim como um espelho, era o código aliado ao sentido da visão, entretanto, aqui se encontram um macaco e um cão. A águia, vista na pintura, ornamenta o lustre.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles. Nesta pintura, em especial, eles estão presentes num retrato, na parte inferior esquerda da composição, sendo que Alberto também é visto sobre um cavalo, atrás da figura alada. Acima do lustre, está uma águia de duas cabeças, símbolo dos Habsburg.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…

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Rubens e Jan Bruegel, o Velho – ALEGORIA DO PALADAR

Autoria de LuDiasBH

ALPAL

A composição denominada Alegoria do Paladar foi feita numa parceria entre Peter Paul Rubens e Jan Bruegel, o Velho. Trata-se de uma das alegorias referentes à série sobre “os cinco sentidos”, feitas por esses dois grandes mestres da pintura e grandes amigos, ficando um responsável pelas configurações e o outro pelas figuras humanas. As pinturas sobre os cinco sentidos, no século XVII, eram muito apreciadas. Para Aristóteles, os sentidos eram a base do conhecimento humano, enquanto o cristianismo via-os como suspeitos, responsáveis pelos pecados do homem.

Jan Bruegel era um exímio pintor de miniaturas, tendo herdado esse talento de sua avó, importante miniaturista. Peter Paulo Rubens, por sua vez, era um perfeccionista na arte de pintar figuras humanas. Os dois fizeram vários trabalhos em parceria, produzindo obras belíssimas, como a que vemos acima. Este tipo de interação entre os artistas era muito comum em Antuérpia, nas duas primeiras décadas do século XVII, tendo Rubens feito uso de tal prática em algumas de suas obras.

Ao retratar o sentido do paladar, Rubens e Bruegel apresentam uma figura feminina, Vênus, a deusa da beleza e do amor (ou uma ninfa) sendo servida por um sátiro. Ela saboreia uma ostra. Esta é a única composição sobre os sentidos que não apresenta a figura de Cupido. Na parede, um quadro mostra Cristo transformando a água em vinho. A presença do vinho e das frutas alude a um código que aliava esses elementos ao sentido do paladar, assim como o macaco é referência ao mesmo, mas esse animal aqui não se encontra representado.

O sátiro, de pé, enche uma suntuosa taça, diante da figura feminina, com o néctar dos deuses. A mesa encontra-se repleta de diferentes iguarias, e dentre essas estão as figuras de um pavão e um cisne. O chão encontra-se atulhado de animais mortos e frutas. Amarrado ao tronco de uma árvore está um veado estripado, enquanto uma enorme bandeja, à direita, traz uma gigantesca cabeça de porco. Na parte direita da composição, descortina-se uma bela paisagem com os mais diferentes animais vivos, árvores, um castelo e um lago.

Especula-se que Alberto, arquiduque da Áustria, e sua esposa Isabel foram os responsáveis pela encomenda da série sobre os sentidos, uma vez que muitos pormenores vistos nos quadros são referentes a eles.

Ficha técnica
Ano: 1617-1618
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 110 cm
Localização: Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
http://www.tuttartpitturasculturapoesiamusica.com/2015/08/Rubens-Brueghel
www.scienceshumaines.com/les-cinq-sens-une-alleg…
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=https

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Vermeer – O ASTRÔNOMO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada O Astrônomo é uma obra do conceituado pintor holandês Jan Vermeer. Antes dela, ele pintou “O Geógrafo” (figura menor). Os estudiosos supõem que ambas fazem par. O pintor nutria grande gosto por fazer retratos de cientistas. O Astrônomo faz parte dos três únicos quadros datados e assinados pelo artista. Os outros dois são “O Geógrafo” e “O Procurador”. Ao que consta, O Astrônomo e “O Geógrafo” são as duas únicas pinturas de Vermeer, conhecidas, que trazem somente uma figura masculina como protagonista. Ambas as pinturas receberam vários títulos no decorrer dos tempos.

O modelo, um homem de meia idade, com seus cabelos longos, nariz reto e pontudo e lábios grossos, parece ser o mesmo nas duas pinturas, assim como muitos dos elementos presentes nos dois ambientes de O Astrônomo e de “O Geógrafo”. Aqui, ele usa um robe japonês (quimono) de cor esverdeada, tipo de vestuário que pode ser visto em muitas pinturas holandesas da época. O cientista é visto de perfil, pelo observador, com a mão direita tocando o globo celeste, enquanto o observa fixamente, com o corpo reclinado para frente. Pode causar espanto ao leitor o tapete oriental sobre a mesa. Acontece que, naquela época, eles eram muito populares nos Países Baixos e muito representados na pintura holandesa de interior, em razão de sua beleza decorativa e exótica. Contudo, dificilmente eram retratados no chão, como hoje, mas como coberturas de mesas.

Embora o telescópio fosse o instrumento mais comum para identificar a astronomia, ela é representada na pintura por um globo celeste e pelo livro que se encontra aberto à mesa (Metiu’s Institutiones Astronomicae Geographicae), à frente do geógrafo. À época, os globos celestes eram sempre vendidos acompanhados de um terrestre, pois havia uma estreita relação entre a geografia e a astronomia. A janela fechada, com vidro colorido e decorado, joga luz no ambiente,  ainda que fraca, sobretudo sobre o astrônomo e seu globo celeste.

Na frente do armário de madeira está dependurado um gráfico. Pode se tratar de um planisfério, que traz dois discos rotativos que se ajustam, e, que tinha por finalidade indicar as estrelas a qualquer data e hora do dia. Na parede está um quadro envolto por uma moldura preta. Ele mostra Moisés, sendo encontrado em meio aos juncos. Esse personagem bíblico também foi tido como “o mais antigo dos geógrafos”, ao guiar os hebreus ao exílio. Sobre a mesa, próximo ao globo celeste, está um astrolábio. Também no armário, abaixo do suposto planisfério, encontra-se a assinatura do pintor e a data.

Na Segunda Guerra Mundial, após a invasão da França pela Alemanha, este quadro foi confiscado pelos nazistas. Nas suas costas foi pintada, com tinta preta, uma suástica nazista. Hitler, um pintor fracassado, pilhou diversas obras-primas europeias. Seu objetivo era construir um museu na sua cidade natal, Lins. O Astrônomo, de Vermeer, era uma das obras mais cobiçadas pelo louco ditador, assim como a “Arte da Pintura”, do mesmo artista. Terminada a guerra e com a vitória dos aliados, o quadro foi devolvido a seus verdadeiros donos e, posteriormente, adquirido pelo Estado francês, como pagamento de impostos.

Ficha técnica
Ano: c. 1668
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 51 x 45 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Vermeer/ Taschen
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Astronomer_(Vermeer)
http://www.essentialvermeer.com/cat_about/astronomer.html
http://www.essentialvermeer.com/catalogue/astronomer.html

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