Dalí – REMINISCÊNCIAS ARQUEOLÓGICAS…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

dalia

Salvador Dalí nutria grande paixão pelas rochas do Cabo de Creus (promontório abrupto e rochoso de 672 metros de altitude, que se ergue sobre o mar Mediterrâneo, no nordeste da Espanha). Sentia-se extasiado diante daquela maravilha, que considerava “um autêntico delírio arqueológico”, tanto é que o local faz-se presente em muitas de suas obras.

Para compor Reminiscência Arqueológica d’O Ângelus, de Millet, o pintor imaginou ver entalhadas nas rochas as duas figuras de O Ângelus, de Millet, composição que o fascinava desde a sua infância, quando viu uma reprodução no escritório de seu pai, embora os dois camponeses parados ali, um de frente para o outro, provocassem-lhe certo mal-estar. Estava sempre sonhando com a tela, além de esbarrar com ela várias vezes, inclusive num jogo de café.

Segundo Dalí, com o tempo, sua obsessão só fez aumentar em relação à pintura de Millet. Ficava se indagando sobre o que estaria o casal fazendo ali, naquela posição. Começou a pensar que estivesse enterrando um filho. Intrigado, pediu ao Louvre que radiografasse a obra, cujo resultado mostrou uma forma geométrica aos pés da mulher. Dalí então concluiu que realmente tratava-se de um ataúde, imaginando que Millet não o pintou para não dar ares dramáticos à cena, dedução do pintor com seu método “paranoico-crítico”.

O casal, em tamanho colossal, foi arranjado na composição em meio às ruínas clássicas e aos ciprestes. Em volta deles está a vegetação, também gigantesca. De frente para o casal está o pai com seu filho seguro pela mão (Dalí e seu pai). Ele traz o braço estendido, como se mostrasse ao garoto as estátuas gigantescas.

Ficha técnica
Ano: 1933
Técnica: óleo sobre painel
Dimensões: 32 x 39 cm
Localização: Museu Salvador Dalí, São Petersburgo, Flórida, EUA

Fontes de pesquisa
Dalí/ Abril Coleções
Dalí/ Coleção Folha

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4 comentaram em “Dalí – REMINISCÊNCIAS ARQUEOLÓGICAS…

    1. LuDiasBH Autor do post

      Mário

      Como sou apaixonada pela cor azul, acho este quadro um deslumbramento.
      A mim parece mais um entardecer.

      Abraços,

      Lu

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