Chardin – A GOVERNANTA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

chardin1

Chardin faz-nos admirar a simplicidade e a verdade que norteiam suas obras, atraindo a todos devido à perfeita imitação da natureza, que prende o olhar. (Abade Desfontaines)

O pintor francês Jean-Baptiste-Siméon Chardin, além das naturezas-mortas, gostava de pintar quadros sobre o cotidiano das pessoas. Era muito habilidoso e possuidor de grande sensibilidade, ao harmonizar cores e tema. A sua obra A Governanta, exposta no Salão de Paris, em 1739, foi muita apreciada pela crítica e pelo público.

A composição mostra uma governanta e um garoto numa sala. Ambos estão vestidos de acordo com a moda da época. Ela conversa com o menino que, de olhos baixos, mostra-se indeciso. O garoto usa cabelos presos com uma fita azul, também presente em sua vestimenta. Debaixo do braço esquerdo estão os livros. Até ali, ela foi a responsável por sua educação, mas agora ele tem que trilhar outros caminhos, aprender coisas mais sérias, que provavelmente nem ela saiba. O que sugere que a governanta esteja aconselhando-o no enfrentamento de uma nova vida.

Uma porta entreaberta leva a outro ambiente, sugerindo a entrada do garoto no mundo dos adultos, onde as regras mudam, e onde há prazer e sofrimento. A escola é o início de uma nova vida. Na parte esquerda da porta está a assinatura do artista e a data em que a obra foi concluída.

Atrás do garoto está uma mesa de jogos com uma gaveta meio aberta, o que traz a ideia de que ele ainda não tem cuidado com suas coisas. As cartas no chão sugerem que estavam guardadas na gaveta. Para trás estão ficando seus brinquedos e jogos: cartas, raquete e peteca. Sinônimo de que sua vida agora não é mais só de brincadeiras. Ao apontar para a porta, as duas cartas principais: rei de copas (representa o amor) e o às de espadas (representa a morte) mostram que o menino terá no futuro alegrias e sofrimento.

A governanta mostra-se cônscia de suas obrigações e do dever cumprido na educação da criança até ali. A sua expressão é ao mesmo tempo de firmeza e de carinho para com o menino. Ela também parece sofrer com as mudanças, mas o incentiva a ir em frente. Traz em uma das mãos o chapéu tricorne do garoto e na outra uma escova. Provavelmente seja a última peça a ser acrescentada à vestimenta da criança.

Ao lado da governanta, em primeiro plano, está a sua cesta de trabalhos. Dentro dela estão objetos simples como novelos de lã.

Ficha técnica
Ano: 1739
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 46,5 x 37,5
Localização: National Gallery, Ottawa, Canadá

Fontes de Pesquisa
Os pintores mais influentes do mundo/ Girassol
A história da arte/ E.H. Gombrich
Arte em detalhes/ Folha

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *