Arquivo da categoria: Pintores Brasileiros

Informações sobre pintores brasileiros e descrição de algumas de suas obras

Heitor dos Prazeres – PORTA-BANDEIRA E MESTRE-SALA

Autoria de Lu Dias Carvalho

HEIPORBAN

A composição Porta-bandeira e Mestre-sala é uma obra do compositor, cantor e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres. O artista optou pela arte naïf, também conhecida como arte primitiva ou ingênua. Ele gostava muito de retratar pessoas dançando. Muitos de seus trabalhos são muito parecidos,  possuindo apenas ligereiras variações.

O quadro apresenta um casal de porta-bandeira e mestre-sala ensaiando para o desfile. As roupas comuns, usadas pelo par, mostram que ainda não se encontra caracterizado para a folia. Eles se encontram numa rua aparentemente calma, onde são vistas duas casas em segundo plano, atrás de um muro, e também plantas com suas folhas verdes. Um poste com uma lâmpada acesa, à direita do casal, notifica que é noite.

A bandeira azul, contornada de branco está desfraldada. Um desenho muito simples retrata uma águia com as asas abertas e acima a palavra “Portela”. O casal de porta-bandeira e mestre-sala fita a bandeira com grande orgulho.

Ficha técnica
Ano: 1960
Dimensões: 41 x 33 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: coleção Otto Grunewalt Ferveira

Fonte de pesquisa
Heitor dos Prazeres/ Coleção Folha

Views: 28

Heitor dos Prazeres – FREVO

Autoria de Lu Dias Carvalho

HEIFREVO

A composição Frevo é uma obra do compositor, cantor e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres. O artista optou pela arte naïf, também conhecida como arte primitiva ou ingênua. Ele gostava muito de retratar pessoas dançando. Muitos de seus quadros são bastante parecidos,  possuindo apenas ligereiras variações.

O artista tanto era ligado ao samba quanto ao frevo, temáticas que podem ser observadas em grande parte de sua obra. Ao contrário de suas outras telas, em que destaca tais danças, aqui ele elimina a presença de instrumentos musicais, provavelmente para dar mais ênfase aos passistas que se exibem na rua.

Cinco personagens compoem o quadro, sendo dois homens e três mulheres. Dessa vez são as garotoas que usam vestidos listrados, enquanto eles vestem camisas lisas. Todos os passisitas portam sombrinhas, que têm a função de ajudar no equilíbrio, excetuando o de calça morrom-claro e camisa aul, o único também a olhar para a direita. Os demais dirigem a cabeça para a esquerda. As sombrinhas e os sapatos das mulheres combinam com seus vestido. Os homens usam calças compridas, meias brancas e sapatos pretos ornamentados de branco.

As poses das garotas são similares: mão direita na cintura e esquerda segurando a sombrinha, pé esquerdo na frente e direito atrás, e o rosto voltado para cima. O homem à esquerda tem as pernas bem abertas, num passo de difícil equilíbrio.  O da lateral esquerda, com suas calças escuras, quase toca o chão com as nádegas. As sombrinha estão direcionadas para trás, como se houvesse um vento a empurrá-las.

Atrás do grupo está um muro de arrimo. O chão é feito de quadrados de cor cinza, contornados por preto. E o fundo neutro da tela destaca ainda mais o colorido dos passistas e suas sombrinhas.

Ficha técnica
Ano: sem data
Dimensões: 36,5 x 45 cm
Técnica: óleo sobre tela colaca em eucatex
Localização: Acervo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Brasil.

Fonte de pesquisa
Heitor dos Prazeres/ Coleção Folha

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Heitor dos Prazeres – RODA DE PETECA

Autoria de Lu Dias Carvalho

HEIROPE

A composição Roda de Peteca é uma obra do compositor, cantor, sambista e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres. O artista optou pela arte naïf, também conhecida como arte primitiva ou ingênua. Ele gostava muito de retratar as brincadeiras infantis. Muitos de seus quadros são muito parecidos,  possuindo apenas ligereiras variações.

No quintal da casa amarela com janela de madeira entreaberta, um grupo de seis crianças, três menino e três meninas jogam peteca, em meio a plantas e a uma pequena cerca que circunda a cena. Assim como a casa, o chão é também amarelo e o céu é pintado com várias nuancess, dentre elas a cor amarela, predominante na composição.

