Autoria do Dr. Telmo Diniz
Ah, o desabafo! Como é importante em nosso dia a dia e para a nossa saúde física e mental poder dar uma bela desabafada. O desabafo é a exteriorização de pensamentos ou sentimentos muito íntimos que ocorrem de formas distintas em cada um de nós. É uma expressão espontânea e franca de uma ideia ou de alguma emoção. Enfim, é um desafogo para a alma e para o espírito.
Dor, angústia, alegria, satisfação, grito, uma crise de choro. São várias as formas como podemos nos expressar para dar vazão ao nosso desabafo, que pode ser exteriorizado desde uma conversa com alguém de confiança, passando por um terapeuta ou até mesmo num grito de choro. Desabafar é aliviar-se, abrindo o coração para alguém. As tensões fazem parte da vida e, portanto, devem ser aliviadas. Quando desabafamos, estamos invariavelmente buscando o equilíbrio físico e mental, tratando de alinhar as tensões.
Os episódios de estresse desencadeiam uma reação de descargas adrenérgicas por todo o corpo, provocando taquicardia, elevação da pressão arterial, etc. Ou seja, toda a gama de sintomas da chamada “reação de fuga ou luta” é ativada. Durante o desabafo ocorre justamente o contrário, com reações que irão levar a pessoa ao relaxamento. Depois de um longo e intenso período de estresse, é saudável e útil desabafar. Sempre será uma forma de manter a saúde mental e emocional. Desabafar de forma correta pode trazer muito alívio para cada um de nós. É sabido que quem “guarda tudo pra si” sofre mais, tem mais angústia e quadros de depressão.
Como dito, existem várias outras formas para desabafar:
- A escrita é a primeira delas. Quando uma pessoa escreve, uma importante área do cérebro, o córtex pré-frontal, é ativada. Isto, por consequência, reduz os níveis de estresse. Uma pesquisa realizada pelo International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), com mil pessoas nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, investigou como elas lidavam com situações importantes e buscou compreender que atividades eram negativas ou positivas nesse contexto. Vinte e três por cento dos entrevistados afirmaram que o ato de escrever era um aspecto positivo e que ajudava a aliviar o estresse e as tensões. Quer desabafar? Pegue uma caneta e um papel e deixe as emoções fluírem. É simples assim!
- Cantar, por exemplo, faz muito bem para o espírito e para a saúde. Cante ao tomar banho e ao ouvir o rádio do seu carro.
- Outros exemplos úteis para o desabafo incluem pintura, teatro, bordado ou qualquer outra forma de expressão de arte. Já falamos sobre a importância de se ter um hobby. Portanto, seu hobby pode ser, em última instância, sua forma de desabafar.
Anne Frank, menina judia que durante a Segunda Guerra Mundial teve que se esconder dos nazistas por longos dois anos em um sótão, literalmente escreveu sobre o tema: “Tenho vontade de escrever e necessidade ainda maior de desabafar tudo que está preso no meu peito. O papel tem mais paciência que as pessoas”.
Nota: obra do pintor brasileiro Di Cavalcanti
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Lu
Depois de muito tempo volto aqui muito triste, como sei que aqui sempre tenho carinho e acolhimento, resolvi recorrer a este cantinho novamente.
Após 1 ano longe das crises de pânico e ansiedade elas voltaram novamente, na verdade não tive nenhum outro ataque de pânico, mas a ansiedade vem com tudo e tristeza por ela estar aqui e o medo de perder o controle também. Voltei faz 1 mês a tomar o Exodus 20 mg e o Rivotril em baixa quantidade. Mas parece que tudo não passa. Estou muito triste e tem dias que chego a não acreditar no tratamento que já me ajudou outra vez. É normal nesta recaída sentir novamente os efeitos colaterais do remédio? São dias ruins, mas de muita luta.
Anna
Anna
Este cantinho está sempre aberto para receber os novos visitantes e aqueles que por aqui passaram, mas se distanciaram por um tempo. Sinta-se sempre bem-vinda.
Amiguinha, as doenças mentais costumam sumir por um tempo e depois voltar. Isso é normal, está dentro do quadro esperado. O importante é monitorá-las, buscando ajuda médica assim que aparecerem. Quanto aos efeitos colaterais do medicamento, eles são normais, sim. Até mesmo no aumento da dosagem eles costumam aparecer. Acontece que seu organismo estava desacostumando com a substância do medicamento e, como da primeira vez, ele teima em aceitá-la. Contudo, como aconteceu da primeira vez, ele vai aos poucos adaptando-se ao medicamento e os efeitos adversos vão desaparecendo. Neste período é preciso calma. Lembre-se de ser POP (paciente, otimista e persistente). Continue lendo os textos que tenho escrito sobre ansiedade e depressão, pois eles a ajudarão muito. Não se esqueça também dos exercícios físicos, mesmo as caminhadas são maravilhosas, conforme mostrei em alguns textos. Continue me escrevendo.
Abraços,
Lu
Lu
É verdade, o desabafo é muito importante porque descarrega as tensões, porém, temos medo de desabafar e sermos considerados fracos. Eu tenho medo de desabafar e sobrecarregar as pessoas que já têm seus problemas. Enfim, eu gosto de cantar junto com o rádio do carro, como disse o autor, e também fazer caminhadas, que ajudam bastante.
Beijos a todos os companheiros(as) de luta deste site maravilhoso.
Rosa
Menina flor, quanta saudade!
A escolha de um bom amigo ou amiga para o desabafo é o que há de melhor. Sempre faço isso, pois muitas vezes as pessoas de casa já estão assoberbadas com outros problemas que vivenciamos juntos. Contudo, o meu desabafo mais efetivo dá-se através da escrita. Cantar é também outra maravilha. Continue fazendo isso.
Não suma, mocinha!
Beijos,
Lu
Desabafo tão importante e tão negado por nós! Achamos que fazer isso para alguém é assumir que é fraco. Assumir pra si mesmo, e pensar que é fracassado. Mas não, reconhecer seus limites e poder desabafar consigo mesmo nos ajuda a nos compreendermos, aliviando a alma!
Que saudades estava do site!
Beijos a todos!
Ivo
O mais interessante é que este desabafo pode acontecer de várias maneiras, como nos ensina o Dr. Telmo Diniz.
Também estávamos com saudades suas. Pensei que tivesse se esquecido deste cantinho.
Abraços,
Lu