A mente intuitiva é um dom sagrado e a mente racional é uma serva fiel. Contudo, criamos uma sociedade que cultua o serva e se esquece do dom. (Albert Einstein)
A intuição é um jeito de saber algo sem passar pelo processo de raciocínio consciente. Saber sem saber como você sabe. Chegar a uma conclusão sem um motivo lógico. (Lior Suchard)
A intuição – “faísca” poderosa ou “insight” – continua sendo um enigma para a Ciência, pois concede o entendimento da realidade numa fração de segundos, sem que para isso haja a intervenção da lógica ou da análise, o que demonstra que nossa mente continua sendo uma caixinha de surpresas, uma vez que não temos ciência do imenso poder que ela detém. Quem nunca disse: “Tive um palpite…” ou “Agi com o meu instinto…” ou ainda “Meu sexto sentido alertou-me…”? Tais expressões nada mais são do que uma referência à própria percepção.
Todas as pessoas nascem com intuição. Algumas a possuem bem desenvolvida, outras a ignoram, e outras tantas precisam de treinamento para percebê-la. A vivência extremamente voltada para o racional vem tornando a humanidade indiferente a esta faculdade. Por serem desprovidas de preconceitos e abertas ao novo, as crianças são extremamente intuitivas ao nascer, contudo, à medida que vão crescendo, na convivência com uma sociedade racionalista, voltada mais para o palpável, apregoando que “isso ou aquilo não passa de coincidência”, elas passam a ignorar a intuição, embotando, assim, a capacidade intuitiva que traziam consigo.
O mentalista judeu Lior Suchard vê a intuição como um complemento dos cinco sentidos (tato, visão, audição, paladar e audição). Ele cita como exemplo uma observação feita após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, quando um grande número de pessoas desistiu de viajar nos dois aviões que atingiram as Torres Gêmeas e no que caiu sobre o Pentágono. Os dois primeiros tiveram 74% e 81% dos seus assentos vazios, enquanto o terceiro conduzia apenas 64 passageiros, embora tivesse assentos para 289, ou seja, 78% dos assentos encontravam-se vazios. Ele acha que muitas das pessoas que cancelaram a viagem podem ter sido movidas pela intuição.
A faculdade intuitiva pode ser trabalhada e ampliada através da meditação e de outras técnicas que lidam com a plasticidade do cérebro (yoga, unibiótica, neuróbica, prática da observação, visualização dos detalhes de uma pintura ou paisagem, etc.) e da confiança em si mesmo. Suchard ensina que, quanto mais contato o indivíduo tiver com essa faculdade, mais ela se tornará plena. Ele também fornece algumas dicas para o seu reconhecimento e desenvolvimento.
- Acredita na sua capacidade intuitiva e leve-a a sério.
- Pratique a meditação diariamente, durante alguns minutos, a fim de aprender a ouvir a voz da intuição.
- Observe situações e padrões com números recorrentes.
- Passe a anotar as “coincidências”, pois as coisas não acontecem sem um motivo.
- Evite funcionar no piloto automático, preste sempre atenção no que faz.
- Observe suas ações e examine com atenção suas decisões e escolhas. Atente-se para quando teve um “pressentimento”, mas não o levou em conta.
- Lembre-se de que o corpo possui uma linguagem própria. Aprenda a decodificá-la. Observe sua energia ao encontrar certas pessoas (ela sobe ou desce?)
- Observe sua energia durante suas escolhas – seu nível pode aumentar ou diminuir. Com base nisso poderá optar pela escolha certa.
- Procure se lembrar de seus sonhos, eles podem estar querendo lhe dizer algo.
- Ao decidir entre uma coisa ou outra, procure fazer perguntas à sua intuição.
- Faça testes com sua intuição. Comece com coisas simples (roupa, comida, etc.).
- Mantenha-se alerta para distinguir quando sua intuição levou-o a tomar uma decisão e quando não contou com o seu auxílio.
- Tenha paciência ao esperar os resultados de suas escolhas baseando-se na sua intuição. Lembre-se de que tal prática demanda tempo e exercício.
- Leia também: A INTUIÇÃO EXISTE!
Nota: se você gosta de livros que falam sobre a mente, sugiro:
- Como Ler Mentes/ Lior Suchard
- Blink – A Decisão num Picar de Olhos/ Malcolm Gladwell
- Rápido e Devagar: duas formas de pensar/ Daniel Kahneman
- O Animal Social/ Elliot Aronson
- Incógnito: As vidas secretas do cérebro/ David Eagleman
- Inteligência emocional (Daniel Goleman)
- Seus Pontos Fracos (Wayne Dyer)
- O Homem que Confundiu a sua Mulher com um Chapéu (Oliver Sacks)
- O que nos faz Felizes: O futuro nem sempre é o que imaginamos (Daniel Gilbert)
- A Arte de não Amargar a Vida (Rafael Santandreu)
- O Poder do Hábito (Charles Duhigg)
Fonte de pesquisa
A Fórmula da Felicidade/ Stefan Klein/ Editora Sextante
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Caríssima LU,
Também já andei muito na busca da intuição, em diferentes vertentes desta “sintonia”; aprendi também nesses “caminhos”, apesar da maior quantidade “ruídos” em meio aos poucos “sinais”.
Abraço,
Rodolpho Caniato
Professor Caniato
Não resta dúvida de que a quantidade de barulho, sempre a tirar a nossa atenção, constitui um empecilho aos nossos “insight”.
Abraços,
Lu
Lu
Vivemos num mundo onde as pessoas estão perdidas no tempo e no espaço. Correria desenfreada na busca de sucessos artificiais, tentativa de satisfazer o ego e preenchimento dos vazios da alma.
Acredito que para desenvolver a intuição é fundamental que busquemos nos desconectar com padronizações culturais, ou seja, imposições de ideias preestabelecidas com a finalidade de promover o tutelamento da liberdade de pensamento. Analogicamente podemos exemplificar com os aparelhos eletrônicos de comunicação em que escolhemos uma frequência para receber um tipo de informação, um tipo de onda. O aparelho humano deve estar livre de interferências de “ondas destrutivas”, para entrar numa sintonia favorável, capaz de captar algo construtivo que possa beneficiar a pessoa em questão. Isso eu acredito que possa acontecer no intuito de melhorar a intuição.
Podemos verificar que a palavra criança, etimologicamente vem do verbo criar, da criatividade. Nessa fase, ela é intuitiva, possui uma percepção aguçada. À medida que vai crescendo e desenvolvendo-se vai perdendo a intuição e estabelecendo a razão. O aprendizado deve ser de uma forma lúdica. Em suma, penso que devemos buscar nosso ponto de equilíbrio, mesmo com as dificuldades deste mundo desequilibrado, a fim de entrarmos em sintonia com o nosso “eu” universal e permitir a transmutação.
Hernando
O espírito precisa de caminhos limpos para progredir. Quanto mais lixo (impedimentos, mentiras, materialismo doentio…) houver em seu entorno, mais dificuldades terá para romper o círculo. Sem passagem, ele tende a involuir, torando-se cada vez mais terreno e rude. Quando só se preocupa com a satisfação do ego (que é sempre muito pesado e tosco), não há como alçar voos. E o que você afirma é a mais pura e convicta verdade:
“O aparelho humano deve estar livre de interferências de “ondas destrutivas”, para entrar numa sintonia favorável, capaz de captar algo construtivo que possa beneficiar a pessoa em questão. Isso eu acredito que possa acontecer no intuito de melhorar a intuição.”.
Grande abraço,
Lu