As meninas usam vestidos na altura dos joelhos, com babados na barra, mangas e golas. Os três vestidos são similares, diferenciando apena nas cores. O da garota do centro é branco, o da sua esquerda é vermelho e o da direita é azul. Seus cabelos estão amarrados em forma de rabos-de-cavalo. Os meninos, por sua vez, usam calções com a camisa para dentro. Um deles usa uma camisa amarela, enquanto os dois outros usam camisas brancas e listradas, sendo uma de vermelho e outra de preto. Todos têm cabelos curtos.

Duas árvores ornamentam o local. Uma delas é vista por inteiro, enquanto a outra mostra apenas os galhos que transpõem o telhado da casa. O céu é colorido, assim como as penas da peteca nos ares. Todos os olhares das crianças estão voltados para o brinquedo, assim como os braços para cima, na tentativa de pegá-la.

Ficha técnica
Ano: 1983
Dimensões: 50 x 60 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: coleção particular

Fonte de pesquisa
Heitor dos Prazeres/ Coleção Folha

Views: 93

Heitor dos Prazeres – MORRO DA MANGUEIRA

Autoria de Lu Dias Carvalho

HEIMORMAN

A composição Morro da Mangueira é uma obra do compositor, cantor e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres. O artista optou pela arte naïf, também conhecida como arte primitiva ou ingênua. Esta foi uma das últimas pinturas do artista, que viria a morrer no ano seguinte.

No quadro, o artista retrata o Morro da Mangueira, morro que se localiza na cidade do Rio de Janeiro, e com o qual tinha enorme ligação afetiva. Heitor mostra como as pessoas, empurradas do centro do Rio de Janeiro para a periferia, a princípio ocuparam a base dos morros, para depois subirem através de suas encostas, como vimos aqui. As casas, pintadas de diferentes cores, e muito unidas entre si, dão um colorido majestoso ao morro. Ainda se pode ver parte de seu cume e de sua encosta verdejante à esquerda.

Em primeiro plano, uma rua asfaltada compõe toda a parte inferior horizontal do quadro. Nela se encontram vários personagens. No meio da rua estão três mulheres com seus vestidos rodados. Uma delas, a de vestido cor-de-rosa, carrega uma lata com água na cabeça, e encontra-se de frente para o observador, enquanto as outras duas, uma de amarelo, com uma bacia na cabeça, e a outra de verde, com uma lata na mão, estão de costas para  o observador. Parte de um quarta mulher é vista na lateral esquerda da rua, com seu vestido vermelho de bolinhas. Essas mulheres retratam a vida difícil que levavam, pois era preciso descer o morro em busca de água.

Somente dois veículos encontram-se na rua, o que explicita as condições precárias dos moradores do morro. Um deles é um caminhão cheio de caixas, conduzido por um negro, tendo dois outros na carroceria, o que comprova que o trabalho duro era feito por eles. Um negro de bicicleta, com sua camisa branca listrada de preto, segue o veículo. Contrapondo à denúncia feita em relação ao primeiro veículo, um automóvel de passeio, em sentido contrário, é conduzido por um casal de brancos que olha curiosamente para as pessoas. No meio da rua, onde ficam os postes de energia, dois garotos observam o movimento.

Na calçada estão inúmeras figuras, formadas por homens, mulheres e crianças, possivelmente esperando a passagem dos veículos para atravessarem a rua. Ali também se encontram postes com fios e lâmpadas. Um segundo morro acinzentado aparece à direita. Também não é possivel deixar de descrever a grande quantidade de roupas coloridas secando nos quintais e alpendres das casas.

Ficha técnica
Ano: 1965
Dimensões: 97,5 x 131 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo da Coleção Roberto Marinho, Brasil.

