Minha comadre Sá Quelemença, também conhecida por “Quelemença das Bananas”, é birutinha por essa fruta maravilhosa, consumida em quase todo o mundo, sendo a mais comum para os brasileiros, cujo país é o 4º no mundo em exportação de bananas.
Não há sábado em que Sá Quelemença não volte da feira com duas a três pencas em suas sacolas, sejam elas de banana-nanica, banana-da-terra, banana-prata, banana-maçã ou banana-ouro. Para cada tipo ela alega uma serventia: é laxante, prende o intestino, ajuda na digestão, é doce, é perfumada… E por aí vai. O mais engraçado é que a distinta senhora tanto come a laxante como aquela que diz prender o intestino. Se perguntada sobre o desacerto, responde na bucha que é para equilibrar os intestinos. Se acabam suas bananas, a mulher não se acanha em bater na porta de quem quer que seja à procura das amarelinhas.
E foi por essa paixão pelas bananas que eu me espantei, quando a minha comadre entrou porta adentro em minha casa, no maior chororô, dizendo que seu seu vizinho Zé Carneiro havia lhe dado uma banana. Acabamos travando um esdrúxulo diálogo:
– O Zé Carneiro me desrespeitou, dando-me uma banana! Buááá! – disse-me ela.
– Mas mulher, todo mundo lhe dá bananas, pois sabe que você gosta exageradamente delas. O que há de mal nisso? Deveria estar agradecida ao bom homem. – disse-lhe eu.
– Mas a banana dele é de outro tipo! Buáááá! – exclamou ela.
– Fale logo, criatura, que tipo de banana era essa, pois eu nunca vi você enjeitar banana alguma. Ela era prata, nanica, maçã, ouro ou terra? – indaguei eu.
– Não! Não era nenhuma dessas! Buáááá! – respondeu-me ela aumentado o choro.
– A senhora vem agora me dizer que não mais aceita bananas? Qual era, então, minha comadre, a banana que lhe foi oferecida? – questionei surpresa.
– É a de braço! Buáááá! – respondeu-me minha comadre.
– Mulher, confesso que desse tipo eu nunca vi e nem ouvi falar, mas dizem que existem mais de 500 tipos de bananas no mundo, desde uma pequenina que pesa cerca de 50 gramas até a grandona com um quilo – continuei explanando
– Ela não é de comer! Buáááá! – choramingou minha comadre.
– Meu Deus do Céu! Para que serve essa tal banana de braço? – continuei indagando.
– Só é usada para destratar – falou ela já nervosa.
– A senhora quis dizer “descascar”? – voltei a questionar.
– Não! Buáááá! Ele fez foi assim, ó! – disse ela me mostrando o braço.
Confesso que não pude conter a gargalhada. Para consertar, eu lhe aconselhei:
– Faça um doce de banana bem gostoso e leve para o Zé Carneiro, pois irá ficar vermelho de vergonha do que fez com a senhora – aconselhei eu.
Comadre Sá Quelemença gostou da minha sugestão. Sorriu e saiu às pressas para botar em execução o plano engendrado por mim.
O gesto descrito por Sá Quelemença é tido como vulgar, desrespeitoso e obsceno. Possui conotação fálica. É comum em países como Portugal, Espanha, Itália, Brasil e em toda a América Latina. Segundo o Prof. Menegotto, “O gesto e suas denominações nasceram em Portugal, com o nome de ‘manguito’, numa alusão a ‘fazer as armas de Santo Antônio’ ou, então, as armas da Ordem Terceira de São Francisco em cujo brasão figuravam dois braços cruzados. Acredita-se que esse gesto ofensivo e vulgar seja bem anterior à sua denominação. E somente no Brasil recebera o acréscimo da fruta, com flagrante conotação fálica. Possui o mesmo significado que o dedo médio mostrado“.
Views: 18
Lu
Adoro banana, mas não tenho costumes de distribuir bananas por aí, entretanto vou ter o grande prazer de “dar uma banana” para vários políticos a partir das próximas eleições. Um fato curioso: quando chega um novo jogador para um clube de futebol ele jura que é torcedor daquele clube desde criança. Quando deixa o clube e não recebe tudo o que tem direito, sai distribuindo bananas para todos.
Adevaldo
Eu também adoro bananas, mas esse tipo possui um gosto ruim pra danar. Confesso que acho o tal dedo indicado menos agressivo, pois repassa menos raiva.
Abraços,
Lu
Eu também não gosto dessa banana!
Neiva
Que alegria recebê-la neste espaço! Eu também odeia essa banana.
Abraços,
Lu
Lu Dias
Esse técnico de futebol da foto adora um processo.
Mário
E olhe que essa banana foi dada com muita raiva. Quem faz besteira em público, tem que responder por ela.
Abraços,
Lu
Mário
HAHAHAHAHA
Quem é esse tal de “Profexô Luxa”?
Eu nunca o vi mais gordo?
Abraços,
Lu