Autoria de Lu Dias Carvalho
Eu sinto que já estou fracassando. […]. Fracassando porque sou obrigado a fazer coisas que não estão na minha vontade, por causa do comércio. O artista que é obrigado a comercializar-se, a atender situações monetárias, vive acorrentado, e acaba morrendo e não fazendo aquilo que ele quer. (Heitor dos Prazeres)
A composição Dança é uma obra do compositor, cantor, sambista e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres. O artista optou pela arte naïf, também conhecida como arte primitiva ou ingênua. Ele gostava muito de retratar pessoas dançando. Muitos de seus quadros são bastante parecidos, possuindo apenas ligeiras variações.
Numa sala pintada de cor amarela e com chão de tábuas corridas, desprovida de qualquer outro elemento ornamentativo, dois casais dançam animadamente acompanhando o som da cuíca e do afoxê ( instrumento que possui a cabaça envolta por uma rede de contas).
A mulher de vermelho, com seu vestido rodado, com babados nas mangas e na barra, deixa visível uma enorme argola na orelha e traz os cabelos presos atrás. Seus sapatos de salto fino são da mesma cor do vestido. A segunda mulher é semelhante à primeira em tudo, mudando apenas a cor do vestido, que é azul.
O dançarino de calças verdes, camisa branca listrada de vermelho, meias brancas e sapatos ornamentados de branco, toca afoxé, tendo como par dançante a mulher de azul. Ele se encontra de pé. Já o dançarino de calça escura, camisa branca com listras pretas, meias brancas e sapatos pretos enfeitados de branco, toca cuíca e encontra-se agachado, nas pontas dos pés, enquanto dança com a mulher de vermelho.
É possível observar que o vestido das mulheres são iguais, estando apenas invertidos na tela. Nessa época, as encomendas eram tantas, que o artista passou a fazer decalque das figuras, desenhado-as em cartolina, sendo ajudado por seus assistentes na pintura, daí o seu desabafo (em negrito, antes do texto).
Ficha técnica
Ano: 1965
Dimensões: 50,2 x 61,3 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil.
Fonte de pesquisa
Heitor dos Prazeres/ Coleção Folha
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Lu
Minha história é bastante interessante. Sou caçador de relíquias. Adoro antiguidade, fotografias, louças, porcelanas, cristais, peças de cobre, etc. Em uma das minhas caçadas vi numa calçada um quadro e ao me aproximar do vendedor, perguntei-lhe o preço, o valor me agradou e logo o quadro passou a ser meu. Quando cheguei na minha residência, fui pesquisar o autor daquela linda obra. Lá estava a resposta, Heitor dos prazeres. Tenho vontade de autenticar essa obra, será possível? Essa obra é de 1963. Não tenho interesse de vender e sim deixar de herança ao meu netinho.
Wellington
Caso o quadro seja do pintor, você realmente encontrou um tesouro. Contudo, achei estranha a data de criação do mesmo (1963), quando a criação do que apresento aconteceu em 1965. Não quero entristecê-lo, mas acho que se trata de uma cópia, pois as obras de Heitor dos Prazeres são muito fáceis de serem copiadas. E, além do mais, esses vendedores de quadros tem conhecimento do valor das obras. Veja a ficha técnica do quadro logo abaixo do texto que o descreve. Procure um museu de arte próximo de onde mora, lá eles poderão certificar se é verdadeiro ou não. Mas nunca deixe sua obra nas mãos de outrem, até ter certeza de que é falsa. Conte-me o resultado.
Abraços,
Lu
Lu
Está nuito bom este texto!
Wellinton
Fico feliz que tenha gostado. O Heitor dos Prazeres era um grande artista. Seu trabalho é admirável.
Agradeço sua visita e participação. Volte mais vezes.
Seu e-mail está incorreto.
Abraços,
Lu