Fonte de pesquisa
Heitor dos Prazeres/ Coleção Folha

Views: 85

Heitor dos Prazeres – DANÇA

Autoria de Lu Dias Carvalho

HEIDANÇA

Eu sinto que já estou fracassando. […]. Fracassando porque sou obrigado a fazer coisas que não estão na minha vontade, por causa do comércio. O artista que é obrigado a comercializar-se, a atender situações monetárias, vive acorrentado, e acaba morrendo e não fazendo aquilo que ele quer. (Heitor dos Prazeres)

A composição Dança é uma obra do compositor, cantor, sambista e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres. O artista optou pela arte naïf, também conhecida como arte primitiva ou ingênua. Ele gostava muito de retratar pessoas dançando. Muitos de seus quadros são bastante parecidos,  possuindo apenas ligeiras variações.

Numa sala pintada de cor amarela e com chão de tábuas corridas, desprovida de qualquer outro elemento ornamentativo, dois casais dançam animadamente acompanhando o som da cuíca e do afoxê ( instrumento que possui a cabaça envolta por uma rede de contas).

A mulher de vermelho, com seu vestido rodado,  com babados nas mangas e na barra, deixa visível uma enorme argola na orelha e traz os cabelos presos atrás. Seus sapatos de salto fino são da mesma cor do vestido. A segunda mulher é semelhante à primeira em tudo, mudando apenas a cor do vestido, que é azul.

O dançarino de calças verdes, camisa branca listrada de vermelho, meias brancas e sapatos ornamentados de branco, toca afoxé, tendo como par dançante a mulher de azul. Ele se encontra de pé. Já o dançarino de calça escura, camisa branca com listras pretas, meias brancas e sapatos pretos enfeitados de branco, toca cuíca e encontra-se agachado, nas pontas dos pés, enquanto dança com a mulher de vermelho.

É possível observar que o vestido das mulheres são iguais, estando apenas invertidos na tela. Nessa época, as encomendas eram tantas, que o artista passou a fazer decalque das figuras, desenhado-as em cartolina, sendo ajudado por seus assistentes na pintura, daí o seu desabafo (em negrito, antes do texto).

Ficha técnica
Ano: 1965
Dimensões: 50,2 x 61,3 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil.

Fonte de pesquisa
Heitor dos Prazeres/ Coleção Folha

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Heitor dos Prazeres – O PINTOR E A MODELO

Autoria de Lu Dias Carvalho

HEIPINMOD

A composição O Pintor e a Modelo é uma obra do cantor, poeta, compositor e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres. O artista optou pela arte naïf, também conhecida como arte primitiva ou ingênua. O quadro é muito parecido com outra obra sua denominada “O Poeta e a Musa”, principalmente no que tange ao ambiente.

A cena é ambientada numa pequena sala que tem o chão feito com tábuas corridas horizontais. Duas figuras estão presentes: o pintor e sua modelo. A cama, com um colchão vermelho, em que se encontra a jovem mulher, está encostada numa parede azul, onde dois quadros estão dependurados. No meio do cenário, em primeiro plano, está a mesa do pintor, com uma série de elementos: um maço de cigarros, um isqueiro, uma garrafa de cachaça e dois copos (um para si e o outor para a modelo), uma caixa aberta com bisnagas de tinta dentro e fora dela, pincéis espalhados, um cinzeiro onde descansa um cigarro aceso, um coto de vela apagada e pela metade, etc.

A modelo encontra-se despida, coberta apenas por uma pequena faixa de tecido que envolve seu bumbum e genitália. Deitada de lado, mas com o rosto de perfil, escorado na mão direita, ela traz o pé direito levantado e a perna esquerda estendida. Seus seios, em forma de pera, trazem os mamilos apontados para baixo. Sobre uma cadeira, próxima a uma mesa, estão suas vestes: vestido, calcinha e cinto. Todas as peças de sua vestimenta possuem a mesma cor.

O pintor, com seu avental branco, boina alaranjada, calças escuras e sapatos pretos com detalhes em branco, está de costas para o observador e com o rosto de perfil, virado para direita, e o olhar direcionado para o teto. Traz na mão esquerda a paleta de cores e na direita o pincel. O quadro no cavalete já se encontra bem adiantado. À sua esquerda vê-se parte de um armário. Uma cortina amarela com desenhos pretos cobre a janela lateral, à direita, encaixada numa parede azul.

Ficha técnica
Ano: 1960
Dimensões: 30 x 30 cm
Técnica: óleo sobre madeira
Localização: coleção particular

Fonte de pesquisa
Heitor dos Prazeres/ Coleção Folha

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